segunda-feira, 16 de setembro de 2013

MOMENTO DE REFLEXÃO


A ORAÇÃO EM FAMÍLIA

É lamentável perceber o esquecimento da oração, em grande número de lares pela Terra inteira. Mesmo em grupos familiares que se dizem cristãos, falta o aconchego maior com as fontes fecundas de paz em que se converte a oração. Mais do que pode supor a pessoa que ora, a alma que se liga às faixas luminosas do diálogo com Deus, absorve desse estuário bendito do mundo invisível, as mais profundas dádivas de recursos aptos a sustentá-la nas lides em que se movimenta no planeta. 

Esse salutar costume de abrir-se para dizer ao Criador o que se sente mesmo ciente de que Ele sabe de todas as coisas, converte-se em exercício maduro de autoconhecimento gradual, em exercício de humildade, que eleva e bendiz a criatura. No campo doméstico, pois, ensine a seus filhos, desde pequeninos, tão logo consigam acompanhar os pais, a entoar as palavras da prece, que, com o tempo irão compreendendo, adicionando seus próprios sentimentos, valendo-se, ao mesmo tempo, dessa norma feliz, como fuga das tormentas em si ou em torno de si, ou como bálsamo medicamentoso em face dos padecimentos físicos e morais que, acaso, lhes esbarre a caminhada terrena. 

Ensine-os a não fazer da prece um conjunto de palavras inócuas das quais a sincera compenetração não faça parte. Mostre-lhes que, por ser valiosa, a prece deve ser entoada ou emitida, em regime de unção íntima, fazendo silêncio no aposento do coração, para que aprenda a ouvir as respostas das alturas, que podem ser imediatas ou nos encontrar pelos caminhos. Ensine aos seus que a prece não é um instrumento de barganha com a Divindade, num regime de trocas infantil. A prece é uma forma de comunicação. Quanto mais honesta, mais alta. Quanto mais alta, melhores os seus resultados. 

Independente da sua oração diária e íntima aproveite o encontro de sua família, que seja uma vez por semana, em qualquer dia, em qualquer horário que possam estabelecer para a prece em conjunto, ou para a prática da leitura do Evangelho no lar. Diante da mesa posta do Evangelho de Jesus, recolherão você e os seus, os mais sublimes e valiosos recursos da Divindade, para que consigam dar conta dos múltiplos compromissos da presente reencarnação, sem perda de tempo. Orar é nobre condicionamento, harmonizando-nos com o Infinito... 

A oração no lar constrói em suas cercanias uma redoma protetora, evitando que as naves domésticas sejam invadidas por pensamentos escuros, e por entidades indesejadas. Saúde espiritual inenarrável costuma penetrar as almas que, no reduto doméstico, se aliam aos benefícios deste diálogo com o Alto. A prece ao lado de nossos amores fortalece os laços que nos unem, e faz-nos mais fortes e esperançosos perante as realidades difíceis que ainda temos que enfrentar lá fora e em nós mesmos...


Fonte: Equipe Redação do Momento Espírita com base no cap. 25 do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, Ed. Fráter.




A Grandeza da Amizade 

Você já pensou na grandeza da amizade? Diz um grande pensador que quem encontra um amigo, encontra um tesouro valioso. A amizade verdadeira é sustentáculo para muitas almas que vivem sobre a face da Terra. Ela está presente nos lares e fora deles, na convivência diária das criaturas. A amizade é tão importante que já foi comparada com muitas coisas de valor. 

Um pensador anônimo compara a amizade com as estrelas, e aqueles que não têm amigos ele compara com os cometas, que vêm e vão, mas não permanecem, nem iluminam como as estrelas. Diz ele mais ou menos assim: Há pessoas estrelas e há pessoas cometas. Os cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam. As estrelas permanecem. O Sol permanece. Passam-se anos, milhões de anos e as estrelas permanecem. Os cometas desaparecem. Há muita gente como os cometas, que passa pela vida da gente apenas por instantes. Gente que não prende ninguém e a ninguém se prende. 

Gente sem amigos. Gente que apenas passa, sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Assim são as pessoas que vivem na mesma família e que passam um pelo outro sem ser presença. O importante é ser como as estrelas. Permanecer. Clarear. Estar presente. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Ser amigo é ser estrela. Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca da amizade fica no coração. Corações que não querem se enamorar de cometas, que apenas atraem olhares passageiros e passam. 

São muitas as pessoas cometas. Passam, recebem as palmas e desaparecem. Ser cometa é ser companheiro apenas por instantes. É explorar os sentimentos humanos. A solidão de muitas pessoas é conseqüência de não poderem contar com alguém. É resultado de uma vida de cometa. Ninguém fica. Todos passam uns pelos outros. Há muita necessidade de criar um mundo de pessoas estrelas. Aquelas com as quais todos os dias podem contar. Todos os dias ver a sua luz e sentir o seu calor. Assim são os amigos estrelas na vida da gente. Pode-se contar com eles. Eles são presença. É coragem nos momentos de tensão. É luz nos momentos de escuridão. É segurança nos momentos de desânimo. 

Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas, acima de tudo, uma recompensa. É nascer e ter vivido e não apenas existir. E você? É cometa? Ou é estrela? Enquanto o desejo é chama que se consome e deixa um vazio nas almas, a amizade é bênção que alimenta e sustenta em todos os momentos da vida. Quem compartilha apenas do desejo corre o risco de ficar só, tão logo o desejo cesse, mas quem divide a amizade tem a certeza de que nunca estará sozinho. 

É por essas e outras razões que a amizade é sempre comparada às coisas belas e de grande valor. Pode ser comparada a um tesouro... A uma flor perfumada que jamais fenece... A uma estrela que aquece e vivifica, ou com a luz que jamais se apaga..O importante mesmo é ter amigos ou ser amigo de alguém, porque só assim teremos a certeza de que nunca estaremos desamparados. 


Fonte: Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida 





A Lição da Carpintaria 

Conta-se que certa vez uma estranha assembléia teve lugar em uma carpintaria. Foi uma reunião das ferramentas para tirar as suas diferenças. O martelo assumiu a presidência da reunião, com arrogância. Entretanto, logo foi exigido que ele renunciasse. O motivo? É que ele fazia ruído demais. Passava o tempo todo golpeando, batendo. Não havia quem aguentasse. 

O martelo aceitou a sua culpa, mas exigiu que também fosse retirado da assembléia o parafuso. É que ele precisava dar muitas voltas para servir para alguma coisa. Com isso, se perdia tempo precioso. O parafuso aceitou se retirar, desde que a lixa igualmente fosse expulsa. Era muito áspera em seu tratamento. E, além do mais, vivia tendo atritos com os demais. A lixa se levantou e apontou os defeitos do metro. Ele igualmente deveria sair do local, porque sempre ficava medindo os demais conforme a sua medida. Por acaso, ele estava achando que era o único perfeito? 

Enquanto assim discutiam, entrou o carpinteiro. Colocou o avental e iniciou feliz, o seu trabalho. Tomou a madeira e usou o martelo, o parafuso, a lixa e o metro. Depois de algumas horas, a madeira grossa e rude do início tinha se transformado em um lindo móvel. 

Ele contemplou a sua obra, elogiou e saiu da carpintaria. Bastou fechar a porta, para as ferramentas retomarem a discussão. Contudo, o serrote com calma falou: Senhores, foi demonstrado que todos temos defeitos. Mas também pudemos observar, nas últimas horas, que todos temos qualidades. Foi exatamente com as nossas qualidades que o carpinteiro trabalhou e conseguiu criar uma obra de arte, um móvel muito bem acabado. 

Então, todos concordaram que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para afinar e limar a aspereza. O metro era preciso, exato em suas medidas. Sentiram-se como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram-se felizes com seus pontos fortes e por trabalharem juntos. A mesma coisa acontece com os seres humanos. Quando as pessoas buscam pequenos defeitos nos demais, a situação se mostra negativa e tensa. Ao buscar perceber os pontos positivos dos outros, é quando florescem os melhores lucros para as relações dos seres humanos. Encontrar qualidades é, portanto, uma tarefa a que nos devemos dedicar, pois ela é capaz de inspirar todos os êxitos humanos. 

Se você está disposto a ser uma pessoa produtiva no bem, otimista, criadora, comece a cultivar a sua capacidade de descobrir as virtudes nas pessoas. Comece dentro do seu lar. Observe quantas qualidades positivas tem seu irmão, sua esposa, seu marido, sua sogra. Com certeza você se surpreenderá. Depois, aumente a sua pesquisa e olhe para o seu vizinho, o colega de trabalho, as pessoas que lhe servem todos os dias: o motorista de ônibus, o cobrador, a moça do caixa do supermercado, a atendente da farmácia. Ao fim do dia, você terá descoberto que esse imenso mundo de Deus está repleto de pessoas boas, de qualidades preciosas, prestativas e amigas. 

E você terá se enriquecido de Paz!


Autor desconhecido



A Lei e as Frutas 

Uma lenda conta que, no deserto, as frutas eram raras, e que Deus um dia chamou um de seus profetas e disse: Cada pessoa só pode comer uma fruta por dia. O costume foi obedecido por gerações, e a ecologia do local foi preservada. Como as frutas restantes davam sementes, outras árvores surgiram. Em breve, toda aquela região transformou-se num solo fértil, invejado pelas outras cidades. 

O povo, porém, continuava comendo uma fruta por dia - fiel à recomendação que um antigo profeta tinha passado aos seus ancestrais. Além do mais, isso não deixava que os habitantes das outras aldeias se aproveitassem da farta colheita que acontecia todos os anos. O resultado era um só: as frutas apodreciam no chão. Deus então chamou um novo profeta e disse: deixe que comam as frutas que quiserem. E peça que dividam a fartura com seus vizinhos. O profeta chegou à cidade com nova mensagem. Mas terminou sendo apedrejado, pois o costume estava muito arraigado no coração e na mente de cada um dos habitantes. 

Com o tempo, os jovens da aldeia começaram a questionar aquele costume bárbaro. Mas, como a tradição dos mais velhos era intocável, eles resolveram afastar-se da religião. Assim, podiam comer quantas frutas quisessem e dar o restante para os que necessitavam de alimento. Participando dos costumes e crenças antigos só ficaram os que se achavam santos, seguidores da religião. Mas que, na verdade, eram pessoas incapazes de enxergar que o mundo se transforma e que nós devemos nos transformar com ele. Assim nos conta a lenda. 

Pense nisso! 

Há muito sobre o que se refletir sobre estas questões, e algumas delas são muito delicados, pois colocam em xeque nossas crenças antigas, arraigadas no ser humano há muito tempo. Primeiramente vejamos que a lição não deseja dizer que o melhor caminho a seguir é aquele que não está na religião, de maneira alguma. Ela demonstra apenas, que a religião precisa também rever suas posições, voltando a estudar os dogmas, a racionalizar seus ensinos e idéias. Nos tempos antigos havia a necessidade da imposição de idéias, pois o homem ainda não tinha a capacidade de discernir o certo do errado - sua formação intelectual engatinhava. Ao longo do tempo a humanidade começou a querer respostas, a buscar mais esclarecimentos sobre sua própria existência, e foi encontrando sempre portas fechadas. 

Muitos se afastaram da religião, pois ela não respondia de forma satisfatória seus questionamentos mais profundos. Dessa maneira poderíamos questionar: a religião estava errada, então? Não, certamente que não. Apenas os seus líderes se esqueceram de que o mundo se transforma, e que devemos nos transformar com ele. As leis de Deus continuam as mesmas, pois são atemporais. Porém, sua interpretação e aplicação sim, se modificam com a evolução. Novas verdades estão nos sendo reveladas, realidades que antes não tínhamos condições de compreender, e que agora chegam para nos mostrar o caminho da razão, da evolução espiritual do homem moderno. 

Assim como um dia nos foi provado que o mundo não era plano - ao contrário do que acreditávamos; ou que a terra estava longe de ser o centro do universo; vamos descobrindo novas realidades, como a existência do espírito, a mediunidade e a reencarnação. 

Tudo é apenas uma questão de tempo. Assim, não sejamos aqueles que continuam comendo apenas uma fruta por dia - relembrando a lenda - e sim aqueles que, através da razão, da inteligência e do coração, estamos dispostos nos alimentar dos frutos da mudança, da renovação e da transformação. 

Pensemos nisso! 


Momento Espírita, a partir do texto "A lei e as frutas", do livro "Histórias para pais, filhos e netos", de Paulo Coelho - Ed. Globo 


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