quinta-feira, 16 de maio de 2013

Esculturas de Ferro para Paredes


Esculturas de Ferro para Paredes 
Quadros com pinturas telas ou fotografias é itens que, tradicionalmente, decoram as paredes. Mas, de uns tempos para cá, uma tendência ganha força na Barra: as esculturas de ferro para pendurar. Lojas como a Velha Bahia e a Duílio Sartore, no Casa Shopping, e a Dracena Home, no Espaço It anhangá, estão entre as que apostam na idéia, que está fazendo a cabeça de arquitetos e decoradores. As peças, geralmente, são feitas com material reciclável. 

— Grande parte da matéria-prima é comprada em ferros-velhos. São chapas de ferro, vergalhões, parafusos. Por isso, pendurar esses objetos é muito mais barato do que usar quadros nas paredes. O preço chega a ser até um quinto menor do que o de uma tela — diz Luciana Duque, criadora das obras à venda na Velha Bahia. 

Formada em artes plásticas, Luciana começou a fazer esculturas há três anos. Antes, sua grande paixão era a pintura. 
— É muito mais trabalhoso e eu ainda tenho dificuldade para dar forma às proporções. Mas foi bacana trazer as artes para a decoração, porque eu posso fugir um pouco das amarras e regras do design — analisa. 




Para a arquiteta Eliane Fiúza, a tendência veio para ficar. 

— Normalmente, as esculturas de ferro são muito bem aceitas. Até porque sai do comum, e tudo que sai do comum ganha uma personalidade própria — conta. Eliane acredita que as peças têm também outro diferencial: combinam com qualquer ambiente. 

— São inúmeras as formas com que podem ser usadas. Dá certo com tudo, desde decorações mais modernas até as clássicas diz. 


























LENDAS E CONTOS


MATEMÁTICA DA FELICIDADE



As 4 operações básicas para a vida:



+ Some alegria 

- Subtraia rancor 

x Multiplique fé 

: Divida amor

 (Autor:Desconhecido)





ACREDITE SE QUISER 


O Mendigo

Sempre num lugar por onde passavam muitas pessoas, um mendigo sentava-se na calçada e ao lado colocava uma placa com os dizeres: “Vejam como sou Feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado”.

Alguns passantes o olhavam intrigado, outros o achavam doido e outros até davam-lhe dinheiro. Todos os dias antes de dormir ele contavam o dinheiro e notava que a cada dia a quantia era maior. Numa bela manhã, um importante e arrojado executivo, que já o observava há algum tempo, aproximou-se e lhe disse: Você é muito criativo! Não gostaria de colaborar numa Campanha da Empresa? Vamos lá só tenho a ganhar! Respondeu o Mendigo.

Após um caprichado banho e com roupas novas, foi levado para a Empresa. Daí para frente sua vida foi uma seqüência de sucessos e a certo tempo ele tornou-se um dos sócios majoritários. Numa entrevista coletiva á imprensa, ele esclareceu de como conseguira sair da mendicância para tão alta posição.

Contou ele: Bem, houve época em que eu costumava me sentar nas calçadas com uma placa ao lado que dizia: “Sou um nada neste mundo! Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego que me renda alguns trocados! Mal consigo sobreviver”!

As coisas iam de mal a pior, quando certa noite, achei um livro e nele atentei para um trecho que dizia: “Tudo que você fala a seu respeito vai se reforçando, por pior que esteja a sua vida, diga que tudo vai bem. Por mais que você não goste de sua aparência, afirme-se bonito. Por mais pobre que seja você, diga a si mesmo e aos outros que você é próspero.

Aquilo me tocou profundamente, como nada tinha a perder, decidi trocar os dizeres da placa para: “Veja como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado”.

E a partir desse dia tudo começou a mudar, a vida me trouxe a pessoa certa para tudo que eu precisava, até que cheguei onde estou hoje. Tive apenas que entender o poder das palavras o Universo sempre apoiará tudo o que dissermos escrever ou pensarmos a nosso respeito e isso acabará se manifestando em nossa vida como realidade.

Enquanto afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos bens materiais são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores ainda, pois o Universo as reforçará. Ele materializa em nossa vida todas as nossas crenças. 

Uma repórter, ironicamente questionou: O Senhor esta querendo dizer que algumas palavras escritas numa simples placa modificaram a sua vida? Respondeu o homem, cheio de bom humor: Claro que não, minha ingênua amiga! Primeiro eu tive que acreditar nelas!



Autor: Desconhecido














CRÔNICAS


FALANDO FRANCAMENTE

Numa ocasião como esta, a tentação é falar de si próprio. Mas seria impertinente falar sobre mim, quando minha apresentadora, Profª Teresinha Queiroz, já disse tudo e de forma muito clara e generosa. Resta-me, portanto, agradecer, e falar sobre a criatura – minha obra – e não sobre o criador. Lembro sempre do que disse Confúcio: – “Não se deve a todo o momento ficar falando de si, por dois motivos: é que, se falamos de bem, ninguém vai acreditar, e se falamos de mal, todos acreditarão”. 

Entrando no assunto que quero desenvolver, de imediato me vem à lembrança certo dia dos anos 1980, morando em Salvador, quando entrei numa livraria e comecei a olhar os livros, atividade para mim muito prazerosa, mesmo que nada possa ler além do título, autor e orelhas, e mesmo que nada possa comprar daquela vez. E, por simples coincidência, li na lombada de uma pequena brochura, o seguinte título O Menino Perdido, de autor americano, já falecido há muito tempo. Comprei o compêndio, li todos os contos e gostei, mas, por algum mecanismo obscuro da mente, não guardei nem o livro nem o nome do autor. Foi o meu espanto. Senti-me roubado, pois já me fixara naquele título para escrever algo que fosse memória da minha meninice. 

Lembro-me também de outro dia, já no começo dos anos 1990, em Luís Correia, depois de um banho na praia de Amarração. Sentindo já o começo de uma intransigente crise de depressão, comecei a reler pedaços de contos, crônicas, capítulos. Saudade e angústia. Vontade de fazer algo distinto do que já havia lido sobre a infância. Era isto que sentia. E começava a refazer alguns bosquejos miúdos, num caderninho escolar, e a partir dali ressurgia o nome de O Menino Perdido como título não definitivo. Começada a escrita, vieram as indecisões. Não encontrara um novo título e isto me contrariava. Era impossível abrigar minha matéria sob esse título e depois publicá-la. Eu já havia escrito uma crônica com o título de Um Menino Perdido, que logo desejaria publicada num livro de crônicas, o que de fato aconteceu em 1996. 

Muitos questionamentos foram feitos mentalmente e permaneceram em ebulição na minha cabeça. Era muita a matéria a escrever, e não queria um livro grande, no fundo eu desejava um grande livro. Também nem pensar em fazer coisa parecida com O. G. Rego de Carvalho, em Ulisses entre o Amor e Morte. Não tinha como. Eu sou realmente discípulo de O. G. Rego de Carvalho e muito me orgulho disto. Ele é um dos maiores amigos que fiz na minha vida, em Teresina, só não maior do que o Hardi Filho, poeta dos melhores do Piauí, pessoa com quem primeiro me encontrei em Teresina e, juntamente com Herculano Moraes, fundamos o movimento literário O CLIP – Círculo Literário Piauiense. Com O. G. Rego de Carvalho foi diferente: antes de encontrar-me com ele, como colega do Banco do Brasil, já havia lido Ulisses entre o Amor e a Morte. Foi outro espanto na minha vida. Espanto que se repetiu em Somos Todos Inocentes e em Rio Subterrâneo. Que obras incomparáveis! 

Mas quantos escritores, que vieram antes dele e de mim, escreveram a infância (ou sobre a infância)? Lembro-me de alguns: José Lins do Rego, com seu O Menino de Engenho; Graciliano Ramos com o seu livro Infância; Joaquim Nabuco, com o espetacular Minha Formação. Os clássicos russos Dostoievski e Leon Tolstoi fizeram livros sobre sua infância e adolescência, excelentes obras cujos nomes não me vêm à memória. Os clássicos modernos mais à vista seriam O Pequeno Príncipe, de Antoine de Exupéry, e O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon. A enumeração seria enorme e tomaria muito tempo. Não falemos das historinhas da vida comum e das fábulas antigas renovadas que tanto têm sido escritas e publicadas como meio de ganha-pão de escritores desempregados e de editores sem imaginação senão a do vil metal. Claro que o genial Monteiro Lobato não entraria nessa última classificação, antes merece ser o primeiro da boa lista, com Memórias de Emília e Caçadas de Pedrinho, para referir apenas duas da sua numerosa produção. 

Não, eu jamais escreveria uma história ou um conto com o fim único de ganhar dinheiro. Ganhar dinheiro é bom, mas vender a consciência é horrível.Passei mais de 20 anos a elaborar O Menino quase Perdido. Finalmente, sem matar completamente o nome primitivo, encontrara o novo título: com uma palavrinha apenas ganhei originalidade. Daí então passou a ser pensadas, com mais gosto, as formas de escrever e a escolha do conteúdo de cada uma das suas partes. Ele, O Menino... Não é um conto grande, não é somente feito de contos encadeados, não é de crônicas, não é um romance. E é tudo isto. Ou quase tudo. A matéria eu já possuía até demais, não que minha infância tenha sido tão rica, mas foi minha infância, minha família, minha terra, minha vida que me inspiraram para escrever esta obra. Original na forma, dentro do poder de minha inventiva. Escolhendo como escrever e o que escrever. E o que publicar e o que deixar de publicar. Muitas páginas foram rasgadas. O livro é não somente real como pode ser ficção, imaginação de homem adulto sobre o que e como sentia o menino, naquele tempo. Um transporte enorme no tempo, no espaço e nas emoções. Assim se casaram o distanciamento e a intimidade. Quase todos os personagens são parentes: pai, mãe, avós, tios, irmãs, primos, amigos, amigas e namoradas – algumas inventadas. 

Mas é preciso que diga: - este livro é da minha mãe, principalmente. Quem não gosta de mãe certamente não vai gostar dele. Assim como para Saramago a pessoa mais sábia que ele conheceu, quando menino, foi o avô, para mim, foi minha mãe, até os oito anos. Fui educado para emoções duradouras e positivas. Daí por diante, juntar-se-ia a influência de meu pai. 

Com relação a sua composição, repito: - Foi todo escrito e reescrito muitas vezes. Não digo que esteja perfeito. Não há perfeição, na espécie humana nem sei se em outras. A perfeição é apenas um ideal a perseguir. E é isto que os bons escritores fazem, por si, para si e pela humanidade. 

Creio que estou sendo capaz de dizer pouco sobre a matéria de O Menino quase Perdido, mas o suficiente para saber-se que não se trata de biografia, muito menos de minha biografia. Minha biografia são meus livros, não sou cientista nem personagem da mídia, não sou político para quem tudo o que faz precisa ser dito e mostrado, e mentido e enganado. Sou um homem simples e ao mesmo tempo vaidoso do que faço, do que penso e do que recuso. Se em O Menino quase Perdido isto for achado, então o escritor, o personagem onisciente não pôde ser totalmente isento de imprimir sua marca. Eis minha luta pela originalidade e pela diferença em minha escrita, assim como sou diferente em pessoa, sabendo como o Filósofo Schopenhauer, que “o estilo é a fisionomia do espírito” e não da cara. 

“Para confirmar minhas palavras, é pertinente que cite, mais uma vez Arthur Schopenhauer (1788 – 1860), filósofo dos anos selvagens da filosofia” e autor de “O Mundo como Vontade e Representação”. Escreveu ele: 1º) “Um livro nunca pode ser mais do que a impressão dos pensamentos do autor”; 2º) “Para estabelecer uma avaliação provisória sobre o valor da produção intelectual de um escritor não é necessário saber exatamente sobre o que ou o que ele pensou, pois para tanto seria necessária a leitura de todas as suas obras. A princípio basta saber como ele pensou”. 

Pensei “O Menino quase Perdido” como uma obra original sobre a infância, no estilo e na construção, quando qualquer menino é rei, ficando distante o autor onisciente, muito distante do que sentia e sente “o menino”, no íntimo - ambos realmente tornados personagens. Auguro, pois, que O Menino... Seja lida como verdade mista, real e ficcional, coleção de contos, de crônicas, ou mesmo romance, para os leitores mais liberais. Editorialmente é um memorial, assim ficou classificado e registrado. E que cada leitor encontre seu menino de forma diferente, da forma que o próprio leitor foi em criança. Se assim acontecer estarei pago. 

Finalizando, repito com o vulgo que “de bons propósitos, o inferno está cheio”. Sim, porque me traí e traí a todos, dizendo, no início, que não iria falar de mim mesmo, porém da obra. Acontece que a obra é o homem. Eu sou a minha obra, jamais um se desligará do outro. Se isto acontecer, ambos são falsos ou hipócritas e é isto que eu não quis nem quero ser. 



Fonte: Agência Assaz Atroz
Autor: Francisco Miguel de Moura
Depoimento lido no lançamento de “O Menino quase Perdido”
“APL – Academia Piauiense de Letras”, em 17/09/2011

Enviado por: Fernando Soares Campos








ENTRANDO NO CHILE

Era a primeira vez na minha vida que eu ia ao Chile – e entrar no Chile foi muito engraçado, pois não havia Aduana. Andaríamos 164 km até chegar a ela, o que me fez pensar de novo nas brigas entre os dois países por causa do Canal de Beagle. 

A comida, o sol quente e o bom vento fresco em cima da moto acordaram-me de vez, e agora eu tinha forte consciência de que estava, já, no Deserto do Atacama. É muito interessante e muito lindo, tal deserto. É um verdadeiro espetáculo para quem nunca o viu ou o imaginou – eu, pelo menos, tinha na imaginação as imagens do Deserto do Saara, todo de dunas de areia branca, e fui como que indo de surpresa em surpresa Atacama afora. O Deserto do Atacama às vezes é plano, semeado de distantes vulcões; às vezes é feito de suaves ondulações ou colinas; às vezes é todo de altíssimas subidas e descidas de montanhas – e todo ele é um mar de minério, que o deixa com as mais variadas cores, dependendo do que é feito seu solo. Dependendo da região, uma colina é azulada, outra é creme, outra é lilás, outra é roxa – coisa de louco, beleza como que espargida as mãos-cheias, e há que se pensar que a última vez que choveu, lá, foi no século XVI – portanto, há quase 500 anos. Algumas partes do Deserto do Atacama estão fora da biosfera, isto é, são tão secas que não permitem nenhuma forma de vida. 

Não cheguei a ver, mas soube que nessas partes que estão fora da biosfera, os grandes laboratórios [1] internacionais têm seus centros de pesquisa mais perigosos, por uma questão de segurança. Funciona assim: se um laboratório daqueles acabar produzindo um vírus, uma bactéria, ou qualquer forma de vida que possa ser prejudicial à Humanidade, e se, devido a algum acidente, tal forma de vida escapar de controle e fugir do laboratório, não haverá perigo – ela não atingirá a Humanidade, pois morrerá antes de sair daquelas regiões totalmente secas. 

Naquele dia, porém, atravessávamos parte ainda não tão seca do deserto, planícies pontilhadas com distantes vulcões de grande altitude, onde se formavam as neves eternas, e, por causa delas, havia períodos de degelo que formavam algumas lagoas ou outros pontos de umidade, e qualquer umidade é sinônima de vida, e onde há aquele mínimo de água nasce a vegetação característica do deserto, que no caso podiam ser pequeninos arbustos, ou capins, ou musgos – e lá estavam as alpacas, as vicunhas, as lhamas, os zorros[2], e sabe-se lá quantos outros bichinhos que existiam na cadeia alimentar daquele lugar onde a vida parecia quase impossível! E não se via, nem mesmo casinhas de adobe, mas fico pensando que aquelas lhamas e suas primas não estariam ali de graça – em algum momento do ano seu dono haveria de aparecer, nem que fosse para tosquiá-las dos seus pêlos tão quentes! 

Uma coisa ótima que acontecera desde que entráramos no Chile: voltaram as boas estradas asfaltadas, bem sinalizadas com uma forma diferente de sinalização, em placas amarelas. A paisagem soberba me entretinha completamente, e quase não dei pelos 164 km que andamos – o que não deve ter demorado mais que hora e meia – quando paramos com grande estardalhaço, enfim, na Aduana chilena! Havia um rigoroso controle para que não passasse por ali nenhuma contaminação da febre aftosa – e já tive que saltar da moto sobre uma imensa esponja cheia de desinfetante, enquanto patrulheiros vinham aspergir desinfetante em todas as rodas da nossa comitiva. 

Eram simpáticos, os chilenos! Enquanto preenchíamos nossas fichas de entrada no país e outras coisas, entre elas uma declaração de que nada levávamos de origem animal (por causa da febre aftosa), um deles deu-se conta de que meu estômago não estava lá muito bom, e foi buscar um limão, e cortou-o, e me falou das suas propriedades terapêuticas, e me ensinou a chupá-lo da forma certa para absorver o ácido necessário para melhorar, e era pura gentileza. Fiz as coisas que se fazem em tais ocasiões: contei-lhe da grande amiga chilena que tinha na minha cidade, a artista plástica Paloma, e ele acabou se despedindo de mim com um beijo no rosto. Deduzi que ele andara vendo muitas novelas brasileiras, para ter aprendido aquele tipo de despedida – tanto quanto sei, os chilenos e outros povos não se beijam assim como nós! 

Só quando, enfim, fomos liberados pela Aduana, foi que me dei conta que estávamos... Nada mais nada menos que em SÃO PEDRO DE ATACAMA! Gente, isso aí estava muito além dos meus melhores sonhos! 


Autor: Urda Alice Krueger

Enviado por: Assaz Atroz
Site: http://www.velhosamigos.com.br











Momento de Reflexão

A Bagagem 

Existe um personagem de desenhos animados infantis que tem certo toque de mistério e magia. Seu nome é Gato Félix. A todo lugar que vá, ele leva a sua maleta. É uma maleta especial, pequena. E tudo o que ele deseja, tira da dita maleta. Se for hora do lanche, ele encontra frutas, sanduíches e sucos. Se necessitar fazer um conserto, as ferramentas lá estão. Sempre as certas e precisas. Se chover de repente, basta abrir a maleta para encontrar capa, guarda-chuva, botas. E assim em qualquer situação. 

Cada um de nós também possui uma pequena mala de mão, em nossa vida, mais ou menos parecida com a do personagem infantil. Quando a vida começa, temos em mãos a pequena mala. À medida que os anos passam a bagagem, dentro dela, vai aumentando. É que vamos colocando tudo o que recolhemos pelo caminho. Algumas coisas muito importantes. Outras, nem tanto. Muitas, dispensáveis. Chega um momento em que a bagagem começa a ficar insuportável de ser carregada. Pesa demais. Nesse momento, o melhor mesmo é aliviar o peso, esvaziar a mala. Você examina o conteúdo e vai pondo para fora. Amor, amizade. Curioso, não pesam nada. 

Depois você tira a raiva. Como ela pesa! Na seqüência, você tira a incompreensão, o medo, o pessimismo. Nesse momento, você encontra o desânimo. Ele é tão grande que, ao tentar tirá-lo, ele é que quase o puxa para dentro da mala. Por fim, você encontra um sorriso. Bem lá no fundo, quase sufocado. Pula para fora outro sorriso. E mais outro. Aí você encontra a felicidade. Mas ainda tem mais coisas dentro da mala. Você remexe e encontra a tristeza. É bom jogá-la fora. Depois, você procura a paciência dentro da mala. Vai precisar bastante dela. E também procura a força, a esperança, a coragem, o entusiasmo, o equilíbrio, a responsabilidade, a tolerância e o bom e velho humor. A preocupação que você encontrar, deixe de lado. Depois você pensa no que fazer com ela. Bem, agora que você tirou tudo da sua mala, deve arrumar toda a bagagem. Pense bem no que vai colocar lá dentro de novo. Isso é com você. E depois de toda a bagagem pronta, o caminho recomeçado, lembre de repetir a arrumação vez ou outra. O caminho é longo até chegar ao final da jornada, e você terá que carregar a mala o tempo todo. 

E quando chegar do outro lado é bom que em sua bagagem tenha o máximo de coisas positivas, como boas obras, amizades, carinho, amor. Porque isso tudo não pesa na sua bagagem, enquanto na terra. Mas quando for colocada na balança da justiça, para além da existência física, pesará e muito, positivamente. A vida é uma grande viagem. Durante um tempo excursiona-se pelas paisagens terrenas. É um período para estudar, trabalhar, progredir. Um dia, retorna-se para a estação espiritual. É o momento de contar as conquistas e as perdas. Os erros e os acertos. Que a nossa bagagem, nesse dia, possa estar repleta de virtudes, o bem praticado, afetos conquistados para nossa própria e grande felicidade. 



Equipe de Redação do Momento Espírita com base em artigo recebido denominado "A Bagagem", sem designação de autor. 

Fonte: Momento de Reflexão




A Benéfica influência da Música 

No mês de março de 2008, a revista científica Brain divulgou um estudo realizado por cientistas da Universidade de Helsinque, na Finlândia, com pacientes que sofreram derrame cerebral. Sessenta voluntários participaram da pesquisa, divididos em três grupos. O primeiro, formado por pacientes que foram expostos à audição musical, por duas horas diárias. O segundo, por pacientes que ouviam livros-áudio. O terceiro grupo não ficou exposto a nenhum tipo de estímulo auditivo. Após três meses, os cientistas observaram que a memória verbal melhorara 60% entre os pacientes que ouviam música, comparado com apenas 18% do grupo dos livros-áudio e 29% entre os pacientes que não receberam estímulos auditivos. 

A pesquisa demonstrou ainda que os pacientes que ouviram música, durante a recuperação, revelaram uma melhora de 17% na concentração e na habilidade de controlar e realizar operações mentais e resolver problemas. Teppo Sarkamo, que liderou o estudo, disse que a exposição à música durante o período de recuperação estimula a atividade cognitiva e as áreas do cérebro afetadas pelo derrame. Além de ajudar a prevenir a depressão nos pacientes. A notícia é alvissareira e demonstra que, a cada dia, o homem avança no conhecimento, ampliando seus conceitos. Que cientista conceberia, em anos recuados, que a arte poderia auxiliar a recuperação do cérebro humano? Os que acreditam no Espírito, os artistas, os estetas, mais de uma vez sentiram o êxtase ao ouvirem determinadas peças musicais e falaram de suas propriedades. 

A respeito da ação da música, em março de 1869, o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec estampou, em sua Revista Espírita, uma página mediúnica, assinada pelo consagrado Rossini. O compositor italiano Gioachino Antonio Rossini, autor de música sacra, de música de câmara e de 39 óperas, dentre elas as célebres O barbeiro de Sevilha e Cinderela, escreveu: A influência da música sobre a alma, sobre o seu progresso moral, é reconhecida por todo o mundo. 

A harmonia coloca a alma sob o poder de um sentimento que a desmaterializa. Tal sentimento existe num certo grau, mas se desenvolve sob a ação de um sentimento similar mais elevado. A música exerce uma influência feliz sobre a alma. E a alma, que concebe a música, também exerce sua influência sobre a música. A alma virtuosa, que tem a paixão do bem, do belo, do grande, e que adquiriu harmonia, produzirá obras-primas capazes de penetrar as almas mais encouraçadas e de comovê-las. Por fim, diz o compositor que moralizando os homens, o Espiritismo exercerá grande influência sobre a música. 

Produzirá mais compositores virtuosos, que comunicarão suas virtudes, fazendo ouvir suas composições. Utilizemos a música em nossa vida. A música que emociona que eleva. Não há necessidade de se ouvir somente música erudita, clássica. Há tantos compositores populares, de tantos países, com músicas belíssimas, que encantam e extasiam os que as escutam. Busquemo-las e deixemos que nossa alma cresça, enchendo-se de sons, de harmonia, de beleza. 

Redações do Momento Espírita, com base em notícia colhida no Boletim SABEM nº 2121 
E do artigo Dissertações Espíritas, da Revista 

Fonte: Momento de Reflexão



A Cadeira Vazia




Era uma singela igreja, frequentada por moradores da região daquele distante bairro de Londres. Os anos se passavam e o pequeno grupo se mantinha constante nas reuniões, ocupando sempre os mesmos lugares. Foi por isso mesmo muito fácil ao pastor descobrir certo dia, uma cadeira vazia. Estranhou, mas logo esqueceu. Na semana seguinte, a mesma cadeira vazia lá estava e ninguém soube informar o que estava acontecendo. Na terceira ausência, o pastor resolveu visitar o faltoso. No dia frio, foi encontrá-lo sentado, muito confortável, ao lado da lareira de sua casa, a ler. 

Você está doente, meu filho? Perguntou. A resposta foi negativa. Ele estava bem. Talvez estivesse atravessando algum problema, ousou falar o pastor, preocupado. Mas estava tudo em ordem. E o homem foi explicando que simplesmente deixara de comparecer. Afinal, ele freqüentava o culto há mais de vinte anos. Sentava na mesma cadeira, pronunciava as mesmas orações, cantava os mesmos hinos, ouvia os mesmos sermões. Não precisava mais comparecer. Ele já sabia tudo de cor. O pastor refletiu por alguns momentos. Depois, se dirigiu até à lareira, atiçou o fogo e de lá retirou uma brasa. 

Ante o olhar surpreso do dono da casa, colocou a brasa sobre a soleira de mármore, na janela. Longe do braseiro, ela perdeu o brilho e se apagou. Logo, era somente um carvão coberto de cinza. Então o homem entendeu. Levantou-se de sua cadeira, caminhou até o pastor e falou: tudo bem, pastor, entendi a mensagem. E voltou para a igreja. Todos nós somos brasas no braseiro da fé. Mantêm-se regular freqüência ao templo religioso, estudando e trabalhando, nos conservamos acesos e quentes. Mas, exatamente como fazem as brasas, é preciso estender o calor. Assim, acostumemos a não somente orar, pedir e esperar graças. Iluminados pelo evangelho de Jesus nos disponhamos a agir em favor dos nossos irmãos. Como as brasas unidas se transformam em um imenso fogaréu, clareando a escuridão e aquecendo as noites frias, unidos aos nossos irmãos de ideal, poderemos estabelecer o calor da esperança em muitas vidas. Abrasados pelo amor a Jesus, poderemos transformar horas monótonas em trabalho no bem. A simples presença passiva na assembléia da nossa fé em um dinâmico trabalho de promoção social, beneficiando a comunidade. 

Pensemos nisso e coloquemos mãos à obra. Pensamentos Clarificados pela mensagem do cristo espalhem calor nas planícies geladas da indiferença, da sumidade e da necessidade. Procuremos a dor onde ela se esconda e a envolvamos nos panos quentes da nossa dedicação. Estendamos o brilho da esperança nas vidas amarfanhadas dos que nunca conseguiram crer em algo que estivesse além do alcance dos seus sentidos físicos. Tornemo-nos brasas vivas, fazendo luz onde estejamos atuando e servindo em nome de Jesus. 


Fonte: Revista Reformadora nº 2.054 de maio/2000 / A cadeira vazia de Richard Simonett 

Momento de Reflexão




A Caridade

Dentre as maravilhas ensinadas por Jesus de Nazaré, o homem que dividiu a nossa História, está à caridade. Um costume muito comum aos fariseus era o de tentar o Mestre, fazendo-Lhe perguntas que julgavam embaraçosas. Todavia, Jesus a todas respondia com presteza e sabedoria. Certo dia, um deles, que era doutor da lei, propôs a seguinte questão: "Mestre, qual o grande mandamento da lei?" Jesus lhe respondeu: "Amarás o senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Esse o maior e o primeiro mandamento. 

Eis o segundo, que é semelhante ao primeiro: amarás o teu próximo, como a ti mesmo. E acrescentou: “toda lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” Como é fácil perceber, Jesus sintetizou a Lei e todos os ensinos dos profetas nestes dois mandamentos: Amar a Deus e ao próximo. Se um não for cumprido, o outro também não será, ou seja, não se pode amar a Deus, sem amar Seus filhos, ou amar os filhos sem amar o Pai. Podemos compreender com isso, que Jesus falava da caridade, pois na seqüência da resposta Ele narrou à parábola do samaritano. 

A parábola faz referência a três pessoas que se depararam com um homem ferido no caminho, e ressalta que quem se compadeceu e o socorreu foi um samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor ao próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Percebemos nos ensinos de Jesus, que a prática da caridade é uma condição para a conquista da felicidade. Vejamos que a caridade não é somente dar coisas, mas doar-se ao próximo, condição que não requer recursos financeiros nem influência social. Todos podem fazê-la. O apóstolo Paulo fala da caridade com as seguintes palavras: "Ainda que eu tivesse a linguagem dos anjos; tivesse o dom da profecia que penetrasse todos os mistérios; tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou." 

E prossegue dizendo: "E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria." Está bem claro nos ensinos de Paulo, que o fato de distribuir os bens materiais não é suficiente, ou não é só nisso que consiste a verdadeira caridade. 

A caridade material é apenas uma faceta, a outra é a caridade moral. Não basta ter fé, não precisa ser promitente desta ou daquela religião, é preciso ter caridade como a entendia Jesus: "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas". É, em resumo, fazer ao próximo todo o bem que desejamos que o próximo nos fizesse. 

"Nos caminhos claros da inteligência, muitas vezes as rosas da alegria completa produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria". 


Redação do Momento Espírita, com base no item 4 do cap. XV de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB e no verbete Caridade do livro Dicionário da alma, Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. 

Momento de Reflexão
Site: www.reflexao.com.br



A Fé que desenvolve a Personalidade


A Fé que desenvolve a Personalidade 

Este é um caso até recente! 

Firmei amizade com um capitalista de Kyoto, que possui três empresas de construção, e como qual podia conversar livremente. Vamos chamá-lo de Sr. M. Como o casal M. já era membro, fora dos assuntos da igreja, os nossos gostos também eram similares, de maneira que foi muito bem aceito por eles, chegando a ser convidado para a Sala de Chá. O Sr. M. tinha três filhos homens. O mais velho já havia se formado na faculdade e auxiliava o pai na empresa. Um dia, o Sr. M. consultou-me sobre um problema familiar. 

Estou numa enrascada sobre o casamento do meu filho. Ele e contou que o filho estava namorando uma moça que anteriormente trabalhara na sua firma, e que os dois queriam casar-se a todo custo. A jovem era um ano mais velha que o rapaz e o fato de ser uma ex-funcionária não agradavam ao Sr. M. por ser uma ligação de afinidades desencontradas, os pais eram contra aquela união e até chegaram a pedir aos que os conheciam para opinarem contra, mas os próprios namorados não davam ouvidos. O que estaria acontecendo? Parecia que os pais nada podiam fazer, mas continuavam desejando que a noiva para o seu filho tivesse as qualificações que eles achavam indispensáveis. 

De início, falei superficialmente ao Sr.M. e á sua esposa, que estava junto: Ora, se seu filho deseja tanto, porque não realizar a sua vontade? Bem, se isso fosse possível, não estaríamos sofrendo tanto me responderam. Não se podiam ignorar os sentimentos da mãe e do pai, que amavam o filho, mas o seu modo de pensar era um tanto antiquado. O nosso filho é muito bom e está sendo enganado pela moça. Como o Sr. M. chegou a dizer até aí, eu também retruquei: Vocês são de boa família e, tendo posses, é difícil evitar que surjam problemas e aflições desse tipo. O casamento é um assunto que compete a eles dois, e se impuserem sua vontade agora, futuramente o seu filho poderá perder a confiança em vocês. 

Paixão é como encosto espiritual. Devemos resolvê-la com o auxílio de bastante tempo. Quando recebo consultas dessa natureza, procuro assegurar-me do sucesso, pesquisando e analisando por bastante tempo. O namoro é uma febre temporária, que torna os namorados cegos ás circunstâncias e quanto mais é alvo de oposição, mais esquenta e arde. Se olharmos com mais frieza e razão, pode ser que somente seu filho goste dela, e que por ser um ano mais velho, ele possa estar um tanto apressada para casar-se, pensando em ocupar o lugar de esposa em uma família tão renomada. Com um pouco de tempo e paciência, a realidade tornar-se-á clara e qualquer sentimento oculto ficará evidente. 

Vocês têm o desejo de que ele continue os trabalhos da família. Por isso mesmo, precisamos saber se não há por parte da noiva sentimentos como os que expuseram. Devem estar aflitos porque pensam que a moça está longe de ser condizente com o herdeiro da família. Ora, Sr. M. o senhor ainda é jovem e tem o segundo e o terceiro filhos. Mas, por ter a saúde um pouco delicada, está se afobando nessa questão de herdeiro. Quando o homem cresce sem nenhum sofrimento especial, constantemente vacilará até os trinta anos, e sem se importar com as diversas condições e circunstâncias, seu pensamento está centralizado em si próprio. 

Será que por ser o primogênito, ele não foi criado com muitas regalias? Se assim for, há uma parcela de responsabilidade por parte dos senhores. Se o seu filho insiste em si casar, contrariamente por que não experimenta separá-lo da família, fazendo-o constituir outra? Se vocês se apegam, de verdade, á Fé, poderão ficar tranqüilos, haja o que houver. Nesse momento, em vez de sofrerem por um problema, para o qual não vêem solução, creio que o melhor é dar-lhe uma casa, e deixá-lo constituir outro lar. O Sr. M. não modificou seu pensamento com essas minhas palavras. Ele próprio herdara a Família, na qualidade de primogênito, e a vinha encabeçando até o presente. Assim, desejava impor energicamente, o mesmo papel ao seu filho mais velho. 

Tomei, o meu caso como exemplo: Não sei se feliz ou infelizmente, sou o terceiro filho, mas fui eu que cuidei do meu irmão mais velho e do segundo irmão. O patrimônio que herdei não era muito, mas, pelo menos, acabei conservando o nome da Família. Neste mundo moderno, não podemos nos prender somente aos costumes, porque isso se torna antinatural. Creio que ainda continua sendo a melhor coisa acreditar no seu filho e deixá-lo casar-se. Quanto á moça, o que o preocupa não é propriamente ela, mas a sua Família, sua condição social, não é? Parece-me que, atualmente, os dois não são membros, mas caso eles venham a adotar a Fé, o que o senhor fará? Na tentativa de solucionar o caso, experimentarei oferecer-lhes o caminho e verificarei o sentimento de ambos. Mandei os dois me procurarem. 

O Sr. M. foi embora sem que parecesse mudar o seu modo de pensar. Como fiquei preocupado com isso ainda naquele mesmo dia, telefonei-lhe e deixei um recado, dizendo que gostaria de conversar com o rapaz por que assim poderia me inteirar melhor da situação. Alguns dias depois, o filho veio me procurar. Eu o chamarei de M. fui direto e claro com ele. Ouvi dizer que se casará por mais oposição que lhe façam. É verdade? Sim, exatamente. Seus familiares já estão certos de que você é que continuará a Família e por isso não gostaram que, sozinho, tivesse escolhido uma moça de condição diferente para ser sua esposa. Eu não penso como eles. É muito famoso o caso daquele homem que se casou com uma bailarina. Seus pais foram brilhantes. A mãe chegou a dizer que o importante é o caráter da pessoa, não sendo problema a sua posição social. 

Tentei convencer seus pais a apoiarem o seu casamento, mas, no fundo o problema está sendo a personalidade da moça de quem você gosta. Deixe que eu converse com ela. Assim, poderei sentir a sua índole e, quem sabe, eu poderei ajudá-lo? M. permanecia me ouvindo calado. Sabe por que seus pais fazem oposição ao seu casamento? Pode ser que lhes tenham dito que vocês são de condições diferentes, mas o que existe por trás disso é um sentimento de insegurança que surge quando pensam no que acontecerá futuramente, caso vocês se casem. Portanto, se tiverem alguma coisa que prove que sempre se dedicarão a eles, o assunto poderá se encaminhar de outra maneira. É importante tornar claro, também até onde esse amor é autêntico, e se tem bases firmes em que se sustentar. Se você amá-la verdadeiramente, e se casar a despeito de toda e qualquer oposição devo admitir, entretanto, que ela acabará se tornando infeliz; se você se separar da família para se casar, dirão que foi por causa da mulher que você teve de fazer isso e ela se tornará a culpada. Somente com o seu amor não poderá manter o seu lar. Por isso, não se tornará verdadeiramente feliz. 

No casamento arranjado, pessoas com experiência, pensam e analisam a vida dos futuros noivos, as personalidades e outros pontos, antes de apresentarem o casal. Por isso, depois de casados, não surgem muitos conflitos; a grande maioria constrói um lar harmonioso. A ausência de problemas neste tipo de matrimônio mostra a importância de se ponderar sobre as muitas condições que envolvem um casamento. Se essas forem boas, há toda á possibilidade de, com o convívio do casal, surgir o amor. Por isso, eleger o parceiro apenas porque está gostando dele, ou apaixonado por ele, significa estar escolhendo baseado numa circunstância efêmera. Prevalece, então, a propensão á parcialidade, a fazer análises precipitadas, terminando por uma união ditada pelo egoísmo, que sempre se torna um grande empecilho na vida conjugal. 

Quando as verdadeiras personalidades se revelam, ambos os parceiros, centralizados em si mesmos, só procuram apontar os defeitos do outro, o que leva ao divórcio ou ao abandono do lar por parte de um deles. Principalmente no caso de namoro, mesmo que os dois digam que se amam, é freqüente esse amor se mostrar cego. Comparando ao esforço de fazer o outro feliz, o pensamento de tornar feliz a si próprio é muito maior. Se não existir o desejo sincero de dedicar-se ao seu parceiro, é evidente que, logo ambos se sentirão vazios quando a febre da paixão passar. Seus pais já passaram por longa experiência de vida, mas, mesmo assim, estão emparedados devidos á insegurança e buscam Salvação na Fé. Vocês dois ainda não estão tentando ver mais profundamente, nem pensando no verdadeiro rumo da vida. 

Daí nasce à preocupação deles que os leva a se oporem ao seu desejo. Se casarem, terão filhos, surgindo, então outros problemas familiares. Se for um casamento egoísta, isso poderá repercutir nos empreendimentos comerciais e influenciar muito, o que os levará a perder a confiança de todos. O ser humano parece estar coibido pelas relações pais-filhos. Marido-mulher, e também com terceiros, mas na realidade, ele se desenvolve com isso. Amar, proteger-se, ser cordial e respeitoso é belezas de sentimento que constituem a verdadeira relação humana, nascendo daí o verdadeiro prazer de viver. Atualmente, estou pedindo a seus pais que aprofundem um passo a mais na Fé. No caso de seu casamento, tenho pedido que pensem muito bem no futuro do seu querido filho. 

Por tudo isso, você não poderia pensar no que pode fazer para deixá-los mais tranqüilos? Creio que lhe está sendo necessário um estudo do mundo dos sentimentos, em vez de ficar impondo sua vontade aos que o rodeiam e que não querem concordar com ela. Que tal, se compreendeu o que eu disse deixar que eu cuidasse da sua namorada por uns tempos? Vendo-a misturar-se a um grande número de jovens que estão em aprimoramento, com o passar dos dias poderei conhecê-la melhor e ela também poderá aprender muita coisa. Torne-se você também um membro da igreja. Tenho certeza, que assim, seus pais concordarão com o seu casamento. M. assimilou bem o que lhe disse e foi embora, prometendo trazer-me a moça. Pensei que haveria possibilidade no namoro dos dois, casos eles se empenhassem no aprimoramento dos seus espíritos. Após, M. e a namorada tornaram-se membros e também os pais dela tiveram a permissão de serem conduzidos ao Caminho da Fé. Eles concordaram em deixar, a filha aos meus cuidados para um aprimoramento de três meses. Chegando o dia atrasado, ela veio acompanhada de M. Este tinha um metro e oitenta centímetros de altura e uns setenta quilos de peso e ela um metro e meio, além disso, muito magra. 

Segundo a opinião dos pais de M. isso era um motivo contra o casamento. Ela calçava sapatos altos e usava uma maquilagem bem carregada. Mas, por estar lá, aparentava toda seriedade. Passaram-se, assim, cerca de dois meses de aprimoramento. Nisso o casal M. veio procurar-me por que continuava preocupado e também para ver como ia a moça. Indiquei a jovem para recebê-lo. Ela o cumprimentou, ofereceu chá e doces e, trocando duas ou três palavras, foi se embora. Vendo-a, o Senhor e a Senhor M, em uníssono, disseram: Não sabíamos que era tão boa pessoa. Está completamente diferente... Na verdade, ela se modificara muito. Transformara-se numa mulher que procura a realização interna, deixando de ser aquela que se preocupava só com a aparência. Também nos gestos e palavras, notava-se uma transformação positiva. 

Se misturado ás sete ou oito jovens dedicantes, á medida que aprendia as lidas de casa e tarefas femininas, foi reconhecendo suas faltas e deficiências e o seu coração despertaram. Como passou a se preocupar com a beleza de sentimentos e não com a das formas externas, todas suas atitudes demonstravam mais calma e seriedade. O casal m. ficou admirado de ver como as pessoas melhoram em tão poucos dias. E já não faziam, em seu intimo, nenhuma oposição. Terminando o aprimoramento de três meses, M. e a moça puderam tornar-se noivos e, logo depois realizaram o casamento. 

Compareci á cerimônia do enlace, como convidado. O padrinho era o gerente da filial de um banco e fora um dos que tinham opinado contra a união. No seu discurso, ele não se limitou a apresentar os noivos e ás formalidades, mas se estendeu longamente, discorrendo até mesmo sobre a gratidão que devemos ter aos nossos pais. Solicitado a falar, comentei sobre a fé e, em relação á noiva, deixei esclarecido que, ligada á igreja, ela não só se tornará uma boa esposa, mas estará sempre solidária com o esposo, na construção de uma nova vida, tornando-se uma integrante da família M. para ajudá-la a progredir, e também para cuidar dos sogros quando necessário. Acrescentei, também: Foram poucos os três meses, mas tendo a noiva sob meus cuidados durante esse tempo, pude sentir que está realmente confiante em si mesma, para assumir sua nova missão. Creio que ela formará um lar em que possa receber os aplausos de todos os senhores. 

E, como era de se imaginar, em poucos meses, a poltrona de presidente, onde o Senhor M se sentava para trabalhar, estava sendo ocupado pelo seu filho M. O pai também se modificara bastante ao ver a transformação do filho e da nora. Já não tinha aquela incômoda sensação de insegurança ao pensar no futuro, quando teria que deixar a sua fortuna para o filho casado com uma moça que não o merecia. Recordando, vejo que esse resultado se deve ao fato de M. ter acatado obedientemente os meus conselhos, e da moça ter-se submetido ao seu noivo, mas ainda mais por terem os dois descobertos o mundo da fé e, através desta, se unirem fortemente. 

Também o casal M. pode ampliar a visão sobre os valores humanos. Não se tem como avaliar a verdadeira personalidade de alguém quando nos preocupamos apenas com posição social, tradições familiares, patrimônio, etc. Família e Patrimônio constituem bens que só são conquistados com esforço e, portanto, não podemos ignorá-los; mas estão longe de serem tudo na vida de um ser humano. Dar valor ou não a esses bens, na verdade, é uma opção de cada homem. 

Eu compreendi, ainda melhor, que devemos isto sim, preocupar-nos com a Elevação e Aprimoramento constantes do nosso Espírito. 

Autor: katsuiti Watanabe 



Fonte: Livro/ “Cem estórias da Minha Fé” 
(Fundação Mokiti Okada – M.O. A) – Vol. III 
1.Edição/ Novembro/ 1986 – São Paulo/SP.
Pág.(187 a 196) 






  

Fisiognomonia das Casas e sua posição em relação aos Pontos Cardeais



Fisiognomonia das Casas e sua Posição em relação aos Pontos Cardeais


Muitos me perguntam qual devem ser a direção e a posição das casas, por isso resolvi escrever este artigo. Assim como existe fisiognomonia dos homens, também existe a das casas: ambas têm muita influência sobre o bom ou o mau destino. Mas a fisiognomonia das casas que vou divulgar, é muito diferente daquelas que foram feitas pelos que se dizem entendidos no assunto. 

Não aprendi com ninguém; quero deixar bem claro que se trata do resultado das minhas experiências e intuições espirituais. Tal como a maioria dos fisiognomonistas, eu também enfatizo a importância do nordeste; só que a minha interpretação é diferente. Por definição, esse ponto cardeal está situado entre o norte e o leste. É uma direção muito importante, pois dela vem uma emanação espiritual puríssima. Daí os antigos dizerem que não se deve macular o nordeste. Por exemplo, se construirmos desse lado o banheiro, a cozinha, a entrada ou a saída da casa, a emanação espiritual impura proveniente desses locais contamina a que vem de lá e, como conseqüência, facilita a atuação de demônios e maus espíritos, que são os causadores de doenças e desgraças. 

Por isso devemos conservar o mais pura possível a emanação espiritual que vem do nordeste. Nesse sentido, se possível, é bom fazer um jardim nessa direção; o ideal seria plantar um pinheiro macho e outra fêmea. Ao Nordeste opõe-se o Sudoeste, o qual como o nome indica, fica entre o Sul e o Oeste. Daí provém uma emanação que traz muita riqueza material, o que é importante para se alcançar fortuna e destaque social. Para isso, é recomendável fazer disposições com água e pedra; um lago, por exemplo, ainda que pequeno ornamentado com pedras. 

Quanto á estrada principal da casa convém que fique no Sudeste, isto é, entre o Sul e o Leste. È bom que, á medida que ultrapassamos o portão e nos dirigimos para a entrada, o terreno vá se elevando. No que concerne á localização, se a casa está numa ladeira, deve ficar do meio para cima: também não é aconselhável que esteja abaixo do nível da rua. Não se deve morar por muito tempo em casas que tiverem essa localização. Entretanto, quando falamos em lugares altos, referimo-nos á situação da casa em relação ás proximidades, não sendo muito importante a existência de montanhas ou elevações por perto. A entrada deve estar em posição tal que, transpondo o portão, não tínhamos de recuar para atingi-la. Convém que a porta principal fique á direita ou a esquerda do portão e que em frente a ela não haja nenhuma saída; caso contrário, a sorte entra. Mas não fica vai embora. É muito bom que os aposentos do chefe da casa estejam dois ou três degraus acima do nível dos outros comportamentos. 

Para determinarmos a posição da casa em relação aos pontos cardeais, devemos colocar a bússola no local correto. A maioria dos zodíacos toma como ponto de referência o centro da casa e marca as direções a partir daí, o que é muito errado o homem não foi criado para a casa; esta é que foi criada para o homem. Ele é o senhor, ela é o súdito, pois sua construção ou destruição depende da vontade dele. Por conseguinte, como a pessoa mais importante da casa é o chefe da Família, o lugar de seu descanso isto é, seu quarto de dormir, deve ser considerado o centro, a partir do qual se tomam as direções. No que se refere ao formato da casa, devem ser evitadas as reentrâncias, mas é bom que haja algumas proeminências. 

Também é muito boa a casa que, da entrada, estende-se para os dois lados, como uma ave abrindo as asas. Com relação ao número de tatami (Esteira de 1,80x0, 90m feita de pé de arroz). É aconselhável, para quarto do chefe da casa, o cômodo com dez tatami, pois espiritualmente, esse número representa a junção da água e do fogo. Também é apropriado o aposento com oito “tatami”, porque o número oito representa o fogo, o qual é superiores aos demais elementos. Os números seis e três representam a água sendo que quatro e meio sete, nove e outros números não são recomendáveis. Nesses casos, deve-se completá-los com tábuas, para que se tornem pares. 

O “toko-no-ma deve ficar á direita e o tigaidana (Prateleira própria para toko-no-ma”. É formada de duas tábuas. uma do lado esquerdo e outra do lado direito, em níveis diferentes uma da outra e ligados nas pontas por outra tábua. Á esquerda; entretanto, dependendo da entrada não tem importância que seja o inverso. Se não houver “toko-no-ma, o lugar mais nobre é o que fica mais distante da entrada. Não é bom que o toko-no-ma, esteja próximo desta, ou que entrando no compartimento, a pessoa tenha de retroceder para chegar a frente a ele. É desaconselhável que a sala de estilo ocidental fique situada no segundo andar (no caso de sobrado). Isto porque as pessoas entram ai com sapatos e, assim, ela se iguala á rua. Dessa forma, há uma inversão de posições isto é a rua fica em nível mais alto que a casa. 

No tocante á localização da casa, não há muita relação entre os pontos cardeais e a idade das pessoas. Costumam dizer que a mudança em direção ao Nordeste não é recomendável, mas acontece justamente o contrário, pois, como expus anteriormente dali vem uma emanação espiritual puríssima. Mas aí surge um problema: Quando alguém se muda para uma casa com essa localização, seus atos e sua profissão devem ser corretos. Isso porque aquela emanação tem uma grande força purificadora, e, quando os pensamentos são negativos e os atos não o são corretos, os sofrimentos sobrevêm mais rapidamente, por causa da purificação. Até hoje, muitas pessoas temiam ou desprezavam o Nordeste por terem procedimento e profissões incorretos. 

(25 de janeiro de 1949) 



Fonte: Livro / Alicerce do Paraíso
(Ensinamento de Meishu-Sama)
Pág.(490/491/492/493)
Site: www.messianica.org.br 







Por que surgem Crianças- Prodígio 

Há algum tempo, apareceu nos jornais a noticia de uma criança de seis anos que pintava quadros magníficos. Vou explicar por que nascem crianças assim. Desde os temos antigas, de vez em quando têm surgido crianças prodígio. No Ocidente, segundo ouvimos dizer, existiram grandes músicos que, aos seis ou site anos de idade, já tocavam muito bem piano ou violino, e, com pouco mais de dez anos, compunham esplêndidas melodias. Conta-se que o famoso Schubert, dos dez anos aproximadamente até sua morte, ocorridos quando ele estava com trinta e um anos, fez mais de quinhentas composições. Por isso, não há dúvidas de que tenha sido um gênio. Mas há uma causa especial para o nascimento desses gênios. Naturalmente, através da ciência materialista é impossível imaginá-la, mas precisamos conhecê-la. Nós explicamos o fato pela ciência espiritual. No caso de um músico, por exemplo, as causas podem ser duas. Uma é a reencarnação de espírito de um grande músico; a outra, fenômeno de encosto. 

Suponhamos que um grande músico morra. Mesmo no Mundo espiritual ele não consegue esquecer sua tão adorada arte. Assim, em virtude desse forte apego, ele pode reencarnar prematuramente. Está é uma das causas. Pode acontecer também que, não conseguindo esperar até a reencarnação ele procure um descendente seu, de preferência uma criança e nela encoste. Espera para encostar quando seus dedos começarem a ficar ágeis, por volta dos seis ou sete anos. Como é um grande músico, manifesta uma enorme capacidade. Entretanto, ele não consegue encostar-se a pessoas com as quais não tenha nenhuma ligação, mas apenas em pessoas de sua linhagem espiritual, principalmente em crianças. Isto por que é mais fácil encostar-se a crianças do que em adultos; é também mais fácil manejá-las á sua vontade. Pensem bem. Uma criança de seis anos ou sete anos não pode ter a capacidade de um adulto. O aparecimento de crianças- prodígio. Entretanto, nem todas elas se tornarão grandes músicos, grandes pintores etc. Algumas o serão até certa idade, depois se tornarão pessoas normais. É o que acontece no caso de encosto de espírito, porque ele só tem permissão de encostar até certa época, devido á missão dada por Deus ou ao desejo de seus ancestrais. Tratando-se de reencarnação o espírito é da própria pessoa, de modo que é impossível haver mudança. 

(11 de março de 1950) 


Fonte: Livro/ Alicerce do Paraíso 
(Ensinamentos de Meishu-Sama) 
Tradução: Fundação Mokiti Okada- M.O. A
14. Edição – São Paulo/SP. 
Pág. (306/307)
( A primeira foto é minha sobrinha Hellen Karoline)














A Natureza é a nossa verdadeira Mestra

A Natureza é a nossa verdadeira Mestra 

Conheci a Igreja Messiânica através da purificação do meu irmão mais novo. Ele sofria de bronquite e já havia assado em vários médicos, mas continuava com crises intensas. Quando nos mudamos para Itabirito (MG) minha professora do primário, Maria Auxiliadora tomou conhecimento deste fato e indicou uma senhora que fazia uma oração muito eficaz. Conhecemos então a número 1 da felicidade de nossa Família, a senhora Elvira Painhos, a qual ministrava johrei a meu irmão todos os dias e a mim. 

Iniciei as leituras dos Ensinamentos de Meishu-Sama com os livros que esta senhora me emprestava e fiquei maravilhado, pois era como se tivesse encontrado as respostas para todas as minhas dúvidas sobre reencarnação e purificação. Logo, decidi me tornar membro e contribuir para a felicidade de todos os que estavam á minha volta. Meu irmão, após dois meses de johrei diário, já não tinha mais crises! Esse milagre tocou toda a família e, em 23 de março de 1983, minha Mãe, meu Pai, meu irmão e eu ingressamos na Fé Messiânica. Lendo os Ensinamentos de Meishu-Sama, aprendia a respeito da Agricultura Natural. 

Como a Família de meu Pai era de agricultores e ele também o fora até os 18 anos sempre tive contato com a agricultura e gostava de mexer com a terra. Em nossa casa, tínhamos um quintal, e resolvi testar os Ensinamentos sobre a Agricultura Natural. Iniciei com o básico: misturei ao solo o material orgânico (capim picado e outros matos), reguei e plantei mudas de couve, as quais cresceram e produziram muito. Mudamos para Rio Claro/SP. Em 1987. Em 1991 tornei-me seminarista ligado Á Igreja Rio Claro, cujo responsável era o saudoso Rev. Pedro Partezan, um grande divulgador da Agricultura Natural. Aprendi muito com suas orientações e vi que, em todas elas, o Reverendo usava exemplos da natureza para explicar desde gratidão até encaminhamento. 

As orientações fortaleciam minha compreensão de que a Agricultura Natural é uma Coluna da Salvação que pode estar no lar de todos os membros, aprofundando a compreensão sobre a Lei da Natureza e sobre o nosso relacionamento com ela. No fundo do meu coração, eu sabia que esta era minha missão: aprimorar e aprender sobre a Agricultura natural com todas as pessoas que eu encontrasse. Em Setembro de 1991, cheguei á Sede Central e iniciei uma nova etapa em meu aprimoramento. Nesta fase, aprimorávamos em grupo e estudávamos os Ensinamentos de Meishu-Sama e a língua japonesa, como preparação para os nossos estudos no Japão. Na primeira entrevista com o Reverendo Hitoshi Nishikawa, ele me propôs: ”Você dedica comigo, pois eu tenho algumas experiências para fazer”. Você pode me ajudar? Eu disse: Claro, sensei estou aqui para servir onde for preciso. 

Todas as experiências eram com o solo e as plantas. Em uma delas, no setor de flores, pegamos os cortes que eram jogados no lixo e começamos a tratar alguns canteiros que já estavam sem vida; só havia uma palmeira no local. Colocamos as folhas e os caules, umedecemos o solo, e um colega de turma exclamou: Para que serve isto? Não vai nascer nada aí “Prontamente respondi, instintivamente, que o material orgânico é que iria dar condições para o solo mostrar sua vitalidade. 
Depois de duas semanas, começaram a brotar as sementes daquela palmeira e o solo já era outro, cheio de vida e de insetos. Este mesmo colega ficou feliz ao ver a força do solo e a vida da natureza se expressar tão rapidamente. Certo dia, atarefado com a visita do Presidente da IMMB (na época Rev Tetsuo Watanabe) entrei no elevador e me deparei com o Rev. Nishikawa e o Presidente. Foi aí que o Rev. Nishikawa afirmou: Ver. Watanabe é ele quem vai estudar para desenvolver a Agricultura Natural. O atual Revmo. Watanabe apertou minha mão e disse: Muito Obrigado! Estamos contando com você! Saí do elevador, meio atordoado e sem saber exatamente o que havia acontecido. Desse dia em diante decidi que iria dedicar na Expansão da Agricultura Natural. Pedi aos meus superiores que me orientasse sobre como ser utilizado, por Meishu- Sama Obra de Salvação e me dispus a prender e ultrapassar qualquer dificuldade para alcançar esse objetivo. 

Em março de 1993, minha turma de seminário iniciou os estudos no Japão. Fomos direcionadas aos locais de aprimoramento as regiões, e eu fui encaminhado para kofuku-Noen, a fazenda onde o Revmo. Katsuiti Watanabe tinha o desejo de preparar elementos para difundir o pensamento de Meishu-Sama. Aprendi muito com os aprimoramentos do Rev. Chuzo Sakakibara, que trazia a essência dos ensinamentos do Mestre. Aprofundei meu sentimento de respeito ao solo e á natureza. Com ele, sempre ouvia que a nossa verdadeira mestra é a natureza, que é com ela e através dela que poderemos aprender, pois nós apenas apresentamos seus resultados e ensinamentos. 

Nas práticas de cultivo, aprendíamos muitas técnicas, mas eu sabia que havia algo mais que ultrapassava as orientações que eu recebia e que me apresentavam uma natureza viva, muito além da minha pequena percepção. Eu sentia que essa natureza correspondia ao meu estado de espírito e ao meu verdadeiro objetivo de levar a felicidade ás pessoas por meio da Agricultura Natural. Retornei ao Brasil no mês de setembro de 1995. Durante toda a minha estadia em Ipeúna, em todos os setores pelos quais passei sempre me preocupei com a formação de equipe e, portanto, buscava novos técnicos e agrônomos para prepará-los para o desenvolvimento das atividades que vinha realizando. 

Em 2008, recebi nova tarefa: desenvolver hortas nas escolas. No ano de 2010, recebi mais uma missão, desta vez na Secretaria de Agricultura Natural, na Fundação Mokiti Okada. Atuo neste setor até hoje como coordenador do programa Horta em casa e Vida saudável e estou tendo a oportunidade de trabalhar com um grande sonho que sempre acalentei durante todos os anos de dedicação no Brasil: difundir a Agricultura natural no lar de todas as pessoas. Durante anos, nas exposições, nós trabalhávamos o tema de hortas caseiras na esperança de que quem as visitasse, pudesse despertar para iniciar a própria horta, produzisse alimento para utilizar nas suas refeições e divulgasse a atividade. 

Hoje, através do Programa Horta em Casa e Vida Saudável, estamos ajudando a difundir esta coluna de salvação no lar de todos os membros, freqüentadores e simpatizantes. Como missionário e biólogo, meu objetivo se ampliou ainda mais e quero dedicar para que todas as pessoas, não só no Brasil, mas em todos os países, possam, através da horta em casa, desenvolver o amor altruísta e, junto com o johrei e o Belo alcançar a salvação integral. 

(Ministro Carlos Daniel Rodrigues) 


Fonte: Revista IZUNOME 
N.63 – Março /2013 – São Paulo/SP.



As Plantas têm Vida 

Gosto muito de cuidar das plantas do jardim e sempre corto seus galhos, arrumando-lhes o formato. De vez em quando, porém sem perceber, acabo cortando demais ou deixando de cortar onde é necessário. Às vezes, quando vou plantar uma árvore, não havendo alternativa, por causa do espaço, planto-a num lugar que não é do meu agrado e deixo a parte da frente para trás, ou meio de lado o que me incomoda, toda vez que a observo. Mas é engraçado, pois com o passar do tempo, vejo que a árvore vai se acomodando aos poucos, por si mesma, até que acaba se harmonizando perfeitamente com o lugar. 

Acho isso interessantíssimo e não posso deixar de pensar que ela está viva. Certamente, as árvores também possuem espírito. Nesse ponto, assemelham-se ao homem que cuida de sua aparência para não passar vergonha perante os outros. Tempos atrás ouvi um velho jardineiro contar que, quando uma planta não dava flores como ele queria, dizia-lhe estas palavras: ”Se este ano você não der flores, vou cortá-la”. Assim, ela não deixava de florir. Ainda não experimentei fazer isso,mas o fato parece-me verossímil. Não há erro em lidarmos com qualquer elemento da Grande Natureza acreditando que ele possui espírito. Num livro que li, de autor ocidental, dizia-se que uma árvore que geralmente leva quinze anos para crescer, tendo sido cuidada com amor e dedicação, cresceu da mesma forma na metade do tempo, isto é, em sete ou oito anos. O mesmo pode ser dito em relação ás vivificações florais. Eu próprio vivifico as flores de todos os compartimentos de minha casa; entretanto, ainda que elas não estejam do meu completo agrado, deixo-as assim mesmo. 
No dia seguinte, noto que elas estão diferentes, com um aspecto agradável, como se realmente estivessem vivos. Nunca forço o formato das flores; vivifico-as da maneira mais natural possível. Por isso, elas ficam cheias de vida e duram mais. Se mexermos muito, as flores perdem sua graça natural, o que não acho bom. Assim, quando vamos vivificá-las, devemos, primeiramente imaginar como iremos fazê-lo para depois cortá-las e ficá-las rapidamente. Isso porque tal como os seres vivos, quanto mais mexermos, mais fracas elas ficam. Esse principio também se aplica ao homem. Com os pais, por exemplo: quanto mais cuidados tiverem na criação dos filhos, mais fracos eles serão. 

Como vivifico as flores dessa maneira, minha vivificação duram mais do que o dobro do normal e todos se admiram. Em geral não se usa bambu e bordo quase duas. Além disso, qualquer que seja a flor, não mexo em seus cortes, deixando-as ao natural. 

(05 de Agosto de 1953) 



Fonte: Livro/ Alicerce do Paraíso
(Ensinamentos de Meishu-Sama)
14. Edição – São Paulo
(Tradução Fundação Mokiti Okada )
Site: www.messianica.org.br