sábado, 8 de abril de 2017

MEDITAR EM DEUS

Como Chegar a Deus 



Como Evocar a Sabedoria de Deus

Quando é totalmente abandonada a sabedoria do homem, então surge a Sabedoria de Deus. O fato de a Sabedoria de Deus não se manifestar onde estiver persistindo a sabedoria do homem, está expresso no Gênesis através do simbolismo de Adão e Eva, que foram expulsos do jardim o Éden por terem comido do fruto da sabedoria. Rejeitar a sabedoria do homem não significa, absolutamente, rejeitar a ciência nem assumir atitude anticientífica. Até a Teoria da Existência dos Mésons, do dr. Hideki Yukawa (Prêmio Nobel de Física, 1949), foi concebida quando ele descansava após o jantar e encontrava-se em estado mental de completo desprendimento, isto é, quando desapareceu a sabedoria humana e surgiu a sabedoria suprema. Muitos cientistas e inventores possuem diversas experiências religiosas dessa natureza.

Mesmo quando o consciente está inativo, o subconsciente está trabalhando

Não são nada bons os planos concebidos nos momentos em que a mente está tomada por temor, preocupação, ira, avareza ou nervosismo. Em tais momentos, o homem não consegue captar as ondas das idéias construtivas, sadias e lúcidas vindas do excelso mundo espiri­tual, pois estas são interceptadas pelas perturbadas ondas mentais do homem. Se a sua mente estiver preenchida somente por pensamentos puros e elevados, você conseguirá sintonizá-la perfeitamente com Deus apenas com as palavras “Ó Deus” ou “Ó meu Deus”. Então, será que ficando com o consciente inativo, sem pensar em nada, conseguiremos captar com perfeição as vibrações espirituais de Deus? Nem sempre isso é possível. Para o consciente ficar “sem pensar em nada”, bastaria dormir. Mas o subconsciente está, por hábito, sempre pensando em algo. Portanto, quando o consciente fica simplesmente inativo, é freqüente captar vibrações de almas errantes.

É necessário algo mais que o estado inativo do consciente

Então, para sintonizar com Deus, torna-se necessário algo mais que o simples estado inativo do consciente. Certo ano, visitou‑nos certa pessoa chamada Loffe­, dizendo-se missionário de uma nova seita fundada no Sudeste asiático. O fundador dessa seita era uma pessoa iletrada, porém pregava a Verdade citando eloqüentemente textos da Bíblia e das demais escrituras religiosas do mundo. Era considerado pessoa real­mente sobre-humana, sintonizava com Deus. Argumentava que, apenas ouvindo ou lendo, a Verdade seria compreendida superficialmente pelo cérebro, e que a Verdade pura só poderia ser transmitida diretamente de alma para alma. Por isso o fundador não escrevia livros sobre os ensinamentos e usava o seguinte processo para transmitir a Verdade às pessoas: o interessado sentava-se em frente ao orientador e concentrava seu espírito até ficar com o consciente inativo. Então, o espírito do orientador iluminado comu­nicava-se diretamente com a Imagem Verdadeira do espírito do praticante e o despertaria. Loffe dizia ter despertado diretamente pelo fundador, e, por isso, considerava-se alguém com a Imagem Verdadeira despertada, dotado de capacidade espiritual para despertar a Imagem Verdadeira do próximo. Viera propor que recebêssemos dele a transmissão direta. Que pensa o(a) leitor(a) a respeito disso?

O “consciente inativo” ou a “concentração em Deus”?

Loffe veio à minha casa com um intérprete e, depois de expor sua intenção, completou: “Quando faz a concentração mental sentado face a face com o orientador, é melhor que o praticante fique com o consciente inativo, sem pensar em nada. Por mais que mentalize palavras positivas com a mente cerebral ilusória, isso será inútil, pois seria o mesmo que estar limpando a fumaça com outra fumaça. Abandonando o esforço cerebral e deixando o consciente inativo, o espírito do orientador limpará com sua força espiritual a fumaça da mente e despertará a Imagem Verdadeira do praticante. Conseqüentemente, tudo irá melhorar”. Loffe e eu discutimos alguns instantes sobre isso. Eu asseverei o seguinte: “Fazendo a concentração mental sem pensar em nada, o consciente do homem perde a capacidade de selecionar as vibrações vindas de fora e corre o risco de sofrer interferências de ondas mentais de alguma ‘alma em ilusão’. O melhor, portanto, é mentalizar as palavras ‘Deus é infinita Sabedoria, infinito Amor, infinita Vida...’, e assim concentrar a mente em Deus, para não capturar outras ondas espirituais. A Meditação Shinsokan é superior à prática espiritual que você preconiza”.

Para o(a) leitor(a), qual dos dois seria o certo?

E quando o corpocomeçar a se agitar sob influênciaespiritual?

Os argumentos de Loffe eram bastante convincentes, e o moço que veio como intérprete impressionou-se com suas palavras e resolveu, juntamente com outro rapaz, adepto da Seicho-No-Ie, receber a corrente espiritual de Loffe. Pedi ao intérprete que me informasse, a título de curiosidade, tudo que ele sentisse durante a prática. E veio dele a seguinte comunicação: “Fechando os olhos e ficando em silêncio, sem pensar em nada, ouço Loffe proferir uma espécie de invocação... Agora sinto, independente de minha vontade, um tremor em todo o meu corpo, como se estivesse recebendo um choque elétrico, e estou sentindo um pouco de êxtase”. Percebi, então, que era um truque. Loffe deixava o praticante extasiado, fazendo-o crer que estava recebendo a luz espiritual através desse fenômeno. Deve-se tomar cuidado com esse tipo de fenômeno.

São perigosos os tremores durante a prática espiritual

Escrevi posteriormente uma carta ao moço, advertindo-o: “É muito perigoso esse tipo de prática espiritual. O tremor do corpo que ocorre quando você fica com a mente vazia, é provocado pelas ondas espirituais vindas do orientador ou por causa de algum espírito inferior que penetra em você. Portanto, isso não serve para o despertar espiritual da sua Imagem Verdadeira. As agitações violentas são provocadas pelo grupo de espíritos que acompanham o espírito-líder incorporado no orientador. Aproveitando-se da situação em que o praticante está com o consciente inativo e sem forças para selecionar as ondas que lhe chegam, eles se apossam do praticante e provocam a agitação. Se forem espíritos benfeitores e elevados, o resultado será benéfico; porém, no caso de serem espíritos inferiores e não esclarecidos, poderão ocasionar perigos. Por esse motivo, é melhor abandonar esse tipo de prática. Satanás, que tentou Jesus Cristo na margem do rio Jordão, e o demônio que tentou Buda na margem do reino Nairanjana são esses espíritos em ilusão que provocam fortes tremores durante as práticas ascéticas”.

Como evitar a sintonização com espíritos inferiores?

Chegou, porém, a hora de pôr à prova o método de Loffe. Dos dois moços que receberam a corrente espiritual de Loffe, um enlouqueceu (o intérprete), e o outro ficou tuberculoso. Por que ocorreu agitação com eles durante a meditação? É que, castigando o corpo através de práticas ascéticas tais como jejum e outras penitências, o homem diminui o peso carnal e aumenta o peso espiritual (o termo “peso” é aqui empregado em sentido figurado, e não como o peso medido na balança). Com isso, rompe-se o equilíbrio entre o corpo e o espírito, ficando enfraquecida a força física e aumentado a energia espiritual. Conseqüentemente, os espíritos (elevados ou inferiores) que já estavam ligados à pessoa, entram em ação e provocam as agitações. As palmas das mãos justapostas em posição de oração ligam as correntes espirituais positiva e negativa, intensificam a vibração das ondas magnéticas da pessoa e a colocam em estado propício para captar as ondas espirituais vindas de fora. É como se tivéssemos ligado o rádio. Nesse estado propício à recepção de ondas, se a pessoa ficar com a mente vazia e perder a força de selecionar as ondas, poderá ser invadida por espíritos inferiores. É muito raro receber espíritos elevados, mas isso pode acontecer; nesse caso, a pessoa poderá dizer verdades profundas.


(Taniguchi, Masaharu)


A Verdade, vol. 9, pp. 119-125)
04/11/2010
Fonte: Seicho-no-ie do Brasil/Meditar em Deus-fazer o bem leitura



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