sexta-feira, 10 de agosto de 2012
MESSIAS_8.f4v
Enviado por: Helenosergio / Em:27/06/2011- Local: Igreja Messiânica Mato Grosso do Sul / Palestrante Min. Alexandre Guedes
Visões de Felicidades sob a ótica de grandes Personalidades
Visões de Felicidade sob a ótica de
grandes Personalidades
Como conquistar a Felicidade Duradoura
(Revmo. Tetsuo Watanabe)
Eu pergunto: Será que os Antepassados dos senhores estão felizes no Reino Espiritual? Os senhores conseguem saber se eles estão felizes ou não? Nidai-Sama ensinou que a felicidade dos Antepassados sempre se reflete na felicidade dos seus descendentes. Portanto, se todos na família estiverem felizes, significa que seus Antepassados também estão felizes.
Os senhores estão felizes hoje? Essa felicidade que os senhores estão sentindo, será que vai durar para sempre? Será que não vai acabar amanhã? Eu gosto muito de uma música do Tom Jobim, chamada “Felicidade” que diz assim: Tristeza não tem fim... Felicidade sim... A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar. Voa “tão leve ma tem a vida breve precisa que hoje vento sem parar”. Para a felicidade perdurar, é preciso haver vento sem parar, não é? Hoje, eu gostaria de falar sobre “como criar a felicidade que perdura, ou seja, como fazer o vento não parar. Acho que, para isso existem três pontos importantes a serem praticados”.
O primeiro é cuidar bem da nossa felicidade, ou seja, valorizar a felicidade que temos hoje.
Nidai-Sama nos ensinou que precisamos sentir e valorizar a felicidade que existe nas coisas mais simples da vida. Como: poder respirar comer, andar, dormir na cama, ou ter uma casa para voltar, uma família para cuidar e um emprego. Muitas pessoas têm o costume de reclamar daquilo que não tem. Contudo, na verdade, devemos agradecer por tudo o que já temos. Por essa razão, é importante sentir e dar valor á nossa felicidade. Geralmente, só quando perdemos alguma coisa é que damos real valor a ela, não é? Este ano, algumas cidades do Japão sofreram grandemente com aquele tsunami, não foi? Muitos conseguiram perceber que não agradeciam por tudo o que possuíam água para beber, energia para iluminar as casas, depois que perderam tudo isso como deu verdadeiro valor! Quem foi lá para ajudar também sentiu esse valor no seu dia-a-dia.
O segundo ponto é compartilhar a felicidade
Meishu-Sama foi um grande exemplo disso. Quando via uma bela obra de arte ou uma paisagem muito bonita, dizia que nascia dentro dele uma vontade imensa de mostrá-las ás pessoas. Ele queria compartilhar aquela mesma alegria que estava sentindo com as outras pessoas. Dizia: “A minha maior satisfação é alegrar o próximo, o que me faz ficar alegre também”. Era assim que Meishu-Sama compartilhava a felicidade com qualquer pessoa, em qualquer momento, em qualquer lugar. Por isso, construiu um museu de arte e também os Solos Sagrados.
O terceiro ponto é semear a felicidade. Este é o mais importante de todos
Imaginem uma macieira, como se fosse à árvore da felicidade. Ou seja, cada maçã seria uma das felicidades que precisamos valorizar no nosso cotidiano. Para que a árvore continue dando bons frutos, precisamos cuidar bem dela, de várias maneiras, não é? Podando, preocupando-nos com a água, com o sal, com a terra. Esse é o primeiro empenho de cuidar, de valorizar a felicidade.
Depois que colhemos boas maçãs, é natural dividi-las com outras pessoas para que elas possam saboreá-las. Isso significa compartilhara felicidade. Entretanto, só com essas duas práticas, ou seja, cuidar e compartilhar, a felicidade fica limitada. Nós todos já vínhamos aprimorando esses pontos por longo tempo por meio da Prática do Sonen e Encaminhamento, de Agradecimento e também da realização de Pequenas Ações Altruístas, não é mesmo? Entretanto, nós estamos nos empenhando em apenas dois pontos darem valor e compartilhar. Isso criava limite para a felicidade. Muitas pessoas dizem: “Depois que entrei na Fé Messiânica eu estava muito feliz, sempre vinha compartilhando, mas, esses dias estão notando que muitos problemas estão nascendo”.
O vento parou, não é? Por quê? Porque a pessoa parou de semear. Dessa forma, o terceiro ponto – semear – é muito importante. Significa que, agora, vamos dar mais, um passo á frente. Isto é plantar mais árvores, ensinando outras pessoas a cuidar, compartilhar e semear a felicidade. Não podemos ficar satisfeitos com a nossa árvore. Se não plantarmos outras, e a nossa vier a morrer, nossa felicidade também vai acabar... Por outro lado, aumentando cada vez mais o número de árvores, podemos dizer que a felicidade ganha mais vulto e se torna duradoura.
Para conquistar a felicidade que perdura é necessário saber manter o vento soprando sem parar, conforme a música do Tom Jobim. Ou seja, semeando, semeado, criando outras pessoas que também queiram semear. Aí, nasce à corrente da felicidade vai que não deixa o vento parar! Assim, a pluma da felicidade vai continuar voando, voando leve pelo ar.
Este é o melhor caminho para servir a Deus e a Meishu-Sama que alegra os nossos Antepassados.
Então, vamos semear a felicidade?
Boa missão a Todos!
Saudação do Revmo. Tetsuo Watanabe
(Presidente Mundial da Igreja Messiânica)
Solo Sagrado de Guarapiranga – São Paulo/SP.
“Culto ás Almas dos Antepassados”
02/11/2011
Visões de Felicidade sob
a ótica de grandes Personalidades
Não existe um caminho
para a Felicidade. A Felicidade é o caminho.
(Gandhi)
Mohandas Karamchand Gandhi, conhecido como Mahatma, que em sânscrito significa “Grande Alma”. Foi um dos idealizadores e fundadores do moderno Estado Indiano e um defensor público do princípio da não violência como um meio de protesto. Nasceu em 02 de Outubro de 1869 em Porbandar, Índia. Casou-se aos 13 anos e teve quatro filhos. Estudou Direito em Londres Inglaterra, mas obteve pouco êxito em sua carreira na Índia.
Em 1893, por motivos de trabalho, foi para a África do Sul, onde viveu 21 anos. Sob domínio inglês, lutou contra a discriminação que ele e outros hindus sofriam em solo africano. Gandhi retornou a Índia em 1914 e difundiu seu movimento cujo método principal era a resistência passiva. Assim, ele negava a colaboração com o domínio britânico e pregava a não violência como forma de luta. Em 1920 persuadira seus companheiros a adotar a política da desobediência pacífica contra os ingleses, o que consistia no não pagamento de impostos, no não consome de produtos ingleses, na recusa em freqüentar salões e cortes britânicas, nos jejuns e, nas marchas públicas.
Gandhi era adepto ao princípio de Satvagraha. Palavra do sânscrito que significa “insistir” pela verdade, que na prática representa o princípio de não agressão, não violência como forma de protesto. A sua manifestação se transformou em um movimento de massa; com a participação de milhões de indianos. Entretanto a rivalidade entre hindus e muçulmanos retardaram o processo de independência da Índia. Em 1930, liderou a “Marcha para o Sol” quando, milhares de pessoas andaram mais de 320 quilômetros a pé para protestar contra os impostos britânicos sobre o sal. Os hindus que moravam na região banhada pelo oceano eram proibidos de produzir sal. O sal utilizado no cotidiano de todas as famílias era produzido e comercializado exclusivamente pelos britânicos. Gandhi ensinou os hindus a desobedecerem a essa determinação. Assim, ele comunicou ao primeiro Ministro Britânico que se dirigiria ao mar para produzir sal num gesto de desobediência civil, ativa, provocativa e, acima de tudo, pacífica.
Gandhi foi acompanhado por um pequeno grupo que agregou milhares de pessoas. O controle do sal estava na raiz do controle de toda a economia hindu pelos britânicos. Tão logo Gandhi começou a fazer sal e ser imitada, a dominação britânica foi colocada em xeque. Os ingleses já não controlavam mais os indianos: Na década de 1930, a liga muçulmana ampliou suas atividades políticas, pois temia que com a provável independência da Índia, os hindus teriam poderes excessivos sobre os muçulmanos.
Em 1942, após diversas negociações, o Congresso Indiano apresentou ao governo inglês um ultimato exigindo sua retida do território indiano. Gandhi foi preso em agosto de mesmo ano. Apesar do seu jejum de 21 dias, só foi libertado em maio de 1944, após um grave ataque de malária. Aparte de então, participou dos tratados de independência que só foi conquistada em setembro de 1947. No inicio de 1946, a Grã-Bretanha propôs a independência de Índia tão logo o Congresso Nacional Indiano e a liga Muçulmana chegassem a um acordo sobre a forma de governo que seria estabelecida no país.
Após um período de lutas entre muçulmanos e hindus, houve a repartição do país em duas partes: a república do Paquistão de população muçulmana e a república da União Indiana. Apesar disso, os conflitos entre os dois povos não cessaram. Em janeiro de 1948, Gandhi foi assassinado com três tiros disparados por um fundamentalista hindu (Nathuram Vinayak Godse), em Nova Delhi, quando se dirigia ao local de oração onde mais de 500 pessoas o aguardavam.
A não Violência
O conceito de Gandhi sobre a não violência (ahimsa) foi influenciado pela obra Bhagavad Gita e por crenças hindus e da religião jainista. Trata-se de um principio ético-religioso que pode ser encontrado em diversos textos hindus, budistas e jainistas. Ele consiste na rejeição constante da violência e no respeito absoluto por toda forma de vida.
Mahatma Gandhi fez do Ahimsa a base de sua doutrina política. Para ele, Ahimsa, a não violência não consiste em renunciar a toda luta rela contra o mal. A não violência, tal como eu a concebo, empreende uma campanha mais ativa contra o mal que a Lei do Talião, cuja natureza mesma traz como resultado o desenvolvimento da perversidade.
O grande mérito de Gandhi foi preocupar-se não apenas com o seu povo, mas com o ser humano. A não violência não significa passividade ou resignação, mas uma luta mais ativa que a luta armada. Isso por que só homens disciplinados de bons hábitos, conhecedores de si mesmo e dos seus ideais e, portanto, da sua causa, podem utilizar o método da não violência.
Gandhi ensinou a virtude para o mundo inteiro. Ele ensinou como é possível sermos livres e como podemos ser éticos. Isso por que o mundo, a morada comum a todos os homens, não depende apenas do gesto de uma pessoa para que continue habitável, mas sim do esforço de todos os seres humanos, de gestos simples. Quando agimos com violência verbal ou física, estamos nos distanciando do poder e afastando-nos do que nos faz humanos; da capacidade de nos expressarmos por meio do diálogo. Mahatma Gandhi, “Grande Alma”, ensinou que um ato violento é injustificável, e que um bom soldado é um homem virtuoso que se cultiva com bons hábitos e prática de boas ações.
Princípios para Satyagrahis
Gandhi acreditava que o Satyagraha poderia ser usado no combate á injustiça universal. Assim, ele fundou a Sabarmati Ashram, onde os satyagrahis deveriam seguir os seguintes princípios:
*Ter uma fé viva em Deus
*Acreditar na verdade e na não violência e ter fé na bondade intrínseca da natureza humana esperando que ele seja evocada pelo sofrimento de se manter no satyagraha.
*Levar uma vida casta e estar disposto a morrer ou perder todas as suas poses.
*Deve vestir um Khadi
*Abster-se do álcool com todas as regras de disciplina conhecidas.
*Obedecer a regras da prisão a menos que seja especialmente concebida para quebrar o seu auto-respeito.
Fonte: Revista Sexto Sentido Especial
Mythos Editora – 2012/São Paulo/SP
Site: www.revistasextosentido.net
Runas
Runas
Ultimamente as runas ganharam um status nos estudos místicos que as colocam em igualdade com os estudos cabalísticos do alfabeto hebraico. Contudo, essas letras, surgidas aproximadamente no século III a.C., são mais do que apenas um alfabeto mágico, mas também um oráculo poderoso.
(Alex Alprim)
O mistério das runas já se encontra no próprio nome, pois a palavra deriva do galês antigo, indo até as línguas anglo-saxão, significando “segredo” ou “sussurro”. No entanto, o conhecimento de seus reais significados era passado a partir das linhagens místicas das antigas sociedades mágicas. O estudo da “ciência” rúnica tem se destacado em diversos momentos nos últimos 150anos, seja pelas descobertas arqueológicas que desvendam alguns dos seus mistérios, ou pela grande quantidade de obras que versam sobre a sua força, mágica e talismânica. Os lingüistas conseguiram determinar alguns significados e derivações, baseados em duas principais obras encontradas nos poemas épicos islandeses, além de alguns trabalhos antiqüíssimos realizados por monges cristãos, que registraram o idioma rúnico e suas letras a fim de evitar o seu completo desaparecimento. Felizmente, essas iniciativas, unidas á arqueologia moderna permitiram traçar um ponto de partida que lançou uma luz sobra à magia e o oráculo rúnico.
O entendimento dos significados de cada letra e o seu uso revelou uma nova forma de interpretar a função d futhark (como se chama o alfabeto rúnico). Descobriu-se que cada uma das letras possuía um significado específico, assim como no hebraico antigo. Sendo assim, além do significado fonético, cada letra possui outro significado; por exemplo, a letra fehu significa “gado”, Isa é “gelo” ehwaz é “cavalo” e assim por diante. Dessa forma, qualquer povo do norte poderia entender mensagens escritas em rúnico. Entretanto, segundo os Eddas (poemas épicos islandeses) existe uma origem mística para as letras, que está ligada aos antigos deuses nórdicos.
Odin, o deus supremo do norte europeu, é considerado o grande descobridor das runas. Ele teria realizado um auto-sacríficio e conseguido as runas após ter passado nove noite pendurado de ponta-cabeça com uma lança transpassando o seu corpo, praticando jejum completo. Em um êxtase xamânico, ele compreendeu as runas e, por meio delas, tornou-se onisciente, conhecendo os desígnios do futuro para auxiliar homens e deuses. Este é o ponto que abordaremos: o uso das runas como oráculo.
A MAGIA RÚNICA
O historiador romano Tácito (120 d.c aproximadamente ) já narrava o uso das runas pelas nações germânicas, descrevendo como cortavam os galhos de uma determinada árvore, a maneira como marcavam as runas e suas predições. Grande número de armas nórdicas possui inscrições que clamam por forças místicas para vencer os inimigos e impedir que elas perdessem o fio ou se quebrassem. Também é comum encontrarmos citações nos diversos contos folclóricos da Finlândia, Noruega e Islândia sobre fatos históricos que teriam sido alterados pela utilização das runas.
O texto mais antigo que traz o significado de cada runa é o Runátal (Canção do Segredo) Nesse poema encontramos uma divisão de funções e de revelações ligados ao alfabeto rúnico de 23 letras (os alfabetos rúnicos possuem várias versões de: 18 22, 23,28 e 33 letras) Sendo assim, ele é a base para se compreender os significados ocultos das runas. Contudo, o Runátal é um texto que mistura o galês arcaico e a língua anglo-saxão primitiva que ainda traz fortes traços das línguas indo-européias primitivas, tornando sua tradução complexa e de difícil acesso. Mas os arqueolinguistas conseguiram chegar a alguns consensos e, por meio da comparação com escritos em vários monumentos e armas, deduziram parte dos significados literais de cada runa.
O ORÁCULO RÚNICO
Para usar as runas como oráculo, é possível adquirir-las (o mais fácil) ou confeccioná-las (o mais recomendado). Hoje existe um grande número delas no mercado. Se possível, adquira as runas feitas em material orgânico (madeira, sementes) e não as feitas com cristais, uma vez que as de pedra podem apresentar defeitos e ocasiona problemas na leitura rúnica.
Fonte: Revista/Sexto Sentido N.31
Mythos Editora – São Paulo/SP.
Site: www.mythoseditora.com.br
Elementos das Runas
Autor: Bernard King – Editora: Ediouro
O Jogo das Runas
Autor: Marijane Osborn/ Stella Longlard
Editora: Siciliano
Runas – Interpretação Simbolismo e Adivinhação
Autor: Anthony Clark / Tony Willis
Editora: Pensamento
A oração se comunica no sonho
Este fato ocorreu quando eu circulava, fazendo difusão pelos Estados de Mie e Shiga. Chegando á tarde na igreja, ainda antes do jantar, realizei uma aula de aprimoramento com os membros que haviam se reunido. Mas, pouco depois do início, fui acometido de intensa dor de cabeça e de barriga. Não existem palavras para descrever o que senti.
Como tinha vindo especialmente para ser o instrutor dessas aulas, meu desejo de disfarçar o mal-estar perante os presentes, era forte, mas o sofrimento ultrapassava o limite do suportável. Pedi licença para poder descansar em outro aposento. Sozinho, rolava e urrava de dores, e não pude deixar de chamar pelo Mestre. Meishu-Sama! Chamei já meio exausto. Nisso já estava dormindo. Aí vi a figura do Mestre, que surgia do outro lado do quarto. Aproximou-se de mim e, com um semblante cheio de compaixão, tocou em minha cabeça puxa esta purificando muito aqui me desse e continuou apalpando uma área de sete centímetros do topo da cabeça estava tão mole que parecia gelatina e eu sentia isso pelo toque da mão do Mestre.
É, está mal nesta região a voz agora parecia se distanciar. Nisso, toda a visão se diluiu. A minha dor já havia se tornado mínimo. Despertei. A barriga começou a ficar inchada, e fui depressa ao banheiro. Foi um dia muito satisfatório. Quando saí do toalete, já não sentia nem dor de cabeça, nem dor de barriga estava completamente normal. Quando se busca profundamente, até no sonho se consegue receber a Luz de Deus foi o que pensei muito admirado. Pude ver que não se passara tanto tempo desde que me retirei da aula. Voltei imediatamente e pude continuar minha missão. Após isso, ouvi várias vezes os membros dizerem que quando estavam sofrendo muito, sonhavam que estavam recebendo johrei comigo e só isso era suficiente para se sentirem aliviados.
Eu próprio tive várias experiências de que a oração se comunica no sonho e, através delas, senti que orar é a forma de poder se comunicar com Deus. Isso não se limita só a mim. É fato que os membros vivenciam sem número de vezes.
Fonte: Livro/ “Cem Estórias da minha Fé”
(Fundação Mokiti Okada – M.O. A)
São Paulo/SP./ Volume: II
1 Edição/ Julho/1987
Pág.(124/125)
Igreja Messiânica Mundial do Brasil
(Fundação Mokiti Okada – M.O. A)
São Paulo/SP./ Volume: II
1 Edição/ Julho/1987
Pág.(124/125)
Igreja Messiânica Mundial do Brasil
Autor: Revmo. Katsuiti Watanabe
O Dia-a-Dia de Meishu-Sama
O Dia- a- Dia de Meishu-Sama
Como fundador de uma religião, Meishu-Sama lidera milhares de fiéis, e por isso é natural imaginar-se que ele vivia diariamente no templo, absolutamente isolado, sem nenhum interesse pelas coisas seculares, dedicado exclusivamente á Obra Divina. Entretanto, sua vida não apresentava nenhuma característica semelhante ás da vida de um asceta. Pelo menos aparentemente, sua vida diária era bem comum.
Na sala em que ele trabalhava, não havia nenhuma decoração especificamente religiosa. Era um gabinete muito simples. Por exemplo, no toko-no-má, lugar elevado da sala, num vão da parede, onde se colocam objetos de arte, ornamentos etc. Havia um vaso com flores e um quadro reproduzindo uma paisagem; no centro, uma mesa; num canto, um rádio e uma pequena estante. Dessa forma, num ambiente comum, a Obra Sagrada de Salvação da Humanidade desenvolvia-se ininterruptamente e com incrível velocidade. Um dos únicos aspectos de que sobressaía era o fato de Meishu-Sama trabalhar no Estado de Perfeita União com Deus.
Sendo assim, em nenhum cômodo de sua casa havia Imagem da Luz Divina ou outros objetos de cunho religioso. Os servidores aprimoravam sua fé centralizando-se em Meishu-Sama, sempre com os olhos profundamente fixos nele, de modo que não havia alternativa senão agir com seriedade dia e noite. Meishu-Sama sempre dizia: ”Não desvie sua atenção de mim. Faça o trabalho como se estivesse arriscando sua vida, centralizando apenas na minha pessoa”. Por isso, devíamos estar sempre alertas, permanecendo atentos a todas as situações.
Quando Meishu-Sama distribuía tarefa aos servidores, fazia-o conforme a capacidade de cada um. Por isso, determinadas as tarefas, dizia: “Faça o melhor possível, empregando toda a sua capacidade”. Por exemplo, se uma pessoa recebia a incumbência de fazer “sumi” (tinta carvão), ele exigia que ela se tornasse insuperável na execução desse trabalho. Costumava dizer: “Mesmo que você não se torne importante seja uma pessoa capaz de cumprir exatamente o que lhe determinei. Se você conseguir agir tão qual eu falei, será um herói”. Certa vez, a um servidor que se atrasara nos preparativos na hora em que ele ia escrever as letras da Imagem da Luz Divina, Meishu-Sama disse: “Eu lhe ordenei que fizesse apenas isso; portanto, faça-o de qualquer maneira. Se fizer o que recomendei, pode dormir ou divertir-se o resto do tempo, que eu não me importo. Jamais reclamarei se isso acontecer”.
Sempre que Meishu-Sama repreendia os dedicantes, era porque, como fiéis os pensamentos e atitudes deles não estavam de acordo com a lei e coma Lógica. “Não estar de acordo com a Lei” significa não estar centralizado em Meishu-Sama. As palavras “Trabalhem centralizadas em mim” nos ensinam que sempre devemos estar os mais atentos possíveis. Caso haja o menos desvio nos seus pensamentos, a pessoa não conseguirá ter esse cuidado e atenção. Meishu-Sama censurava severamente tais desvios. O motivo pelo qual devemos trabalhar centralizados em Meishu-Sama é que ele próprio estava centralizado em Deus regulando seu dia-a-dia na harmonia com o Criador.
Era extremamente rigoroso em relação a horário. Não só por ter inúmeras ocupações, mas porque ensinava aos fiéis que também o cumprissem á risca como caminho a ser respeitado pelo homem. Assim, seus trabalhos diários eram divididos com a perfeição dos ponteiros de um relógio.
Fonte: Livro/ (Reminiscências sobre Meishu-Sama) Vol. III
Tradução aprovada pela Igreja Messiânica Mundial do Brasil
(Edição da Fundação Mokiti Okada – M. O. A ) – 2.Edição/julho/1986
Fonte: Foto/ Johrei Center Macapá no facebook
O nome que recebi do Mestre
O nome das pessoas é uma coisa muito interessante. Popularmente, dizem que o nome indica o corpo. Mas o certo é que o nome não é somente um código indicativo do indivíduo, mas tem um significado ainda mais profundo. Ele não é escolhido por nós mesmo e sim pelos nossos pais. Se não forem eles, mas seus representantes que o determinem, a coisa não faz diferença. Ás vezes, para escolher um nome adequado, eles passam noites insones. Freqüentemente, o relacionam com o acontecimento do ano, ou ainda, como signo da criança.
Por infelicidade, ao invés de agirem pensando no futuro e no bem dela, muitos pais simplesmente depositam suas esperanças no nome que dão aos seus filhos. São várias as maneiras de escolher, mas em todas elas, os pais estão sempre intimamente envolvidos. No meu caso, quem deu meu nome foi a parteira. Apesar disso, se meus pais não houvessem concordado logicamente eu teria sido batizado com outro diferente. Porém, eles assentiram e me foi dado o nome de Katsuiti. Como a guerra russo-japonesa ia atingindo o auge, desejando não só a vitória no conflito, mas também nas disputas da vida, foi tomada a letra Katsu do verbo “vencer” e Iti, que significa “um” ou “começo”.
É comum também dizer-se que fulano foi derrotado pelo nome. Ou então, que possui um nome bom demais, que não corresponde PA realidade. Na minha infância e adolescência, eu era muito fraco, e estava sempre atrás dos outros, sendo o último em todas as coisas. Mesmo brigando com meus irmãos mais novos, quem perdia era sempre eu. Nascido filho de lavrador pobre, trabalhando longe dos pais, como artesão de guarda-chuvas, tornando-me empregado de um atacadista de ovos e, por fim, de uma quitanda, passei a juventude sempre relutante em relação ao meu nome. Como em tudo era passado para trás, tornar-me o primeiro em alguma coisa e estar á frente das outras pessoas, era um sonho que nem tinha esperança de concretizar.
Resignado, somente me valeu o fato de me esforçar, e com isso embora um tanto constrangido em falar sobre mim mesmo, com apenas trinta e poucos anos, já conseguira razoável sucesso como comerciante de frutas, obtendo excelentes resultados nessa atividade. Meus negócios desenvolveram-se satisfatoriamente a despeito de alguns pequenos reveses, até que não mais me envergonhava do meu nome. Entrando para a igreja, ouvi dizer que, solicitando ao Mestre, ele mudaria o nosso nome, isto é, indicaria outro mais adequado. Não me fiz de rogado e pedi a troca de meu nome. Como a minha mulher se chama Tomiko e a maneira como se escrevia (dez-três-filha) era algo diferente e um tanto esquisito; coloquei também o dela na solicitação.
Ele entregou-me uma folha de papel. Eu agradeci muito contente. Mas, do meu interior, brotou um espanto, pois, em caligrafia caprichada, estavam escrito nossos nomes: o de minha mulher, que era Tomiko, havia sido substituído por Tamako, mas no meu não fizera nenhuma alteração. Assim, balbuciei, como que esperando alguma explicação, decepcionado. Estava tão feliz por ele ter aceitado o meu pedido e no fim acabei não tendo o meu nome modificado. Voltando para casa, fiquei sentado por longo tempo, tendo á minha frente o papel cm os dois nomes.
Não é possível que o Mestre não tenha mudado o meu pensava. Não é que Meishu-Sama não tivesse alterado meu nome como solicitara. Não tive alternativa senão pensar que ele passara de Katsuiti para katsuit. Katsuit, Katsuiti... Estava entretido, lendo. Então, as letras começaram a se soltar e a fazer malabarismo. ka-tsu-i-ti, Tsu-ka-i-ti, Tsu-ka-ti-i, Ka-i-tsu-ti, Tsu-ti-ka-i- Opa! – exclamei baixinho. Descobrira outra palavra oculta em Katsuiti: Tsutikai, que significa desenvolvimento, cultivo. Deve ser isso! – falei alto, com plena convicção.
O Mestre dissera que assim estava boa, sem me dar uma explicação sequer. E eu também, sem mesmo pedir esclarecimentos, fiquei como papel, achando que me cabia descobrir o que acontecera. Conseguindo desvendar o enigma, pude renovar-lhe a minha admiração pela profundidade de seu entendimento. Eu, que nascera filho de agricultores, havia recebido através daquilo que me é inerente, ou seja, o próprio nome a missão de desenvolver, de criar coisas e de aperfeiçoá-las. E, atualmente, através da orientação do Mestre, trilho o caminho que em permite salvar e criar elementos. Em outras palavras, o meu ser se tornará adubo vivo, que ajudará as outras pessoas no seu crescimento. Tenho também a incumbência de cultivar. Para mim, que até então, era simplesmente katsuiti, foi importante descobrir o sentido de desenvolver (Tsutikai) e que essa era a verdadeira mudança do meu nome. Senti que é realmente importante haver dentro de nós esse desenvolvimento e percebi que estar atado a superficialidades como essa, de se satisfazer modificando as letras ou o significado do seu próprio nome, pode parecer bonito, mas não passa de auto-satisfação ou narcisismo que nos afasta bastante do plano da fé.
Uma pessoa que não consegue desligar-se de apegos como esse da preocupação com o próprio nome, jamais poderá satisfatoriamente ser utilizada por Deus. Recebendo uma grande e silenciosa lição do Mestre, vi desaparecer de mim aquele constrangimento de longos anos. Nas diversas ocasiões em que tive de escrever, várias vezes assinei como “Tsutikai”. Para mim, não poderia existir melhor pseudônimo.
Fonte: Livro/ “Cem Estórias da minha Fé”
(Fundação Mokiti Okada – M.O. A) Vol.III
1.Edição – Novembro /1986 – São Paulo/SP.
Pág.(32 a 35)
(Fundação Mokiti Okada – M.O. A) Vol.III
1.Edição – Novembro /1986 – São Paulo/SP.
Pág.(32 a 35)
Autor: Revmo. Katsuiti Watanabe
Maquiagem das Gueixas
Maquiagem das Gueixas
Maquiagem de Gueixa OSHIROI é o nome da maquilagem branca utilizada pelas gueixas para embelezar-se. Passa-se óleo na pele antes da aplicação do OSHIROI. (O OSHIROI é um pó branco).
Este pó para as gueixas se chama NERI-OSHIROI. Esta mesma maquilagem é utilizada também no teatro KABUKI para evocar estados de ânimo e para indicar que os atores que usam a maquilagem branca pertencem á raça humana, já que os demônios ou os seres sobrenaturais utilizam maquilagem vermelha e azul, respectivamente. Já existe OSHIROI em pasta: composto de 60% de pó (pó de arroz, zinco e dióxido de titânio, 10% de glicerina e 30% de água purificada e fragrância).
Oração dos Vencedores
Eu prometo a mim mesmo Ser tão forte que nada poderá atrapalhar minha paz de espírito.Falar apenas de saúde, felicidade, e prosperidade para cada pessoa que eu encontrar. Fazer todos os meus amigos sentirem que há algo de valor dentro deles. Ver o lado positivo de tudo e fazer meu otimismo se tornar real. Pensar apenas sobre o melhor, trabalhar apenas para o melhor e esperar apenas o melhor. Ser tão entusiasmado com o sucesso dos outros quanto eu sou para o meu próprio sucesso.
Esquecer os enganos do passado e me concentrar apenas nas maiores realizações do futuro. Vestir uma expressão de alegria todo o tempo e sorrir para toda criatura viva que eu encontrar. Direcionar todo meu tempo para me melhorar de maneira a não sobrar tempo para criticar os outros. Ser grande demais para preocupar-se, nobre demais para ter raiva, forte demais para ter medo, e feliz demais para permitir a presença de problemas.
Pensar o melhor de mim mesmo e anunciar isso ao mundo, não em palavras ruidosas, mas sim em grandes ações.
Viver na fé de que o mundo inteiro está do meu lado, na medida em que sou sincero e verdadeiro quanto àquilo que há de melhor em mim.
Fonte: Além das Palavras
Site: www.facebook.com/pages/Além das Palavras
Quociente da Inteligência Espiritual
QUOCIENTE DA INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL
Quociente Espiritual / Pesquisa Científica
Qual é o seu?
O Livro QS - Inteligência Espiritual, lançado em 2010, a americana Dana Zohar aborda um tema tão novo quanto polêmico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida. Dana é formada em física pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachuset s Institute of Tecnology (MIT). Atualmente, leciona na Universidade Inglesa de Oxford. É autora de outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já traduzida para português. QS - Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no Brasil, pela Record). Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgado de cientistas de várias partes do mundo que buscam descobrir o que está sendo chamado “Ponto de Deus” no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas.
Dana falou à Revista EXAME em Porto Alegre durante o 300º Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), Organização Fundada na Suécia, em 1971, que representa um milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo. Eis os principais trechos da entrevista:
O que é Inteligência Espiritual?
É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usou para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações. De que modo as pesquisas confirman suas idéias sobre a terceira inteligência?
Os cientistas descobriram que temos um “Ponto de Deus” no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um signifi cado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual. Tudo o que influência a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional. Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogado de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.
Qual a diferença entre QE e QS?
É o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação. Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções. Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.
As dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes, segundo Dana Zohar:
1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo;
2. São levadas por valores. São idealistas;
3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade;
4. São holísticas;
5. Celebram a diversidade;
6. Têm independência;
7. Perguntam sempre “por quê?”
8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo;
9. Têm espontaneidade;
10. Têm compaixão.
Depois do QI (quociente intelectual), veio o QE
(quociente emocional) e, agora, teorias apontam para um novo parâmetro - o QS (quociente espiritual). Pesquisas ultra-avançadas estão no limiar da comprovação da existência e da localização, no Universo, do Bóson de Higgs, que os estudiosos estão denominando “Partícula de Deus”. Parece que, pouco a pouco, a ciência está começando a desvelar, agora, muito do que Mokiti Okada já preconizava há mais de meio século.
Fonte: Revista Izunome
N. 49/janeiro/2012 – São Paulo/SP.
Igreja Messiânica Mundial do Brasil
Site: www.messianica.org.br
A Base do desenvolvimento da Igreja em Okazaki
A Base do desenvolvimento da Igreja em Okazaki
Não seria exagero afirmar que na época em que iniciei a difusão, excetuando a periferia de Tóquio, tudo o mais era local ainda não atingido pela Igreja. Aumentando uma por uma as cidades onde se realizavam aulas de aprimoramento, eu circulava periodicamente por elas. Entre uma localidade e outra que eu percorria, havia muitas que ainda não possuíam focos de membros. Ao passar por cidades assim, constantemente imaginava e orava para que também nelas se estendesse a Luz de Deus.
Assim, incrivelmente, surgiam pessoas dessas cidades para se tornarem membros da Igreja. Situada na linha Tokaido, que liga Tóquio e Nagoya, Okazaki era uma delas. A Sra. M. que morava em Tóquio, tornou-se membro recebendo Ohikari com o Reverendo Shibuí, e refugiou-se em Okazaki. No final de 1944, trouxe uma pessoa para Nagoya, que desejava ingressar na Igreja. Porém, por motivo desconhecido, não tive mais noticias suas. Receei que, se deixasse como estava, a semente da difusão que surgiu em Okazaki, acabaria por não brotar. Assim, pedi para o Sr. Taki, que já algum tempo me ajudava nas atividades da igreja, para ir a Okazaki.
Procurei-há o dia inteiro e não a encontrei, foi o relato do Sr. Taki. Dessa maneira, só restava esperar algum comunicado da Sra.M. o que era difícil precisar quando se daria. Dois meses depois, realizou-se aprimoramento em Tokonami. Algum tempo após isso, soube-se que uma pessoa de Okazaki havia participado daquele encontro. Verificamos se tratar da Sra. Sotoyama. Eu próprio, acompanhado do Senhor Taki desloquei-me para Okazaki á procura da Sra. Sotoyama, que nos levou á casa da Sra. M. esta havia formado um segundo elemento, que era a Sra. Sotoyama. Enquanto conversava com as duas senhoras, desejando que o círculo da difusão se estendesse em Okazaki, soube que o genro da Sra. M. o Senhor S, havia se tornado membro junto ao Reverendo Shibuí e que havia concluído um período de um mês de aprimoramento. E agora esse referido Senhor estava procurando emprego em Hamamatsu.
É inconcebível que uma pessoa assim esteja procurando emprego. Caso tenha compreendido o Caminho de Deus, como penso que sim, deve integrar a difusão da igreja. Gostaria de conversar com ele pelo menos uma vez disse, deixando meu pedido de que viesse a Nagoya, brevemente. Passaram-se alguns dias, e achei que deveria dar mais um empurrãozinho naquele caso; pedi assistência ao Senhor Taki e enviei um passe circular de trem para um mês, de Okazaki até Nagoya. Era uma concretização do meu pedido de auxílio á obra de Difusão.
Passou-se um mês, mas o Senhor S. não apareceu. Aí, enviei outro passe circular para mais trinta dias. Não sei se sucumbido pela minha pressão, dessa vez o Senhor S. veio até Nagoya. Disse-lhe diretamente: Em Okazaki, felizmente, estão germinando sementes da difusão da igreja. Desejo fazer esses brotos crescerem. Você conhece bem a força do Ohikari e creio que é a pessoa que realmente pode dedicar-se a isso. Quero que trabalhe com afinco em Okazaki. Eu também prometo que farei tudo que for possível para ajudá-lo. O Senhor S. respondeu demonstrando decisão: Quero colaborar com o senhor, Reverendo. Realmente, após isso, a difusão em Okazaki foi se ampliando gradativamente. A esposa do Senhor S. também se esforçou não temendo sacrifícios. Foi dessa maneira que a Luz de Deus penetrou em Okazaki e continua a se expandir até hoje.
As Dedicações em retribuição ás Graças Divinas
Como contei em outro capítulo, houve época em que a maioria das pessoas que recebiam graças através do johrei, sequer pensavam em reverter em donativo de agradecimento o dinheiro que necessitariam usar com médicos, caso não tivessem sido curadas com o johrei. Principalmente por volta de 1945, essa situação era mais acentuada. Aqueles que, recebendo a Luz de Deus, tinham sua vida salva, traziam, por exemplo, cinco caquis verdes; tuberculosos que estavam postados no leito há longos anos, em gratidão, ofereciam algo como três sabonetes baratos, e achavam tudo muito natural.
Portanto, não era nada fácil juntar dinheiro dessas pessoas para utilização nas obras de difusão, havendo épocas em que até se hesitava em tocar no assunto. Em 1949, houve um comunicado do Rev. Shibuí, que desejava obter colaboração na construção do Nikko-Den (Templo da Luz do Sol), no valor de 40 milhões de ienes. Ficaria estabelecido que, uma vez que a difusão já ia entrando nos devidos eixos, esse total seria levantado por três regiões. A Região Leste, sob responsabilidade do Rev. Iwamatsu, que ficou incumbido de obter 15 milhões de ienes; a Região Centro, da qual eu era responsável, se encarregou também de obter 15 milhões de ienes; e os 10 milhões restantes deveriam ser conseguidos através das demais localidades. Quinze milhões de ienes era uma grande soma. Não seria possível consegui-los, simplesmente dizendo aos membros que seria ara o bem da construção.
Por outro lado, se fosse explicar somente sobre a importância do servir, seria muito abstrato. O valor da Luz de Deus não seria calculável em dimensões materiais. É realmente difícil expressar, concretamente, essa gratidão. Visando também á elevação da fé dos membros, travei diálogos como o que vem adiante. Na época, necessitava-se de cerca de 250 ienes para receber o Ohikari e filiar-se á igreja. Por exemplo, aos que encaminhavam 10 pessoas, eu perguntava o seguinte:
Considerando dez Ohikari, qual o valor representativo de sua Oferta de Gratidão?
Como são 250 ienes por pessoa, sendo dez, o total seria 2.500 ienes. Então, isso significa que, através da força do Ohikari que recebeu você pode encaminhar e ministrar johrei em dez pessoas. Já tentou calcular a gratidão que isso representa? Você teve a grata experiência de ministrar johrei para os outros e, através disso, constatou a Força de Deus, pelo menos em relação a dez pessoas, não é?
Sim...
Então, se fosse representado em dinheiro, o seu Ohikari valeria 2.500 ienes. Portanto, eu poderia comprá-lo por esse valor e você reverteria essa soma em donativo. E receberia um novo Ohikari. Se for o Ohikari de quem encaminhou 100 pessoas posso comprá-lo por 25.000 ienes.
Dessa forma, cheguei a conversar minuciosamente sobre o sentimento com que deviam se empenhar no servir á Obra. Havia também pessoas que recebiam um quadro desenhado. Por quanto você me venderia este quadro? Não tenho a mínima intenção de negociá-lo. É que existe uma pessoa que deseja comprar. Poderia cedê-lo por 50.000ienes? Reverendo já disse que não está á venda. Então, eu mesmo poderia comprá-lo por 50.00 ienes, se você utilizar essa quantia para oferecer donativo, significa que você o fez. Isto por que você possui algo com esse mesmo valor, simplesmente por ter ingressado neste caminho.
Pode deixar Reverendo, que eu mesmo farei o meu donativo, pois desejo permanecer com este quadro como símbolo do recebimento da Força de Deus. Dessa forma, foi se acumulando tanta oferta de gratidão que todos ficaram espantados. Ao mesmo tempo, os membros se conscientizavam, dentro de sua fé da força que haviam recebido de Deus. Eles ficavam gratos e felizes por poderem praticar a gratidão e o servir á causa de Deus. O encaminhamento de dez pessoas á Fé Messiânica significa ter trabalhado dez vezes para a Obra Divina; quem encaminhou 50 ou 100 pessoas á Fé, representa ter trabalhado 50ou 100 vezes, respectivamente. A convicção de que recebeu8 uma valiosa força da qual não pode abrir mão, por permitir participar da Obra de Deus, é que se torna a raiz de uma fé inabalável.
Essa firmeza é o seu patrimônio invisível. Além disso, como é uma força que se recebeu de Deus é um tesouro ilimitado. Quando pessoas possuidoras dessa força utilizam a matéria que se chama dinheiro, para a concretização da Obra Divina para que ela se amplie cada vez mais, estarão tornando a matéria em luz ainda mais potente. A matéria foi criada por Deus e o homem a utiliza. Ao reservar parte dela para dedicá-la a Deus, é que poderá recebê-la multiplicada muitas vezes. Porém, o ser humano a monopoliza, sem retorná-la á Obra de Deus. É muita presunção achar que tudo que conseguiu com o fruto do trabalho são somente seu. Ao fazer uso de parte da matéria, que recebeu por Bênção Divina, para o bem de Deus, dos seus semelhantes e da humanidade, a própria matéria ganha vida.
Se conservar o dinheiro apenas para si, ele é um dinheiro morto. Ofertando-o ao trabalho de Deus, ele passa a ter vida. É uma constatação que todos entendem, mas, na realidade não conseguem praticá-la facilmente. Apesar de ter no coração o entendimento de que isso é dedicação e servir, a maioria continua sem pô-lo em prática efetivamente. Meishu-Sama nos ensina que a beleza da Grande Natureza é o silencioso ensinamento de Deus, e que a matéria é a materialização do espírito da água.
Observando a Grande natureza, o que podemos captar de sua beleza?Vendo o rio que, permeando vales e planícies, desemboca no mar, podemos apreender o mecanismo da grande circulação da água. O filete de água, que nasce na montanha, se junta ao que brota do subsolo, e outros filetes também se unem para formarem a corrente que se chama rio, e que termina no mar, onde evapora formando as nuvens, retornando á terra em forma de chuva. Não ocorre o rio ir somente para o mar ou apenas aos céus. A água sempre circula e desenvolve a vida. O homem que se coloca no meio dessa circulação, pode usufruir dessa água.
Além disso, quando nos atemos ás palavras do Mestre, de que a matéria é a materialização da água, vemos que, ao se fazer a matéria circular, é que o seu valor passa a ter significado. Assim, a matéria que cada um conseguir, não é mais do que algo que Deus lhe emprestou temporariamente. Se conseguirmos vivificar tudo plenamente, é natural que ele nos conceda muito mais. Se guardarmos tudo para nós, pensando somente em nosso benefício, a matéria não terá vida, e tampouco Deus nos concederá mais. Primordialmente, não existe nada que seja verdadeiramente nosso. Tudo nos é emprestado por Deus. Isso se aplica não só á matéria, como ás pessoas que conduzimos ao Caminho da Fé, á esposa e aos filhos. Caso admitamos que tudo nos fôssemos emprestado,a maneira de encarar as coisas se torna diferente. Se alguém, sob nossa responsabilidade, é realmente inteligente e habilidoso, devemos estar gratos, pois Deus nos colocou essa pessoa junto a nós; ao contrário se a pessoa for problemática, devemos admitir que fosse por termos de aprender com ela que Deus a colocou á nossa frente. Não podemos, em hipóteses alguma, responsabilizar terceiros pelo que passamos.
Podemos notar naquilo que expus acima, o fundamento do servir em ser a maneira de retribuir a Deus os benefícios que dele recebemos. Mesmo que percebamos isso tudo, se não houver ação a partir daí, não demonstraremos o verdadeiro entendimento. Cada ação é um autêntico Servir a Deus. E quando o praticamos, podemos nos empenhar em evidenciar a trilogia sentimento – palavra – ação. Existe uma comemoração chamada Kanreki, realizada quando a pessoa comemora 61 anos de vida. Ela encerra o significado de começar uma nova existência, retornando tudo ao início. Nessa ocasião, é costume o aniversariante escrever a letra “KA” (que tem significado de “florido”, “festivo”) em pergaminhos, e distribuí-los. Talvez esse hábito se tenha difundido porque chegar aos 61 anos seja algo muito memorável ou que essa letra seja para representar o florescimento máximo da vida.
Dissecando esta letra por outro ângulo, podemos ver algo interessante. Ela é constituída de seis letras, que significam “dez”, mais uma letra, que significa “um”, e isso totaliza 61. Vejamos também a palavra “hooshi” (servir, dedicar). Nesse caso, temos seis letras, que significam “dez” umas que quer dizer “um” e duas, que tem o sentido de ”pessoa”. Isto quer dizer que, aos 61 anos somos somente duas pessoas. Acho realmente interessante que na palavra “hooshi” esteja encerrado o significado de “fazer retornar as coisas a Deus”.
E isso é feito através do homem, o que acho ainda mais interessante. De qualquer forma,quando praticamos o servir que retorna a Deus, podemos sentir a força de luz que recebemos dele, através de nossa própria pessoa. E, novamente, temos de voltar o poder da Luz Divina.
Fonte: Livro/ “Cem Estórias da minha Fé”
(Fundação Mokiti Okada – M.O. A)
1.Edição – Julho/1987 – São Paulo/SP. Vol. II
Pág.(164 a 167)
Autor: Revmo. Katsuiti Watanabe
Fonte: Foto do Revmo.Katsuiti Watanabe - Wilma Maia /facebook
Fonte: Livro/ “Cem Estórias da minha Fé”
(Fundação Mokiti Okada – M.O. A)
1.Edição – Julho/ 1987 – São Paulo/SP. Vol. II
Pág.(195 a 201)
Autor: Katsuiti Watanabe
Máscaras Japonesas (BANZAI)
O fascínio que a máscara exerce sobre o homem, relacionado à intenção de fortalecer, iludir ou transfigurar a identidade, fez dela objeto de arte ou devoção de muitas culturas. Em algumas sociedades acha-se ligada a ritos e práticas religiosas.
Máscara é um objeto com que se dissimula o rosto, a cabeça ou, mais raramente, o corpo, e que se confecciona com materiais como barro, pedra, palha, papel, pano, metal, madeira etc.Mostram-se de importância excepcional as máscaras do teatro japonês e javanês clássicos, impregnadas de significados mágicos de origem remota.
No teatro nô japonês, os caracteres dos personagens, isto é, suas máscaras, são mais importantes que o recitativo, embora nesse caso o texto tenha grande importância. A máscara nô é parte integrante da evocação e tradução de diversos caracteres e empresta formas inalteráveis aos sentimentos e às emoções.
O nô possui 125 tipos diferentes de máscaras para diferençar, dentro de uma simbologia inalterada ao longo dos séculos, anciãos,deuses,demônios e espíritos.
Fonte:lolipop-banzai.blogspot.com/2009/11/mascaras-japonesas.html
The Japanese Flower: Máscaras japonesas
japanese-flower.blogspot.com/2010/11/mascaras-japonesas.html
A Loja Okada - Comércio por Atacado
A LOJA OKADA – COMÉRCIO POR ATACADO
A Loja de Miudezas Korin-do
Antes de falecer, Kissaburo deixou de herança, para o filho mais velho, a casa alugada, e para o mais novo, a quantia de 3.500ienes, como capital para ele fazer a sua vida. Essa quantia, vertida para os preços vigentes em 1980, equivale aproximadamente a Oito milhões e 500mil ienes. Graças ao amor e aos cuidados do Pai do Fundador não ficou em dificuldades no que se referia ao capital para abrir a Loja de Antiguidades. Entretanto, agora que Kissaburo já não existia administrá-la sozinho, com tão pouca experiência, parecia-lhe simplesmente uma aventura. Não tendo conseguido tornar-se pintor e vendo também fechado o caminho dos negócios, que deveria ele fazer? Com certeza, olhando para o céu, sentia vontade de gritar bem alto.
Assim, diante da contingência de escolher um caminho na vida pela terceira vez, o Fundador se viu completamente perdido. Um dia, um conhecido que freqüentava assiduamente a sua casa veio visitá-los e disse: “Na Rua Nishinaka, no bairro de Oke, está á venda uma Loja de Miudezas. Vocês não estão interessados? “Essa pessoa merecia confiança e o local era muito bom. A rua citada ficava paralela á Avenida Guinza, grande artéria que ia de Nihonbashi até Guinza e que, por sua vez, ficava paralela á Rua Higashinaka. Era uma zona comercial de grande movimento. As lojas de miudezas vendiam batom, pó de arroz, pentes, adornos para cabelos etc.. Indeciso, alegando que não entendia nada sobre o assunto, o Fundador recusou o oferecimento, mas sua mãe, que estava presente, incentivou-o: “Não se preocupe. Cuidarei do que você não souber. Não acha melhor começar por uma loja de miudezas do que por uma loja de antiguidades, que é muito mais difícil de administrar, especialmente agora que seu Pai faleceu?
Movido pela perspectiva de ajuda da mãe, o Fundador decidiu-se adquirindo os direitos sobre a loja. Pouco depois, mudou-se de Tsukiji para o bairro de Oke (também no Distrito de Kyo-bashi), onde ela estava situada. Isso se deu após a realização do Ofício Religioso de quarenta e nove dias do falecimento de Kissaburo, quando fazia pouco tempo que a vida da família Okada voltara á normalidade. O local corresponde, atualmente, á rua que corta Yaessou, quadra dois, no Distrito de Tyuo, e Kyo-bashi, quadra dois. Ficava num centro comercial muito próspero, cercado pela Rua Canal Sotobori, que passava em frente á Estação de Tóquio, e pela grande avenida onde estavam situadas a Loja Takashima-ya e a matriz da Loja Maruzen. Era um local de excelentes condições para o comércio.
Nessa época, o Canal Sotobori ainda não havia sido aterrado, e á sua margem passava o bonde municipal da linha Sotobori. No início do verão, ao sentir a brisa refrescante que soprava as superfícies da água para as janelas abertas de sua casa, certamente o Fundador punha-se a pensar nos tempos do Castelo de Edo. A loja era uma pequena casa alugada, com uma entrada que media aproximadamente 2,7 metros. Justamente por isso parecia mais acessível para as compras descontraídas das senhoras e moças das redondezas. O Fundador deu-lhe o nome de KORIN-DO, em homenagem ao pintor Korin Ogata, cujas obras ele admirava há muito tempo, considerando-as como manifestação da mais elevada arte.
Mesmo ao aprender “maki-e” e criar as suas próprias obras, o Fundador tinha por objetivo vivificar a arte de korin na atualidade. Assim, quando abriu a loja de miudezas, concretizando o desejo acalentado há tantos anos, colocou á venda suas obras de “maki-e” e deu ao estabelecimento um nome tirado do nome daquele pintor. O Fundador acordava bem cedo, fazia a limpeza da loja, saía para comprar mercadorias ,e depois que voltava, começava a atender os fregueses. Eram assim todos os dias. No início, como se tratava de um campo completamente desconhecido para ele, sentia-se inseguro e nem sequer sabia o nome e a finalidade dos produtos. Uma loja de miudezas vende as mais variadas mercadorias, desde produtos de beleza até bijuterias, e ele não conseguia decorá-las todas. Entretanto, com a ajuda de sua mãe, pouco a pouco foi se inteirando de tudo. Sempre cumprimentava amavelmente os fregueses, até mesmo aqueles que vinham comprar um simples vidro de óleo de cabelo ou uma fitinha.
Dizia-lhes: “Seja bem - vindo”, “muito obrigado”... A loja foi prosperando. Em pouco tempo o movimento era tão grande que faltava mão –de –obra. Então o Fundador empregou Ume, filha de Guentaro Takahashi, dono de uma barbearia da vizinhança que fora freqüentada por Kissaburo. Nessa época, um parente seu, pessoa de muita experiência, advertia-o constantemente. A propósito dessas advertências o Fundador escreveu: “Ele dizia: “Um indivíduo tão honesto como você nunca vai conseguir sucesso neste mundo. Os bem-sucedidos de agora pregam boas mentiras; portanto, é preciso que você proceda de acordo com o método triangular (método de procedimento no qual faltam o senso de justiça, o calor humano e a amizade).
Achei-o sensato e, depois que me tornei independente, esforcei-me bastante para mentir com habilidade. Mas nada ia bem; além disso, eu sempre sentia um aperto no coração. Como resultado, pensei: “Uma pessoa como eu não consegue nada com mentiras. Mesmo que eu não alcance o sucesso, vou voltar a agir com a honestidade de antes”. Assim decidi, assim fiz. E, inesperadamente, as coisas melhoraram. Eu me sentia bem, e as pessoas confiavam em mim. Fui prosperando rapidamente. Dez anos depois de ter começado como um pequeno comerciante sem nenhum capital pôde considerar-me um bem sucedido coisa muito rara na época. Meu “capital elevava-se, então, a mais de 100milhões de iens”. Entretanto, na época da korin-do, apesar do progresso da loja, o Fundador passou por mais uma decepção: teve de desistir da produção de “maki-e”, em conseqüência de um acidente.
Como já falamos o Fundador também vendia obras de “maki-e”; não só as que ele mesmo confeccionava, mas também as que ele desenhava e mandava um profissional confeccionar. Um dia, entretanto, cortou o nervo do dedo indicador da mão direita, que não conseguiu mais dobrar. Ora, no “maki-e”, o artesão polvilha a madeira batendo a ponta do tubinho de pó, bem de leve, com o indicador direito. Para essa técnica, que exige aguçada sensibilidade manual, o dedo em questão é o que controla a vida ou a morte. Assim, o Fundador não teve outro remédio senão desistir do “maki-e”. Na época, sendo muito jovem ainda e tendo tantos sonhos em relação a essa arte, ele devia sentir uma grande angústia e tristeza olhando para o seu dedo direito, que perdera o movimento.
CASAMENTO
A Korin-do foi uma atividade que o Fundador iniciou sem nenhuma experiência, não sabendo o que viria pela frente. Entretanto, com a ajuda de sua mãe, ele dedicou-se de corpo e alma aos negócios, tendo como lema a honestidade. Assim, a loja foi prosperando e, quando o Fundador se deu conta, ela havia se tornada pequena. Ainda não fazia nem seis meses que a instalara, e teve de alugar uma casa maior, situada na mesma rua, mas em outro bairro (Minami-maki). Nessa casa, as instalações da loja e os aposentos da família estavam separados, de modo que ele pôde se dedicar ao comércio com maior tranqüilidade.
No registro de mudança para o bairro de Minami-maki, n.17, constava, entre outros dados: “Responsável: O irmão mais novo de Takejiro Okada. Relatório de separação familiar recebido a 25 de novembro de 1905”. Quando os negócios começaram a correr bem e o Fundador adquiriu autoconfiança, julgando-se capaz de viver, independente, ele separou-se de seu irmão e assumiu a responsabilidade da família. É o que se sabe claramente por meio desse registro.
A maior parte das mercadorias com as quais a loja negociava eram objetos de uso feminino. Ora, sendo o Fundador um rapaz solteiro e dedicando-se ao trabalho sob o lema da honestidade, não podia deixar de causar boa impressão aos fregueses. Havia pessoas que se mostravam preocupadas, dizendo-lhe que estava na hora de “arrumar-se”. Entre as propostas recebidas houve uma, feita por um grande industrial de granulados estabelecido em Assakussa nos seguintes termos: “Peço-lhe que se case com minha filha e seja o sucessor da família”. Essa proposta fora motivada pelas grandes orelhas do Fundador, pois se acreditava que as pessoas de orelhas grandes têm um destino afortunado.
Entretanto, ele recusou-a, dizendo: “Eu não vou me casar para ser herdeiro de ninguém. Vou ser independente e formar a minha própria família”. O parente seu que estava servindo de intermediário ficou muito decepcionado com essa atitude. Pouco tempo depois, Guentaro Takahashi apresentou-lhe Taka Aihara, uma parenta sua, cuja família era da cidade de Yokohama, no Estado de Kanagawa. O Pai dela, Fussakiti, havia sido lutador de “sumo” (luta livre japonesa) quando jovem, mas na época era dono de uma loja de arroz. Tori, a mãe do Fundador, gostou muito da moça e o casamento ficou resolvido. Eles se casaram em junho de 1907, depois de ofício religioso de três anos de falecimento de Kissaburo, tendo por padrinho o Sr. Takahashi.
O Fundador contava vinte e quatro anos, e Taka, dezenove. Dos cinco ao seis anos, Taka estivera separada de seus pais, vivendo com outra família, e por isso era segura de si e não gostava de perder. Sendo a segunda filha dos proprietários de uma loja de arroz, aprendera não teoricamente, mas na prática, o serviço de uma casa comercial, não perdendo para nenhum homem no que concerne a transações, administrativas, etc. Depois que se casou com o Fundador ela também pôs em prática toda essa experiência. Tinha grande habilidade para qualquer tipo de serviço e era muito trabalhadeira, não podendo ficar parada, sem fazer nada. Executava o trabalho de várias pessoas, desde os serviços domésticos até os da loja. Conseguindo uma folga nesse ritmo atarefado de vida, aprenderá vivificação floral e cerimônia de chá.
Era muito boa para os funcionários, chegando ao ponto de lavar-lhes a roupa, mesmo depois que o número deles aumentou, em conseqüência do crescimento da loja. Eles, por sua vez, tinham tanta confiança em Taka, que achavam mais seguro entregar suas economias, para que ela as guardasse, do que deixá-la em seu próprio bolso. Sem se irritar, ela recolhia o dinheiro e colocava-o no cofre. Foi graças á valiosa ajuda de Taka que o Fundador, em apenas dez anos de comerciante, pode obter um sucesso tão grande como fabricante e atacadista de miudezas.
A AMPLIAÇÃO DOS NEGÓCIOS
Em fevereiro de 1907, aproximadamente um ano e meio depois que inaugurou a loja de miudezas Korin-do, o Fundador reformou sua casa, situada no bairro de Minami-maki, em Kyobashi, para usá-la como loja, e aí iniciou o comércio por atacado. Na época da Korin-do, ele negociava com cosméticos e adornos, mas desta vez abriu uma loja exclusivamente de adornos: “Loja Okada atacadista de adornos feitos com carapaças de tartaruga e metal”.
A Korin-do, que começara a funcionar sob a direção de um amador, foi prosperando, e certamente por isso o Fundador adquiriu certa confiança em si mesmo. Entretanto, não fazia nem dois anos que estava no ramo e, além do mais, agora já não se tratava de uma loja de miudezas a varejo, mas de uma loja atacadista. Para ele, que, devido á doença, era tímido e cauteloso, isso representava uma grande aventura, semelhante a uma aposta. Estava se lançando a uma disputa que certamente uma pessoa comum evitaria, por não ter muita segurança quanto ao sucesso.
Relembrando as histórias que havia lido na Revista “Jitsugyo no Nipon” sobre o êxito de grande número de empresários o Fundador deve ter pensado: “Não vou ficar como um pequeno comerciante. Hei de vencer na vida”. Durante o tempo em que administrava a loja de miudezas, provavelmente ele traçara diversos planos e, se decidiu iniciar o comércio por atacado, o que á primeira vista parecia uma atitude impensada, foi porque viu perspectivas de sucesso. Sobre essas perspectivas, não nos resta nenhum escrito do Fundador, mas podemos pensar em pelo menos três. Uma delas é que, para tornar-se atacadista, ser-lhe-ia preciso, logicamente, ter um grande capital de giro. E ele tinha meios de conseguir esse dinheiro. Em segundo lugar, baseando-se principalmente nas orientações recebidas de seu Pai e no aguçado senso de beleza que adquirira, o Fundador estava certo de conhecer o que era mais adequado em matéria de adornos femininos. A terceira razão é que ele havia conseguido um colaborador excelente, chamado kinzo Kimura.
Kimura era natural de Shizuoka, tendo-se mudado, posteriormente, para Tóquio. Fora muito bem educado e vieram treinando no comércio desde menino. Na época, ainda não completara vinte anos; entretanto, já ocupava o cargo de subgerente da Loja Nishiura, atacadista de miudezas localizada em Nihon-bashi. Ia muito á Korin-do, para fazer entrega de mercadorias, e o Fundador sentia algo de extraordinário em sua personalidade e capacidade. Pouco tempo depois, a loja Nishiura faliu, e ele foi trabalhar na Loja Okada. Dado o cargo que ocupara, Kimura tinha farta experiência no comércio por atacado. Além do mais, a Loja Okada negociava com o mesmo tipo de mercadorias com que Le estava habituado a negociar, de modo que lhe era fácil fazer as vendas; acrescente-se a isso o fato de que era muito conhecido pelos demais compradores.
Levava, portanto, muitas vantagens. Não há duvidas de que, unindo a sua capacidade ás qualidades de Kimura, o Fundador pode confiar no sucesso do empreendimento. Ao iniciar o comércio por atacado, o Fundador fez um contrato oficial com Kimura, tendo o seu irmão Takejiro como testemunha. Esse contrato ainda hoje é guardado com muito carinho pelos familiares de Kimura, que o consideram como tesou da família. De acordo com ele, ficava determinado que além de três ienes fixos, o Fundador pagaria a Kimura dez por cento de comissão sobre as vendas do mês. Três anos depois, o contrato foi renovado, e o salário, á base de comissão sobre as vendas continuou. Assim, á medida que estas aumentavam o ordenado recebido por ele ia se tornando cada vez maior, até que sua renda se tornou equivalente á do Fundador. No auge da prosperidade da Loja por volta de 1917 ou 1918, o salário de Kimura chegava a 1000iens por mês. Na época, um casal que tivesse uma renda mensal de 50iens conseguiria manter um bom padrão de vida, daí poderemos ver como ele ganhava bem.
O Fundador não se preocupava com isso; pelo contrário, ficava alegre e sempre dispensava um ótimo tratamento a Kimura. Este por sua vez, correspondendo a tal sentimento, servia-o da melhor forma possível. Ao voltar para casa, costumava falar aos familiares sobre o dono da loja, e dizem que de suas palavras afluía o respeito que nutria por ele, pois, nessas horas, sempre endireitava sua postura e falava com muita seriedade. Tinha essa atitude não só porque recebia um tratamento especial, mas por que admirava o caráter humanitário do patrão, sobretudo a grandeza de sua personalidade calorosa e seu apurado senso de beleza. No início, o emblema da Loja Okada era um MO (primeira sílaba de Mokiti, prenome do Fundador) dentro de um círculo (maru) e por isso também chamavam o dono do estabelecimento de Sr. Marumo. Durante algum tempo ele ainda conservou a Loja Korin-do, que deixara por conta de sua mãe e de Ume Takahashi, mas depois que a casa atacadista começou a crescer, cedeu a Takahashi os direitos daquela, sem lhe cobrar nada, como agradecimento pelo trabalho que ela realizara até então.
Quando o Fundador abriu a Loja Okada (1907), fazia dois anos que terminara a guerra do Japão com a Rússia. Vencendo o grande Império Russo, que abrangia dois continentes a Europa e a Ásia a reputação inter nacional do Japão subiu de repente. O pequeno país asiático passou a ocupar uma posição equivalente á da Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos e Rússia e, seu poderio. Cresceu a ponto de ser considerado igual ao das grandes potências. Por outro lado, a grande guerra na qual foram mobilizados 1 milhão de soldados e gastos 1 bilhão e 700 milhões de ienes em dinheiro da época, pressionou muito a economia japonesa, que estava em vias de modernização. No campo, os agricultores sofreram um duro golpe, perdendo mão-de-obra, pois muitos homens foram enviados para a guerra. Ao contrário, portanto do que aconteceu no caso do conflito com a china, dez anos atrás a vitória na guerra contra a Rússia não trouxe como resultado o melhoramento da situação econômica. O país estava em crise, e a junção de empresas foi se tornando inevitável. Assim, os grandes grupos econômicos, como a Mitsubishi, a Mitsui e outros, iam consolidando a sua posição, enquanto a vida do povo em geral não era nada fácil. Apesar dessa situação a Loja Okada alcançou um progresso surpreendente, graças á extraordinária capacidade de administração do Fundador aliada ao senso de beleza que ele possuía.
CRIAÇÃO DE BIJUTERIAS
Desde que machucou o dedo, o Fundador nunca mais fabricara nada, mas, utilizando sua experiência, dedicava-se á pesquisa do desenho de pentes e outros adornos para cabelos. Enviava esses desenhos a um profissional para ele fabricar os objetos, que depois de prontos, eram colocados á venda. Em abril de 1909, dois anos após ter começado o comércio por atacado, expôs um adorno para cabelo, representando a Loja Okada, numa exposição de artigos infantis promovida pela loja de roupas Mitsuokoshi com a finalidade de ampliar sua clientela entre o povo.
Na Era Meiji, objetivando incentivar a indústria, foram realizadas diversas exposições centralizadas no governo e nos órgãos regionais. Com o passar dos anos, elas se transformaram numa espécie de comemoração. A exposição a que nos referimos acima foi promovida para fins comerciais; conseqüentemente, colocar objetos nela era, para o produtor, uma oportunidade de testar a sua capacidade. Ser premiado significava mostrar á sociedade o poder de suas mercadorias; uma oportunidade única, portanto. Tratando-se de uma exposição de artigos infantis, poder-se - ia pensar em brinquedos, mas nela se expunham roupas, adornos e outros artigos de utilidade para crianças. Quanto á qualidade, eles não diferiam nem pouco dos artigos para adultos.
Nessa exposição, onde foram expostos 1835 objetos, o Fundador e mais quarenta e nove pessoas receberam Prêmio de Bronze. Nove foram agraciados com Prêmio de Ouro, e trinta e Três, com Prêmio de Prata. Cinco anos depois, em 1914, o Fundador expôs outro adorno para cabelo na “Exposição Taisho”, realizada no Parque Ueno, tendo recebido novamente o Troféu de Bronze. Foram apresentados 106.293 objetos, tendo sido concedidos seis Troféus de Honra, 57 Troféus de Ouro, 189 Troféus de Prata e 515 Troféus de Bronze. A Exposição estendeu-se de março ao final de julho, num longo período de 132 dias, e registrou a visita de 74.603.405 pessoas. Embora ela estivesse dividida em departamentos, o recebimento de Prêmio de bronze, entre mais de cem mil objetos, prova a excelência da criatividade do Fundador, no campo da Arte.
Não se sabe como eram os objetos que valeram ao Fundador classificação nessas duas exposições, mas ainda restam alguns adornos de cabelo que se presume ser da mesma época. Os desenhos são muito variados, mas num deles foi utilizada a técnica denominada “Fukurin”, que consiste em enfeitar com metal a borda do objeto. No adorno em questão existe uma placa de metal esculpida com desenho de flores. É a técnica usada na tigela “Tenmoku”, cujas bordas são cobertas com ouro ou prata. Os pentes margeados de dourado, brilhando intensamente, deviam formar um contraste muito harmônico com os cabelos negros das mulheres.
Durante os quinze anos que vão de 1909 a 1923, o Fundador criar inúmeros objetos de adorno; na maioria, objetos inéditos, com novos detalhes, em que ele utilizava a tradicional técnica do “maki-e” e a técnica denominada “raden” (consiste em cortar conchas finas e brilhantes em pedaços de diversos formatos e utilizá-los para enfeitar vasilhames de laca ou madeira crua). O sucesso das criações dessa época pode ser comprovado por três fatos: 1. Restam dezenas de objetos projetados pelo próprio Fundador. 2.Preservam-se os certificados da obtenção de Prêmio de Bronze nas duas exposições a que ele concorreu. 3. A patir de 1915 ele fez ao órgão responsável do governo a solicitação de “Patente de Invenção”, a propósito de um objeto, e de “Patente de novo modelo de produto”, a propósito de outro, tendo conseguindo reconhecimento oficial em ambos os casos.
Nos textos relacionados a esse assunto, especialmente os que estão arquivados pelo “Instituto de Patentes”, sediado em Torano-mon,Tóquio, constam detalhes como a data, o material e o processo de fabricação dos objetos, detalhes esses que, atualmente, constituem dados muito preciosos. O documento mais antigo de “Patente de novo modelo de produto” solicitada pelo Fundador é o “Shin M Shiki Kushi” (“Pente no Novo Estilo M”) registrado em 25 de janeiro de 1915. Segundo esse documento, o pente é feito da seguinte maneira: desenha-se uma flor de cerejeira ou crisântemo numa placa de metal, na qual se bate bem forte, deixando os traços do desenho. Procedendo-se assim, a flor fica em alto relevo. Depois, colocam-se areia e pó de ouro e prata na parte que ficou rebaixada, pinta-se e prega-se num pente de madeira ou carcaça de tartaruga.
É uma simplificação da técnica do “maki-e” aplicada no motel. Nas obras dessa época, também foi usada a técnica chamada “heidatsu”, além das técnicas “raden”, que utiliza conchas, e “fukurin”. Na primeira, cola-se, em cima da laca, uma placa de ouro, prata ou outro metal. A Kikori Maki-e Suzuribako”(caixa feita em maki-e” com o desenho de um lenhador, próprio para guardar pincéis e a vasilha onde se prepara tinta carvão). Por exemplo, da autoria de Koetsu Hon’ami (Artesão de Quioto falecido em 1637, aos oitenta anos, segundo consta no livro de óbitos do Templo de Koetsu) e propriedade da Igreja Messiânica Mundial, é muito famosa como obra-prima do gênero. No desenho da bela e aberta curva da tampa da caixa, vemos ainda um aspecto magnífico: os traços característicos da arte japonesa empregados pelo estilo Rin-pa. Através desse fato podemos perceber que o Fundador aprendera e assimilara o estilo de Korin Ogata não de forma superficial,mas profunda.
Na época, existiam em Tóquio tradicionais lojas de miudezas que vendiam por atacado, como as Lojas Nishizawa, Ogawa, Miyamoto, Haneshigue e outras. Eram casas famosas, que mereciam muita confiança, por existirem há várias gerações. Entre elas havia uma grande concorrência. Nesse meio, através de estudos e esforços, a Loja Okada foi se sobressaindo pouco a pouco, embora experimentasse as agruras que toda loja nova experimenta. Acabou ocupando o primeiro posto no mundo empresarial. O grande segredo desse sucesso, que se pode considerar excepcional, eram os objetos inéditos que ela vendia. O Fundador costumava dizer aos seus funcionários que a boa qualidade das mercadorias vendidas por uma loja era a chave para ela aumentar sua freguesia e ganhar-lhe a confiança. Não há dúvida de que essas palavras nasceram de sua autoconfiança e do fato de ter conseguido grande prosperidade em pouco tempo, através do seguido lançamento de novos produtos, todos eles de excelente qualidade.
O Fundador, que detestava imitar ou outros, sempre procurava novas mercadorias, jamais negligenciando as pesquisas nesse sentido. Talvez por esse motivo, dizia-se que a moda vinha da Loja Okada. Quando as outras lojas, imitando-a, começavam a vender mercadorias parecidas, nela já estava sendo lançado um novo produto. Assim, a Loja Okada estava sempre um passo á frente. Mas de onde o Fundador tirava as idéias para essas criações? É claro que ele procurava em jornais, revistas e livros, mas também utilizava como método prático de pesquisa, os cinemas, as barracas de “shows” e o “yosse”. Sotaro Watanabe, funcionário de Loja Okada, fala-nos sobre aquela época.
“O patrão, que chamávamos de “Oyaji” (nome afetuoso para dizer “pai”) além de ir ao teatro, era um assíduo freqüentador de cinema. Sempre dizia ás pessoas que trabalhavam na loja”. Ontem fui ao cinema x. Está passando um filme muito bom, não deixe de ir!”“. Entretanto, nós achávamos que ele ia a esses lugares mais por interesse comerciais de que para se divertir: eram vinte por cento de interesse pelo cinema ou pelos espetáculos artísticos, e oitenta por cento de interesse pela pesquisa de modelos para adornos de cabelo, vestes etc. Ele ia muito, por exemplo, ao cine Konparu-Kan, situado em Shin-bashi, cinema muito freqüentado pelas gueixas.
Nessas oportunidades ao mesmo tempo em que assistia ao filme, ficavam observando s adornos de cabelos. Como “o seu olhar se fixava demoradamente no cabelo das mulheres, ás vezes a recepcionista ficava desconfiado.” Mas vejamos como eram os penteados femininos daquela época, os quais o Fundador pesquisava com tanto interesse. Depois que se iniciou a Era Meiji, acentuou-se cada vez mais a penetração da cultura ocidental no Japão. Em 1883, quando foi concluído o Rokumei-kan (Edifício construído em Tóquio para hospedar visitantes estrangeiros. Era também usado como local de reunião de pessoas da sociedade nacional e internacional) o interesse das pessoas pelo ocidente tornou-se ainda mais forte. Nesse quadro social, surgiu, em 1885, a “Associação Sokuhatsu de Senhoras” a qual pregava que o penteado usado até então pelas mulheres japonesas era prejudicial, em termos de higiene, além de não ser muito prático e nem econômico.
Por esse motivo, ela se empenhava bastante na divulgação do “sokuhatsu”, um penteado novo, adequado ao clima de modernização que, nos meados da Era Meiji,começando pela classe elevada e pela classe média de yama-no-te, dominou toda a sociedade. Esse penteado combinava não só com as vestes japonesas, mas também com as ocidentais, e tenha diversas formas: para as jovens, para as mulheres de meia-idade, para as de classe elevada, para as zona industrial e comercial, para as mulheres do povo em geral e para as gueixas. Variava também de acordo com a época: na Era Meiji, levanta-se o cabelo bem alto e vistoso na parte da frente; já na Era Taisho o cabelo era mais baixo. Na segunda metade dês última foi introduzida no país, proveniente da França, a técnica do secador de cabelos, entrando em grande moda os cabelos ondulados.
Por outro lado, ainda era forte o apego aos tradicionais penteados japoneses. Na Era Meiji, entre as senhoras casadas do povo em geral e, logicamente, na zona industrial e comercial de Tóquio, chegou ao auge o penteado “ityogaeshi”, em que o cabelo é dividido para os dois lados, em forma de semicírculo. Dessa forma, em termos gerais, havia dois estilos de penteado na Era Meiji e na Era Taisho: O penteado tipicamente japonês e o “sokuhatsu”, de influência ocidental. Ambos se subdividiam em vários tipos, de acordo com a idade, a profissão, a posição e o gosto das senhoras. Cada um recebia um nome diferente. Os mais belos eram chamados de 203 koti, nome de um campo de batalha de guerra russo japonesa, onde o Japão teve um magnífico desempenho. Observando esses tipos de penteados, O Fundador pesquisava o adorno que combinasse com cada um.
O senso de beleza que ele possuía foi empregado não apenas no desenho das mercadorias como também na decoração interna da loja. Por ocasião da abertura da Loja Okada, seu irmão Takejiro abriu uma casa de miudezas em Guinze e, mais tarde, uma Loja de Bijuterias de metal; quem fez a decoração das três foi o Fundador. Seu senso criativo chegava a ser comentado até mesmo pelas pessoas que trabalhavam no ramo. Depois da mudança das vitrines, por exemplo, feita uma vez por mês, as pessoas da vizinhança e aquelas que se dedicavam ao mesmo tipo de negócios diziam: “Parece que as vitrines do Sr. Okada foram mudadas” ia, então, apreciar as novidades. (continuação no Livro Luz do Oriente/ volume:I )
Fonte: Livro Luz do Oriente – volume: I
Tradução Fundação Mokiti Okada – M.O. A
(Biografia de Mokiti Okada) – 3. Edição – São Paulo/SP. Abril/ 1999
Igreja Messiânica Mundial do Brasil (IMMB)
Pág. (140 a 159)
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