terça-feira, 14 de abril de 2015

MUSEU DE ARTE HAKONE/JAPÃO


Museu de Belas Artes – Hakone/Japão


No final do ano de 1950, teve início a preparação do terreno para a construção do Museu. O trabalho ficou concluído no veraõ de 1951 e, no outono, principiaram as obras de edificação dos alicerces, erguendo-se fortes pilares para a construção de concreto armado. Assim que voltou de sua primeira viagem missionária á Região Kansai, o Fundador apresentou o projeto do jardim dos Musgos, para cuja construção se aterraria a depressão do terreno na parte leste da casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua, e pediu a todos os fiéis que oferecessem musgos de diversas regiões.

Assim,o terreno coberto de bambu”Kumazassa” transformou-se por completo: em seu lugar, dando outro colorido raro á Terra Divina, surgiu um belo jardim de musgos, enriquecido pelo Estilo Rin-pa. Quanto ás Obras Artísticas a serem expostas, Meishu-Sama tinha algumas e pesquisou as que são avaliadas como Tesouro Nacional, existentes em museus históricos e de Belas Artes de várias regiões, em coleções particulares, em templos, etc., Como Museu de Belas Artes de Hakone, Meishu-Sama tinha certeza de que nada ficaria devendo a outros do gênero. A intenção era expor pocas obras históricas e arqueológicas, tendo como critério o senso estético, independente de ser arte oriental ou ocidental, antiga ou moderna. 

Meishu-Sama selecionou somente as obras-primas de artisticas famosos de cada época. Isso porque o significado do Museu de Belas Artes deixaria de ser alcançado se todas as pessoas, entendidas ou não em Arte, não se sentirem tocadas e extasiadas com a beleza das obras expostas. Naturalmente, este museu a começar pela sua arquitetura, instalações internas, decorações e tudo o mais, será construído de acordo com a orientação de Deus; por isso quando ele estiver concluído, apresentará resultados absolutamente especiais. Com a sua conclusão, praticamente estará terminada a construção do protótipo do Paraíso da Terra Divina. Em junho de 1952, inaugurou-se o tão esperado Museu de Arte de Hakone, com o qual ficava concluída a Terra Divina. Comemorando os dois eventos, foi realizado solenemente, durante três dias, o Culto do Paraíso Terrestre.

Meishu-Sama (19/09/1951)

Fonte:Luz do Oriente/Vol. II – Pág.(236/237) – Alicerce do Paraíso – Pág.(342/343) 



Porque as Obras – Primas chegaram ás mãos de Meishu-Sama

Como as pessoas que já visitaram o Museu de Belas Artes de Hakone devem saber, temos inúmeras peças que não se conseguem facilmente. Por isso não há quem não se espante. Vou contar, desde o início, como ocorreram os fatos. Comecei a comprar objetos de Arte logo, após o término da guerra. Naquela época, o japão estava passando por uma transformação até então nunca vista. Os nobres, os milionários, os senhores feudais, os grandes grupos econômicos, enfim todos aqueles que ocupavam posições privilegiadas foram despojadas delas de uma só vez.

Premidos pelas dificuldades financeiras, eles viram-se obrigados a desfazer-se das caligrafias, quadros e antiguidades de valor artístico que eram tesouros de família desde a época de seus ancestrais. Por conseguinte, surgiram no mercado muitas peças famosas e raras,e a preços baixos. Fiquei com muita pena, pois essas pessoas precisavam vendê-las mesmo a contragosto, para poderem pagar os altíssimo impostos lançados sobre seus bens. Assim, ao comprar os objetos, eu também fui levado por uma grande vontade de ajudá-las, de modo que não pedi desconto, tendo comprado a maioria pelo preço ofertado.

É óbvio, porém que fiz um balanço dos ganhos exosrbitantes de vendedores ambiciosos. Dessa forma, os preços foram sendo colecionados pouco a pouco. Como tenho dito várias vezes,desde jovem eu gostava muito das Belas Artes. Entretanto, minha capacidade de avaliação ainda era de amador; além disso eu não tinha experiência em compras desse tipo, nem entendia de preços do mercado. Consequentemente, só comprei as obras de que gostava. E parece que esse método não falhou; posso até dizer que não comprei nenhuma peça falsa.

Os esecialistas no assunto que visitaram o Museu de Belas Artes de Hakone, teceram-lhe elogios sinceros e não apenas para serem gentis: Em todos os museus de Belas Artes que visitei até hoje, as peças expostas são de valor duvidoso, mas as deste museu não. É um conjunto de objetos de primeira classe!” O Sr. Alan Priest, Curador do Setor de Belas Artes Orientais do Museu Metropolitano de Nova Iorque, também elogiou especialmente esse ponto. Enquanto fazia isto e aquilo, fiu colecionando muito objetos, e minha capacidade de avaliação tornava-se cada vez mais aguçada. Comecei, então, a pensar que um dia, deveria construir um museu de Belas Artes.

Isso ocorreu há mais ou menos três anos. A partir daí, misteriosamente, superando todas as expectativas, começaram a aparecer peças que vinham ao encontro desse objetivo, e eu então compreendi claramente que, por fim, Deus começara a executar a construção do Museu de Belas Artes. Os milagres ocorridos nesse sentido foram muitos, e,como não conseguiria enumerar todos, citarei apenas os mais relevantes. 

Foi logo no começo. Certo vendedor, especialista em “makiê”, misteriosamente me trzia, uma após outra, obras de alto nível. E não era só eu que me espantava: o próprio vendedor dizia que, para ele, o fato também era realmente um mistério. Além disso, a época era propícia, e consegui objetos valiosos por preços incrivelmente baixos; em termos de mercado atual,custaram várias vezes memos. Toas as peças de “makiê” que atualmente estão expostas no Museu de Belas Artes são dessa época, tendo sido colecionadas em apenas meio ano. Entre elas, destacam-se duas do extraordinário artesão Shossai Shirayama, e ainda tenho algumas outras guardadas, que pretendo expor um dia.

Hoje, quase já não existem á venda obras desse artista; restam muito pocas e seus proprietários não abem mão delas. Há muito tempo aprecio os objetos de estilo Rin e as cerâmicas Ninsei. Com o passar dos anos,eles foram ficando cada vez mais caros; ultimamente, já não existe quase nenhum á venda, e dizem que os interessados estão desapontadíssimos. Entretanto, na confusão do período logo após a guerra, ospreços eram baixíssimos e eu pude adquirir muitas obras; podemos, pois entender que isso foi obras do Poder de Deus. É por esse motivo que eu nunca deixava deconseguir as peças que gostaria de possuir ou que necessariamente deveriam existir no Museu de Belas Artes.Todas as vezes que isso acontecia, o vendedor exclamava: É um misterio! É um milagre!” A esse respeito, ocorreu um fato interessante. 

Eu estava querendoadquirir a famosa xilogravura “Tokaido Gojusantsugui”, de Hiroshigue, quando me apareceu um vendedor especializado emxilogravuras, que me ofereceu algumas obras desse artista. Eu lhe disse que, se fosse a impressão original da “Gojusantsugui”, eu a compraria a qualquer hora. Qual não foi o meu espanto quando, no dia seguinte, ele a trouxe para mim dizendo: “Naõ há nada mais misterioso. Ontem, assim que voltei para casa, uma pessoa me levou exatamente o que o senhor queria. Fiquei muito surpreso, pois estava á procura dessa obra há mais de quarenta anos, e justamente ontem, apareceu alguém para vendê-la. Não consigo entender!”

É claro que eu também exultei com o grandioso milagre. Examinando atentamente, vi que era de fato a obra original, que estava sendo guardada por um lorde feudal. Percebi, inclusive, que a encadernação parecia ter sido feita por um ancestral seu; por isso,fiquei duplamente maravilhado em poder adquiri-la. Alepm disso, o preço era muito baixo, o que me deixou mais contente ainda.

A seguir, falarei sobre a Cerâmica Chinesa 

Anteriormente, eu não sentia nenhuma atração nem entendia nada sobre o assunto, mas quando pensei que essas peças seriam necessárias ao Museu de Belas Artes, não tardou que elas se fossem acululando. São estas que agora estão expostas, e as pessoas não acreditam que tenham sido colecionadas em paenas um ano. No princípio, eu não entendia absolutamente nada, como disse, mas fui escolhendo as com base nas explicações dos vendedores e no meu sexto sentido.

Hoje, os expecialistas dizem que ficam impressionados em ver como se conseguir reunir tantos objetos de valor. Por isso não tenho palavras para exprimir a grandiosidade das graças concedidas por Deus. Ainda poderia contar muitos outros fatos, mas gostaria que imaginassem o restante. Agora, explicarei porque ocorreram tais milagres. Os espíritos dos autores dessas obras, que obviamente, estão no Mundo Espiritual, assim como osespíritos das pessoas que as apreciavam e os daqueles que tinham alguma relação com elas, pensando em praticar um ato meritório, faziam com que as peças chegassem ás minhas mãos por diversos meios.

Isto porque, através desse mérito eles se salvariam e subiriam de nível no Mundo Espiritual. Não é preciso dizer que foi pelo mesmo motivo que conseguimos este esplêndido Museu de Belas Artes em tão pouco tempo. Pensem bem.Até agora, para se conseguir um Museu de Belas Artes, era necessário o empenho de uma geração inteira de milionários; se este foi conseguido num piscar de olhos, qualquer pessoa poderá ver que não é obra humana.

Meishu-Sama, 08/10/1952




SIGNIFICADO DA CONSTRUÇÃO DO MUSEU DE BELAS ARTES/ HAKONE


Este artigo é a saudação proferida por Meishu-Sama na inauguração do Museu de Belas-Artes de Hakone.

Sou Mokiti Okada, Líder Espiritual da Igreja Messiânica Mundial.

Meus sinceros agradecimentos aos senhores pela sua presença no dia de hoje, apesar de estarem tão atarefados. Convidei-os especialmente, antes da inauguração deste museu, para ouvir suas impressões de abalizados “experts” das belas-artes, e, também, para expor, em rápidas palavras, os meus propósitos.


O objetivo primordial da Religião é a criação do mundo da Verdade, do Bem e do Belo. A Verdade e o Bem são coisas espirituais, mas o Belo expressa-se por meio de formas, elevando o espírito do homem pela sua contemplação.

Como é do conhecimento geral, no Ocidente, desde a antigüidade greco-romana até aproximadamente a Idade Média, e também no Japão, desde a época Shotoku (574-622) até a Era Kamakura (1192-1333), a arte sacra era muito próspera. É incontestável que a Religião foi o corpo materno de todas as artes, seja da pintura, da escultura, da música, etc. Na era contemporânea, todavia, esse elo entre Religião e Arte foi enfraquecendo pouco a pouco, de tal modo que elas acabaram se dissociando por completo. Por influência da Ciência, fala-se muito, hoje em dia, em estagnação da Religião. Entretanto, pelo motivo exposto acima, acho que a Religião e a Arte têm de caminhar tal como as rodas de um carro.

Desejo falar agora sobre as características do Japão.

Tal como os indivíduos, cada país possui uma ideologia cultural particular. A do Japão consiste em contribuir para a elevação da cultura, deleitando a humanidade através do Belo. Poderemos compreender isso observando a magnificência da paisagem desse país; a abundância e variedade de suas flores, plantas e árvores, a sensibilidade aguçada de seu povo em relação ao Belo, a excelência de seu artesanato, etc. Todavia, por desconhecimento da natureza de sua missão e por sua ambição demasiado imprudente, o Japão acabou sofrendo aquela amarga derrota na Segunda Guerra Mundial. Nem seria preciso dizer que o fato de ter sido despojado até de armamentos para não provocar novas guerras, foi Obra de Deus a fim de despertar os japoneses para a sua verdadeira missão. Ultimamente, tem-se falado muito sobre rearmamento, mas trata-se apenas de uma medida de defesa, sendo evidente que não contém outro significado.

Está claro, portanto, o caminho que o Japão deve seguir daqui para a frente. Tendo isso como objetivo, infalivelmente lhe advirá eterna paz e prosperidade. Consciente dessa verdade, venho me esforçando para concretizá-la, embora, no contexto geral, talvez seja insignificante o meu esforço. Como método concreto, primeiramente construí um pequeno Paraíso do Belo, com a intenção de mostrá-lo ao mundo. Os locais que preenchem este requisito, sem dúvida alguma, são Hakone e Atami, pelas facilidades de acesso, pela beleza das paisagens, pelas fontes termais, pela excelência do clima e do ar. São lugares plenamente satisfatórios. Escolhendo um local particularmente belo, nessas duas cidades, e unindo a beleza natural à beleza criada pelo homem, para formar um ambiente artístico ideal, consegui, finalmente, concluir o protótipo do Paraíso Terrestre de Hakone e este Museu de Belas-Artes.

Como é do conhecimento de todos, até hoje não existia, no Japão, nenhum museu de belas-artes tipicamente japonês. Existe museu de belas-artes chinesas, de belas-artes ocidentais, o de arte sacra, nas dependências do Museu Histórico, e outros museus, mas nenhum de arte japonesa. Sendo assim, nem mesmo os próprios japoneses podiam admirar as belas-artes de seu país. Se, por acaso, um estrangeiro nos visitasse e desejasse apreciar obras de arte tipicamente japonesas, era impossível satisfazer sua vontade. Isso não constituiria uma grande falha do Japão, o país das belas-artes? Portanto, se este museu for capaz de suprir pelo menos uma parte dessa falha, será para mim uma grande e inesperada felicidade.

Também gostaria de que os senhores tomassem conhecimento de outro fato.

Desde tempos remotos, o Japão possui um grande número de verdadeiras obras-primas da Arte, das quais poderia vangloriar-se perante o mundo inteiro. Entretanto, até o término da Segunda Guerra Mundial, elas eram propriedades intocáveis, guardadas com todo o zelo pelas famílias milionárias e nobres e raramente expostas ao público. Creio que isso foi motivado pela ideologia monopolista e feudalista. Hoje, porém, tendo-se tornado o Japão uma nação democrática, o fato ficou apenas como imagem do passado. Pela sua própria natureza, as obras-primas da Arte existem para serem mostradas o mais possível ao povo, a fim de deleitá-lo e fazê-lo, inconscientemente, elevar sua espiritualidade. Assim sendo, é preciso, antes de mais nada, erradicar a ideologia monopolista e liberar as Belas Artes.

Felizmente, por ocasião da grande mudança ocorrida em nível nacional, após a guerra, muitos tesouros culturais que estavam escondidos foram lançados no mercado, sendo evidente o quanto isso foi útil para a constituição do nosso Museu de Belas-Artes. É um museu pequeno; entretanto, tenciono fazer dele um modelo, pois acredito que, doravante, surgirão, seguidamente, vários museus, tanto no Japão como no exterior. Por isso, o seu conjunto e até os mínimos detalhes foram objeto de minha especial atenção; naturalmente, os jardins – cada árvore e cada planta – também são projetos meus. Como é obra de amador, esse museu pode ter muitos defeitos, mas, se puder ter alguma utilidade, sentir-me-ei muito satisfeito. Além disso, pensando em possíveis bombardeios aéreos, incêndios, roubos, etc., tomei precauções suficientes tanto no que concerne ao ambiente como às instalações. Creio, portanto, que ele também preencha condições para a conservação de Tesouros Nacionais.

Acredito que os senhores tenham compreendido meus propósitos; mas, repetindo, não tenho outro objetivo senão o de fazer aflorar a natureza intrínseca do Japão, ou seja, a de País do Belo e Paraíso do Mundo. Também tenho planos de, num futuro próximo, construir protótipos do Paraíso Terrestre, e seu indispensável museu de belas-artes, em Atami e Kyoto. Aproveito o ensejo para expressar meu desejo de poder contar com o apoio de todos os senhores.

Fonte:www.andresousa.org/.../significado-da-construcao-do-museu-de-belas-ar.















Fonte:
Meishu-Sama, 09 de julho de 1952
15 de junho de 1952
Fonte: Biografia de Mokiti Okada
(Luz do Oriente) – vol.II 3.edição
Pág. (236/237) – São Paulo/SP.
Alicerce do Paraíso
Ensinamentos de Meishu-Sama
(Igreja Messiânica Mundial do Brasil)
2. edição/junho/1992 – São Paulo/SP.
Pág.(343/344/345/346)


Alicerce do Paraíso 

Ensinamentos de Meishu-Sama
(Igreja Messiânica Mundial do Brasil)
2.edição/junho/1992 – São Paulo/SP.
Pág.(347/348/349/350)
Fotos: Marcio Mancini (Messiânico Brasileiro do Japão)

Nota: Este artigo é a saudação proferida por Meishu-Sama na inauguração do Museu de Belas Artes de Hakone.

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