terça-feira, 15 de outubro de 2013

Nada O Desencorajava

Nada o Desencorajava

Ao mudarmos para Tamagawa, Meishu-Sama caiu no desagrado da polícia, devido a um acontecimento infeliz. Certa manhã bem cedo, o Chefe de Polícia de Tamagawa veio nos fazer uma visita de cortesia. Como Meishu-Sama habitualmente trabalhava noite adentro, na parte da manhã permanecia mais tempo descansando. O Porteiro ao atender o Chefe de Polícia, disse que Meishu-Sama ainda estava deitado. 

Tal resposta desagradou à autoridade. Pensou tratar-se de uma recepção fria. Afinal, era uma visita de cortesia. Este caso, junto a outros nos trouxeram vários aborrecimentos durante todo o tempo em que moramos em Tamagawa. Em 1937, o Setor Policial da região disse-lhe eu daquela data em diante, não poderia combinar o ensino e uma ou outra atividade. Então Meishu-Sama decidiu fazer somente o trabalho de cura, prosseguindo sua tarefa humanitária. Quando nos mudamos para Tamagawa e tomamos posse da propriedade, tivemos que conseguir um empréstimo. Naquela época, devido a um mal-entendido, o primeiro proprietário fezao mesmo tempo, um contrato de venda ao senhor Keita Goto. Isso causou um problema legal, desenrolado num longo processo judicial que se prolongou até pouco antes da morte de Meishu-Sama. 

Socialmente, havia um bom relacionamento entre as Famílias do Sr. Keita Goto e a nossa. As esposas se davam muito bem, mas devido ao problema jurídico que surgiu, houve um pequeno estremecimento na amizade. Graças a uma cerâmica de grande valor artístico chamado “O pote de glicínias; que foi fator decisivo na questão entre ambos, o longo processo foi resolvido amigavelmente, continuando entre as duas um bom relacionamento. O método terapêutico de Meishu-Sama produzia resultados tão miraculosos que os pacientes chegavam a ser mais de cem diariamente. 

Embora tivesse assistentes e auxiliares, o programa pessoa era muito pesado e Meishu-Sama freqüentemente ficava sem almoçar. Com o correr do tempo, foi-se evidenciando uma fadiga cada vez mais forte e não somente eu, mas todos nós estávamos preocupados com ele. Um dia, quando voltou do “Fujimi-tei” (seu local de trabalho de onde se avistava o Monte Fuji), tendo apenas ingerido uma xícara de sakê (vinho de arroz) ficou terrivelmente pálido e sofreu uma crise anêmica. Depois deste fato, começamos a pensar que alguma coisa precisaria ser feita para aliviar o ritmo de suas tarefas. Também ouvimos comentários de que a Prática Terapêutica poderia ser proibida por isso, resolvemos desistir dela como meio preventivo, anunciando a cessação de nossas atividades ás autoridades local. 

Foi uma surpresa para a Polícia de Tamagawa, mas a nossa decisão foi aceita sem comentários. Tal decisão cansou grande reviravolta nas atividades de Meishu-Sama, porém nós consideramos como excelente e oportuna, não só pelo desenvolvimento futuro de sua missão, bem como pela preservação de sua saúde. Depois da interrupção de sua prática “terapêutica”, Meishu-Sama dedicou-se á formação de missionários que o auxiliariam no futuro da grande missão e também na pintura de desenhos de kannon(Avalolitisvara). Quando terminava o trabalho pela manhã, ele almoçava e saia para um passeio. Eu o acompanhava sempre de perto, durante as caminhadas pelos locais pitorescos das planícies de Musashino, ou freqüentemente até ás margens do rio tamagawa. 

Enquanto andávamos, ele falava sempre me esclarecendo sobre as idéias que tinha sobre sua missão. Assim, Meishu-Sama olhava o futuro claro e iluminado e eu jamais consegui descobrir nele, qualquer ponto negativo. Embora experimentasse muitas dificuldades e sofrimentos, nunca proferia uma palavra desagradável. Sinto que ele foi realmente um homem que vivia no céu e com seu pensamento ligado a Deus. Um ser realmente feliz. Penso que nós todos deveríamos seguir o seu exemplo. 

(por Nidai-Sama) 

Fonte: Livro/ Reminiscência sobre Meishu-Sama
Vol.1 – Edição em Português (Fundação Mokiti Okada – M.O. A)
6. Edição / Dezembro/1986 – São Paulo/SP. – Pág. (22/24)





Progresso pela Ação Imediata 

Todas as Tardes, Meishu-Sama recebia relatórios sobre os acontecimentos diários em nossa organização. Quando não havia um progresso notável por um período considerável de tempo e uma diminuição no número de pessoas recebendo johrei, freqüentando os serviços, ou aderindo á igreja, ele instruía seu secretário para se informar sobre as causas. 

Ele dizia: “Isto não é bom. Não deveria ser assim. Deve haver alguma razão”. E pessoalmente averiguava a sua causa. Meishu-Sama dava, então, as diretrizes para corrigir a situação. Seguindo o mesmo método, nosso trabalho expandiu-se firmemente. 

(por Nidai-Sama) 



Fonte: Livro/ Reminiscência sobre Meishu-Sama
Vol.1 – Edição em Português (Fundação Mokiti Okada – M.O. A)
6. Edição – Dezembro/1986 – São Paulo/SP. – Pág. (26)





Vigilância e Ação 

Meishu-Sama freqüentemente falava sobre a dificuldade de pôr palavras em ação, dizendo que era muito difícil, realmente, viver de acordo com seus Ensinamentos. Ele próprio era um homem de ação, e uma vez que tinha tido alguma coisa, já a estava executando. Muitas daquelas que o conheciam bem, expressavam sua admiração por essa qualidade. Um deles certa vez disse: “Eu já conheci muitos homens de distinção, mas nunca conheci ninguém que transformasse suas palavras em ação como Meishu-Sama. Muitos falam freqüentemente sobre seus planos, mas poucos os levam adiante. Eu penso que é por isso que Meishu-Sama realiza tanto”. Sendo um “Idoko” típico (Edo é o antigo nome de Tóquio) Meishu – Sama trabalhava rápida e energicamente. Estas qualidades eram características especiais dos edokos (os nascidos e criados em Tókio) e assim sendo, era habitual para ele terminar num ano o que outras pessoas levariam dez para fazer. Isso era especialmente verdade com referência á sua coleção de artes. Ele juntou muitas peças preciosas num incrível curtas espaço de tempo. Quando todos souberem desse grande feito, ficaram surpreendidos e cheios de admiração e respeito por ele. Não era difícil para os colecionadores adquirir uma boa coleção de objetos de arte, desde que tivessem bastante dinheiro e tempo para gastar. Mas nunca ouvi falar de outra pessoa que o fizesse tão rapidamente quanto Meishu-Sama. 

Essa maravilhosa habilidade era uma das características que o faziam destacarem-se. Enquanto não estávamos ainda na Era Especial ele fazia as coisas na velocidade dessa era. Logo que uma idéia lhe ocorria, imediatamente a punho em prática. Penso que segui-lo nessa prática é muito bom para nós, para nossa saúde mental. Se um indivíduo tem alguma coisa a dizer ou a fazer, é melhor começar logo em vez de segurá-la na mente, imaginando quando deveria ser dita ou feita. Senão a solta, será uma carga mental. Falando, agindo sobre uma idéia, ou pedindo a alguém que faça alguma coisa sobre ela, libertamos a mente e poderemos continuar o próximo projeto ou idéia. O princípio da decisão imediata é o princípio da higiene mental, isto é a ação da purificação mental natural. Se um indivíduo ficar nessa condição mental, poderá fazer muito trabalho durante sua vida. Meishu-Sama conservava sua mente alerta durante um passeio tomando chá ou conversando com outras pessoas. Nunca permitia sua mente ficar exausta ou adormecida. Eis uma das razões de poder agir tanto durante sua vida. 

(por Nidai-Sama) 



Fonte: Livro/ Reminiscências sobre Meishu-Sama
Vol.1 – Edição em Português (Fundação Mokiti Okada – M.O. A)
6. Edição/ Dezembro/1986 – São Paulo/SP. – Pág.: (27/29) 





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