Visões de Felicidade sob a ótica de grandes Personalidades
Espiritismo e Felicidade – (Chico Xavier)
Sentimos desde o inicio de nossas atividades mediúnicas, que a religião é indispensável para a sustentação da nossa felicidade, por que ela decorre da tranqüilidade de consciência. Não podemos, por exemplo, adquirir paciência, tolerância, alegria ou tranqüilidade no supermercado.Poderemos comprar muitas novidades em matéria de progresso tecnológico, para nosso conforto, mas, para o nosso íntimo, a religião é à base da paz a que aspiramos chegar.
Creio que, observando talvez intuitivamente o declínio das atividades religiosas de outros templos que amamos e respeitamos como fortalezas de nossas origens são prováveis que a maioria dos espíritos se inclinem para o lado religioso,com mais ansiedade de permanência na fé, porque a ciência, de certo modo, com todo o nosso respeito, tem desprezado a parte espiritual; sem esse patrimônio dos nossos valores íntimos, não conseguiremos vencer do ponto de vista de felicidade, de paz, que todos estamos sempre atentos em proclamar como sendo nossas necessidades primárias.
A ambição enlouquece o ambicioso. Se tudo é meu na condição de filho de Deus, se tudo naturalmente me pertence, o que é que vou querer? Essa idéia de posse exclusiva é altamente nociva para o homem é uma espécie de veneno inoculado na sua cabeça, fazendo com que ele ainda mais se perturbe. A insatisfação diante da vida, o anseio de destaque social, econômico, de poder, nos coloca á mercê de emoções muito forte. Muitos dos nossos homens públicos tiveram enfartes quando foram vitimas de determinados decretos; quando não puderam ter tanto como estavam habituados a ter,vem o colapso das forças orgânicas, o coração pára, porque a nossa mente tem poder absoluto sobre o corpo; não educamos para viver; nos educamos para ser criaturas cada vez mais possessivas.
Infelizmente, muitos de nós considerados hoje cidadãos super cultos, revelamos grande preocupação em dotar os filhos com a instrução cultural e técnica, com as indicações acerca das vitórias práticas na vida, como sendo o ter muito dinheiro, o dispor e muitas propriedades, o possuírem muito conhecimento em torno do plano externo da vida, mas raros de nós mostramos o devido zelo á formação dos filhos que Nosso Senhor Jesus Cristo nos entregou. Notamos que sobra hoje, em quase toda parte, a consagração do egoísmo, sem aquele espírito de confraternização e amor uns pelos outros, que a família verdadeiramente cristã se empenha em cultivar. Está desaparecendo desses povos que nos dirigem. E estes povos nos dirigem! E nós estamos atados a eles como os carros de uma locomotiva estão ligados a um comboio. Não há em nossos propósitos a maledicência. Nós sentimos em todos eles grandes líderes da inteligência. Em toda parte há bondade. Em toda parte há vontade de auxiliar, mas, no fundo, há certo descaso pela formação da alma, certo descaso pelo sentimento cristão que orienta a vida e sem o qual a felicidade é impossível.
Com certeza, a terra ainda vai demorar muito a apresentar as melhoras que esperamos. O progresso espiritual das massas depende do progresso espiritual dos indivíduos que, sem dúvida, acontece com lentidão. Todavia, não podemos negar que, de Jesus Cristo para cá, em termos espirituais, as coisas deram um salto muito grande. Dois mil anos não são tanto tempo assim. Aos poucos, a noção de fraternidade vai ganhando terreno. Hoje, as religiões já estão preocupadas com a vivência do Amor; antes era somente a adoração ritualística. Cada alma que se sensibiliza, entregando-se ao Evangelho, passa a ser um ponto de influência espiritual para muitas outras. O futuro é promissor. Não podemos querer que tudo se modifique, como alguns amigos nossos me ensinaram a dizer, a toque-de-caixa.
OBS: Chico Xavier – É considerado o maior médium do Brasil. Ao longo dos anos, tem passado mensagens de paz, amor e compreensão, recebidas de inúmeros espíritos ou elaboradas por ele mesmo. Já se perdeu a conta do número de pessoas que o médium ajudou com suas mensagens positivas para a vida. Seu nome chegou a ser citado para o Prêmio Nobel da Paz.
(Texto Extraído do Livro “O Evangelho de Chico Xavier”, de Carlos A. Baccelli) – Casa “Editora Espírita” “Pierre – Paul Didier”
A Revista do Novo Milênio /N.12
Junho/2000- São Paulo/SP.
Site: www.mythoseditora.com.br
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Visões de Felicidade sob a ótica de grandes Personalidades
Os Caminhos da Felicidade
(Mônica Bonfiglio)
A palavra felicidade foi usada pela primeira vez por volta do século III a.c; na Grécia; indicando um estado de perfeita satisfação íntima. Portanto, tanto eu como você temos, intrinsecamente, a capacidade de sermos felizes, criadores, de entrarmos em contato com algo existente fora do alcance dos tentáculos do tempo. Não é um dom reservado a poucos; e porque então a grande maioria não conhece essa felicidade? Porque razão alguns parece estar em contato com a realidade profunda, apesar das circunstâncias e acidentes, enquanto outros estão sendo destruídos por essas mesmas circunstâncias e acidentes? A mente pode pôr-se em contato com aquilo que constitui a fonte de toda felicidade? E esse contato pode ser mantido, a despeito da educação e das exigências da vida?Sim, pode.
Nosso problema não é o jovem, mas o pai. Não é o discípulo, mas o mestre. A felicidade é um círculo virtuoso, e quando não se percebe a necessidade essencial e primordial e preciso dar-lhe a atenção correta. Estar aberto para a fonte de felicidade é a mais sublime de todas as religiões, e para conhecê-la é preciso dar-lhe atenção correta, como se dá aos negócios. O autoconhecimento é o começo da felicidade e da sabedoria. Sem isso, o saber leva á ignorância, a felicidade á infelicidade e a luta ao sofrimento.
Ser feliz significa estar sintonizado com o movimento rítmico do “Todo” e o sofrimento é o seu desacordo. É estar de bem com nossa consciência, entre o ritmo interior e o ritmo exterior; ou seja, o ritmo da criatura deve permanecer paralelamente ligado ao ritmo Divino. Até o asceta mais austero testemunha em favor da felicidade de viver. No fundo da depressão e do desespero encontra-se um elemento de descontentamento que pressupõe a afirmação de uma felicidade imaginada, de viver sonhando, de ter preguiça de viver. O que é felicidade para você? Ter um ótimo saldo bancário, conhecer uma pessoa especial, ter uma saúde perfeita ou passar no vestibular?
Um Psicólogo americano, Mihaly Csizkentmihalyi, provou que a felicidade é um estado de espírito que pode ser alcançado com um esforço racional. Segundo ele, estamos imersos na felicidade quando desafiados. Ela não é sorte grande ou fruto do acaso. Também não é algo que se compre, mas depende de eventos externos, da forma de como os interpretamos. Numa pesquisa, ele registrou com exatidão os estados de espíritos que se alteram durante o dia. Voluntários de vários países receberam um Pager e um caderno. Em uma semana, o bip utilizado na experiência tocava oito vezes no dia. Cada participante registrava o seu estado de espírito.
No caderno, anotavam o que estavam fazendo, onde, quando, por que. O pesquisador concluiu que os momentos de felicidade aconteciam quando a mente ou o corpo estavam no limite da sua capacidade, quando realizavam algo difícil que valia a pena. Portanto, o importante é não deixar que as felicidades tomem conta da situação, mas superá-las. Se o seu dia-a-dia está relacionado com desafios você está percorrendo o caminho da felicidade. Ela também está associada á carga genética, diferenciando-se de pessoa para pessoa. Você pode ficar feliz escrevendo, praticando algum esporte, fazendo ginástica, etc.
A receita da felicidade pode ser concretizada se comemorar a cada vitória, alegrando-se a cada avanço, aumentando seu estímulo hormonal. Também é importante conhecer suas possibilidades e limitações. Planejar casar-se com o ator consagrado é um pouco difícil; o sofrimento será certo. Defina o que pode ser importante para você: alcançar o peso ideal, passar de ano, conseguir um bom emprego, fazer um curso de idiomas. Esta pesquisa concluiu que 50% da felicidade dependem da herança genética e do meio em que se convive.
A infelicidade é como um vírus; afaste-se das pessoas “baixo astral”. Não fique reclamando, dizendo que a vida é exigente demais, que tem de enfrentar duras realidades, que é seu destino, seu carma; tudo isso é absurdo. A felicidade é para todos; não tem cotação no mercado, não é uma mercadoria que se vende; ao contrário, é a única coisa que pode ser universal. Se você desiste antes mesmo de começar, se não consegue enxergar um futuro sem fracasso, terá sérios problemas de adaptação.
A auto-estima não deve ficar em baixa. Quando alguém fizer elogios, não desconsidere; agradeça. Não dê ouvidas as críticas; deixe-as de lado. Felicidade é ter moderação pela qual permanecemos senhores de todos os nossos prazeres, em vez de escravos. É fumar quando podemos prescindir de fumar. Beber quando não somos prisioneiros do álcool, fazer amor quando não somos prisioneiros do desejo. Ter prazeres cada vez mais puros, divinos, porque nos deixam mais livres. Alegres, por que sabemos controlá-los.
A felicidade é uma virtude que caminha entre dois abismos: o da insensibilidade e dos desregrados. É uma afirmação sadia de nosso poder de existir sobre os impulsos irracionais. E sabedores de tudo isso, ser o mais humilde de todos os mortais.
OBS: Mônica Bonfiglio – É escritora, um dos maiores sucessos editoriais dos últimos anos. Alcançou sucesso em inúmeros países escrevendo sobre anjos e, posteriormente, sobre almas gêmeas e uma série de assuntos ligados ao esoterismo. Foi colunista da Revista Manchete e Preleciones, da Argentina, além de apresentar programas na Rede Bandeirantes de Televisão e CNT/ Gazeta.
Fonte: Revista Sexto Sentido
(A Revista do Novo Milênio)
Junho/2000- N. 12 /São Paulo/SP.
Site: www.mythoseditora.com.br
Pág.(22/23)
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