sábado, 2 de agosto de 2014

A CEIA E OS RELATÓRIOS

A Ceia – Os Relatórios

Meishu-Sama ceava ás vinte e duas horas e trinta. Era uma refeição leve: comia um sanduiche, uma fruta ou macarrão. Sempre ouvindo rádio. Terminado o noticiário, todos os servidores iam levar-lhe suas saudações noturnas e agradecer-lhe pela proteção recebida durante o dia. Terminava, assim, mais um dia de trabalho dos servidores. Depois, mesmo que surgisse alguma tarefa, era o próprio Meishu-Sama que a executava. Ele jamais os chamava novamente, exceto aqueles que tinham tarefas especiais.

Certo dia, mais ou menos á meia noite, Meishu-Sama quis tomar uma soda. Um servidor, que ainda estava trabalhando, disse-lhe que ia chamar uma das senhoras. Meishu-Sama respondeu: “Não é necessário. Acho que já estão dormindo. Deixe que vá buscar. Está lá na geladeira”. E ele próprio foi buscá-la. Por outro lado, se encontrasse a geladeira com a porta aberta ou desarrumada por dentro, no dia seguinte chamava o responsável e o repreendia. Meishu-Sama era ao mesmo tempo amável e muito severo.

Após a saudação noturna, ele recebia das mãos do secretário os relatórios referentes aos diversos setores da igreja. De acordo com o movimento diário, transmitia as orientações adequadas. No que concerne á difusão, Meishu-Sama observava as condições para expansão da igreja não só no Japão como também no exterior estando sempre atento ás purificações ocorrido no mundo e aos resultados do johrei ministrado pelo fiel. Recebia também relatórios diários sobre o número de visitantes do Museu de Belas Artes, divididas em fiéis e não-fiéis. Baseado nesses relatórios é que Meishu-Sama dava suas orientações. Pesquisou também, com raro interesse, sobre Agricultura Natural, procurando saber da situação daqueles que a divulgaram e as influências do clima da chuva dos ventos, da temperatura etc. sobre as culturas.


Leitura de Jornais

Por volta das vinte e três horas, depois de ter examinado os relatórios do dia, Meishu-Sama ouvia a leitura dos jornais matutinos e vespertinos, feita por um servidor, a quem pedia para ler os artigos que ele marcava com lápis vermelho. Durante a leitura Meishu-Sama apreciava os objetos de arte e dizia: “minha boca e minhas mãos estão desocupadas”. 

Certa ocasião, quando o servidor lia os jornais, Meishu-Sama estendeu a mão para pegar algo. O servidor tenta ajudá-lo, mas foi repreendido: “continue lendo. Se você pudesse pegar sem parar de ler, eu não me importaria, mas como estou com as mãos desocupadas, eu mesmo pego”. Dessa maneira, vemos a importância que Meishu-Sama dava a cada minuto e segundo. 

Fonte: Fonte: Reminiscências sobre Meishu-Sama
Tradução (Igreja Messiânica Mundial do Brasil) Vol. III
Edição (Fundação Mokiti Okada – M. O. A)
2.Edição: julho/1986 – São Paulo/SP.



Meishu-Sama ditava seus Ensinamentos e Poemas 

A leitura dos jornais terminava aproximadamente á meia noite, e logo a seguir Meishu-Sama começava a ditar seus Ensinamentos ou Poemas. Eis como isso se processava. Um servidor, encarregado de tais anotações nos últimos anos de existência de Meishu-Sama, conta-nos que o Mestre lhe disse um dia: “De hoje em diante, quando eu chamar você, é para que anote o que vou ditar. Pegue caneta e papel e venha correndo”. Portanto, quando ele era chamado, atendia imediatamente, já de caneta e papel na mão, mesmo que Meishu-Sama estivesse no banho ou no jardim. 

Se algum título lhe viesse á mente Meishu-Sama, estivesse onde estivesse, chamava o servidor, e pedia-lhe que o anotasse. Sempre havia de trinta a quarenta títulos Anotados. Á noite o servidor os lia e Meishu-Sama escolhia um para desenvolver. Havia títulos anotados há um mês. Meishu-Sama ditava ininterruptamente, mas com facilidade, sem nenhuma hesitação. Esperava o servidor terminar cada parágrafo e continuava a ditar. Os Ensinamentos geralmente eram longos, enchendo três ou quatro páginas, e Meishu-Sama ditava três ou quatro por noite. 

Por ocasião dos Cultos, o salmo era pedido a Meishu-Sama com mais ou menos uma semana de antecedência. Ele dizia: “É e punha-se a refletir durante um ou dois minutos, ministrando johrei na nuca. A seguir, falava;” “Pegue a caneta”, e começava a compor numa rapidez extraordinária. Fazia uns trinta poemas em cerca de apenas vinte minutos. Uma pessoa que serviu com Meishu-Sama anotando o que ele ditava, escreveu o seguinte: “Aquelas extraordinárias composições fluíam como uma corrente d’água. As palavras saíam fáceis e agradáveis. Depois de escritas, bastavam duas ou três correções e elas tornavam-se perfeitas. 

São composições simples, cristalinas, concisas, caracterizando-se por poderem ser facilmente assimiladas por qualquer pessoa. As explanações de Meishu-Sama são acessíveis e feitas com sinceridade. As idéias essenciais acham-se expressas com convicção e numa forma perfeita. São palavras iluminadas, de um ser sobrenatural. Revelam um grande amor e uma força capaz de transformar o mundo. Seu imenso poder desperta o homem para o amor amplo, extensivo a toda a humanidade, e elimina os pecados e a infelicidade. 

Se as anotações terminavam antes da hora prevista. Meishu-Sama ouvia a leitura de testemunhas de graças alcançadas pelos fiéis ou de artigos enviados por outras pessoas. Muitas vezes, enquanto ouvia levantava-se e punha-se a fazer ginástica. Na primeira vez que um servidor presenciou a cena ficou perplexo. Mas Meishu-Sama disse sorrindo: “Eu como equilibradamente, mas sinto falta de ginástica”. Desde então, repetia esses exercícios físicos todas as noites em que sobrava tempo. Meishu-Sama cuidava bem de seu físico. Os testemunhos de graças deleitavam-no. Quando ouvia um relato que mostrava detalhadamente os efeitos positivos do johrei sobre as pessoas acometidas de forte intoxicação motivada por remédios, muitas vezes ele se emocionava e ficava até com lágrimas nos olhos. 

Enquanto eu lia, tive a sensação de que meu coração ia parar, de que meu corpo se contraía. Assim um servidor expressou sua emoção em certa oportunidade. Além disso, chegavam diariamente cerca de sete oi oito cartas escritas por não- fiéis e Meishu-Sama liam todas elas. Quando achava necessário, respondia pessoalmente. 


Repouso 

Às duas horas da madrugada Meishu-Sama começava a se preparar para dormir. ”Por hoje é só”, dizia. No inverno, ele próprio apagava o fogo do braseiro e arrumava o “kotatsu”(aquecedor colocado dentro de uma caixa com grades e coberta com uma colcha, destinado a aquecer os pés). Muitas “vezes a tia, ainda acordava, tentava ajudá-lo, mas Meishu-Sama dizia: Pode deixar que eu mesmo faça” Apagava até as fagulhas de intensidade igual á luz de um vagalume. Em seguida ia recolher-se até que o sol tornasse a brilhar. 

Essa era a vida cotidiana de Meishu-Sama, a menos que houvesse alguma viagem especial cujo objetivo fosse à difusão. 

Fonte: Reminiscências sobre Meishu-Sama 
Tradução (Igreja Messiânica Mundial do Brasil) Vol. III 
Edição (Fundação Mokiti Okada – M. O. A) 
2.Edição: julho/1986 – São Paulo/SP. 
Pág.(24 a31)

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