Não adianta uma religião ter todas as condições; se não tiver base universal, não será uma religião verdadeira. Caso ela se restrinja a uma nação ou povo, ocorrerá aquilo que vemos no mundo atual: surgirão motivos para conflitos. Cada qual se orgulhará da superioridade da sua religião e rebaixarão as outras, acabando por haver atritos.
Pode acontecer, também, que as religiões sejam utilizadas na política governamental. As explorações exageradas do xintoísmo pelo exército japonês, durante a Segunda Guerra Mundial, e as Cruzadas da Europa exemplificam o que estamos dizendo. Os exemplos não são poucos, e a causa está no fato de que as religiões se restringiam a determinados povos. Mas não havia outro recurso, pois, naquela época em que a civilização ainda estava engatinhando, não existiam os rápidos meios de transporte que existem atualmente, e as relações internacionais estavam limitadas a pequenas áreas. Hoje, tudo se tornou mundial e internacional, e as religiões também deveriam seguir esse caminho. È por isso que passamos a chamar nossa Igreja de Igreja Messiânica Mundial, e não mais de Igreja Japonesa, como antes.
(11 de Fevereiro de 1950)
Fonte: Alicerce do Paraíso
(Ensinamentos de Meishu – Sama)
(Tradução – Fundação Mokiti Okada M.O.A)
Edição: 14. – Setembro/2000 – São Paulo/SP.
Págs. (193 a 194)
RELIGIÃO PROGRESSISTA
Observando atentamente a sociedade atual, constato que tudo progride rapidamente; não há nada que não esteja acompanhando esse progresso. Entretanto, por incrível que pareça, a Religião, entidade que tem a mais profunda relação com a humanidade, continua da mesma forma, não apresentando nenhum progresso. Pelo contrário. Como provam, as religiões tradicionais nos ensinam a voltar ao início, ao ponto de partida dos seus fundadores. Ora, se devemos voltar á origem, é porque saímos do caminho certo; caso o fato se repita várias vezes, não progrediremos nada, ficando em total desacordo com a cultura.
Tais religiões nos mostram isso claramente na medida em que perdem o poder de atrair pessoas e teimam em permanecer na situação em que se encontram. De fato, todas as religiões que existem, sofreram perseguições e pressões na época de sua fundação. Podemos mesmo dizer que esse é o destino de toda religião nova. Apesar disso, com fôlego renovado, expandiram-se vigorosamente, passando por épocas maravilhosas. A verdade, porém, é que, com o tempo, a maioria das religiões tende a estacionar. Vamos analisar porque isso acontece.
Sem dívida alguma, as religiões entram em decadência por não acompanharem a marcha do tempo. Quando cumprem rigorosamente os ensinamentos do seu fundador, considerando-os como as mais sublimes e importantes determinações, mas não dão atenção a outros fatores, tornam-se anacrônicos. Como a brecha vai ficando cada vez maior, passam a ser acusados de incapazes, conforme está ocorrendo atualmente.
Se todas as coisas estão sujeitas á Lei de Causa e Efeito, faz-se absolutamente imprescindível que as religiões tradicionais reflitam muito sobre o assunto, pois não há motivos para elas continuarem eternamente transcendentais. Um dos princípios básico de nossa religião e que tudo deve progredir e acompanhar o tempo. Essa é a razão pela qual não damos atenção ás formalidades das religiões tradicionais, dispensando o tempo e os gastos que elas requerem. Na realidade, as formalidades não trazem beneficio algum. Assim, não há motivo para as divindades ficarem contentes com elas.
Em face do que dissemos, a missão da verdadeira religião é dar orientações no sentido de melhorar, cada vez mais, a vida do homem atual. Resumindo, só uma religião progressista poderá realmente salvar a humanidade.
(Cinco de Novembro de 1950)
Fonte: Alicerce do Paraíso
(Ensinamentos de Meishu-Sama)
(Tradução Fundação Mokiti Okada M.O.A)
Edição: 14. – Setembro/2000 – São Paulo / SP
Págs. (194 a 195)
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