terça-feira, 15 de outubro de 2013

Palestra do Rev.Onishi Akio - Solo Sagrado de Hakone/Japão - 2013

Palestra do Reverendo Onishi Akio realizada no Solo Sagrado de Hakone/Japão / 2013


A Respeito de Meishu-Sama

No ano de 1923, Meishu-Sama previu a ocorrência do grande terremoto de Tóquio. Após isso, percebeu que havia alcançado o Estado de Suprema Elevação Espiritual e assim começou a empenhar-se com toda força em prol da verdadeira felicidade das pessoas.

Caligrafias “Genshin” autoria de Meishu-Sama.

Gostaria de seguir falando sobre este episódio. Esta é uma caligrafia de Meishu-Sama cujo escrito é Genshin (Gen = Atualidade – Shin=Deus) e ela pertence a um Reverendo da nossa igreja. Por algum tempo eu olhei para ela e pensei: O que será está caligrafia? O que será que está escrito? Perguntei então ao meu superior, que me disse: Está escrito Genshin. Eu pensei que não existia esta leitura para aqueles ideogramas. Contudo, posteriormente encontrei um arquivo, onde havia um registro daquela leitura para tais ideogramas.

Quando chegou o dia 1 de Setembro de 1934, antes de Meishu-Sama fundar a Igreja Messiânica Mundial, ele estabeleceu a Sede em Tóquio na Província de kojimati bairro de Hirakawa. Após a Cerimônia de Entronização, houve uma comemoração onde Meishu-Sama ofereceu uma refinada festa aos membros presentes. Nós membros, recebemos isso com muita gratidão, nos motivando ainda mais a dedicarmos na Obra Divina, como retribuição a Meishu-Sama.

Naquela ocasião o dedicante que fazia os relatórios, Okaniwa Shinjiro, era o mais próximo de Meishu-Sama, e recebeu das suas mãos a pintura do Monte Fuji e a caligrafia que foi agora apresentada. Nestes registros, havia a explicação da caligrafia com letras que mostravam sua leitura como “Akitsukami” onde Meishu-Sama orientava a colocar numa moldura e pendurar na parede para que pudesse fazer as orações matinais e vesperais diante dela. Meishu-Sama explicou que escrevendo a palavra Gen e a palavra Shin, dava a caligrafia o significado de Manifestação de Deus, ou seja, escrevendo em outra ordem, significa que Deus se manifestou. Consultando o dicionário, descobri que havia a leitura de Utsusomi no Kami, quando o segundo ideograma era substituído pelo ideograma de corpo.

Meishu-Sama estava nos ensinando que Deus surgiu. “Deus surgiu neste mundo num corpo uno com Meishu-Sama”. Além disso, como disse a pouco, ele orientou que está caligrafia fosse colocada num quadro pendurado a parede, para que realizassem as orações matinais e vesperais diante dele. “Tendo o Poder de estar em Estado de União com Deus, salvarei este mundo que está perdido no mal”. Como está escrito no Salmo de Meishu-Sama, exposto no slide. Ele possuiu a Força de Salvar este Mundo que está perdido no mal, graças ao poder de ter entrado em Estado de União com Deus. “Eu, somente eu recebi Deus a grandiosa missão de Salvar á Humanidade”. Mas quem é esse Deus afinal? É o próprio Supremo Deus, Criador do Universo. 

Em meu ventre, está assentado o Supremo Deus (A Luz Divina é emanada para as pessoas através do Ohikari, que é escrito outorgado por mim). Desta forma, Meishu-Sama ensina no Ensinamento: “A Luz que é emanada do Ohikari”, que... ”dentro do meu ventre está assentado o espírito do Supremo Deus, eu apenas empresto meu corpo, ou seja, Deus utiliza-me livremente como seu instrumento. Por isso, eu não preciso orar a nenhum Deus. Orar significa estar separado de Deus, por isso neste ponto para mim é algo muito cômodo, assim sou imensamente grato”. Ou seja, é exatamente como diz o Poema: “Eu, somente eu recebi Deus a grandiosa missão de Salvar á Humanidade”. “A Força Absoluta se manifestará na Terra a partir de agora”. (A Construção do Grandioso Mundo de Luz – Janeiro de 1935). 

Assim a Respeito do Supremo Deus, Meishu-Sama explicou no Ensinamento “A Construção do Grandioso Mundo de Luz proferido no dia 1 de janeiro de 1935 na Cerimônia da Fundação da Igreja”. Sakyamuni pregou a misericórdia, Cristo ensinou o amor, além disso, outros Fundadores de Religiões ensinaram o caminho a muitas pessoas, entretanto, até os dias de hoje, o mundo veio sofrendo em meio a inúmeros sofrimentos e confusões, ou seja, estas Religiões possuíam bastante força, mas não possuíam a Força Absoluta. Ou seja, como não havia força suficiente em suas palavras, acabavam sendo vencidos por Satanás. Finalmente chegou a Era Celestial, onde a Força Absoluta se manifestará na Terra. “A Força do Supremo Deus a qual é a Força Absoluta, uniu-se a Meishu-Sama e está se manifestando neste Mundo”. “Isso é uma Grande Luz, tudo é possível através desta Luz”. (A Construção do Grandioso Mundo de Luz – As Atividades de Luz). 

Continuando, dentro do Ensinamento: “A Construção do Grandioso Mundo de Luz” Meishu-Sama ensina sobre as Atividades de Luz, dizendo que “isso é uma Grande Luz, tudo é possível através desta Luz”. Por exemplo, se Entronizarmos a imagem da Luz Divina em nosso lar, as máculas ali existentes serão dissolvidas e a atuação da força negativa diminuirá gradativamente e, proporcionalmente, diminuirão os acontecimentos de coisas ruins. Começarão a aumentar os bons acontecimentos e, naturalmente, o lar começará a prosperar, finalizando por concretizar nele o Paraíso. “O que escrevo no papel ganha vida e cumpre sua missão de acordo com o que está escrito dobrando-se este papel e utilizando-o como Proteção no Peito, a partir desse momento, a pessoa manifesta a Força para curar Doenças”. (O Salvador) 

Dentro do Ensinamento “O Salvador”, Meishu-Sama ensinava o que ele escrevia e outorgava as pessoas, ganhavam vida. Da mesma maneira é o Ohikari que dobrado e colocado no peito, concede a pessoa que o possui a capacidade de curar Doenças. Os seus sentimentos tornam-se claros e surgem inúmeros milagres. Os infelizes tornam-se felizes e também colocando na parede as Caligrafias outorgadas por mim, através destas letras são emanadas Raios de Luz, o que muitas pessoas vêem. Naturalmente, o lar também se torna claro, os agricultores começam a prosperar nas lavouras e seus lares tornam-se cada vez mais Paradisíaco. Vemos constantes relatos dos membros que comprovam isso, “Todos são unânimes em afirmar isto”. 

Nós recebemos está Força Absoluta e a carregamos em nosso peito, por isso precisamos levantar as mãos e ministrar o johrei o máximo possível, pois recebemos está grandiosa permissão. Além disso, as escritas originais de Meishu-Sama, quando colocadas na parede, transmitem uma grande quantidade de Luz Divina. Está é a forma de salvação desenvolvida por Meishu-Sama por isso precisamos ter está consciência constantemente e colocá-la em prática.


A Residência de Tamayawa 

Assim que fundou nossa Igreja, houve uma grande expansão e a residência de Meishu-Sama ficou pequeno para desenvolver a Obra Divina, por isso ele adquiriu uma nova residência no bairro de Kaminogui, em Tamagawa, e mudou-se para lá.

Nessa residência, Meishu-Sama ministrava johrei a 100 pessoas diariamente. Um doente após outro curado de suas doenças. Naturalmente um grande número de dedicantes aprendia com Meishu-Sama e ministravam johrei a essas pessoas antes que elas o recebessem com ele, e quando estes missionários já estavam preparados eram enviados para várias partes do País para fazer Difusão da Igreja.

Quando iniciou a Segunda Guerra Mundial, um grande ataque americano despejou bombas aéreas no Japão, e segundo um dos dedicantes próximos de Meishu-Sama, o Senhor Hara Kyousaku, ele havia anunciado que gostava muito de Atami e Hakone e que em Hakone, o melhor lugar que existe seria Gora, um local que apreciava muito. Meishu-Sama foi a Gora, acompanhado do Famoso Mestre de Obras Senhor Suzuki Tsurukiti, conhecido como Tsurusan, visitar uma casa de veraneio pertencente ao Senhor Yuuki, que no bairro de Shiroyuki Gakuen, em Hakone, mas esta não o agradou devido ao seu estado de má conservação por isso foi a outra casa que lhe fora sugerida, pertencente ao Senhor Fujiyama Raita, a qual Meishu-Sama demonstrou grande interesse e ordenou a compra dizendo:”Compre esta”! 


Shinzansou – A Terra Divina 

Meishu-Sama escreveu no Ensinamento “A Construção do Paraíso Terrestre no Solo Sagrado da Terra Divina”, que vendo espiritualmente Hakone possuía Montanha Divina cujo local é o centro do mundo. Em 1 de Agosto de 1944, Meishu-Sama mudou-se de Tóquio para Hakone e deu a sua nova residência o nome de: Shinzansou (Solar da Montanha Divina). 

Meishu-Sama sempre preparava um modelo de tudo que desenvolvia na Obra Divina para que através deste modelo, pudesse desenvolver o Plano Divino. Nós que dedicávamos próximo a Meishu-Sama, aprendíamos com sua postura observando constantemente e tentando praticar seguindo sua postura dentro do desenvolvimento das nossas dedicações. 


Os Encontros com Meishu-Sama realizados no Solar da Montanha Divina 

Meishu-Sama permitiu que fosse utilizada uma das salas da sua residência no Solar da Montanha Divina, para a realização de Cultos e Relatórios e Orientações. O relatório do Senhor Mimura Kiiti dizia o seguinte: “Após as orientações de Meishu-Sama, ele sempre permitia que fizéssemos perguntas as quais ele respondia. Ele sempre respondia rápida e claramente a qualquer coisa que lhe era questionado. Isso demonstrava o quanto Meishu-Sama possuía a “Força Absoluta”.

E também, segundo o Senhor Ogawa Eitarou; antes de Meishu-Sama retornar a Gora, ele disse: “A partir de agora, gostaria que passassem a receber dois ienes ao invés de um iene pelo recebimento do johrei”. (naquela época as pessoas pagavam para receber o johrei). Mas naquela época o Senhor Ogawa disse: “Em Tóquio acredito que não há problema em se receber dois ienes pelo johrei, mas no interior onde dedico, será impossível cobrar dois ienes como gratidão das pessoas que recebem o johrei. Pois se o fizer, as pessoas deixarão de vir à igreja”. Não da para cobrar dois ienes! Por isso continuou a cobrar apenas um iene. 

Todos os meses eram enviados os relatórios de johrei ministrados e gratidão oferecida a Meishu-Sama e no relatório do Senhor Ogawa, constava que ele continuava cobrando apenas um iene pelo johrei. Naquela ocasião, o Senhor Ogawa era apenas um iniciante em suas dedicações e seus relatórios como apresentavam números inferiores aos de todos os outros, eram colocados por último e nem sempre chegavam ao conhecimento de Meishu-Sama, mas certo dia devido a um vendaval, poucos dedicantes vieram ao encontro com Meishu-Sama e relatório do Senhor Ogawa foi o primeiro a ser lido. Naquela ocasião, Meishu-Sama exclamou dizendo: “Mas, o que é isto Ogawa? Eu já não havia orientado a aumentar o valor do Donativo pelo johrei para dois ienes? Eu ordenei que fossem dois ienes! Por que você não mudou? Você está fazendo Deus de idiota! A gratidão pelo johrei, quanto mais alto for o valor oferecido, mais rápido será o restabelecimento da pessoa em purificação”. 

Essas palavras de Meishu-Sama não foram a tom alto de voz, foi tão rigorosa fez nossa alma encolher. Quando o Reverendo Ogawa nos contou estes fatos no Johrei Center de Odawara, o Senhor Hosono estava ouvindo e perguntou o seguinte: “Sensei, naquela época quanto valia um iene?” E o Reverendo Ogawa respondeu que com um iene, naquela época era possível pagar a pernoite de um Hotel. Hoje se formos pagar um pernoite de um Hotel custarão pelo menos uns cinco mil ienes. Esse era o valor recebido por um johrei naquela época. Por isso, seria o mesmo que pedir para fazer gratidão de dez mil ienes a partir de então. 

Finalmente, O Reverendo Ogawa entendeu a orientação de Meishu-Sama e passou a cobrar dois ienes pelo johrei. Mas ao contrário do que ele imaginava, ao invés de diminuir o número de pessoas que vinham receber o johrei, aumentou consideravelmente, pois o número de pessoas que recebiam graças não parava de crescer e muitas pessoas vinham receber johrei. Quanto maior for o Donativo de Gratidão pelo recebimento do johrei, maiores serão os seus resultados. Bem, no mês de maio de 1944, com o final da Segunda Guerra Mundial, era uma época onde havia muita dificuldade e até mesmo falta de alimentos. Meishu-Sama sempre oferecia a alimentação do almoço, mas naquele período era servido apenas pão feito no vapor. Olhando aquilo, o Reverendo Ogawa sentiu o forte desejo de lhe oferecer arroz, pois não achava digno oferecer apenas pão feito no vapor para alimentação de Meishu-Sama. Era proibido transportar arroz nos trens e mesmo assim, desejando alegrar Meishu-Sama, ele se expôs ao risco da fiscalização, carregando o arroz para Meishu-Sama. Ele nunca fora descoberto pela fiscalização, em nenhuma das vezes que fez essa dedicação. (Este foi o relato do Reverendo Ogawa) 


Agora vou relatar algo que esta no Livro de Reminiscências sobre Meishu-Sama 

Quando Meishu-Sama mudou-se de Tóquio para Hakone, logo em seguida uma Senhora de aproximadamente 50anos de idade, que dedicava na Expansão da Obra Divina, na cidade de Shinzuoka, bairro de Yoshiwara Cho, recebeu uma severa purificação que colocava em risco sua vida. Esta Senhora, mesmo quase morrendo veio sozinha, quase rastejando até a residência de Meishu-Sama em Gora, com uma aparência de quase morta, pálida e sem fôlego para respirar. Naquela época não havia trem da Estação de Gora até a residência de Meishu-Sama. Ela levou varias horas para subir a rua íngreme que vinha da Estação de Gora até a residência de Meishu-Sama, na escuridão da noite sem iluminação. Quando finalmente, chegou á porta da residência, caiu ficando com o corpo gelado. Eu pensei que era uma aparição de fantasma ou demônio, quando a vi e achei um mistério o fato dela ter conseguido chegar ali naquelas condições. 

Ela, que chegará quase morta, recebendo um único johrei de Meishu-Sama ressuscitou, conseguindo alimentar-se em seguida de varias tigelas de arroz cozido com bastante água, o que me impressionou. Até hoje ela esta saudável e já salvou muitas vidas depois disso. Assim pude confirmar quão grande era a força que Meishu-Sama possuía. E, de acordo com o sentimento de cada pessoa; Ele concede a graça merecida. Pessoas como esta Senhora, que se empenham de todo o coração em prol da Obra Divina são amadas por Deus. 

Agora falarei sobre a Experiência da Senhora Omura Massuyo 

Como era uma época onde faltavam alimentos, todas as vezes que ela participava dos Cultos de Relatórios e Orientações, sempre levava o arroz eu seus pais e parentes preparavam, junto com ovos embrulhados em papeis e oferecia-os a Meishu-Sama. Naquela ocasião um dedicante da residência de Meishu-Sama anunciava dizendo: “A Senhora Omura Massuyo esta oferecendo arroz e ovos”. Em seguida ela se aproximava e os entregava nas mãos de Meishu-Sama. Certa vez, Meishu-Sama disse a ela: “Suba mais um degrau! “E quando ela subiu e entregou nas mãos de Meishu-Sama disse que foi envolvida pela aura de Meishu-Sama, e se recorda até hoje do forte calor que sentiu naquele instante. Aqueles que “pensam sinceramente”: Desejo que Meishu-Sama alegre-se! Desejo que Meishu-Sama alegre-se! Ganham a permissão de elevar-se rapidamente através desse sentimento sincero. 

Certa vez, Meishu-Sama agradeceu á Senhora Omura dizendo docilmente: “Senhora Omura, muito obrigado viu! Os ovos que a Senhora trouxe outro dia, eu ofereci ao Imperador, viu!”. Desde que Meishu-Sama residia em Kaminogue, em Tóquio e mesmo depois de mudar-se para Hakone, sempre vinham muitos Oficiais do Exército solicitar-lhe johrei e a permissão de receber o Ohikari antes de irem para as frentes de Batalhas na Guerra por isso, Meishu-Sama pedia a eles para levarem as oferendas ao Palácio Imperial. Certa vez, a Senhora Omura queria levar ovos para oferecer a Meishu-Sama como sempre o fazia, mas naquele dia, o atendente da estação de trem disse que ela não poderia comprar o bilhete sem o pagamento imediato. (Naquela época os bilhetes eram vendidos e os pagamentos podiam ser feitos posteriormente. Então, ela desapontada, sentou-se com os ovos no colo pensando numa solução, ao que se aproximou dela um jovem que lhe perguntou se estava tudo bem. Ela disse que estava triste porque não conseguiu comprar o bilhete que precisava para ir até Hakone e, assim o jovem a disse para esperar ali. Minutos depois, ele voltou com os bilhetes de ida e de volta para a Estação de Gora em Hakone, e os entregou a ela, dizendo que os utilizasse. Ela, emocionada abaixou a cabeça em agradecimento e ao levantar o jovem já havia desaparecido. Justo naquele dia, Meishu-Sama referiu-se a ela dizendo: “Senhora Omura que bom que veio hoje! Como foi que a Senhora veio até aqui? “Como ela não poderia mentir, relatou exatamente o que havia acontecido. 

Então Meishu-Sama disse: “Que maravilha, não é Senhora Omura! Foi Deus quem preparou isso, permitindo sua vinda para cá. Isso é motivo de muita gratidão, não é”? Isso nos mostra que as pessoas que sempre estão servindo a Meishu-Sama com o sentimento de que “preciso fazer isto para Meishu-Sama.” preciso fazer isto por Meishu-Sama “sempre é protegido e recebe graças de Meishu-Sama. No mês de Outubro, daquele ano de 1944, Meishu-Sama adquiriu o prédio do alojamento da Empresa do Senhor Yamashita, que ficava no bairro de Higashiyama, em Atami. Fez dele o prédio da Igreja de Atami, dando-lhe o nome de Touzansou e passando a residir ali. A Senhora Omura Massuyo passou a dedicar-se ali, como dedicante próxima a Meishu-Sama. Assim, quando Meishu-Sama escrevia caligrafias ela o auxiliava. 


A Vista do Kanzantei – (Solar de Apreciação da Montanha) 

Meishu-Sama realizava os Cultos de Encontros para Relatórios e Orientações em sua residência. Não poderia haver atrasos na Obra Divina, por isso ele queria construir ali mais uma casa o mais breve possível. Porém, por mais que procurasse não se encontrava materiais de boa qualidade para construções naquela época. Era período que sucedia ao final da Segunda Guerra Mundial, Meishu-Sama então começou a pensar em várias formas de realizar esta construção, até que se lembrou de um fato que ocorrerá quando residia em Tóquio. 

Certa vez, quando teve o desejo de construir mais uma casa em Tóquio, e iniciou a preparação do alicerce, após ter adquirido todo o material necessário para a construção seu vizinho, Senhor Goto, veio até ele e disse que acabava de adquirir aquele terreno e que, por isso, ele não poderia realizar aquela construção. No Ensinamento: “Até a Concretização do Paraíso Terrestre Meishu-Sama, ensina que desde antigamente Deus havia preparado a construção do Shinzansou, assim como a construção do Kanzantei. Meishu-Sama disse isso no Registro das Palavras de Luz, no dia 18 de Maio de 1948. Meishu-Sama disse: “Naquela época, o Senhor Goto teve uma atitude cruel. Eu já estava com o material necessário para a obra comprado, já tinha preparado até mesmo o alicerce da construção e ele impediu o prosseguimento da obra. 

Naquela ocasião, fiquei deveras irritado com a situação. É interessante! Quando tive o desejo de construir o Kanzantei, em Hakone, já tinha todo o material necessário e foi tudo muito rápido. Se parar para pensar, seria até motivo de agradecer a ele pelo que fez. Podemos observar que ai houve de fato uma Providência Divina. Esse fato havia sido levado ao Tribunal e o Juiz deu ordem de intervenção na construção. Esse processo estendeu-se até o período da aquisição do “Pote das Glicínias.” Como havia feito a intervenção das obras de construção e o material foi guardado, pode ser utilizado para construir o Kanzantei. Por isso, podemos observar que o Plano Divino veio seguindo sua ordem e tudo o que era necessário para cada época já estava preparado por ele. “Além disso, mesmo que as pessoas trouxessem o arroz para Meishu-Sama, ele sempre continuava a alimentar-se de pão cozido no vapor, então eu pensava porque será que ele fazia isso”? Então soube que ele sempre se preocupava com os dedicantes que faziam obras pesadas, se eles tinham arroz em seus lares e se estavam se alimentando de arroz, pois se eles não se alimentassem direito, não poderiam fazer o trabalho pesado, por isso Meishu-Sama lhes oferecia o arroz para levarem para casa. 

Como era proibido transportar arroz naquele período, Meishu-Sama protegia os dedicantes para que eles levassem o arroz com segurança, sem se descobertos pelas autoridades e terem tomados seu precioso arroz. Meishu-Sama sempre dizia aos dedicantes que preparavam a alimentação para que na hora do almoço preparassem arroz suficiente para oferecer refeição também aos construtores. Quando fazia o pagamento do salário também sempre mandava oferecer aos funcionários o arroz. Ele sempre comia outras coisas ao invés de arroz para que pudesse oferecer o melhor alimento aos funcionários e dedicantes, para que assim fosse possível a conclusão das Obras do Paraíso Terrestre. O Senhor Minoura Jirou relatou que Meishu-Sama disse o seguinte a respeito do Kanzantei. “Estou trabalhando no Kanzantei. Quando o Kanzantei ficar pronto, será utilizado na Salvação da Humanidade”. 

Além disso, quando Meishu-Sama trouxe o material da construção de Tóquio para Hakone, foi necessário de uma Autorização Especial do Governo para a construção em Hakone. A respeito disso, ele fala no Ensinamento: “Para a construção de uma residência particular, não se conseguia autorização para prédios com tamanho superior a 49m2. O material que Meishu-Sama trouxe para a construção do Kanzantei era exatamente dentro dessa exata medida. Isso ocorreu quando o Japão estava se recuperando das conseqüências causadas pela Segunda Guerra Mundial. Isso também foi um milagre! Finalmente, no verão de 1946 a residência ficou pronta. Porém, não havia o Ofurô (banheira estilo oriental) na casa. Por isso, ele ia ao Solar da Montanha Divina para tomar seus banhos diários. Meishu-Sama sempre falava que tudo tinha de ser na medida exata não poderia haver nada de mais nem de menos. Se tivermos apenas o necessário já será o suficiente. Porém, como não havia Ofurô no Kanzantei, cuja planta foi desenhada pelo próprio Meishu-Sama. Na época em que foi construído o Nikkaden, pelo Eng. Yoshida Issoya, no ano de 1950, aquele projetou também a construção de um Ofurô no Kanzantei. Meishu-Sama ainda que, o Solar da Montanha Divina também era uma construção maravilhosa, com uma boa altura e estrutura, feito com materiais de ótima qualidade. Por isso, o simples fato de entrarmos e sairmos deste local, já está nos elevando e sendo salvos. 


A Paisagem da Letra “Daí” vista do Kanzantei 

Isso também mostra a Força Ilimitada de Meishu-Sama. Quando construiu o Solar de Apreciação da Montanha, ele disse que havia lá uma grande rocha. Cuja superfície irregular fora aplainada e, assim serviu de base de proteção contra terremotos. Disse, ainda que se sentasse na sala de visita, e apreciando a paisagem da montanha onde esta escrita a letra “Daí” dá-se a impressão de que toda a paisagem de Hakone cabe na palma de sua mão. 

Nos Ensinamentos de Meishu-Sama, diz também que, “desde o inicio da Criação Deus, havia preparado tudo o que era necessário para a construção e que agora ele estava dando vida e havia sido preparado”. A vista do Nikkodem (Palácio da Luz do Sol) na época da sua construção. No período em que estava terminando a guerra, Meishu-Sama teve uma grande Expansão na Igreja. Ao termino da guerra, tiveram fim também as perseguições religiosas e, como aumentavam o número de pessoas participando dos encontros e reuniões com Meishu-Sama, ele disse que queria ampliar a sala de estar, e também a sala de jantar. Assim, entrou em contato com o proprietário das terras vizinhas as suas, e disse que desejaria comprar parte das suas terras. Este, disse que não venderia parte de sua terra, e que se Meishu-Sama desejasse comprá-las que comprasse todo o terreno. Por esta razão, Meishu-Sama adquiriu um grande terreno, onde disse que gostaria de fazer uma grande construção para ser utilizada por Deus em sua obra. 

Assim, ele construiu o amplo prédio para orações e encontros, ao qual deu o nome de Nikkoden (Palácio da Luz do Sol) o Senhor Hara, que era dedicante próximo de Meishu-Sama, foi a Akita comprar cedros e, ao retornar encontrou-se com o Arquiteto Yoshida Issoya, que fora indicado pela Professora de canto da Segunda Líder Espiritual. Meishu-Sama ficou encantado com a maneira de pensar e com a sua inteligência deste Arquiteto. Ele expressou sua gratidão e satisfação por aquele encontro, dizendo que foi Deus quem o havia enviado. Meishu-Sama e os Senhores Yoshizumi Kosaburou, Yoshizumi Kotarou, Yoshida Issoya e suas esposas. Nos Ensinamentos estava escrito o seguinte: “Estes materiais, o terreno, a planta da construção, enfim tudo fora preparado por Deus, de forma misteriosa e milagrosa, uma coisa vem ocorrendo após a outra numa seqüência de graças”. 


Quando Meishu-Sama adquiriu a Residência 

Quando Meishu-Sama adquiriu a terreno de mais de 6.612m2 da Empresa Hakone Kaizan, ele disse que isso havia sido preparado pelo Supremo Deus. Era em local onde ficava o Parque Nacional do Japão. Na parte abaixo deste terreno existe atualmente o Parque de Gora; tinham muitas residências de férias que eram alugadas. O Desejo de Meishu-Sama era construir uma nova cultura, onde unisse a cultura oriental e ocidental que fazia parte do modelo do Grande Plano Divino. 

O Solar Torinoya 

Acima do Kanzantei, existe a residência que recebeu de Meishu-Sama o nome de: Torinoya. “Esta residência fica acima da minha residência, que é o Kanzantei, mas como vocês são pássaros, então não há problemas de vocês ficarem acima de mim. Esta casa era utilizada como local de descanso dos dedicantes”. 

Agora gostaria de contar uma passagem do Reverendo Ogawa Eitarou 

Certo dia, após um aprimoramento no kanzantei ele retornou ao Torinoya, que era seu alojamento onde começou a sentir uma forte febre, que foi piorando e não conseguia ficar em pé. Estava delirando sobre o colchão colocado acolchoados entre as pernas e gemendo de dores. O motivo de ingresso na fé dele foi Doença Cardíaca, Tuberculose Pulmonar e Glaucoma, a enfermeira que o encaminhou disse que ele já não tinha mais salvação pela medicina e perguntou se Meishu-Sama não poderia, por favor, fazer algo por ele. Quando Meishu-Sama ouviu isso dos dedicantes próximos disse que poderiam trazê-lo que ele faria algo. Mas, como ele não tinha forças e condições de ir até Meishu-Sama ela expôs esta verdade e, assim, Meishu-Sama disse para que ele viesse nem que fosse rastejando-se. Meishu-Sama estava testando para ver até onde essa pessoa estava buscando-o. Se ele não viesse, Meishu-Sama mandaria embora. Ele era muito rigoroso. Então, a enfermeira e eu o apoiamos, cada um de um lado e o levamos até a sala de Meishu-Sama, onde ele ministrou johrei de forma muito carinhosa. E, no final, disse-lhe que se tivessem novas crises, viesse receber mais johrei sem fazer cerimônia. Naquela noite, começou a sofrer novamente e as duas da madrugada pediram johrei a Meishu-Sama que ainda estava acordado e disse que ele poderia vir. Ele foi novamente á casa de Meishu-Sama e chegou quando ele estava pintando uma Imagem de Kanon. Deixando a pintura de lado, Meishu-Sama permitiu que o Reverendo Onishi passasse a dormir no Torinoya. As purificações do Reverendo Ogawa intensificaram e Meishu-Sama foi até lá para ministrar johrei, chegava a ir até cinco vezes no dia. O que fora dissolvido pela Luz do johrei, desceu e acumulou-se nos testículos que por sua vez ficam bastante inchados. Ele não conseguia mais urinar. Como os testículos ficaram imensos a enfermeira usou um lenço para amarar permitindo que ele andasse até a sala de Meishu-Sama. 

Meishu-Sama colocou um papel sobre os testículos e começou a ministrar johrei. A partir do final de maio até o inicio de julho, durante três meses, Meishu-Sama deixou o reverendo Ogawa dedicando ao seu lado. O Ogawa Sensei relatou a Meishu-Sama que havia saído pus dos testículos e ele disse que isso era maravilhoso, pois assim sua vida estava sendo salva. Meishu-Sama disse a um dedicante próximo dele que o Ogawa Sensei já não tinha mais salvação, quando ali chegou. Mas, como ele era um dedicante muito útil e sempre estava trazendo arroz, entre outras dedicações, Meishu-Sama salvou sua vida. Meishu-Sama disse a ele que ficasse e recebesse mais johrei. Meishu-Sama enviava comida e pedia aos dedicantes que dessem de comer ao Reverendo Ogawa. 
    Ikebana do Johrei Center Eikoh Fukuroi /Japão


Palestra do Reverendo Onishi Akio realizada no Solo Sagrado de Hakone/Japão
Período: 04/08/2013
Participantes: Membros Messiânicos do Japão e Membros Brasileiros que moram no Japão
Igrejas Participantes: Johrei Center Eikoh Hamamatsu, Johrei Center Eikoh Fukuroi, Centro de Aprimoramento Iwata
Enviado do Japão por:  Márcio Mancini Alves (Membro Brasileiro)                                                        


     

Momento de Reflexão/ Mensagens

Verdadeiras Jóias

Narra uma lenda romana do século II antes de Cristo, que uma Matrona Romana, de nome Cornélia, tinha dois filhos. Certo dia chamou os meninos que brincavam no jardim e lhes disse que, naquele dia, deveriam receber a visita de uma amiga para jantar. Ela era muito rica e viria para lhes mostrar suas jóias. Quando a mulher chegou, ambos os irmãos arregalaram os olhos, ao ver os anéis que trazia nos dedos, os braceletes nos braços, as correntes de ouro que contornavam seu pescoço e os fios de pérolas que cintilavam nos seus cabelos. Olharam para sua mãe, que trajava uma túnica branca, sem adereços, e na cabeça trazia somente suas tranças enroladas. 

Um servo trouxe uma caixa e a colocou sobre a mesa. E, ante a surpresa dos meninos, a mulher lhes mostrou rubis vermelhos como sangue, safiras azuis como o céu, esmeraldas verdes como o mar, e diamantes que luziam ao sol. O menorzinho sussurrou para o maior: Seria tão bom se nossa mãe pudesse ter algumas dessas pedras ou dessas jóias. Olhando com quase piedade para Cornélia, a ilustre visitante lhe indagou: É verdade que você não tem jóias? Será verdade que você é assim tão pobre? 

Sem pestanejar, a anfitriã respondeu: De forma alguma. Tenho jóias muito mais valiosas que as suas! Os irmãos Tibério e Caio se entreolharam. Seria possível que sua mãe possuísse jóia e eles não soubessem? Acaso teria ela um cofre secreto? Seriam suas jóias de tamanho valor que ela não as usasse, temendo ladrões? Mas Cornélia se aproximou dos dois filhos, abraçou-os sorrindo e falou: Estas são as minhas jóias. Não são muito mais preciosas do que as suas pedrarias? São verdadeiramente jóias preciosas os filhos que nos chegam. Algumas pedras brutas para lapidação, outros já deixando perceber o fino trabalho da ourivesaria dos tempos, da lapidação das várias vidas. 

Quantos de nós nos apercebemos de tal riqueza? Quantas vezes preferiram ilusões do mundo a estar com nossos pequenos? Quantas vezes preferimos colocar-nos ante a televisão, permitindo que os anos se sucedam e nossas preciosidades cresçam sem o cuidado e o carinho de que necessitam! E haverá algo mais precioso do que o sorriso de uma criança? De um abraço generoso? De suas carícias com as mãozinhas tépidas em nossos rostos? Atendamos aos nossos pequenos, jóias raras que Deus nos confiou por breve tempo. Não percamos oportunidades de estar com eles, de senti-los, de amá-los. 

Porque de todos os tesouros do Universo, o amor é o mais valioso e duradouro.



Cornélia era mãe de Tibério e Caio Graco, que se tornaram Estadistas em Roma. 

Quando o povo romano erguia Estátuas em honra dos irmãos, nunca se esquecia de prestar tributo à mulher que os ensinara a ser sábios e bons.

Fonte: (Redação do Momento Espírita, com base em lenda romana do século II a.C. Disponível no CD Momento Espírita nº 4, ed. Fep)




A sua Tarefa 

Deus dotou os Espíritos do princípio de todos os dons. Entretanto, os criou em estado de simplicidade e ignorância. Cada um deve desenvolver a própria potencialidade, por seu mérito e esforço. Nesse processo de aprendizado, a Terra funciona como um educandário. Os Espíritos que se situam em determinada faixa evolutiva nela encarnam para terem as experiências de que necessitam. A vida humana não é feita de acasos. 

A família em que se nasce o meio social em que se vivem certas experiências marcantes, tudo isso é planejado. Antes de encarnar, o Espírito é auxiliado a perceber suas dificuldades e se dispõe a enfrentá-las. Ele verifica as áreas em que necessita burilar-se e programa a próxima existência terrena. Assim, quem se deixou tomar pelo orgulho encaminha-se para uma vida obscura. 

Aquele que chafurdou na promiscuidade enfrenta bloqueios e complexos na área da sexualidade. O rico avarento de o passado programa viver a experiência da pobreza. O mau patrão retempera-se na condição de modesto e sofrido empregado. Quem não amparou devidamente seus filhos pede para viver na condição de órfão. Outros ressurgem em posições de destaque, a fim de se dedicarem à causa do bem. Tentados por facilidades e distrações, necessitam encontrar forças para utilizar seus recursos em favor do próximo. 

A beleza, o poder e a fortuna são provas difíceis, pois freqüentemente instigam o orgulho e o egoísmo. Muitos fracassam quando passam por tais experiências. Mas a realidade é que a vida terrena destina-se a promover o aprimoramento do caráter e do intelecto. Ela é fruto de um sério planejamento. Entretanto, nem tudo está pré-determinado. O livre-arbítrio é preservado e cada um responde pelas resoluções que toma e pelos atos que pratica. 

Do mesmo modo, nem todas as ocorrências são antecipadamente previstas. As pessoas com quem se convive não são necessariamente partícipes de um passado comum. Alguns problemas, dores, desgostos e enfermidades são inerentes ao viver terreno. A maioria dos desconfortos e transtornos são frutos de imprevidência atual. Quem se permite atitudes antipáticas e rudes transforma meros conhecidos em desafetos. O certo é que o Espírito é inserido em dado contexto, no qual se defronta com situações que precisa resolver. Freqüentemente, uma criatura inveja a sorte de outra. 

Os problemas alheios sempre parecem de fácil solução. As dores dos outros nunca se afiguram muito graves para o observador. Mas cada qual vive o que necessita. As próprias tarefas são difíceis porque correspondem a áreas de dificuldade. Para seguir adiante, é necessário fazer a lição do momento. Assim, pare de se debater com as exigências de sua vida. Não procure fugir de seus problemas e aflições. 

Dedique-se antes a resolvê-los, a fim de libertar-se deles. Se a vida lhe pede paciência em face de situações inelutáveis, seja paciente. Perante um familiar ou um chefe difícil, exercite a tolerância. Comporte-se como um estudante que deseja passar de ano. Cesse as reclamações e faça a lição. Pelas dificuldades que você enfrenta, pode perceber quais são suas deficiências evolutivas. Empenhe-se firmemente em burilar o seu caráter. 

Adote um patamar nobre de conduta e jamais se afaste dele. Você nasceu para amealhar virtudes, para ser digno e bondoso. 

Essa é a sua tarefa. 

Pense nisso! 






A Felicidade na Terra 

É possível ser feliz na Terra? 

Nos momentos em que você projeta seus sonhos para o futuro, em que planeja o porvir dos dias, em que busca imaginar como estará sua vida no amanhã, você já se fez esta pergunta? Será possível conquistar a felicidade na terra? 

A máxima do Eclesiastes é bastante objetiva, quando afirma que "a felicidade não é deste mundo". Com efeito, nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude florescente, são condições essenciais da felicidade; e ainda mais, podemos afirmar que nem mesmo a reunião destas três condições, tão desejadas, consegue trazer ao homem o verdadeiro sentimento de ser feliz. 

É natural que esta seja a verdade, já que a humanidade ainda está na infância de sua evolução, e por esta razão, a felicidade completa, absoluta, ainda se encontra distante de nossas possibilidades. Estamos no planeta das expiações, destas oportunidades benditas de resgatar equívocos do passado. Estamos no planeta das provas, das situações e experiências que visam verificar o aprendizado que vimos realizando ao longo das existências. Estamos no planeta do sofrimento, da lapidação aplicada ao diamante bruto, para que este possa fulgir como estrela. Assim, a felicidade absoluta, constante, plena, aguarda-nos no futuro, como conseqüência natural de todo nosso esforço em ultrapassar todas as fases do desenvolvimento. 

Mas que isto não nos traga desânimo! É possível sim, melhorar as condições de nossas vidas. É possível multiplicar os momentos de alegria que temos. É possível sermos mais felizes do que já somos! Para isto, estão em nossas mãos os ensinamentos do Cristo, com suas consolações e esperanças. Para isto, estão conosco as lições inesquecíveis do Mestre, mostrando-nos que o amor ao próximo nos faz mais felizes, mais completos. A felicidade plena, realmente não é deste mundo ainda, mas o entendimento dentro de nossas famílias é possível. O perdão a alguém que nos prejudicou é suave alívio. Amar profundamente um pai, uma mãe, um filho, já se faz real em nossos dias.

Ame, pois o sentimento de amar alguém irriga nossos campos íntimos com a felicidade. Viva o bem, já que a consciência tranqüila, a consciência em paz, será a grande responsável pela conquista da felicidade futura. Sobre a felicidade que podemos alcançar na Terra, os Espíritos superiores nos dizem que, na vida material, ser feliz é ter a posse do necessário; e que na vida espiritual, a felicidade está na consciência tranqüila e na fé no futuro. 

É esta fé que nos faz ver os objetivos distantes, como alcançáveis. E esta fé que remove montanhas, mostrando-nos que atrás delas, espera-nos o nascer do sol de uma felicidade sem fim. 


(Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir de "O Evangelho segundo o Espiritismo", Allan Kardec, cap. V, item 20) 




Na Bênção da Vida 

Mal você acorda pela manhã, e muitas preocupações passam a ocupar a sua mente. São tantas as providências que tem a tomar que muitas vezes fica atordoado e nem vê o dia acabar. As coisas mais comezinhas e as mais graves são alvos de sua atenção, ocupando-lhe as horas. A noite chega e, quando você se dá conta está exausto, extremamente exausto. 

Mastiga o jantar enquanto tenta digerir os problemas que ficaram pendentes. Bem, mas agora é só amanhã. Um banho rápido e, cama. Isto é tudo o que conseguirá fazer. Algumas horas de sono e novamente o dia lhe convida a agir... E lá vai você outra vez. 

As horas se sucedem, os dias se vão, os meses se transformam em anos, e você passa pela vida sem se dar conta das muitas bênçãos que ela lhe oferece, bem como a todas as criaturas que dividem com você o planeta. Mas, apesar da indiferença, um novo dia se apresenta para ser vivido. E este dia talvez seja oportuno para você lançar um olhar mais atento ao mundo a sua volta buscando interagir, de maneira consciente, com essas forças inteligentes. Descubra o valor das concessões que o senhor lhe faz pelas mãos da vida e distenda alegria e reconhecimento por toda a parte. 

Observe a natureza, abençoando sem cessar, através das próprias forças em movimentos. Nascem frutas saborosas em árvores cujas raízes se prendem à lama. Correm brisas leves, entoando melodias suaves, em apertados vales onde cadáveres se decompõem. Cai o orvalho da noite sobre o solo ressequido e misérrimo, crestado pelo sol. Voejam borboletas delicadas nos rios de ar ligeiro qual festival de cor flutuante sobre campina pontilhada de flores miúdas. Desabrocham, além, espécies variadas da flora que o pólen feliz fecunda em todo lugar. Rutilam constelações no manto da noite salpicando a terra de diamantes preciosos. 

Em cada madrugada renasce o sol dourado, purificando o charco, vitalizando o homem, atendendo à flor sem indagar da aplicação que lhe façam dos raios beneficentes. Não se detenha e recorde os tesouros com que o bem lhe enriquece o coração, através dos valiosos patrimônios da saúde e da fé, da alegria e da paciência, e vá em frente. Indiferença é enfermidade. 

Medo é veneno que mata lentamente. Acenda a luz da coragem na alma, a fim de que você não se embarace nas dificuldades muito naturais que seguem ao lado dos seus compromissos em relação à vida. Confiança em nossos atos é fortalecimento para a coragem alheia. Otimismo nas realizações também é aliança de identificação com as esferas superiores. 

Pense nisso! 

Você não está no mundo em vão. Aproveite a oportunidade, valorize as bênçãos da vida, difunda gratidão e alegria por onde passar, com quem estiver, com as concessões que possuir, justificando em atos edificantes a sua passagem pela terra. 

Você não é figurante nos palcos da vida terrestre: é protagonista, é lição viva, é peça importante nessa imensa engrenagem chamada sociedade. 

Pense nisso, e movimente-se em harmonia com essas forças poderosas e inteligentes que agem por toda parte. 


(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Na Bênção da Vida, do livro Ementário Espírita, ed. Leal) 








CONTOS

Viva a Paz!

Junto à porta, no jardim,
aguardando o triste fim! 

De terror acovardados,
os dois gatinhos, coitados,
não puderam nem miar,
lamentando tanto azar! 

Sem ouvir nenhum miado,
a dona, por seu lado,
dos gatinhos teve dó,
e a porta abriu de uma vez só! 

Mesmo estando tão gelados,
os dois gatinhos arrepiados
Zás! Bem junto do fogão
surgem, sem reclamação! 

E a dona comentou:
tanto faz quem começou!
Uma encrenca boba assim
bom é que tenha logo um fim! 

E ela acrescentou, então,
não querem brigar mais, não?
E os gatinhos, enroscados,
esqueceram da briga, aliviados. 

Confortados, no quentinho,
com sossego e com carinho,
dormem bem, bichos queridos,
já da briga esquecidos.

Dois gatinhos assanhados
se atracaram, enfezados.
A dona se irritou
e a vassoura agarrou! 

E apesar do frio, na hora,
os varreu porta afora,
bem no meio do inverno,
com um frio "do inferno"! 

Os gatinhos, assustados,
se encolheram já gelados,


Fonte: revista escola. abril.com.
Adaptado por: Tatiana Belinky




A Menina e o Sapo 


Nina, menina airosa, formosa como ela só. 
Bonito era ver Nina correr. 
Ora corria rápido, feito tufão, ora devagar, parecendo brisa. 

Nina corria pelo jardim. 
Nina caía no gramado. 
Nina fazia folia. E ria. 

À noite, cansada das travessuras do dia, a menina dormia. 


Certa vez, enquanto passeava pelo jardim, Nina viu um sapo. 
Sapo também viu Nina. 
"Será que, se Nina beijar o sapo, sapo vira príncipe?" 
Nina não sabia, mas ficava imaginando como isso seria. 

Nina beijou o sapo. 
Sapo continuou sapo. 
Não virou príncipe. 
Mas se apaixonou por Nina. 


Agora, onde Nina está, lá se vê o sapo apaixonado suspirando pela menina. 

Na cabeça do sapo, Nina é uma princesa-sapa, transformada em menina por uma terrível feiticeira. 



Fonte: revista escola. abril.com/ 
Autora: Márcia Paganini Cavéquia (Universidade Estadual de Londrina)





Dona Licinha 

A senhora não me conhece. Faz tanto tempo e me lembro de detalhes do seu jeito, sua voz, seu penteado e roupas... A senhora ensinava na 3a série B. Eu aluna da 3ª série C no Grupo Escolar do Tatuapé... Passava no corredor fazendo figa para mudar de classe, pra minha professora viajar e nunca mais voltar, pra diretora implicar e me mandar pra 3a B... Nunca tive tanta inveja na minha vida como tive das crianças da série B... 

Lembro que na sua sala se ouviam risadas quase o tempo todo. Maior gostosura! De vez em quando, um enorme silêncio quebrado por uma voz suave... Era hora de contar histórias. Suspirando, eu grudava na janela e escutava o que podia... Também muitos piques e hurras, brincadeiras correndo solto. Esconde-esconde, telefone sem fio, campeonato de Geografia. Tanto fazia a aprontação inventada. Importava era sentir a redonda contentes dos alunos. 

A sua sala era colorida com desenhos das crianças, um painel com recortes de revistas e jornais, figurinhas bailando em fios pendurados, mapas e fotos... Uma lindeza rodopiou mudada toda semana! Vi pela janela seus alunos fantasiados, pintados, emperucados, representando cenas da História do Brasil! Maior maravilhamento! Demorei, entendi. Quem nunca entendeu foi a minha professora... Seu segredo era ensinar brincando. Na descoberta! Na contenteza! 

Nunca ouvi berros, um "Cala boca", "Aqui quem manda é eu" e outras mansidões que a minha professora dizia sem cansar. Não escutei ameaças de provas de supetão, castigos, dobro da lição de casa, chamar a diretora, com que a minha professora me aterrorizava o tempo todo... 

Dona Licinha, eu quis tanto ser sua aluna quando fiz a 3a série. Não fui... Hoje, tanto tempo depois, sou professora. Também duma 3a série. Agora sou sua colega... Só não esqueço que queria estar na sua classe, seguir suas aulas risonhas, sem cobranças, sem chateações, sem forçar barras, sem fazer engolir o desinteressante. Numa sala colorida, iluminada, bailaste. Também quero ser uma professora assim. Do seu jeito abrasante. 

Hoje, vi uma garotinha me espiando pela janela. Arrepiei. Senti que estava chegando num jeito legal de estar numa sala de aula... Por isso resolvi escrever para a senhora. Vontade engolida por décadas. Tinha que dizer que continuo querendo muito ser aluna da Dona Licinha. Agora, aluna de como ser professora. Fazendo meus alunos viverem surpresas inventivas. 

Um abraço apertado, 

Cheinho de Gostosuras, da Ciça 

Conto de Fanny Abramovich Fonte: revista escola. abril.com/ 




O Tesouro no Quintal 

Era uma família grande, a nossa: pai, mãe, cinco filhos. Grande e pobre. Papai, pedreiro, mal conseguia nos sustentar. Mamãe ajudava como podia, fazendo faxinas e costurando para fora, mas mesmo assim a vida era bastante difícil. Papai vivia bolando formas de reforçar nosso orçamento doméstico ou de, pelo menos, diminuir as despesas. Foi assim que lhe ocorreu a idéia da horta. 

Morávamos numa minúscula casa de subúrbio, não longe de uma bela praia, que, contudo, raramente freqüentávamos: era lugar de ricos. Casa pobre, a nossa, sem nenhum conforto. Mas, por alguma razão, tinha um quintal bastante grande. Do qual, para dizer a verdade, não cuidávamos. O capim ali crescia viçoso e no meio dele jaziam, abandonados, pneus velhos, latas, pedaços de tijolos e telhas. Papai olhava para aquilo, pesaroso: parecia-lhe um desperdício de espaço e de terra. Um dia chamou os dois filhos mais velhos, meu irmão Pedro e eu próprio, e anunciou: vamos fazer uma horta neste quintal. 

Proposta mais do que adequada. Nós quase não comíamos legumes e verduras, porque eram muito caros. Mas, se plantássemos ali tomate, alface, agriões, cenoura, teriam uma fonte extra de alimento - e o mais importante, sem custo. 

Sem custo, mas não sem trabalho. Para começar, teríamos de capinar aquilo tudo e revirar a terra para depois plantar e colher. Meu pai não hesitou: vocês dois, que são os mais velhos, vão fazer isso. 

Não gostamos muito da determinação. Não éramos preguiçosos, mas preparar a terra para fazer uma horta não era bem o nosso sonho e representaria um grande esforço. Contudo, não tínhamos alternativa. Quando papai dava uma ordem, era para valer. E, no caso, ele tinha o decidido apoio da mamãe, que era de uma família de agricultores e gostava de plantar. 

Quem prepararia a terra? Foi a pergunta que fiz ao Pedro, que, além de mais velho, era o líder entre os irmãos. Pergunta para a qual ele já tinha a resposta: 

- Isso é coisa para o Antônio. 

Antônio era o irmão do meio. Com 9 anos, era um menino quieto, sonhador. Mas não era muito do batente, de modo que fiquei em dúvida: como convencê-lo a fazer o trabalho? 

- Deixa comigo - disse Pedro, que se considerava muito esperto. - Eu sei como convencer o cara. 

E sabia mesmo. Porque Pedro era dono de uma lábia fantástica, argumentava como ninguém. Ah, sim, e sabia contar histórias - inventado por ele, claro. Era com uma história que pretendia motivar o Antônio a capinar o pátio. 

Eu estava junto, quando ele contou a tal história. Era uma boa história: segundo um famoso professor, séculos antes piratas franceses haviam andado pela nossa região 
e ali haviam enterrado um tesouro. Expulsos pelos portugueses, nunca mais tinham retornado, de modo que a arca com jóias e moedas de ouro ainda estava no mesmo lugar, 
que podia ser o pátio de nossa casa. 


- O tesouro será a nossa salvação - concluiu Pedro, entusiasmado. 

Antônio estava impressionado. Se havia coisa em que acreditava, era em histórias. Aliás, estava sempre lendo - era o maior freqüentador da biblioteca do colégio. 

- Quem sabe procuramos esse tesouro? - perguntou ele. 

Era exatamente o que Pedro queria ouvir. 

- Se você está disposto, eu lhe arranjo uma enxada... 

Antônio mostrava-se mais do que disposto. No dia seguinte, um feriado, lá estava ele, enxada em punho, cavando a terra, diante do olhar admirado da família. Papai até perguntou o que tinha acontecido. 

- Ele se ofereceu para fazer o trabalho - disse Pedro, dando de ombros. 

Para encurtar a história: tesouro algum apareceu, mas, um mês depois, tínhamos uma horta no quintal. Antônio acabou descobrindo a trama de Pedro, mas não ficou zangado. Inspirado pelo acontecimento escreveu uma história, com a qual ganhou um prêmio literário da prefeitura. Uma boa grana, que ele usou para comprar livros. Hoje é um conhecido jornalista e escritor. Acho que ele acabou, mesmo, encontrando o tesouro. 


Conto de: Moacyr Scliar 


Fonte: revista escola. abril.com 









CRÔNICAS


O Sucesso da Mala

Respiro ofegante. Trago nas mãos uma pequena mala e uma agenda tinindo de nova. É meu primeiro dia de aula. Venho substituir uma professora que teve que se ausentar "por motivo de força maior". Entro timidamente na sala dos professores e sou encarada por todos. Uma das colegas, tentando me deixar mais à vontade, pergunta: 

- É você que veio substituir a Edith? 

- Sim - respondo num fio de voz. 

- Fala forte, querida, caso contrário vai ser tragado pelos alunos - e morre de rir. 

- Ela nem imagina o que a espera, não é mesmo? - e a equipe toda se diverte com a minha cara. 

Convidada a me sentar, aceito para não parecer antipática. Eles continuam a conversar como se eu não estivesse ali. Até que, finalmente, toca o sinal. É hora de começar a aula. Pego meu material e percebo que me olham curiosos para saber o que tenho dentro da mala. Antes que me perguntem, acelero o passo e sigo para a sala de aula. Entro e vejo um montão de olhinhos curiosos a me analisar que, em seguida, se voltam para a maleta. Eu a coloco em cima da mesa e a abro sem deixar que vejam o que há lá dentro. 

- O que tem aí, professora? 

- Em breve vocês saberão. 

No fim do dia, fecho a mala, junto minhas coisas e saio. No dia seguinte, me comporto da mesma maneira, e no outro e no noutro... As aulas correm bem e sinto que conquistei a classe, que participa com muito interesse. Os professores já não me encaram. A mala, porém, continua sendo alvo de olhares curiosos. 

Chego à escola no meu último dia de aula. A titular da turma voltará na semana seguinte. Na sala dos professores ouço a pergunta guardada há tantos dias: 

- Afinal, o que você guarda de tão mágico dentro dessa mala que conseguiu modificar a sala em tão pouco tempo? 

Podem olhar - respondo, abrindo o fecho. 

- Mas não tem nada aí! - comentam. 

- O essencial é invisível aos olhos. Aqui guardo o meu melhor. 

Todos ficam me olhando. Parecem estar pensando no que eu disse. Pego meu material, me despeço e saio.


Autora: Cybele Meyer

Fonte: novaescola@fvc.org.br / revistaescola.abril.com






Pechada 

O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de "Gaúcho". Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado. 

— Aí, Gaúcho! 

— Fala Gaúcho! 

Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações? 

Mas o Gaúcho fala "tu"! — disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato. 

— E fala certo — disse a professora. — Podes-se dizer "tu" e pode-se dizer "você". Os dois estão certos. Os dois são Portugueses. 

O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara. 

Um dia o Gaúcho chegou tarde à aula e explicou para a professora o que acontecera. 

— O pai atravessou a sinaleira e pechou. 

— O que? 

— O pai. Atravessou a sinaleira e pechou. 

A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo. 

— O que foi que ele disse tia? — quis saber o gordo Jorge. 

— Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou. 

— E o que é isso? 

— Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu. 

— Nós vínhamos... 

— Nós vínhamos. 

— Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto. 

A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendesse. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito. 

"Sinaleira", obviamente, era sinal, semáforo. "Auto" era automóvel, carro. Mas "pechar" o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que "pechar" vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada. 

— Aí, Pechada! 

— Fala Pechada! 



Autor: Luis Fernando Veríssimo 

Fonte: novaescola@fvc.org.br / revistaescola.abril.com 




Uma Lição Inesperada 

No último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos. Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria. Aos poucos, foi matando a saudade das descobertas que fazia ali, das meninas ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de seus amigos. Encontrou lá só gente estranha, que o observava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o sorriso que iluminava seu rosto se apagou. Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante. 

Um menino alto, que quase bateu no teto quando se ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que morava no sítio? A coitada comia palavras, olhava-os assustada, igual a um bicho-do-mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado, estalando a língua, com sotaque de malandro. E havia uns garotos com tatuagens umas meninas usando óculos de lentes grossas, todos esquisitos aos olhos de Lilico. A professora? Tão diferente das que ele conhecera... Logo que soou o sinal para o recreio, Lilico saiu a mil por hora, à procura de seus antigos colegas. Surpreendeu-se ao vê-los em roda, animados, junto aos estudantes que haviam conhecido horas antes. De volta à sala de aula, a professora passou uma tarefa em grupo. Lilico caiu com o japonês, a menina gaúcha, o mulato e o grandalhão. Começaram a conversar cheios de cautela, mas paulatinamente foram se soltando, a ponto de, ao fim do exercício, parecer que se conheciam há anos. Lilico descobriu que o japonês não era nerd, não: era ótimo em Matemática, mas tinha dificuldade em Português. A gaúcha, que lhe parecera tão metida, era gentil e o mirava ternamente com seus lindos olhos azuis. O mulato era um caiçara responsável, ajudava o pai desde criança e prometeu ensinar a todos os segredos de uma boa pescaria. O grandalhão não tinha nada de bobo. Raciocinava rapidamente e, com aquele tamanho, seria legal jogar basquete no time dele. Lilico descobriu mais. Inclusive que o haviam achado mal-humorado quando ele se apresentara, mas já não pensavam assim. Então, mirou a menina do sítio e pensou no quanto seria bom conhecê-la. Devia saber tudo de passarinhos. Sim, justamente porque eram diferentes havia encanto nas pessoas. Se ele descobrira aquilo no primeiro dia de aula, quantas descobertas não haveria de fazer no ano inteiro? E, como um lápis deslizando numa folha de papel, um sorriso se desenhou novamente no rosto de Lilico. 



Autor: João Anzanello Carrascoza 

Fonte: novaescola@fvc.org.br / revistaescola.abril.com 










Ponta da Língua 

Cheia de graça é a nossa língua, portuguesa. 
Você nem precisa aprender o á-bê-cê para rir com ela. 
Desde pequeno já ouve dizer que mentira tem pernas curtas. 
E mentira tem pernas? 
E a verdade? A verdade tem pernas longas? 
E quando dói a barriga da perna? 
Ou quando ficamos de orelha em pé? 
O que a barriga tem a ver com a perna, e orelha com o pé? 
Pra ser divertido, não leve nada ao pé da letra! 
Até porque letra não tem pé. Ou tem? 
Pé-de-meia é o dinheiro que a gente economiza. 
Pé-de-moleque, doce de amendoim. 
Dedo de prosa é papo rápido. 
Dedo-duro é traidor. 
Pão-duro, pessoa egoísta. 
E boca da noite? E céu da boca? 
É uma brincadeira atrás da outra! 
Cabeça de cebola, dente de alho, braço de mar. 
Com a nossa língua, a gente pode pegar a vida pela mão. 
Pode abrir o coração. Pode fechar a tristeza. 
A gente pode morrer de medo e, ao mesmo tempo, estar vivinho da silva. 
Pode fazer coisas sem pé nem cabeça. 
Mas brincar com palavras também é coisa séria. 
Basta errar o tom e você vai parar no olho do furacão. 
Então, divirta-se. Cuidado só para não morder a língua portuguesa 

Autor: João Anzanello Carrascoza 

Fonte: novaescola@fvc.org.br / revistaescola.abril.com 




Lendas e Fábulas

As Árvores e o Machado

Um homem foi à floresta e pediu as árvores que estas lhe doassem um cabo para o seu machado. O conselho das árvores concordou com o seu pedido e deu a ele uma jovem árvore para este fim. Logo que o homem colocou o novo cabo no machado, começou furiosamente a usá-lo e em pouco tempo havia derrubado com seus potentes golpes, as maiores e mais nobres árvores da floresta. Um velho Carvalho lamenta quando a destruição dos seus companheiros já está bem adiantada, e diz a um Cedro seu vizinho: O primeiro passo significou a perdição de todas nós. Tivéssemos respeitado os direitos daquela jovem árvore, ainda teríamos os nossos próprios e o direito de ficarmos de pé por muitos anos.


Moral da História: Quem menospreza ou discrimina seu semelhante, não deve se surpreender se um dia lhe fizerem a mesma coisa.



Autor: Esopo / Fábulas de Esopo
Fonte: alemdaterra.blog.terra.com.br/category/fabulas-lendas/
Criado por Tahyane







O Vento e a Lua 

Uma vez, havia um leão e um tigre que moravam numa floresta tranqüila. Eles se conheceram quando eram muito novos e não sabiam a diferença entre os leões e os tigres. Então, eles se tornaram bons amigos. 

Um dia, o leão e o tigre brigaram. O tigre disse: 

— Todo mundo sabe que o frio chega quando a Lua Cheia vira Lua Nova! 

E o leão disse: 

— Onde você ouviu essa bobagem? Todo mundo sabe que o frio chega quando a Lua Nova vira Lua Cheia! 

O leão e o tigre continuaram brigando. Como não sabiam quem estava certo, eles foram perguntar a resposta correta a um monge muito sábio e gentil que morava na floresta. O leão e o tigre cumprimentaram o monge e perguntaram quando é que o frio chega. O monge pensou e então respondeu: 

— Pode fazer frio em qualquer fase da Lua, desde a Lua Nova até a Lua Cheia. 

É o vento que traz o frio do norte, do sul, do leste ou do oeste. 

Então, vocês dois estão certos! E nenhum de vocês foi derrotado pelo outro. 

A coisa mais importante é viver sem brigar. 

O leão e o tigre agradeceram ao sábio monge. Eles ficaram felizes porque continuaram sendo amigos. 

O tempo vem e vai, mas a amizade permanece. 



(Contos Budistas Para Crianças) 


Fonte: alemdaterra.blog.terra.com.br/category/fabulas-lendas/ 
Criado por Tahyane 



As Codornas 

Há tempos, um bando de mais de mil codornas habitava uma floresta da Índia. Viviam felizes, mas temia enormemente seu inimigo, o apanhador de codornas. Ele imitava seu chamado e, quando se reuniam para atendê-lo, jogava sobre elas uma enorme rede e as levava numa cesta para vender. Mas uma das codornas era muito sábia e disse: 

"Irmãs! Elaborei um plano muito bom. No futuro, assim que o caçador jogar a rede, cada uma de nós enfiará a cabeça por dentro de uma malha e todas alcançaremos vôo juntas, levando-a conosco. Depois de tomarmos uma boa distância, deixaremos cair a rede num espinheiro e fugiremos". 

Todas concordaram com o plano. No dia seguinte, quando o caçador jogou a rede, todas juntas a içaram conforme a sábia codorna havia instruído, jogaram-na sobre um espinheiro e fugiram. Enquanto o caçador tentava retirar a rede de cima do espinheiro, escureceu e ele teve de voltar para casa. Isso aconteceu durante várias tentativas, até que afinal a mulher do caçador se aborreceu e indagou. "Por que você nunca mais conseguiu pegar nenhuma codorna?" 

O caçador respondeu: "O problema é que todas as aves estão trabalhando juntas, ajudando-se entre si. Se ao menos elas começassem a discutir, eu teria tempo de pegá-las.” Dias depois, uma das codornas acidentalmente esbarrou na cabeça de uma das irmãs quando pousaram para ciscar o chão. 

"Quem esbarrou na minha cabeça?", perguntou raivosamente a codorna ferida. "Não se aborreça. Não tive a intenção de esbarrar em você", disse a primeira. 

Mas a irmã agredida continuou a discutir: "Eu sustentei todo o peso da rede! Você não ajudou nem um pouquinho!", gritou. 

A primeira então se aborreceu e em pouco tempo estavam todas envolvidas na disputa. Foi quando o caçador percebeu a sua chance. Imitou o chamado das codornas e jogou a rede sobre as que se aproximaram. Elas ainda estavam contando vantagem e discutindo, e não se ajudaram a içar a rede. Portanto, o caçador ergueu-a sozinho e enfiou as codornas dentro da cesta. Enquanto isto, a sábia codorna reuniu as amigas e juntas voaram para bem longe, pois ela sabia que discussões dão origem a infortúnios. 

(Fábulas Budistas) 



Criado por: Tahyane 
Fonte: alemdaterra.blog.terra.com.br/category/fabulas-lendas/ 








O Leão o Urso e a Raposa 

Um Leão e um Urso capturaram um cervo e disputavam sua posse em feroz luta. Após terem lutado, e já muito feridos e fracos devido aos ferimentos, eles caíram no chão completamente exausto. Uma Raposa, que estava nas redondezas e a tudo observada a uma distância segura, vendo ambos estirados no chão, e, o cervo abandonado entre eles, correu entre os dois e agarrando a presa desapareceu no meio do mato. 

O Leão e o Urso vendo aquilo, mas incapazes de impedir, disseram: - Ai de nós, que nos ferimos um ao outro apenas para garantir o jantar da Raposa! Quem foi Esopo. 

Esopo é conhecido por suas inúmeras fábulas. Existem diferentes versões para a sua identidade: 

1ª versão: 

Fabulista grego do século VIU a.C.. O local de seu nascimento é incerto — Trácia Frigia, Etiópia, Samos, Atenas e Sardes todas clamam a honra. Eventualmente morreu em Delfos. Na verdade, todos os dados referentes a Esopo são discutíveis e se trata mais de um personagem legendário do que histórico. A única certeza é que as fábulas lhe atribuídas foram reunidas pela primeira vez por Demétrio de Falera, em 325 a.C.. Ao que tudo indica, viajou pelo mundo antigo e conheceu o Egito, a Babilônia e o Oriente. Concretamente, não há indícios seguros de que tenha escrito qualquer coisa. Entretanto, lhe foi atribuído um conjunto de pequenas histórias, de caráter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos por animais. Na Atenas do século V a.C., essas fábulas eram conhecidas. Suas fábulas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da cultura popular para compor seus escritos, que refletem um caráter realista e irônico. 

2ª versão: 

Esopo era um escravo que viveu na Grécia há uns 3000 anos. Tornou-se famoso pelas suas pequenas histórias de animais, cada uma delas com um sentido e um ensinamento, e que mostram como proceder com inteligência. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, é mostrar como nós, homens, podemos agir. Dizem que as fábulas de um Esopo encantaram tanto o seu dono que este o libertou. Dizem que esse Esopo recebeu honrarias e foi recebido em palácios reais. As fábulas de Esopo, contadas e readaptadas por seus continuadores, como Fedro, La Fontaine e outros, tornaram-se parte de nossa linguagem diária. "Estão verdes", dizemos quando alguém quer alcançar coisas impossíveis - o que é a expressão que a raposa usou quando não conseguiu as uvas… Esopo nunca escreveu suas histórias. Contava-as para o povo, que se encarregou de repetí-las. Mais de duzentos anos depois da morte de Esopo é que as fábulas foram escritas, e se reuniram às de vários Esopos.


 Em outros países além da Grécia, em outras civilizações, em outras épocas, sempre se inventaram fábulas que permaneceram anônimas. Assim, podemos dizer que em toda parte, a fábula é um conto de moralidade popular, uma lição de inteligência, de justiça, de sagacidade, trazida até nós pelos nossos Esopos. Esopo permanece mais como personagem legendária que histórica. 



Fonte: Wikipédia 
Criado por: Tahyane 
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