segunda-feira, 11 de maio de 2015

O ÚLTIMO ENCONTRO

O ÚLTIMO ENCONTRO 

Culto do Início da Primavera em que se deu o último encontro do Fundador com os Fiéis 

Alguns dias depois, no Culto do Início da Primavera, realizado a 04 de Fevereiro de 1955, Meishu-Sama vestindo um “ho”(casaca dourado que as autoridades civis e militares vestem quando se apresentam no Palácio Imperial. A cor é definida de acordo com a hierarquia).andando com suas próprias pernas, o Fundador foi até o centro do Palco do Templo Messiânico e fez a seguinte saudação: 

“Hoje, depois de muito, tempo estou conseguindo dirigir algumas palavras aos Senhores. Gostaria de dizer muitas coisas, mas, quando falo mais alto, sinto a cabeça doer. Por isso, depois que me recuperar mais, pretendo falar bastante. Creio que não vai demorar muito. Peço que aguardem mais um pouco”.

Ao ouvirem a voz do Fundador, firme, apesar de baixa, os sete mil fiéis que lotavam o Templo Messiânico encheram seus corações de esperança, ansiando pelo seu pronto restabelecimento. No entanto, aquele Culto do Início da Primavera de 1955 foi a última vez em que o viram com vida.



Fonte: Biografia de Mokiti Okada
(Luz do Oriente)
Vol.III – São Paulo/SP.
Fundação Mokiti Okada-M.O.A
Tradução Igreja Messiânica Mundial do Brasil
3. edição revisada – março/2007
2.edição reimpressão – junho/2013
Págs. (231/232)

MENSAGENS DE COMPORTAMENTO

Síndrome da Solidão

Não importa se está solteiro ou casado. Não importa sem tem muitos ou poucos amigos. Nem tampouco se é introvertido ou extrovertido. A síndrome da solidão não tem a ver com convites para festas e baladas ou a ausência deles.

Justamente num tempo em que o mundo está cada vez mais globalizado, em que as facilidades para os encontros são inúmeras e de diversas formas, parece que a maioria das pessoas está, cada uma no seu grau, sofrendo de solidão.

A carência parece nos consumir em desejos que inexplicavelmente não se realizam e numa saudade que a gente nem sabe de que, de onde ou de quem. Buscamos o outro sem encontrá-lo, ainda que vivamos um sem número de relações. Este outro, tão esperado, parece nunca chegar. Ou melhor, às vezes parece nem existir.

O velho e bom carteiro continua passando todos os dias. Temos telefone, fax e computador. Dentro dele, os e-mails, as salas de bate-papo, os sites de encontros, o orkut, o gazzag, o multiply e o msn. Temos também blogs, fotologs e skype. Instalamos câmara, microfone e colecionamos uma lista interminável de amigos (alguns que a gente nem sabe quem são… mas vale mantê-los porque nos dão a sensação de estar junto).

Tudo para tentar aplacar este eco interior. Qualquer coisa que preencha o vazio, o abismo que insiste em nos separar de alguém que já fomos um dia ou – pior! – que gostaríamos de ser, mas não sabemos como construir, enfim, a ponte.

Creio que este seja o primeiro passo. Precisamos aprender a construir pontes. Pontes que nos levem até onde desejamos chegar, especialmente do outro lado de nós mesmos.

Estamos sempre do lado de fora, procurando, olhando, observando, acusando, apontando, amando, desejando, rindo e chorando… sempre do lado de fora…

Basta uma conversa, uma situação, um encontro… e lá estamos nós falando do que o outro fez, do que o outro disse, de como o outro nos faz sentir. Basta uma nova paixão ou uma velha briga com quem já está ao nosso lado para encontrarmos todas as justificativas no outro.

Não temos as pontes, as benditas pontes. Caramba! Nem tentamos construí-las. Simplesmente nos acomodamos com as facilidades dos encontros sem laços com o outro sem nos darmos conta de que o único encontro necessário não tem acontecido há anos, há muito, muito tempo! E assim, muitos estão morrendo, ou melhor, se matando de solidão no meio da multidão.

Paradoxal? Lamentável? Pode até ser! Mas as saídas existem, eu tenho certeza! Você pode encontrar a sua. Eu posso encontrar a minha. Só que, definitivamente, tem de ser dentro e não fora!

Temos confundido liberdade e amor-próprio com egoísmo e individualismo. Olhamos constantemente para o outro, mas não conseguimos vê-lo verdadeiramente porque somente poderemos enxergar alguém – quem quer que seja – depois de termos nos enxergado. Falta nos responsabilizarmos. Falta parar com essa mania desgraçada de acreditar que o outro é o causador dos fatos em nossa vida.

E assim, quando finalmente começarmos a olhar para tudo o que nos acontece com um pouco mais de propriedade, estou certa de que a solidão diminuirá consideravelmente… porque permitiremos a aproximação das pessoas sem tantas ressalvas e compreenderemos que somos todos um e que sozinhos, fechados em nossa concha pessoal não somos ninguém, nossa existência perde qualquer sentido. Não faz link, não tem significado nem importância, porque perdemos a chance preciosa de compartilhar nosso coração.

Sugiro que você aposte mais na delícia dos encontros, mas comece hoje, agora, a construir pontes pelas quais você possa passar… atravessar o abismo que sente aí dentro… Porque do outro lado, está certamente a sua imensa capacidade de mudar qualquer situação para melhor. E que esta mudança inclua a humildade que requer a convivência… para definitivamente conseguir sentir bem mais amor e bem menos solidão.


Rosana Braga

Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante e Autora dos livros “Alma Gêmea – Segredos de um Encontro” e “Amor – sem regras para viver”, entre outros.





Amanhã é outro Dia 

Sentir paz e tranqüilidade nos dias de hoje parece utopia. Até pouco tempo, acreditávamos que só determinados acontecimentos na vida, como separação, morte de uma pessoa querida, desemprego, fossem capazes de nos tirar do controle e prejudicar nossa saúde física e mental. Mas sabemos que hoje não é bem assim, estamos tendo que aprender a conviver diariamente com a falta de tempo, as cobranças e, em conseqüência, com a ansiedade e o estresse. 

Se somarmos os sintomas de tudo isso, sabemos que podemos adoecer gravemente. Mas como a falta de tempo é real ou intensificada pelo perfeccionismo, pela necessidade de agradar, pela dificuldade em falar ‘não’, pelas cobranças internas, tudo fica muito mais potencializado. O que fazer diante desse dilema? 

Já que estamos freqüentemente nos sentindo ameaçados pelo excesso de conflitos que temos que enfrentar, só há duas formas de lidar com tudo isso: resolver os conflitos ou aprender a conviver com eles. Lembrando que a maior causa de nossas dificuldades é nossa reação diante a elas. É preciso mudar alguns comportamentos arraigados muitas vezes por anos, o que não é fácil, mas perfeitamente possível. 

Procure não deixar os conflitos, sejam eles no trabalho ou na relação afetiva, acumularem-se. O melhor ainda é o diálogo, sem deixar nada para depois, esperando que o tempo os resolva. Os maiores conflitos ainda são os causados pela dificuldade em controlar as emoções e surgem muito mais nas relações afetivas. Isso ocorre exatamente pelo fato das pessoas não enfrentarem as situações quando elas surgem. Deixando para lá, a tendência é os conflitos se intensificarem e ficar cada vez mais difícil encontrar uma solução. 

Converse, fale, argumente. Não despreze o que sente, ao contrário, respeite acima de tudo cada um de seus sentimentos. Para isso, é preciso elevar seu autoconhecimento, saber o que quer, o que sente. Você sabe? 

Afaste-se de pessoas muito críticas, se não for possível, ao menos não lhes dê ouvidos ou não permita que passe a ser sua verdade. Caso seja você seu maior inimigo, o que é muito comum, sempre se criticando, exigindo-se cada vez mais, procure ser mais flexível e paciente consigo mesmo. Pare de se criticar, faça uma auto-análise para saber quem durante sua vida agiu dessa mesma maneira com você, sempre te criticando, e liberte-se da necessidade de estar sempre se punindo, seja pelo que fez ou pelo que não fez. Passe a elogiar-se mais e reconhecer e valorizar mais suas conquistas. 

Se você se considera perfeccionista, só confia naquilo que você mesmo faz, acreditando na crença limitadora de que tem que fazer tudo perfeito, e por isso, assume responsabilidades acima do possível, procure convencer-se de que não há necessidade de manter controle sobre todas as situações e que é possível delegar responsabilidades. Comece com pequenas coisas e com pessoas em quem confia. Permita que outras pessoas sintam-se importantes, além de você. 

Ao começar o dia, procure relaxar durante o banho e faça um gostoso café da manhã. Ou ainda, acorde a pessoa amada com um beijo gostoso, com um carinho, que com certeza ajuda a enfrentar melhor o dia. 

No trabalho, depois de algumas horas de concentração intensa, tanto seu corpo como sua mente precisa de um descanso. Levante-se, caminhe, alongue seu corpo, se espreguice. Não pense que estará perdendo tempo, porque na verdade você estará recuperando energias. Incentive outras pessoas a fazerem o mesmo. Algumas empresas estão proporcionando esse tempo com meditações ou ginástica, pois perceberam o quanto todos se tornam muito mais produtivos. 

Na volta para casa, vez ou outra é saudável encontrar com amigos, mas ficar sozinho também pode ser muito gratificante. O encontro consigo mesmo aumenta o autoconhecimento. Faça de sua casa um lugar aconchegante, em que você gostar de ficar. Se morar com alguém, faça desse encontro um momento gostoso para contar seu dia e saber do dia do outro, intensificando o cuidado com o outro, alimentando assim a relação. Proponha cada dia um fazer massagem no outro, (re)descobrindo pontos de prazer ou apenas para relaxar o corpo de um dia estressante. Que tal um banho relaxante a dois? 

Antes de dormir, vá se desligando das preocupações do dia. Se algo o preocupa, analise a situação, busque as causas de sua irritação ou insatisfação. Converse com seu companheiro sobre isso. Faça meditação, leia um livro. Agradeça por tudo, valorize tudo que conquistou, agradeça pelas pessoas que te amam, por sua saúde, por sua vida e durma em paz! 

Amanhã é outro dia, outras conquistas virão, outras dificuldades aparecerão, mas você terá a certeza que será capaz de enfrentar o que for, pois sabe que pode contar acima de tudo com você! 


Rosemeire Zago – r.zago@uol.com.br 


MENSAGENS DE AUTOAJUDA

Bordados da Vida

Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito. Eu me sentava no chão, olhava e perguntava o que ela estava fazendo. Ela respondia que estava bordando.

Todo dia era a mesma pergunta e a mesma resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada, e repetia: “Mãe, o que a senhora está fazendo?”

Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso. Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos...Eu não entendia nada.

Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava: “Filho, saia um pouco para brincar, e quando terminar meu trabalho eu chamo você e lhe coloco em meu colo. Deixarei que veja o trabalho de minha posição.

Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo: Por que ela usava alguns fios de cores escuras e outras claras? Por que me pareciam tão desordenados e embaraçados? Por que estavam tão cheios de nós e pontos? Por que não tinham ainda uma forma definida? Por que demorava tanto para fazer aquilo?

Um dia, quando eu estava brincando no quintal,ela me chamou. “Filho, venha aqui e sente em meu colo”.

Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia crer. Lá de baixo parecia tão confuso! E, de cima, eu vi uma paisagem maravilhosa!” Então minha mãe disse:

- “Filho, de baixo para cima parecia confuso e desordenado porque você não viu que na parte de cima havia um belo desenho...

...Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo”.

Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito: “Pai, o que estás fazendo?”

Ele parece responder: “Estou bordando a sua vida, filho”.

E eu continuo perguntando: “Mas está tudo tão confuso...Pai, tudo está desordenado. Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido. Os fios são tão escuros... Por que não são mais brilhantes?”

O Pai parece dizer: “Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se...confie em mim. Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo, e então vai ver o plano da sua vida da minha posição”.

Às vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. 

É que estamos vendo o avesso da vida. Do outro lado, Deus está bordando.

Autor: Prof.Damásio de Jesus




As vezes não enxergamos o que temos pelo simples fato de ser nosso 

Um dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua: 

- Sr Bilac, estou precisando vender meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Poderia redigir um anúncio para o jornal? 

Olavo Bilac apanhou um papel e escreveu: 

"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes na varanda". 

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio. 

- Nem pense mais nisso! - disse o homem. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que eu tinha. 

Às vezes não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe, atrás de miragens de falsos tesouros. Valorize o que tens: as pessoas, a família, os amigos, os momentos... 



Desconheço o autor

MENSAGENS DE AUTOCONHECIMENTO

Caminhos para chegar a seu verdadeiro Eu 

Tudo aquilo que sentimos pode ser transformado quando o reconhecemos sem medos ou fugas.

Como voltar à nossa essência, a quem somos verdadeiramente? Como acreditar que essa pessoa, que convivo por anos, ou seja, eu mesmo, na realidade pouco tem a ver com quem penso ser? Não é simples descobrir quem somos. É um processo que pode levar anos, talvez uma vida inteira, pois sempre estamos mudando, evoluindo, e que bom!

Podemos começar reconhecendo e aceitando as emoções e sentimentos negativos que há dentro de nós, para só depois mudar o que nos faz sofrer. Um caminho muitas vezes árduo, que exige paciência, persistência e, acima de tudo, muita compreensão para conosco. O sofrimento está aí, latejante, presente, vivo, que nos faz querer sair correndo a cada novo problema que surge. O desânimo e desespero se fazem presentes. Mas fugir, reprimir, negar, só faz tudo ficar mais profundo e intenso dentro de nós.

Comece se perguntando quais são os sentimentos que têm sentido nos últimos meses ou anos. Quais são eles? Escreva um por um. Esse passo é importante para que consiga identificá-los. Essa confrontação honesta com o que sente e lhe faz sofrer pode ser o começo de sua libertação desses mesmos sentimentos.

É preciso entender que muitas vezes o conflito que parece advir do externo, na verdade, é apenas o reflexo daquilo que está bem dentro de nós, mas como está bem escondido há anos, sentimos dificuldade em identificá-lo. E assim, muitos de nós continuamos a nos enganar e a sofrer.Tudo aquilo que sentimos pode ser transformado quando o reconhecemos sem medos ou fugas.

O passo mais importante é esse: aprender a identificar cada sentimento, faça isso todos os dias. Depois exercite identificar a causa, que também não é simples, requer acima de tudo, persistência. Pergunte-se: o que estou sentindo? Depois de ouvir a resposta, pergunte: o que me faz sentir isso? E ouça a resposta. Isso o levará cada vez mais perto da pessoa que você é.

Culpar os outros, seja este quem for, por aquilo que tem passado ou sentido, nada contribuirá para mudar, por isso é preciso se responsabilizar pela própria mudança, sem esperar que outras pessoas mudem, isso é responsabilidade de cada um, e ninguém pode fazer isso pelo outro. A sua mudança depende exclusivamente de você; a mudança do outro, depende dele. Sim, em alguns momentos temos que aprender a lidar com a sensação de impotência, decepção e frustração que a vida nos coloca. Nem tudo é perfeito, mas se olharmos tudo como aprendizado, teremos outra percepção dos acontecimentos e em conseqüência, menos sofrimento.
Comece a perceber quais situações estão lhe deixando insatisfeito, desesperado, doente. O enfrentamento desses problemas lhe proporcionará uma maior percepção de sua própria capacidade de superá-los.

O autoconhecimento não o faz isento de sentimentos negativos ou sofrimento, mas pode fazer com que lide de uma maneira muito mais saudável com os mesmos. Conforme se conhecer mais e mais, não deixará de ficar triste, chorar, mas quando isso acontecer não lhe provocará mais desespero como provavelmente acontece, haverá muito mais controle e entendimento das possíveis causas, pois estará aprendendo a identificá-las.

É preciso lembrar ainda, que por mais que as pessoas desejem muito ser feliz, a maioria sente dificuldade em se permitir, como se não se sentissem merecedoras e, inconscientemente, acabam por se boicotar em mudar o que é preciso, permanecendo no mesmo padrão durante anos, ainda que à custa de muito sofrimento e dor.

Nunca abandone o desejo de ser feliz, mas para isso é preciso se permitir, sem carregar a sensação de estar fazendo algo errado. Busque sua própria evolução, pois cada um de nós, e ninguém mais, é responsável pelo próprio crescimento.

Evite a todo custo permanecer rígido em crenças, valores, que um dia lhe foram ensinados e vivenciados como se fossem seus, pois na maior parte das vezes eles não lhes pertencem. Quanto mais conseguir identificar o que aprendeu e descartar, libertar ou mudar aquilo que não lhe serve, mais estará perto de quem você é verdadeiramente.

Exercite a flexibilidade, estar aberto a novos valores, deixar fluir seus sentimentos e tudo aquilo que está dentro de você com a naturalidade que o processo exige. Seja verdadeiro e honesto consigo mesmo, como espera que outras pessoas sejam com você.

Neste instante, procure dentro de você quais são seus verdadeiros desejos. Vá lá no fundo, vasculhe tudo, que os encontrará. Não é um caminho fácil, mas quem disse que deveria ser?

Por que assumimos tantos compromissos com outras pessoas e raramente nos comprometemos com nós mesmos? Sabe aquelas atitudes que espera dos outros, mas que raramente você dá a si mesmo? Comece por aí, sendo tão amoroso, compreensivo, carinhoso, leal, honesto, comprometido consigo mesmo, da mesma maneira que é com outras pessoas.

Esse é apenas um dos caminhos para chegar a seu verdadeiro eu, mas no decorrer do processo irá se surpreender com outras maneiras de se conhecer cada dia mais. Afinal, autoconhecimento não tem fim, é algo que devemos cultivar eternamente. Por isso, não importa quando começa, o importante é aprender a se ouvir e acima de tudo, se respeitar. Caso tenha dificuldade nesse processo, procure ajuda de um psicólogo de sua confiança, ele com certeza lhe ajudará.



Rosemeire Zago – r.zago@uol.com.br



Pensamento e Preocupações 

Todos os dias há milhares de tarefas, desde escovar os dentes, ir ao médico, até encontrar o amor da sua vida. Tudo pode acontecer num único dia. Num único minuto. E tudo isso, invariavelmente, acontece no presente. Não no futuro, nem no passado. 

Mas nós aprendemos que devemos nos preocupar. Devemos nos preocupar se uma coisa vai ou não acontecer. Viver no presente não é muito fácil, apesar de parecer óbvio. Parece que nossos pensamentos estão sempre preocupados. E o que é a preocupação, senão se ocupar antes com uma coisa que ainda nem existe? É a cultura da preocupação. Vimos os nossos pais se preocupando conosco, com o nosso futuro. Vimos os nossos avós se preocupando com eles e com os nossos pais e conosco. A preocupação passa a ser como um legado que devemos carregar pra sempre, sempre nos preocupando mais e mais. 

E as pessoas morrem disso, sabiam? O que é o estresse senão um exagero de um emaranhado de preocupações, muitas vezes sobre coisas que nem existem. Grande parte das nossas preocupações nunca virá a acontecer de verdade e não me diga que é porque você se preocupou com elas. Afinal de contas, o que adianta se preocupar se vai chover ou não? Se tiver que chover vai chover sem ou com a sua preocupação. Encontrar soluções criativas, no caso de uma chuva, por exemplo, é a única coisa que podemos fazer caso ela aconteça de verdade. E digo caso ela aconteça. A tranqüilidade muitas vezes nos assusta, porque parece que vai acabar a qualquer momento, o que não é mentira. Afinal de contas quem é que agüenta tranqüilidade demais na vida? 

No fundo isso tem a ver com a nossa necessidade de controlar as coisas, as pessoas e até mesmo os fenômenos da natureza. Queremos manter as coisas sob controle porque isso nos conforta, faz com que nos sintamos mais seguros, mais acomodados nas nossas situações e com isso perdemos o melhor: a aventura da vida. E a aventura da vida é a melhor parte dela. Você acordar sem saber se aquele pode ser o dia em que você vai ganhar na sena, ser feliz, curtir um solzinho gostoso na janela do escritório, que seja. Ser criativo com aquilo que se é e com aquilo que se tem. Preocupar-se só emperra as nossas energias e faz com que as coisas realmente não andem, não funcionem. Você já reparou que quando uma coisa não o preocupa nem um pouco ela invariavelmente tem uma solução agradável e positiva? Vivemos, assim, uma “vida de pode ser” que nada mais é do que um monte de ilusões, coisas que só existem na nossa cabeça e não na realidade. 

Pois é, devemos “orar e vigiar” como nos diz a Bíblia, os nossos pensamentos e preocupações. Assim, só assim, poderemos ter a cabeça fresca para que as boas idéias e as boas soluções sempre apareçam. Quando estiver preocupado com alguma coisa tente simplesmente relaxar, esquecer, meditar. Pergunte por que deve ficar preocupado com aquilo de verdade. Pergunte o que de pior pode acontecer naquela situação e sinta como você se sentiria com isso. Banque as suas decisões, esteja do seu lado seja lá o que for acontecer. Abrace a criançinha assustada que existe dentro de você, conforte-a, diga a ela que vocês ficarão juntos e seguros seja lá o que for acontecer com vocês. Posso garantir que é um exercício poderoso para se livrar, definitivamente, das preocupações. O importante é estar no presente, no aqui e agora! Conscientes do que está acontecendo ao nosso redor e não vivendo no piloto automático. 


Andrea Pavlovitsch – andreapavlovitsch@uol.com.br

MOMENTO DE REFLEXÃO/MENSAGENS

A mesma medida 

Em uma conhecida passagem evangélica, Jesus afirma que cada um será medido com a medida que aplicar aos outros. 
Tem-se aí um princípio de justiça, já revelado no comando de amar ao próximo como a si mesmo. 

Pelo mandamento do amor, surge o dever de tratar o semelhante como se gostaria de ser tratado, se estivesse em seu lugar. 

A idéia básica é uma igualdade essencial entre todos os homens. 

Embora diferentes pelas posições que ocupam na vida em sociedade, nenhum possui essência apartada da dos demais. 

Evidentemente, há criaturas mais adiantadas, cuja bondade e sabedoria causam admiração. 

Entretanto, na origem e no fim todos se aproximam. 

Saídos da mais absoluta simplicidade chegarão à plenitude das virtudes angélicas. 

Enquanto percorrem a longa jornada, devem se auxiliar mutuamente. 

A lição cristã cinge-se basicamente à fraternidade. 

É possível sofisticar o pensamento e encontrar nuanças preciosas nos ensinamentos do Cristo. 

Mas é preciso cuidado para não esquecer o básico, nessa busca de detalhes, por valiosos que sejam. 

O essencial reside em aprender a olhar o próximo como um semelhante, um irmão de caminhada. 

Se ele se apresenta vicioso e de convívio pouco atrativo, nem por isso deixa de ser uma preciosa criatura de Deus. 

Justamente perante os equivocados do mundo, convém refletir sobre a igualdade da medida. 

À parte os Espíritos puros, que já percorreram todos os degraus da escala da evolução, os demais cometem erros. 

Mesmo homens bem intencionados por vezes erram. 

Não se trata de uma tragédia, na medida em que a vida propicia meios de reparar os estragos e seguir em frente. 

Uma visão estreita da Divindade pode levar à concepção de que Ela sempre está a postos para punir suas criaturas. 

Entretanto, não é assim. 

As Leis Divinas encontram-se escritas na consciência de cada Espírito. 

Elas visam à educação e à evolução dos seres, não a sua punição. 

O rebote do desconforto que a violação da lei provoca destina-se a incentivar a retomada do caminho correto. 

É possível ignorar os protestos da própria consciência um tempo, mas não indefinidamente. 

Sempre surge o momento em que ela fala alto e atrai as experiências retificadoras do mal cometido. 

Ocorre que o mesmo homem que encontra desculpas para seus equívocos, por vezes, é severo crítico do semelhante. 

Ao assim agir, molda em seu íntimo um juiz implacável. 

Quando chegar a sua hora de prestar contas dos próprios atos à eterna justiça, as medidas desse juiz severo é que lhe serão aplicadas. 

Ciente disso, convém treinar um olhar indulgente para as falhas alheias. 

Não se trata de tentar burlar a incidência da justiça divina, sempre perfeita. 

Mas de não valorizar em excesso a sombra e a dor e de compreender a falibilidade natural do ser humano. 


Pense nisso!

Redação do momento Espírita 




A maior Dor 

Qual é a maior dor? 

Você já pensou nisso? 

Um jovem deixou um bilhete aos familiares, pouco antes de cometer suicídio, e expressou no papel o que estava sentindo. 

Disse ele que a maior dor na vida não é morrer, mas ser ignorado. 

É perder alguém que nos amava e que deixou de se importar conosco. É ser deixado de lado por quem tanto nos apoiava e constatar que esse é o resultado da nossa negligência. 

A maior dor na vida não é morrer, mas ser esquecido. É ficar sem um cumprimento após uma grande conquista. É não ter um amigo telefonando só para dizer "olá". 

É ver a indiferença num rosto quando abrimos nosso coração. 

O que muito dói na vida é ver aqueles que foram nossos amigos, sempre muito ocupados quando precisamos de alguém para nos consolar e nos ajudar a reerguer o nosso ânimo. 

É quando parece que nas aflições estamos sozinhos com as nossas tristezas. 

Muitas dores nos afetam, mas isso pode parecer mais leve quando alguém nos dá atenção. 

É bem possível que esse jovem tenha tido seus motivos para escrever o que escreveu. 

Todavia, em nenhum momento deve ter pensado naqueles que o rodeavam.

Se pudesse sentir a dor de um coração de mãe dilacerado ante o corpo sem vida do filho amado... 

Se pudesse experimentar o sofrimento de um pai que tenta, em vão, saber do filho morto o que o levou a tamanho desatino... 

Se sentisse o desespero de um irmão que busca resposta nos lábios imóveis do ser que lhe compartilhou a infância... 

Se pudesse suportar, ainda que por instantes, a dor de um amigo sincero a contemplar seus lábios emudecidos no caixão, certamente mudaria seu conceito sobre a maior dor. 

Se você pensa que está passando pela maior dor que alguém pode experimentar, considere o seguinte: 

Uma mãe que chora sobre o corpo do filho querido que foi alvo das bombas assassinas, em nome das guerras frias e cruéis. 

Uma criança debruçada sobre o corpo inerte da mãe atingida por granadas mortíferas.

Um órfão de guerra que é obrigado a empunhar as mesmas armas que aniquilaram seus pais... 

Um pai de família que assiste o assassinato dos seus, de mãos amarradas. 

Enfim, pense um pouco nessas outras dores... 

Pense um pouco nos tantos corações que sofrem dores mais amargas que as suas. 

E se ainda assim você estiver certo de que a sua dor é maior, lembre-se daquela mãe que um dia assistiu a crucificação do filho inocente, sem poder fazer nada. 

Lembre-se também daquele que suportou a cruz do martírio mas não perdeu a confiança no pai, que tudo sabe. E se ainda assim você achar que é o maior dos sofredores, considere que talvez o egoísmo esteja prejudicando a sua visão. 

Pense nisso! 

Descobrir qual é a maior dor, é muito difícil. Mas a maior decepção é fácil de deduzir. 

É a daqueles que se suicidam pensando que extinguirão a vida e com ela todos os problemas. 

Esses saem do corpo, mas, indubitavelmente, não saem da vida e, muito menos, acabam com os problemas. 

Portando, por mais difícil que esteja a situação, nunca vale a pena buscar essa porta falsa, chamada suicídio. 

É importante lembrar sempre: por mais escura e longa que seja a noite, o sol sempre volta a brilhar. 

E por mais que pensemos estar na solidão, temos sempre conosco um amigo fiel e dedicado que jamais nos abandona: o Meigo Rabi da Galiléia. 

(Redação do momento espírita, baseado em mensagem volante sem menção do autor) 




ESPIRITUALIDADE


 
Ser forte

Ser forte é amar alguém em silêncio;

Ser forte é irradiar felicidade quando se é infeliz;

Ser forte é tentar perdoar alguém que não merece perdão;

Ser forte é esperar quando não se acredita no retorno;

Ser forte é manter-se calmo num momento de desespero;

Ser forte é demonstrar alegria quando não se sente;

Ser forte é sorrir quando se deseja chorar;

Ser forte é fazer alguém feliz quando se tem o coração em pedaços;

Ser forte é calar quando o ideal seria gritar a todos a sua angustia;

Ser forte é consolar quando se precisa de consolo;

Ser forte é ter fé naquilo que não se acredita;

Por isso mesmo diante da dura realidade e por mais dificil que a vida possa parecer:

AME-A e... SEJA FORTE!!!!

A palavra de duas letras mais egoista... EU
Evite-a.

A palavra de três letras mais venenosa... EGO.
Elimine-a.

A palavra de quatro letras mais usada... AMOR.
Pratique-o.

A palavra de seis letras mais rápida... FOFOCA.
Ignore-a.

A palavra de seis letras mais necessária... PERDÃO.
Aplique-o.

A palavra de três letras mais satisfatória... NÓS.
Use-a.

A palavra de nove letras mais agradável... HUMILDADE.
Aprenda-a .

A palavra de nove letras mais essencial... CONFIANÇA.
Tenha fé....

A palavra de cinco letras mais amorosa JESUS... 
SIGA-O, IMITE-O...


Autor: Desconhecido
Site: www.mensagemespirita.com.br





Não se deixe Desestimular 

No seu aprendizado diário, na caminhada necessária para a evolução, você encontra empeços variados ao longo do caminho, que parecem destinados a lhe desanimar no longo percurso.

Muitas vezes você encontra os chamados inimigos gratuitos, os amigos faladores que o deixam em situações difíceis.
Outras vezes se depara com enfermidades físicas, com as deficiências de caráter de tanta gente, o que lhe provoca profunda tristeza, pois são companheiros que não movem uma palha em seu favor, embora ocupem seu tempo sempre que encontram a mínima dificuldade.

Você tem à sua volta a inflação que cresce e os ganhos materiais que parecem não acompanhá-la, o que lhe faz pensar que quanto mais trabalha menos ganha e gasta mais.

Você costuma ver desmoronar os mais acalentados sonhos domésticos, sem se sentir no direito de fugir.

Desmoronam os anseios do cônjuge atencioso e afetuoso; dos filhos estudiosos, responsáveis, respeitosos; da família companheira capaz de suprir você de energias nas horas apertadas para o seu coração.

Como se não bastasse, ainda surge a indiferença que o faz sentir-se solitário no mundo, sem qualquer apoio ou sustentação moral.

Contudo, seja qual for a luta que lhe caiba, seja qual for o testemunho que tenha de enfrentar, não se deixe desestimular, não se permita o abatimento.

Você não é vítima da vida.

Encontra-se unicamente em processo de reeducação, tendo oportunidade de acertar-se com a vida que um dia desrespeitou em vários de seus aspectos.

Você que conhece Jesus, ou que um dia ouviu sobre a Lei de causa e efeito, deve raciocinar que o bem ou o mal semeado na vida, da vida será colhido, e o seu desconsolo ou o seu desalento em nada colaborará para a resolução dos seus problemas.

Você deverá, então, aprender a analisar melhor as situações pelas quais tenha que passar. Deverá aprender a perdoar, a compreender, a respeitar diferenças, a falar menos, a penetrar melhor as razões das coisas, a condenar menos, a ser mais indulgente.

O tempo implacável não pára. Assim, se você o aproveitar para aprender a crescer e ser feliz, ele o abençoará com expressiva claridade.

Caso o desperdice, recolhendo-se à maldição do desânimo ou à fuga, verdadeiramente terá lançado fora o mais expressivo tesouro que nos é oferecido pelo Criador, para que nos façamos ricos e felizes: o tempo.

Não se perca nas teias do desestímulo. Confie sempre em Deus, que lhe dá sempre o melhor, dando-lhe chances de brilhar e ser feliz.

Os obstáculos que surgem no seu caminho, não são para impedir seus passos, são desafios para serem superados.

Cada vez que você consegue vencer uma dificuldade, sai dela mais fortalecido e mais confiante.

Assim, não se deixe, jamais, desestimular em circunstância alguma, pois Deus confia no seu poder de vencer os impedimentos e vencer-se a si mesmo.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 10 do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira 

Médium: Raul Teixeira 


ESPERANÇA E FÉ

Deus fala com Você


Eram aproximadamente 22 horas quando um jovem começou a dirigir-se para casa. Sentado no seu carro, ele começou a pedir: “Deus! Se ainda falas com as pessoas, fale comigo. Eu irei ouvi-lo. Farei tudo para obedecer-lhe”.
Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho: “Pare e compre um galão de leite”.
Ele balançou a cabeça e falou alto: “Deus? É o Senhor?”. Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa. Porém, novamente, surgiu o pensamento: “Compre um galão de leite”.

O jovem pensou em Samuel e como ele não reconheceu a voz de Deus, e como Samuel correu para Eli.

Isso não parece ser um teste de obediência muito difícil... Ele poderia também usar o leite.

O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa. Quando ele passava pela sétima rua, novamente ele sentiu um pedido: “Vire naquela rua”. Isso é loucura... – pensou – e, passou direto pelo retorno.

Novamente ele sentiu que deveria ter virado na sétima rua. No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela sétima rua.

Meio brincalhão, ele falou alto: “Muito bem, Deus. Eu farei”.

Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Ele brecou e olhou em volta. Era uma área mista de comércio e residência. Não era a melhor área, mas também não era a pior da vizinhança. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das casas estava escura, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa.

Novamente, ele sentiu algo: “Vá e dê o leite para as pessoas que estão naquela casa do outro lado da rua”.

O jovem olhou a casa. Ele começou a abrir a porta, mas voltou a sentar-se. “Senhor, isso é loucura. Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?” Mais uma vez, ele sentiu que deveria ir e dar o leite.

Inicialmente, ele abriu a porta... “Muito Bem, Deus, se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas. Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem. Eu quero ser obediente. Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não responderem imediatamente, eu vou embora daqui”.

Ele atravessou a rua e tocou a campainha. Ele pôde ouvir um barulho vindo de dentro, parecido com o choro de uma criança. A voz de um homem soou alto: “Quem está aí? O que você quer?”

A porta abriu-se, em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta. Ele desconhecido em pé na sua soleira. “O que é?” O jovem entregou-lhe o galão de leite. “Comprei isto para vocês”. O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto.

A mulher pegou o leite e foi para a Cozinha. O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava. Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando: “Nós oramos. Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso dinheiro havia acabado. Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas orei e pedi a Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite”.

Sua esposa gritou lá da cozinha: “Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco... Você é um anjo?”

O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o na mão do homem.

Ele voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face. Ele experimentou que Deus responde os pedidos.

Quanto tempo você leva para parar um pouquinho e ouvir Deus?


Autor: Desconhecido




Deus Faz

É verdade, na vida, Deus Faz

Mas você pode colaborar:

Só "Deus" pode criar

mas você pode valorizar o que Ele criou.

Só "Deus" pode dar a vida

mas você pode transmiti-la e respeitá-la.

Só "Deus" pode dar a saúde

mas você pode orientar e guiar.

Só "Deus" pode dar a fé

mas você pode dar o seu testemunho.

Só "Deus" pode infundir esperança

mas você pode restituir a confiança ao irmão.

Só "Deus" pode dar o amor

mas você pode ensinar o seu irmão a amar.

Só "Deus" pode dar a paz

mas você pode semear a união.

Só "Deus" pode dar a alegria

mas você pode sorrir a todos.

Só "Deus" pode dar a força

mas você pode apoiar quem desanimou.

Só "Deus" é o caminho

mas você pode indicá-lo aos outros.

Só "Deus" é a luz

mas você pode fazê-la brilhar

aos olhos dos seus irmãos.

Só "Deus" é a vida

mas você pode restituir aos outros

o desejo de viver.

Só "Deus" pode fazer milagres

mas você pode ser aquele que trouxe

os cinco pães e os dois peixes.

Só "Deus" pode fazer o que parece impossível

mas você pode fazer o possível.

Só "Deus" se basta a si mesmo

mas ele preferiu contar com você.


Autor: Desconhecido

LIÇÕES DE VIDA

Alguém está vendo Você

Certa vez, um homem resolveu invadir os campos de um vizinho para roubar um pouco de trigo. "Se eu tirar um pouco de cada campo, ninguém irá perceber", pensou. "Mas reunirei uma bela pilha de trigo." Então ele esperou pela noite mais negra, quando grossas nuvens cobriam a lua, e saiu às escondidas de casa, levando consigo sua filha mais nova.

– Filha – ele sussurrou – , fique de guarda para o caso de alguém aparecer.

O homem entrou silenciosamente no primeiro campo e começou a colheita. Logo depois, a criança gritou:

– Papai, alguém está vendo você!

O homem olhou em volta, sem ver ninguém; juntou então o trigo roubado e seguiu adiante para o segundo campo.

– Papai, alguém está vendo você! – gritou a criança de novo.

O homem parou e olhou em volta, mas não viu qualquer pessoa, por isso amarrou o trigo roubado e esgueirou para o último campo.

– Papai, alguém está vendo você! – gritou a criança novamente.

O homem parou a colheita, olhou para todos os lados e, mais uma vez, não viu pessoa alguma.

– Por que você fica dizendo que alguém está me vendo? – perguntou ele zangado. – Já olhei para todos os lados e não vejo ninguém.

– Papai – murmurou a criança – alguém está vendo você lá de cima.

Autor: William J.Bennett



A Menina e o Pássaro Encantado 

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades... 
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão. 

"- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você...". 

E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça. 

"... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes." 

E de novo começavam as estórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre. 

Mas chegava sempre uma hora de tristeza. 

"- Tenho que ir", ele dizia. 

"- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar....". 

"- Eu também terei saudades", dizia o pássaro. 

- Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudades. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar." 

Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite. Imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada. 

"- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz". Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. 

Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro. 

"- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias... Sem a saudade, o amor irá embora..." 

A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo... Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola. 

"- Pode ir, pássaro, volte quando quiser...". 

"- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar..."

E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia. 

"- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...". 

E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos... 

"- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje..." 

Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro. Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar. 

Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama... 

E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: 

"- Quem sabe ele voltará amanhã..." 

E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro. 


Autor: Desconhecido



CHÁ - CULTURA JAPONESA

Chá – Cultura Japonesa

O chá é a bebida mais consumida no mundo e faz parte dos hábitos diários de vários povos. No Japão, o chá integrou-se de tal forma aos costumes e à vida diária que tornou-se sinônimo daquilo que no aroma e paladar sintetiza a essência local. Cristiane A. Sato, colaboradora do Cultura Japonesa e inveterada apreciadora de chás, explica neste artigo o que é o chá japonês, e como ele faz parte não apenas de hábitos cotidianos, mas também o grau de simbologia e significado que ele tem no comportamento social japonês.

O que é e de onde vem o chá?

Existem chás e “chás”. Um problema de nomenclatura dificulta distinguir uns dos outros (algo que será esclarecido mais adiante). No momento, o importante é reter a seguinte informação: o chá “comum” – o chá preto, que se compra nos supermercados em saquinhos individuais dentro de caixinhas de papel, ou em folhinhas secas soltas dentro de latinhas, são folhas de um arbusto originário da China, que produz flores parecidas com camélias. Por isso este arbusto tem o nome científico de Camellia sinensis, que em latim significa “camélia da China”. É basicamente dessa planta que vem a maioria dos tipos de chá propriamente ditos. A Camellia sinensis é o chá.


Há uma lenda chinesa diz que no ano de 2737 a.C. o imperador Shen Nung teria descoberto o chá de modo acidental. O imperador – um filósofo que por razões de higiene só bebia água fervida – estava descansando perto de uma árvore de chá quando algumas folhas caíram no recipiente em que ele havia posto água para ferver. Ao invés de tirar as folhas, ele as observou, viu que elas produziram uma infusão, decidiu prová-la, e achou a bebida saborosa e revitalizante. Assim, conta-se na China, é que foi “descoberto” o chá. Não há registros históricos ou provas de que tenha sido efetivamente desta forma ou de que foi o imperador Shen Nung o “descobridor” do chá, mas é fato que os chineses já produziam e bebiam chá desde a Antigüidade.

Uma das primeiras referências escritas sobre o chá data do século III a.C., quando um famoso médico chinês da época recomendou a um general que se sentia velho e deprimido que tomasse chá – o que indica que já na época conhecia-se as propriedades de aumento de concentração e vivacidade que o chá proporciona – e este general escreveu a um sobrinho pedindo que lhe arranjasse chá de boa qualidade. Registros indicam que na China antiga o chá não era propriamente cultivado em grandes plantações nem era uma bebida popular – era quase sempre preparado como tônico ou medicamento com folhas tiradas de arbustos selvagens. Nos séculos subseqüentes as propriedades do chá tornaram-se famosas e a procura pelo produto cresceu. Nos séculos IV e V d.C. já haviam grandes plantações no vale do Rio Yangtze (também chamado de Rio Amarelo) e haviam vários tipos de chá: dos refinados, que eram ofertados ao imperador como presente, aos populares. Há registros de que folhas de chá prensadas foram usadas em em 476 d.C. como moeda de troca com os turcos na fronteira ocidental da China.

O chá chega ao Japão 

O registro mais antigo sobre o chá no Japão data do ano de 729. Monges budistas tinham ido à China estudar por vários anos (neste período o contato oficial entre China e Japão era freqüente e monges budistas atuavam como emissários da corte). No retorno, trouxeram chá e o presentearam ao imperador Shōmu. Atribui-se ao monge Saichō, fundador da escola Tendai, a introdução do cultivo do chá no Japão no ano de 805. 

Diferentemente do que hoje se pode imaginar, o chá demorou a ser popularizado no Japão. Por volta do ano de 890, a corte imperial japonesa suspendeu as missões oficiais que enviava há dois séculos à China, e as relações entre ambos os países se deterioraram. Sendo um produto chinês, o chá parou de ser bebido na corte. Assim, durante muito tempo, o chá foi considerado um medicamento e reservado a poucos privilegiados. Apenas no século XII, por iniciativa do monge zen-budista Eisai, o chá começou a se tornar mais popular nos mosteiros entre os monges, que o tomavam porque isso os fazia permanecer acordados durante as longas sessões de zazen (meditação sentada). Outro monge budista da época, Myōe, iniciou o cultivo de arbustos de chá em Uji, região de Kyoto, para suprir os mosteiros (até hoje Uji é famosa região produtora de chá no Japão). 

O advento dos shōguns da Família Ashikaga a partir de 1336 mudou o modo pelo qual os japoneses viam o chá. Em especial o oitavo shōgun Ashikaga, Yoshimasa (1435-1490), um apreciador das coisas chinesas e do zen-budismo, gostava de chá e transformou o ato de tomá-lo num tipo de cerimônia, incentivando as classes guerreiras a adotar o hábito de beber chá. O exemplo do shōgun ajudou a espalhar o hábito do chá também na corte imperial e em outras ordens monásticas budistas, criando um grande público de apreciadores de chá no Japão. Mas foi o poderoso daimyō Hideyoshi Toyotomi (1536-1598) quem transformou o antes informal rito de beber chá numa verdadeira cerimônia – o chanoyu. 


Na China antiga houve rituais relacionados ao processo de se beber chá, mas que caíram em desuso com o correr do tempo. No Japão, entretanto, o costume de chá desenvolveu-se junto com as escolas e crenças budistas locais, o que levou o ato de beber chá a evoluir para uma cerimônia complicada e única. No século XVI destacou-se o poeta Jōō Takeno (1502-1555), mestre de cerimônia do chá que inventou vários utensílios – alguns ainda hoje usados no chanoyu – e que foi professor de outro importante mestre, Sen no Rikyū (1522-1591) a quem se atribui a criação do chashitsu – a “casinha” onde se executa a performance da Cerimônia do Chá. Em função do chanoyu, uma forma específica de arte se desenvolveu no Japão, que influenciou as artes decorativas e utilitárias como a cerâmica, a laca, a arquitetura e o paisagismo de jardins. 

No período Edo (1603-1867) o hábito do chá espalhou-se entre os ricos comerciantes e não demorou muito para também cair no gosto das pessoas mais simples, tornando-se desde então um hábito efetivamente popular. Nessa época o Japão passou por um longo período de isolamento, com os portos fechados a navios estrangeiros, levando o país a desenvolver uma cultura muito própria. Isso também fez com que o chá no Japão fosse cultivado, colhido e processado de um modo diferente do resto do mundo, o que deu à bebida um sabor peculiar e característico. 
Chás e “chás” 

Se chá é a bebida que vem da planta Camellia sinensis, você deve estar se perguntando: “e os outros chás, como o chá de camomila e o chá de erva doce”? 

Aqui precisamos fazer uma pausa para explicar uma questão de nomenclatura. 

Em chinês escrito – e em japonês também – o chá, o da Camellia sinensis, é representado pelo seguinte ideograma: 
茶 

Esse ideograma é lido em mandarim e em japonês como “tchá”, e no dialeto amoy, falado na região de Fujian na China – uma das principais regiões produtoras de chá do mundo – como “tê”. 

O chá chegou à Europa ocidental através de carregamentos vindos da Ásia, e dependendo do dialeto falado nos portos chineses que exportavam o chá, a palavra incorporou-se aos idiomas ocidentais com um som similar ao de sua origem. Assim, o “tê” da região de Fujian virou o thé francês, o te italiano, o tea inglês e oTee alemão. Os portugueses adquiriam o chá em Macau, colônia portuguesa na China onde se falava o dialeto cantonês, que se parece com o mandarim, e assim o “tchá” falado por eles virou o nosso chá. 

Na Europa ocidental não havia o chá propriamente dito – por isso importava-se e até hoje importa-se o produto. Mas haviam outras ervas e frutas locais das quais se podiam produzir infusões, como a hortelã, a camomila, a erva doce, a maçã, a pera e frutinhas vermelhas como amoras e morangos, que obviamente têm sabor e propriedades diferentes da Camellia sinensis. Mas como o processo de se obter a bebida é o mesmo – ferver uma planta em água – tudo quanto é tipo de infusão em água quente passou a ser popularmente chamado de “chá”. Assim, as infusões herbais e as infusões de frutas, embora não fossem de chá propriamente ditas, também passaram a ser chamadas de “chá”. 

Não se trata de uma questão meramente lingüística. O chá, o da Camellia sinensis, possui cafeína – um estimulante da atividade cardiovascular e da circulação sangüínea – mas diferentemente da cafeína do café, que é rapidamente absorvida pelo corpo, a cafeína do chá é absorvida de forma mais lenta. A cafeína em si não é prejudicial à saúde – muito ao contrário, é bastante recomendada desde que não tomada em excesso. E é curioso observar que tamanha é a complexidade da composição química da Camellia sinensis, que é impressionante constatar a variedade de sabores e aromas que um só tipo de planta pode gerar. As infusões herbais em geral não têm cafeína, não possuem um leque de sabor e aroma tão variado quanto o chá, e via de regra são adocicadas e suaves (mas há, decerto, infusões amargas bastante populares como a de boldo e do mate). 

Existe uma “dica” lingüística que nos permite diferenciar um chá de uma infusão herbal. Nas infusões herbais, a palavra “chá” é sempre seguida da expressão “de alguma coisa”. Por isso nas embalagens lê-se “chá de camomila”, “chá de boldo”, “chá de maçã”, etc. O mate é um caso à parte (embora muitos achem que o mate é chá, ele é uma erva diferente, e o correto é não usar nas embalagens de mate a palavra “chá”: mate é só “mate”). 

Os chás, os derivados da Camellia sinensis, são descritos por tipo ou apelidados de acordo com sua origem, e nas embalagens não se usa a expressão “de”. Assim, o chá pode ser descrito pelo tipo como “chá verde”, “chá oolong” (fala-se “úlon”) ou “chá preto”. Tipos de chá que foram apelidados em função da origem são, por exemplo, “chá assam”, “chá darjeeling”, “chá nilgiri” (nomes de regiões da Índia). Existem também algumas misturas (chás de tipos diferentes misturados entre si e/ou com elementos aromatizantes) como “English Breakfast” e “Earl Grey”. 

Apenas para se ter uma idéia da variedade de chás e de infusões herbais e de frutas existentes, a Mariage Frères, renomada casa francesa especializada em chás desde 1854, trabalha com 300 tipos de chás e infusões do mundo inteiro. 
Chá correndo nas veias 

Lafcadio Hearn, jornalista e escritor americano, foi para o Japão em 1889 para escrever sobre o país. Acabou naturalizando-se japonês, casou-se com uma japonesa, adotou um nome japonês – Yakumo Koizumi – e lá viveu até morrer em 1904. Em seus primeiros escritos, Hearn descrevia os japoneses como “um povo de bebedores de chá”. Ele demonstrava espanto com a freqüência com que as pessoas em geral tomavam chá no país – dependendo da pessoa, de quatro a uma dúzia de vezes ao dia (os ingleses, também famosos pelo hábito de beber chá, quando muito o faziam três vezes ao dia). E demonstrava curiosidade e alguma dificuldade em entender a relação que os japoneses têm com a bebida. Hearn descreveu um encontro que teve com um amigo japonês, que o convidou para ir a sua casa para tomar um chá. Ao chegar à casa do amigo, sentaram-se a uma mesa baixa no quarto de tatamis, próximos à janela, e ficaram sem dizer nada um ao outro por quase uma hora, apenas bebendo chá e vendo a vida passar. Coisa estranha.Ao se despedir do amigo, Hearn temeu ter sido desagradável ou pouco educado por ter permanecido quieto durante o encontro, dado sua condição de recém-chegado ao país e limitações com o idioma, e achou curioso quando o amigo lhe disse que aquele tinha sido um bom encontro, e que gostaria que ele voltasse na semana seguinte. Posteriormente, quando seu vocabulário melhorou, Hearn comentou com o amigo: “Mas não pudemos conversar”. “Ao contrário, foi uma ótima conversa”, respondeu o amigo. De modo resumido, foi assim que ele descreveu um curioso hábito japonês: as conversas silenciosas através do chá. 

Japoneses, de fato, bebem muito chá. Diferentemente dos brasileiros em geral, que vêem o chá mais como um tipo de medicamento homeopático, os japoneses vêem o chá como os brasileiros vêem o cafezinho. Bebem chá porque gostam de seu sabor, e não porque o chá faz bem à saúde – isso é secundário. Foi pelo hábito que o chá foi incorporado ao cotidiano nipônico. 

O chá é simbolo de cortesia e hospitalidade entre os japoneses. Servir aos visitantes uma tacinha de chá quente, ou um copo de chá gelado nos dias quentes, é uma regra de etiqueta universal entre os japoneses em casa, nos escritórios e nos restaurantes tipicos. O bom visitante não recusa o chá, nem vai embora sem sequer prová-lo. Em algumas celebrações familiares servem-se os chás de melhor qualidade, como na primeira refeição do Ano Novo e aos visitantes no shogatsumikan (tangerina japonesa) com as pernas sob um kotatsu(mesa baixa com saia acolchoada e aquecimento) – um costume aconchegante e saboroso que ajuda a prevenir a gripe. Chá é sempre servido a todos ao final de missas fúnebres no rito budista. Mesmo em costumes importados, o chá está presente – nesses casos, o chá preto, “sinônimo” de ocidente. É comum os japoneses comemorarem festas de aniversário e Natal com chá, bolo e sanduíches de pepino. Mas o chá para os japoneses é também, como o próprio Lafcadio Hearn deve ter aprendido, um meio de comunicação e um objeto de veneração. Permitam-me citar um caso particular que ilustra como ocorre uma “conversa silenciosa através do chá”. (período de comemorações do Ano Novo). Um hábito típico de inverno é tomar chá comendo 

Em 1998 meu avô, em fase terminal de câncer, teve de ser internado e passei seus últimos dias com ele. Embora fosse uma situação gravíssima, ele estava lúcido e permanecia boa parte do dia acordado. Levei tudo que pude para que ele se sentisse confortável no hospital: roupas, produtos de higiene pessoal, travesseiros, um edredom, chá verde de boa qualidade e toda a parafernália (conjunto de bule e copos de porcelana, bandeja de laca e uma garrafa elétrica japonesa que ferve e mantém a água aquecida). 



Numa tarde um senhor de idade, cunhado de meu avô, veio visitá-lo. Eles se cumprimentaram e enquanto se acomodavam fiz um chazinho e servi como de costume. Meu avô sentou-se na cama, o senhor sentou-se numa cadeira de frente para ele, e eu me sentei num sofá encostado à parede. Mas assim que começaram a tomar chá, pararam de se falar. Achei estranho, pois como havia tempos que ambos não se encontravam, pensei que iriam querer bater papo… mas nada. Às vezes se olhavam, para em seguida olhar para o copo nas mãos, na altura do colo, e beber um golinho – e fazer isso de novo, e de novo. Interrompi esse silêncio ritmado só uma vez, para perguntar se queriam mais chá. Murmuraram que não, indicando que estavam bem. E voltaram a ficar quietos, bebericando o chá que restava nos copos, enquanto olhavam para a janela e ouviam o vento frio passar lá fora. 

Comecei a perceber que havia um princípio, um “código” por trás daquele comportamento, e que ambos o compreendiam. Havia uma conversa em andamento, mas sem o uso de palavras: as expressões de seus rostos e gestos sutis, como a postura semi-formal de como se sentaram, o modo se segurar os copinhos nas mãos, o ritmo ao beber e olhares que não se encontram. Percebi que eles estavam se despedindo, e que o chá era parte daquele “código”. É estranho, mas se tivessem dito algo, não teria sido tão comovente. Me senti uma “grossa” por tê-los interrompido. Relatar isso não parece grande coisa, mas imagine-se ficar naquela situação por 5 minutos. É difícil. No total, aquela visita silenciosa durou mais de 20 minutos. 

De repente, o senhor curvou a cabeça, dando a entender que ele tinha que ir. Ele trocou algumas palavras com meu avô, e se foi. Eu nunca havia me dado conta de como o simples silêncio e a contemplação num dos momentos mais duros porém inevitável da existência incomodava meu ocidentalizado e ruidoso modo de agir e pensar. Aquela visita me ensinou coisas que dificilmente eu aprenderia de outra maneira. Meu avô faleceu 3 dias após esse encontro. Ele, que durante a vida muito me ensinou sobre herança cultural sendo apenas ele mesmo, em seus últimos dias ainda foi capaz de me ensinar mais, encarnando a postura corajosa, digna e serena diante da morte tida como ideal pelos japoneses. E passei a compreender a dificuldade que Lafcadio Hearn sentia ao tentar explicar a profunda relação cotidiana que os japoneses têm com o chá. 
Os chás japoneses 


A Camellia sinensis é uma plantinha sensível. No Japão planta-se chá em várias regiões – em especial da região central da ilha de Honshu para o sul, pois nessas regiões o clima tende a ser mais quente e úmido. No Japão o chá é plantado em longas e organizadas fileiras, e quando os arbustos ficam carregados de folhas a paisagem se cobre de “gomos” cor verde-bandeira. A colheita começa na primavera, e as folhas são colhidas à mão, com a ajuda de uma tesoura manual ou elétrica. Logo que é tirada do arbusto, a folha de chá entra em pro cesso de fermentação – em poucos dias a folha muda do verde vivo para castanho – e de acordo com o grau de fermentação, o sabor do chá muda. Quando se fala em chá verde não se quer dizer que a cor do chá é necessariamente verde, mas sim que esse tipo de chá não é fermentado (os chás do tipo oolong são semi-fermentados, e os chás pretos são os bem fermentados). Todos os chás típicos do Japão são verdes, o que quer dizer que o processamento das folhas é feito rapidamente, para evitar o processo de fermentação natural. O que dá aos chás japoneses seu sabor característico é o fato de que as folhas são passadas no vapor, o que evita a oxidação, preserva a cor natural da folha e um sabor suave de fundo amargo. Em seguida, as folhas são enroladas, desidratadas e posteriormente picadas ou moídas, transformando-se no chá que compramos nas lojas. Nenhum dos chás japoneses são tomados com leite ou creamer (líquido ou pó para neutralizar o fundo amargo de cafés e chás pretos). 
Os chás tipicamente japoneses: 
Gyokuro – conhecido como “orvalho precioso” ou “jóia do chá verde”, é o chá da mais alta qualidade e produz um néctar amarelo vivo, muito aromático, pouco amargo e com traços adocicados. As folhas, mesmo desidratadas, são de um verde vivo devido a cuidados especiais antes mesmo da colheita (os arbustos para a produção do gyokurocha são cobertos com telas para evitar o sol direto, e o chá é produzido com os brotos das folhas, que são mais tenras que as folhas mais desenvolvidas). Esses cuidados fazem com que ogyokurocha seja muito caro, e ele é servido apenas em ocasiões especiais, tanto quanto os saquês de alta qualidade. 

Matcha – é o chá usado nas Cerimônias do Chá, que também é tomado em ocasiões informais e servido em casas de chá estilo tradicional. É um chá bem diferente dos produzidos no resto do mundo porque ele é em pó (a própria folha do chá é transformada num pó bem fino e bem verde). Assim, enquanto nos demais chás o néctar é resultado de uma infusão de folhas desidratadas e picadas de chá, no matcha a folha inteira transformada em pó é dissolvida em água quente. Para se preparar o matcha é necessário bater o pó com um pincel de bambu misturando-se a água aos poucos numa tigela, formando um líquido verde, de aparência densa, e espumante. É um chá extremamente amargo (o que o torna um pouco difícil de bebê-lo puro) e por isso, quando se quer tomá-lo em uma ocasião qualquer que não numa Cerimônia do Chá, come-se um doce junto (são recomendados os doces tradicionais de mochi com recheio de feijão azuki). Adoçar o matcha com um pouco de açúcar ou adoçante é algo que é mal visto pelos apreciadores tradicionalistas, mas há muita gente que o toma adoçado. O sabor único do matcha adoçado é tão popular entre os japoneses que ele vem sendo bastante usado em balas, doces, mousses, bolos e sorvetes. 

Sencha – chá de qualidade média, é feito com as folhas do auge da safra (80% da produção de chá do Japão destina-se ao sencha, que é uma preferência nacional). Ele produz um néctar amarelo, de sabor levemente amargo e aromático. Trata-se de um chá equilibrado, de sabor agradável, tomado várias vezes ao dia em casa e comumente servido nos escritórios e restaurantes. Há uma grande variedade de marcas e preços desencha, mas como a qualidade média do chá é boa, dificilmente se erra na compra. 

Bancha – também conhecido como “chá de colheita tardia”, ele é feito com as folhas do final da safra, maiores e um pouco duras. Era antigamente considerado o chá mais popular e barato, por produzir um néctar amarelo claro de sabor mais fraco que osencha. O sabor mais discreto do bancha o tornou o preferido de idosos e crianças, e isso fez com que este tipo de chá fosse revalorizado nos últimos anos no Japão. 

Kukicha – é o bancha picado com galhinhos das folhas. Possui as mesmas características do bancha. 

Houjicha – é chá verde japonês torrado. O houjicha foi inventado em 1920 por um comerciante de chá de Kyoto, e existem duas versões sobre como esse chá surgiu. A primeira é a de que o dito comerciante tinha um estoque de folhas de chá velhas, decidiu torrá-las para aproveitá-las e criou um novo sabor de chá. Na segunda, ohoujicha surgiu de forma menos intencional, quando o armazém do comerciante sofreu um incêndio. Por ser torrado, o néctar do houjicha é castanho claro, de sabor fraco, do qual se sente um pouco do aroma de torradinho. 

Genmaicha – Genmai significa “arroz integral”. É uma mistura curiosa: bancha com grãos de arroz torrados e pipoquinhas de arroz. O resultado é um chá verde com um leve aroma torrado e ligeiro sabor salgado, que dá a impressão de se “beber pipoca”. É um chá interessante, apreciado mesmo por aqueles que não gostam muito de chá. Aliás, o genmaicha combina bem com pipoca numa tarde chuvosa em frente à tevê. 

Mugicha – Embora tenha o ideograma de “chá” no nome, trata-se de uma infusão de cevada. Muito popular no Japão, o mugicha é bastante consumido gelado no verão. Seu sabor é refrescante, leve, com discreto fundo amargo. Não contém cafeína e ajuda o corpo a se manter equilibradamente hidratado quando o clima está muito quente. 

Chazuke – Tem nome de chá, mas é um prato salgado muito popular no Japão – e um modo peculiar de se tomar chá. Trata-se de uma porção de gohan (arroz branco japonês cozido) servida em um chawan (tigela grande para beber chá), à qual se acrescenta uma mistura pronta de temperos e chá verde quente. O resultado é um ensopado de arroz com chá saboroso, comido diretamente da própria tigela com a ajuda dehashis (palitinhos para se servir). De acordo com a etiqueta japonesa – aplicada inclusive na Cerimônia do Chá – toma-se o chazuke fazendo-se barulho. 

Observação: o sencha, o bancha, o kukicha e o houjicha são tomados sem ser adoçados, a qualquer hora, durante ou após as refeições. São bons para acompanhar sushis (há restaurantes no Japão que só servem chá e saquê para acompanhar sushis, e há gourmets tradicionalistas que acham que sushi com cerveja ou refrigerante é um crime gastronômico), mas também são tomados com salgadinhos, biscoitos e doces. São recomendados biscoitos típicos, como os norimaki senbei (biscoito de arroz com um toque de molho de soja envolto em folha de alga marinha) e os yuki no yane (“telhado de neve”, biscoito de arroz levemente salgado com uma cobertura de açúcar), e doces como manju (bolinhos de massa assada com recheio de feijão azuki) e dorayaki (panquequinhas com recheio de feijão azuki).