domingo, 4 de janeiro de 2015

MOMENTO DE REFLEXÃO/MENSAGENS

O Romantismo não morreu

Nos tempos que correm, uma onda de pessimismo parece ter tomado conta das pessoas. Ouvimos idosos, olhando para o passado, e lamentosos, dizerem: Ah, no meu tempo era tão diferente. Abanam as cabeças, de forma negativa, olhando para os jovens que falam em ficar, em pegar e que parece terem esquecido todas as regras do recato e do bom tom. Saudosos, esses que amadureceram na vida, lembram do tempo do seu namoro, onde pegar na mão do namorado já queria dizer um compromisso sério. 

Beijo antes do casamento, somente na mão, na testa ou na face. Onde, enfim, tudo era reservado para a noite de núpcias. Especial, única, inapagável. Onde se aguardava o dia do casamento como o do dia D: inigualável. Ouvindo tudo isso, se nos deixarmos envolver, acabaremos, igualmente por nos contaminar. E tudo passaremos a ver dessa forma. 

Como se o romantismo tivesse morrido, o amor tivesse sido substituído por expressões ligeiras de um afeto fantasioso, que hoje é e amanhã é jogado fora. Contudo, não são todos os jovens que deixaram de sonhar com as coisas belas. E o amor continua na moda. O romantismo subsiste nas almas que amam o belo, o bom. Verificamos isso, em muitas atitudes detectadas na juventude. Quantas meninas sonham com o baile de debutantes, o serem enlaçadas por um jovem belo e adentrarem o salão, ao som de uma emocionante valsa? Observamos, em concertos que têm proliferado pelo mundo, acontecendo em grandes estádios, para milhares de pessoas. Ali estão as mais variadas idades presentes: crianças, jovens, adultos, idosos. E cada qual se emociona à sua maneira com a orquestra, a música, a dança, as cores e as luzes. Uns choram lembrando os amores já vividos, as experiências passadas. Outros se emocionam, sonhando com o futuro que almejam para si, ao som dos acordes que se sucedem e do espetáculo que é mostrado no palco. Quando veem jovens lindas, em vestidos maravilhosos, com seus pares em elegantes fraques se movimentarem aos sons melodiosos de uma valsa, as lágrimas lhes vêm aos olhos. 

Elas suspiram... E sonham. Sonham em ter um amor, que seja eterno. Em ter um par para toda a vida. Um par que as beije com delicadeza, que tenha gestos de polidez. Par que saiba elevá-las no ar, com braços fortes, quando as dores lhes estiverem vergastando os dias, exatamente como os dançarinos fazem com suas acompanhantes, no palco. Sim, o amor não morreu. As jovens continuam a sonhar com cavalheiros e eles, com verdadeiras damas. 

Não nos deixemos contaminar, pois, pela onda de pessimismo que se apresenta em muitos seres. Saibamos descobrir esses corações mal saídos da infância, sonhando com um futuro de alegria, de amor e de beleza. Para si, para seu par, para sua família, para o mundo. Ao lado dessas criaturas que parecem para nada ligar, senão para o momento presente, milhares de almas almejam um futuro melhor para esse planeta, começando por idealizar e lutar por sua própria e verdadeira felicidade. 

Pensemos nisso e invistamos nesses jovens, que podem ser nossos filhos, nossos netos, nossos sobrinhos, nossos irmãos, nossos amores, bem próximos de nós. Descubramo-los e os auxiliemos em sua construção do mundo de amor, desde agora. Por eles, por nós, pelos que virão empós.

Redação do momento Espírita



A Honestidade não tem Preço 

Porque não sabia o que fazer com a caixa, Andrey lhe disse: "Deixe-a comigo, que eu a A história é comovente. Fala de uma honestidade a toda prova, contada por Vladimir Petrov, jovem prisioneiro de um campo de concentração no Nordeste da Sibéria. 

Vladimir tinha um companheiro de prisão chamado Andrey. Ambos sabiam que daquele lugar poucos saíam com vida, pois o alimento que se dava aos prisioneiros políticos não tinha por objetivo mantê-los vivos por muito tempo. A taxa de mortalidade era extremamente alta, graças ao regime de fome e aos trabalhos forçados. E como é natural, os prisioneiros, em sua maioria, roubavam tudo quanto lhes caía nas mãos. Vladimir tinha, numa pequena caixa, alguns biscoitos, um pouco de manteiga e açúcar - coisas que sua mãe lhe havia mandado clandestinamente, de quase três mil quilômetros de distância. 

Guardava aqueles alimentos para quando a fome se tornasse insuportável. E como a caixa não tinha chave, ele a levava sempre consigo. Certo dia, Vladimir foi despachado para um trabalho temporário em outro campo. E porque não sabia o que fazer com a caixa, Andrey lhe disse: "Deixe-a comigo, que eu a guardo. Pode estar certo de que ficará a salvo comigo." 

No dia seguinte à sua partida, uma tempestade de neve, que durou três dias, tornou intransitáveis todos os caminhos, impossibilitando o transporte de provisões. Vladimir sabia que no campo de concentração em que ficara Andrey, as coisas deviam andar muito mal. Só dez dias depois os caminhos foram reabertos e Vladimir retornou ao campo. 

Chegou à noite, quando todos já haviam voltado do trabalho, mas não viu Andrey entre os demais. Dirigiu-se ao capataz e lhe perguntou: "Onde está Andrey?" "Enterrado numa cova enorme junto com outros tantos prisioneiros." - respondeu ele. "Mas antes de morrer pediu-me que guardasse isto para você." Vladimir sentiu um forte aperto no coração. "Nem minha manteiga, nem os biscoitos puderam salvá-lo." - pensou. Abriu a caixa e, dentro dela, ao lado dos alimentos intactos, encontrou um bilhete dizendo: 

"Prezado Vladimir. Escrevo enquanto ainda posso mexer a mão. Não sei se viverei até você voltar, porque estou horrivelmente debilitado. Se eu morrer, avise a minha mulher e meus filhos. Você sabe o endereço. Deixo as suas coisas com o capataz. Espero que as receba intactas. Andrey." 

Ser honesto é dever que cabe a toda criatura que tem por meta a felicidade. E a fidelidade é uma das virtudes que liberta o ser e o eleva na direção da luz. Uma amizade sólida e duradoura só se constrói com fidelidade e honestidade recíprocas. Somente as pessoas honestas e fiéis possuem a grandeza d’alma dos que já se contam entre os espíritos verdadeiramente livres. 

Texto da Redação do Momento Espírita, com base em artigo da Revista Seleções do Reader’s Digest de janeiro de 1950 


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