sexta-feira, 3 de junho de 2016

15 DE JUNHO - A CHEGADA DO MUNDO DO DIA

A Chegada do Mundo do Dia

15 de Junho

Visita ao Templo Nihon-ji

O Templo Nihon-ji

A partir do dia 4 de fevereiro de 1928, o Fundador, que através do transe de 1926, se conscientizara da sua importante missão de salvar o mundo, solidificou a decisão de dedicar-se de corpo e alma á Obra Divina. Três anos mais tarde, em meados de Maio de 1931, ele recebeu a seguinte ordem de Deus: “No Dia 15 de Junho, vá ao Templo Nihon-ji no Monte Nokoguiri, situada em Boshu, no Estado de Tiba”. Imediatamente, iniciou os preparativos para seguir a Vontade do Altíssimo.

O Templo Nihon-ji, localizado no Monte Nokoguiri, é o mais antigo Templo da Região Kanto. Construído por Ordem do Imperador Shomu e da Imperatriz Komyo para nele se fazerem os pedidos de harmonia, proteção, segurança, beleza e outras graças para o País, foi inaugurado pelo Bonzo Gyoki a 8 de Junho do ano 725, como o Templo Nascente do Sol que cultua Yakushi Nyorai, Divindade Oriental cuja existência foi captada pela Imperatriz. Dizem que, na ocasião, juntamente com o documento do edito, escrito por seu próprio punho, O Imperador doou a esse templo aproximadamente dezenove quilos de ouro; a Imperatriz, entre outras doações, ofertou um quadro bordado por ela própria, representando as trinta e três transformações de Kannon.

A Imagem principal do Templo Nihon é de Yakushi Ru riko Nyorai e foi feita por Gyoki. Além dela, estão assentados a Imagem do Kannon de Mil Braços, feita por Jikaku Daishi, a de Daikokuten da Sorte, feita por Kobo Daishi, e outras. Antigamente, a construção abrangia uma enorme área de aproximadamente 230.000m2, incluindo sete torres, doze santuários e cem residências para bonzos. O Templo Nihon-ji é considerado um dos poucos locais antigos de aprimoramento situado no Japão, e nele estiveram por algum tempo bonzos famosos como oben, Kobo, Jikaku e outros Dirigentes Budistas que percorriam o Páis fazendo difusão seu vasto terreno abrange três picos ao norte; o Ruri Nitirin e o Gatsusurin .

O Templo fica a 329 metros acima do nível do mar e daí podem ser avistados dez estados ao mesmo tempo. Árvores velhas e densas ocupavam toda a montanha, e entre as rochas de formatos interessantes existiam estátuas de pedra de Sakyamuni, Yakushi, Amida, diversos estátuas de Dainiti, Monju, Fuguem , Kannon, Seishi, Miroku, Jizo, Kokuzo, Fudo, Aizen, konpira, Daikoku, estátuas dos dez grandes discípulos de Sakyamuni dos seminaristas budistas adoradores de Yuima, que não deixaram suas casas, do Principe Shatoku do Mestre Kobo, mais de mil e quinhentos Rakan etc. Assim, o Monte Nokoguiri possuía aspectos que faziam lembrar a Montanha Gradhrakuta, situada na Índia, local das pregações de Sakyamuni.

A respeito do Templo Nihon-ji, o Fundador disse: “Seu nome é Nihon e não existe outro com o mesmo nome. Além do mais, Kenkon, outra denominação do Templo Nihon-ji, significa “Céu e Terra”. Por isso, esse Templo possui um grande significado”. Depois da visita que ele fez ao Templo Nihon-ji, este sofreu um grande incêndio, no dia 26 de Novembro de 1939, o qual atingiu a maioria dos santuários, durante a segunda Guerra Mundial, o Monte Nokoguiri tornou-se uma região estratégica e, infelizmente, os famosos santuários e os locais pitorescos foram devastados. A restauração do templo só foi iniciada muito depois da guerra, em 1962.

A Programação de dois dias consistia em hospedagem no Templo na noite do dia 14 de junho; na manhã seguinte,apreciação do nascer do Sol no topo do Monte Nokoguiri; após o desjejum, no regresso da escalada, a realização de uma sessão de poesia. Os aspirantes a acompanharem o Fundador eram vinte homens, entre os quais dois fotógrafos, e oito mulheres, perfazendo um total de vinte e oito pessoas. Na época, seus seguidores não chegavam a quarenta, de modo que os participantes da peregrinação perfaziam mais da metade deles. No dia 10 de junho, encontramos registrados no diário o seguinte poema:

“Shimizu atendeu as pessoas

Que se reuniram para participar

Da visita ao templo Nihon-ji, no dia 15”

No dia 14 de junho, apesar de ser época de chuva, felizmente fez bom tempo desde a manhã. O Fundador, acompanhado de Yoshi, sua esposa saiu do Shofu-So, em Oomori, para ir á Estação Ryogoku, local e encontro com as demais pessoas. Os trinta partiram no trem das dezesseis horas, conforme estava programado. No trem, o Fundador fazia as pessoas rirem com suas graças, e os diálogos afluíam seguidamente, de modo que eles chegaram á Estação Hota sem terem tido tempo para olhar a paisagem que se descortinava pela janela. Na estação, dividiram-se, tomando táxis em direção á casa de chá situada no sopé da montanha. Daí subiram pela escadaria de pedra com a ajuda de uma lanterna de papel preparada de antemão. Quando chegaram ao Templo Nihon-ji, localizado no meio do Monte Nokiguiri, já eram mais ou menos dez e meia da noite. 

“Com a fraca luz

Da lanterna de paple

Vamos subindo

A escada de pedra

E finalmente chegamos”.

“O imponente portão

Do tão almejado Templo Nohon-ji

Ergui-se após o sopé

Do Monte Nokoguiri”.

Parece possuiu relação

Com o Deus da Luz do Sol.

Seu nome

“Templo da Nascente do Sol”.

Já era tarde quando, depois de banhar-se numa sala de banho bem simples, o Fundador jantou com toda a comitiva. Em seguida, tiveram uns momentos de conversa com o Responsável do Templo, indo dormir por volta de meia-noite. 

“Entro na água

E sinto-me ressuscitar,

Na sala de banho

Com melancólica

Cobertura de palha”.

É bem ampla

A esteira do templo.

O seu aspecto antigo,

Que se nota mesmo á noite,

Causa familiaridade”.

“No templo zen

A noite avança

Cada vez mais

E nosso diálogo

Continua sem fim”.

Os acompanhantes do Fundador, alojaram-se no próprio templo; ele e a sua esposa foram encaminhados a um prédio que ficava um pouco acima, onde descansaram. Ás três horas da manhã do dia 15, como não conseguia dormir tranquilamente, o Fundador levantou-se. Logo em seguida, toda a comitiva, de lanterna na mão, partiu pelo escuro caminho, umido de orvalho da noite, rumo ao topo da montanha.

“Adentrando pela escuridão

Do caminho da montanha,

Alcançamos o topo

Com a ajuda da lanterna”.

Levaram cerca de uma hora para subir a escadaria de pedra que o bonzo responsável pelo templo levará quatro anos para construir. No momento em que estavam chegando ao topo da montanha, na linha do longínquo horizonte, junto ao mar, o céu começava a clarear. Felizmente, o tempo estava bom. Da névoa da manhã, pouco a pouco surgia a grandiosa paisagem: O mar de Bosso, as montanhas das redondezas e os dez estados da Região Kanto, que podem ser divisados ao mesmo tempo. Era um cenário de beleza inexprimível.

“Reverenciando a Luz do Sol

Que surgirá dentre as nuvens,

Juntos, entoamos a Oração respeitosamente”.

Em direção ao Sol que se levantava, rompendo o alvorecer, a comitiva, liderada pelo Fundador, entoou em voz alta a Oração “Amatsu-Norito”.Não há adjetivos que possam qualificar a sensação sublime e misteriosa experimentada naquele momento, e todos emocionados, entoaram a oração com profundo respeito. Naquele instante, o Fundador teve uma misteriosa sensação espiritual e sussurros para si mesmo: “Algo misterioso ocorreu”. “Ele parecia ocultar alguma coisa no fundo do seu coração. Deixando o topo da montanaha a comitiva empreendeu a descida.

No meio do percurso, sob a luz bem clara da manhã viram uma estátua budista muito estranha. Quando eles subiram, estava escuro, de modo que não puderam vê-la. Era uma estátua sem cabeça. Ao vê-la, o Fundador associou-lhe a misteriosa sensação experimentada no topo da montanha. Compreendeu, então, que no mundo budista estava se processando uma grande mudança.

“Será que metade

Das estátuas de Rakan erigidas

Não tem cabeça porque existem

Muitas pessoas sem coração?”

Os integrantes da comitiva retornaram ao Templo Nihon-ji e, depois de tomarem o café da manhã todos juntos,inclusive o responsável do templo, tiraram uma foto de lembrança , em frente ao prédio principal. O Fundador e sua Esposa tiraram outra, em frente ao Prédio Donkai, Templo Budista construído no lado, direito, num lugar plano, abaixo do prédio principal do Templo. Foi doado por um comerciante de Edo, chamado Heibee Ogutiya, em 1788.

Á sua volta, construiu-se um jardim muito pitoresco, com pinheiros raros e pedras de formatos curiosos. Desse local, podem-se avistar todas as montanhas de Awa. Embora a comitiva fosse integrada por dois fotógrafos, só existem essas duas fotos da ida ao Monte Nokoguiri, porque, até o final da Segunda Guerra Mundial, aquela região foi estratégia, sendo proibido tirar fotos ali. Assim, as duas fotos só puderam ser tiradas a muito custo, depois de concedida a autorização. Dando continuidade á programação da visita ao Templo Nihon-ji, foi realizada uma sessão de poesia no jardim em frente ao Prédio Donkai. Todos se sentaram na grama, em grupos de três a cinco pessoas, e puseram-se a escrever poemas, apreciando a maravilhosa paisagem. O Fundador compôs os versos que transcrevemos a seguir: 

É inesquecível essa viagem

Em que olhei para o mar de Awa

Das matas verdes

Onde paira o perfume da brisa”.

Yoshi, relembrando o caminho que haviam subido naquela madrugada, compôs: 

“Sob os nossos olhos

Brilham as luzes da cidade.

Olhando-as de longe,

Subimos o caminho da montanha”.

Envolvidos por uma bela natureza, os integrantes da comitiva ficaram compondo poemas durante mais de duas horas. Antes de tomarem o rumo de casa, foram ao templo para fazerem os cumprimentos. Pregaram o trem na estação Hota e desceram na Estação Nago Funagata, a quarta na direção sul. Visitaram o kannon de nago e o de funagata e novamente pegaram o trem da volta para Tóquio. Motokiti Inoue, um dos acompanhantes do Fundador, assim registrou suas impressões: “Nós não tinhamos condições de pentrar na parte mais profunda daquele acontecimento Divino, mas foram dosis sias Paradisíacos, repletos de extasiante emoçãom de alegria inigualável”. Essa viagem, envolvida numa atmosfera solene e artística, deixou uma lembrança inesquecível no coração dos participantes, independente da Misteriosa Revelação.
Revelação do Alvorecer da Nova Era. 

Durante os três dias que se seguiram ao dia 15 de junho, ocorreram fenômenos misteriosos. O Fundador surpreendeu-se ao constatar que todos esses fenômenos tinham relação com o acontecimento Divino vivenciado no Templo Nihon-ji e mostravam o seu destino e a transformação do mundo. Assim, atirou-se á solução desse mistério com grande interesse.

Terminada a viagem, no entardecer daquele dia, ele separou-se da comitiva na estação Ryogoku e, na companhia de algumas pessoas, foi á casa do membro tazo Akoshi, situada no bairro de Honjo Midori, para realizar um ofício religioso que haviam combinado há muito tempo. Como o Espírito da Palavra contido no nome Akashi(Pedra Clara) liga-se a “Akashi”(Revelação), o Fundador sentiu a Providência Divina no fato de haver programado ir á casa dessa família justamente naquele dia. Ao mesmo tempo, sentiu uma grande alegria, pressentindo que o significado da misteriosa percepção espiritual alcançada no topo do Monte Nokoguiri, em breve seria esclarecido. Através dos fatos misteriosos ocorridos no alvorecer do dia 15 e dos diversos fenômens estranhos que vinham acontecendo ao seu redor, o Fundador conscientizou-se ainda mais de que sua missão era divulgar amplamente a chegada do Mundo do Dia e construir uma Nova Civilização. 

Significado da Revelação

Transição da Noite para o Dia 

Qual seria o contéudo daquela importante Revelçao Divina que o Fundador recebera no topo do monte onde está situado o templo Nihon-ji, na madrugada do dia 15 de junho de 1931, e que a seguir, fora confirmada, concretamente, através de diversos fatos misteriosos? Mais tarde, o Fundador denominou-a “Revelação Divina da Transição da Noite para o Dia no Mundo Espiritual”. Naquele dia 15 de junho, ocorrera solenemente, no Mundo Espiritual, um acontecimento Divino: A Transição da Era da Noite para a Era do Dia. Em outras palavras, ele ficou sabendo que, no Mundo Espiritual, chegara a Era do Alvorecer. O fato, realmente, é algo muito misterioso, totalmente inédito, nunca pregado por ninguém até então. Entretanto, tendo alcançado o Estado de Suprema Iluminação Espiritual, o Fundador captou o profundo siginificado dessa revelação. Para compreendê-lo, precisamos conhecer a “Transição da Noite para o Dia” e a “Lei do Espírito Precede a Matéria”, pregados pelo Mestre.

Assim como no período de vinte e quatro horas existe a claridade do dia e a escuridão da noite, eno período de um ano existe o verão e o inverno, no período de dez, cem, mil , dez mil anos também se intercalam a claridade e as trevas. Atualmente, estamos na Era do Alvorecer, saindo da longa Era das Trevas para entrar na Era da Luz. Isto é, estamos na Era da Transição da Noite para o Dia. Essa transição começou primeiramente no Mundo Espiritual, a partir do dia 15 de junho de 1931, e está se refletindo, pouco a pouco, no Mundo Material. Estes dois mundos estão numa relação de frente e verso, relação íntima e inseparável: todos os fenômenos ocorrem primeiro no Mundo Espiritual e depois se refletem no Mundo Material, pois tudo está regido pela Lei do espírito Precede a Matéria. Agora que o Mundo Espiritual o Mundo das Causas tornou-se Dia, o Mundo Material, que é o seu reflexo, irá realizar a transição inédita do Mundo Infernal das trevas para o Mundo Paradisíaco da Luz. Captando o significado da revelação que recebera, o Fundador apreendeu claramente que a “Chegada do Reino dos Céus”, mencionada por Jeus Cristo, e o “Mundo de Miroku”, anunciado por Sakyamuni, eram previsão sobre o advento deste Mundo do Dia.

Ao mesmo tempo, descobriu que está se aproximando a época em que irão se concretizar os fatos que os antigos Fundadores de religiões simplesmente se limitaram a prever. “É a ocorrência de uma grande, asustadora, terrível e alentadora mudança”, disse ele. E expressou essa emoção nas seguintes composições: 


“Kannon vai

Concretizar, em breve,

Os ensinamentos

De Sakyamuni, Confúcio e Yasso”.

“Fala-se na Luz do Oriente,

Mas trata-se do Poder de Salvação

Manifestado por Kannon”.

“Dando o sinal de que surgiu

A tão desejada Salvação,

Vou despertar a Humanidade”.

“O dia 15 de junho é o Aniversário do Deus Amaterassu e o sentido exotérico da palavra”Aniversário” é “Nascimento do Sol”. Quando fui ao Templo Nihon-ji, em Boshu, era o Dia 15 de junho de 1931, e esse dia corresponde ao nascimentodo sol no japão. Isso representa o Alvorecer do Mundo”. Compôs, ainda, estes versos:

“No maravilhoso

Dia 15 de junho de 1931

Abriram-se as portas do Céu”.

O Fundador também captou que a lenda sobre a abertura das portas do céu, constante no “Kojiki”(O Maisantigo Livro de História existente no Japão). Era uma grande previsão de que , com o advento de Amaterassu Omikami, o mundo se tornaria Dia. Ao mesmo tempo, ele compreendeu que a antiga profecia sobre advento da luz do oriente, transmitida desde tempos remotos no ocidente, relacionava-se ao nascimento da Era do Dia. Com o avanço da transição para essa era, a civilização da noite, que perdurara até então, seria destruída em em seu lugar, seria construída a Nova Civilização do Dia. Era preciso transmitir a toda a humanidade o verdadeiro significado dessa destruição e construção e salvar as pessoas do estado de confusão e sofrimento em que elas se encontravam. Assim, o Fundador sentiu em sua pele a importante missão que lhe era confiada. Ardendo em desejo de construir a Nova Civilização do Dia, esperou o momento oportuno para fundar uma religião.

Fonte: Livro: Luz do Oriente - Vol.1

(Biografia de Mokiti Okada)
(Fundação Mokiti Okada – M.O.A)
 3. Edição/Abril/1999
São Paulo/SP. IMMB 
Foto: Março no Topo do Monte Nokoguiri/Japão
com a inscrição "Monumento Sagrado da Revelação 
                               Divina"(Tenkei Seiseki)








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