quarta-feira, 4 de julho de 2012

Amigurumi Bonecas Japonesas


Amigurumi


Bicho de pelúcia feito de crochê é uma técnica japonesa para criar pequenos bonecos feitos de crochê ou tricô. Apesar da popularidade de bichos de pelúcia e bonecos, a técnica também é usada para objetos como utensílios domésticos e comida de características antropomórficas. 

Popularização

A criação de bonecos de crochê, apesar de costume milenar ressurgiu no Japão apenas nos anos 80 acompanhando o mercado que tinha como focos jovens de sexo feminino que inundava pratileiras com produtos como a boneca Hello Kitty.


















Fonte: Amigurumi- Wikipédia a Enciclopédia Livre
pt.wikipedia.org/wiki/Amigurumi 

Contos e Lendas do Japão



Contos e Lendas do Japão




"A origem da estrela-do-mar - Lenda da Província de Okinawa"

Uma antiga lenda da província de Okinawa conta que, certa vez, o Deus estrela polar e a Deusa cruzeira do sul resolveram trazer vida para a terra. Então, quando a Deusa cruzeira do sul estava pronta para dar à luz, ela perguntou ao Deus Poderoso do céu onde poderia ter seus bebês.

O Deus poderoso do céu olhou para a terra e avistou uma pequena ilha chamada Taketomi-jima, onde existia, ao sul, um belo mar de coral. Então, ele disse à deusa Cruzeira do Sul: – Vá ao lado sul de Taketomi-jima, pois lá existe uma praia com águas mornas e ondas mansas, isso será muito bom para seus bebês.

Assim, a Deusa cruzeira do sul desceu da alta planície celeste e dirigiu-se à ilha, conforme sugerira o deus poderoso do céu. Lá chegando, deu à luz a várias estrelinhas cintilantes. A Deusa estava muito feliz, pois realmente aquela praia tinha a água morna e uma temperatura perfeita para que suas filhas pudessem passar os primeiros anos de suas vidas.

– Assim que crescerem, elas subirão a alta planície celeste para se encontrar comigo e viveremos cintilantes no céu. Disse a Deusa retornando ao seu lugar.

Entretanto, o deus sete dragões do mar ficou irritado, porque a Deusa cruzeira do sul não lhe pediu permissão e usou a praia para parir seus filhos. Ele então chamou uma das suas serviçais, a dona serpente gigante, e ordenou:

– Não admito que ninguém dê à luz em meu oceano sem minha permissão. Vá e devore todos os bebês que encontrar na região sul da ilha. A dona Serpente Gigante, obediente à ordem de seu amo, engoliu todos os bebês da Deusa cruzeiro do sul com sua enorme bocarra, matando-os todos. Em seguida, cuspiu seus corpos. As estrelinhas mortas flutuaram no mar até alcançarem uma praia chamada Higashi Misaki, no lado leste da ilha Taketomi. As estrelinhas, empurradas pelas ondas, pararam na praia e ficaram com o corpo salpicado de areia. Nessa localidade, havia um santuário onde vivia a semideusa Amável. Quando encontrou as estrelinhas sem vida, Amável sentiu muita pena delas e levou-as para o santuário.

- Oh! Pobres estrelinhas vão colocá-las no incensório. Assim, quando os aldeões vierem me trazer oferendas durante o festival e queimarem os incensos, suas almas poderão subir ao céu junto à fumaça. Lá, na Alta Planície Celeste, poderão reencontrar sua mãe. Conforme a semideusa amável planejou, quando chegou o dia do festival, os aldeões queimaram muitos incensos e as almas dos bebês-estrelas subiram ao céu levadas pelas fumaças.

Esta é a origem lendária da estrela-do-mar. Em Taketomi-jima, apesar de séculos terem se passado, ainda hoje é possível encontrar estrelas-do-mar com corpos salpicados de areia nas belas praias que ficam ao sul da ilha de Okinawa. Elas são conhecidas como Hoshi-suna (estrelas de areias), nome que nasceu em referência a esta lenda.

Fonte: http://nipocultura.blogspot.com/ 





"O Goblin de Adachigahara"

Muito, muito tempo atrás, havia uma grande planície chamada de Adachigahara, localizada na província de Mutsu no Japão. Dizem que este lugar era assombrado por um goblin canibal que tomou a forma de uma anciã. De tempos em tempos, muitos viajantes desapareciam e nunca mais se ouvia falar, e as mulheres idosas contavam estórias ao redor da fogueira à noite, e as moças que lavavam o arroz recém-colhido nos poços de manhã, sussurravam estórias horríveis de como pessoas desaparecidas tinham sido atraídas para a cabana do goblin e devorados, porque ele vivia apenas de carne humana. Ninguém se atrevia a passar perto do local assombrado depois do pôr-do-sol, e todos aqueles que podiam, o evitavam também de dia, e todos os viajantes eram avisados do terrível lugar.

Um dia, o sol estava se pondo, e um monge atravessava a planície. Ele era um viajante tardio, e seu manto mostrava que ele era um peregrino budista viajando a pé de santuário a santuário para rezar por uma bênção ou para alcançar o perdão dos pecados. Ele tinha aparentemente perdido o seu caminho, e como já era tarde ele não encontrou ninguém que pudesse lhe mostrar a estrada ou avisá-lo do local assombrado. Ele tinha andado o dia inteiro e agora estava cansado e com fome, e as noites eram frias, pois era o final do Outono, e ele começou a ficar muito ansioso para encontrar alguma casa onde ele pudesse conseguir passar a noite. Ele se encontrou perdido no meio da vasta planície, e olhou em volta, em vão por algum sinal de habitação humana.

Finalmente, depois de perambular por algumas horas, ele viu um grupo de árvores à distância, e através das árvores, avistou o brilho de um único raio de luz. Ele exclamou com alegria: “Oh, certamente que é uma casa de campo onde eu poderei conseguir hospedagem por uma noite! 

Mantendo a luz diante de seus olhos, ele arrastou os seus pés cansados e doloridos tão rapidamente como podia para cehgar ao local, e logo chegou a uma casinha miserável. Quando chegou perto, viu que estava em uma condição muito ruim, a cerca de bambu estava quebrado e as ervas daninhas e a grama invadia tudo através das aberturas. As divisórias de papel, que servem como janelas e portas no Japão, estavam cheias de buracos, e os postes da casa estavam dobrados com a idade e parecia pouco capaz de sustentar o telhado. A cabana estava aberta, e se via uma velha ancião fiando à luz uma lanterna velha.

O peregrino a chamou do outro lado da cerca de bambu e disse:

“Baa San (anciã), boa noite! Eu sou um viajante! Por favor, me perdoe, mas eu perdi o meu caminho e não sei o que fazer, pois não tenho aonde descansar à noite. Peço-lhe para ser bom o suficiente para me deixar passar a noite sob seu teto. “

A velha, logo que ela ouviu, parou de fiar, levantou-se da cadeira e aproximou-se do intruso.

“Eu estou muito triste por você. Você deve realmente estar aflito por ter perdido o seu caminho em um lugar tão solitário tão tarde da noite. Infelizmente eu não posso abrigar você, porque eu não tenho cama para lhe oferecer, e nem qualquer tipo de acomodação para um convidado neste lugar pobre!”

“Oh, isso não importa”, disse o monge;. “Tudo que quero é um abrigo sob algum teto para a noite, e se você for generosa o suficiente apenas para me deixar deitar no chão da cozinha serei grato, estou cansado demais para andar à noite, então eu espero que você não recuse, caso contrário vai ter que dormir na planície gelada.

“E deste modo ele pressionou a velha mulher a deixá-lo ficar. Ela parecia muito relutante, mas finalmente ela disse:

“Muito bem, eu vou deixar você ficar aqui. Ofereço-lhe só umas boas-vindas muito pobres, mas entre agora e vou fazer uma fogueira, pois a noite é fria.”

O peregrino estava muito feliz de fazer o que lhe foi dito. Ele tirou as sandálias e entrou na cabana. A velha, em seguida, trouxe alguns pedaços de madeira e acendeu o fogo, e ordenou que seu convidado se aproximasse para se aquecer.

“Você deve estar com fome depois de sua longa caminhada”, disse a velha. “Eu irei e cozinhar uma ceia para você.” Ela então foi para a cozinha para cozinhar arroz. Depois que o monge tinha acabado o jantar, a velha sentou-se junto da lareira, e eles conversaram por um longo tempo. O peregrino pensou que tinha tido muita sorte para encontrar tal anciã tão bondosa e hospitaleira. Logo a madeira acabou, e com isso o fogo morreu lentamente e ele começou a tremer de frio tal como tinha feito quando ele chegou. “Vejo que você está com frio”, disse a velha, “vou sair e juntar lenha, pois nós usamos tudo. Você deve ficar e cuidar da casa enquanto estou fora.”

“Não, não”, disse o peregrino, “deixe-me ir em seu lugar, pois você está velha, e eu não consigo pensar em deixá-la sair para catar madeira para mim nesta noite! A velha abanou a cabeça e disse: “Você deve ficar aqui tranqüilo aqui, pois você é meu convidado.” Então, ela o deixou e saiu.Em um minuto ela voltou e disse:“Você deve sentar-se onde você está e não se mover, e aconteça o que acontecer não se aproxime ou olhe para o interior da sala. Agora, preste atenção ao que eu digo!”

Se “você me disser para não chegar perto do quarto dos fundos, claro que eu não vou”, disse o monge, perplexo. A velha, em seguida, saiu novamente, e o monge foi deixado sozinho. O fogo havia acabado, e a única luz na cabana era de uma pequena lanterna. Pela primeira vez naquela noite, ele começou a sentir que estava em um lugar estranho, e as palavras da velha: “O quer que faça, não abelhuda o

no quarto dos fundos”, despertou sua curiosidade e medo.

Que coisa poderia estar escondida nesse quarto que ela não queria que ele visse? Por algum tempo, a lembrança de sua promessa para a velha o conteve, mas no final ele já não podia resistir à sua curiosidade de espreitar o lugar proibido. Ele se levantou e começou a se mover lentamente em direção ao quarto dos fundos. Então o pensamento que a velha ficaria muito irritada com ele se ele desobedecesse à fez voltar ao seu lugar junto à lareira.

Conforme os minutos foram passando devagar e a velha não voltasse, ele começou a sentir cada vez mais assustado, e a se perguntar qual o terrível segredo estava no quarto dos fundos. Ele deveria descobrir. “Ela não vai saber que eu olhei a menos que eu diga a ela. Vou apenas dar uma olhadela antes que ela volte”, pensou com ele mesmo. Com essas palavras, ele se levantou sobre os pés (pois ele estava sentado o tempo todo na moda japonesa, com os pés debaixo dele) e furtivamente se arrastou para o local proibido. Com tremor nas mãos, ele empurrou para trás a porta de correr e olhou para dentro e o que ele viu fez o sangue gelar nas veias. O quarto estava cheio de ossos de mortos e paredes e o chão estavam salpicados e cobertos de sangue humano.

Em um canto crânio após crânio subiam até o teto, em outro estava um amontoado de ossos de braços, no outro um monte de ossos da perna. O cheiro nauseante o fez desmaiar. Ele caiu para trás com horror, e por algum tempo ficou imóvel assustado no chão, uma visão triste. Tremia todo e seus dentes batiam, e ele mal pode se arrastar para longe do terrível lugar.

“Como é horrível!” ele gritou. “A que terrível lugar eu cheguei às minhas viagens? Possa Buda me ajudar ou eu estarei perdido. É possível que essa boa e velha mulher é realmente um goblin canibal? Quando ela voltar, ela irá mostrar sua verdadeira aparência e comer-me de uma so vez! “Com estas palavras, a força dele voltou para ele e, agarrando o chapéu e bagagem, ele correu para fora de casa tão rápido quanto suas pernas podiam levá-lo. Pela noite afora ele corria, seu único pensamento era chegar o mais longe que podia da presença do goblin. Ele não tinha ido muito longe quando ouviu passos atrás dele e uma voz gritando: “Pare! Pare!”

Ele correu redobrando a velocidade, fingindo não ouvir. Enquanto corria, ouviu passos atrás dele vindo cada vez mais perto e perto, e e finalmente, ele reconheceu a voz da anciã, que ficava cada vez mais alto, à medida que ela se aproximava. “Pare! Pare você homem ímpio, por que você olhou para o quarto proibido?”

O padre esqueceu completamente como ele estava cansado e seus pés sobrevoaram o solo mais rápido do que nunca. O medo lhe deu força, pois sabia que, se o goblin o pegasse logo seria uma de suas vítimas. Com todo o seu coração, ele repetiu a oração a Buda:

“Namu Amida Butsu, Namu Amida Butsu”.

E logo ele deixou a terrível bruxa para trás, os cabelos voando ao vento, e seu rosto mudando com raiva para o demônio que ela era.

Na mão levava uma grande faca manchada de sangue, e ela ainda gritou atrás dele: “Pare! Pare!”

Enfim, quando o padre sentia que podia não correr mais, o amanhecer surgiu, e com ela a escuridão da noite e o goblin desapareceram e ele estava seguro. O monge já sabia que ele tinha encontrado o Goblin de Adachigahara, a história de quem tinha ouvido muitas vezes, mas nunca acreditou ser verdade.

Ele achava que ele devia sua fuga maravilhosa à proteção de Buda a quem ele orou pedindo ajuda, então ele tirou o rosário e curvando sua cabeça enquanto o sol nascia ele disse as suas orações e fez o seu agradecimento com sinceridade. Ele, então, peregrinou para outra parte do país, apenas muito feliz de deixar a planície assombrada por trás dele.

Fonte : fonte: OZAKI, Yei Theodora. Japanese Fairy Tales, 1908.

http://www.archive.org/stream/japanesefairytal04018gut/jpnft10.txt

A História de Helena Blavatsky e a Teosofia


A Vida de Helena Blavatsky

Conhecida como um dos maiores espíritos do século 19, Helena Petrovna Blavatsky foi a Fundadora da Sociedade Teosófica. Ela trouxe para o Ocidente uma série de pensamentos que resultou no desenvolvimento do espiritualismo. Helena Blavatsky foi uma das principais ícones da ciência e ocultismo do século 19. Seus Mestres a chamavam de Upasika. Na Rússia, era conhecida pelo seu pseudônimo literário. Radha Bai, e considerada por muitos a reencarnação de Para Celso. Filha da romancista Helena Von Hahn e do Coronel Pedro Von Hahn. 
Helena Petrovna nasceu as 24 h. de 30 para 31 de Julho de 1831, em Ekaterinoslav, Ucrânia, época em que a Europa se consumia numa grande epidemia de cólera. Sua mãe, além de escritora, lutava pela emancipação feminina numa época em que, a mulher era tradicionalmente submissa e se sujeitava ás proibições rigorosas da igreja. Ela acreditava que a filha teria um destino e uma vida muito diferentes das outras mulheres. Devido aos incidentes ocorridos na hora do seu nascimento e por ocasião de seu batismo, quando uma vela carregada por uma criança teria incendiado as vestes do sacerdote que realizava a cerimônia religiosa. Além disso, Helena era sonâmbula e conversava durante o sono com as pessoas, que os adultos julgavam serem imaginários. Sua sensibilidade aguçada lhe permitia muitas vezes, fazer previsões para o futuro de familiares e pessoas próximas. 
Madame Blavatsky pertencia á mais nobre linhagem da aristocracia russa, pois seu pai descendia de velha estirpe das cruzadas de Mecklemburg, os Roltensteim Hahn. Mas isso não a impediu o conforto dos palácios para conhecer de perto a ventura espiritual dos homens. Aos onze anos, perdeu a mãe e passou a conviver com os avôs, Faddef, em um grande solar e repleto de criados, na Província de Saratov, onde seu avô era Governador. Teve, portanto, uma educação esmerada compatível com a posição de prestígio de sua família. Falava diversas línguas e tinha excelentes conhecimentos musicais.
Sendo condessa de nascimento, era muito natural que o seu destino fosse o casamento “arranjado”. Aos 17 anos, casou-se com o General Nikifor V. Blavastky, Governador da Província Russa de Erivan, que contava na época com aproximadamente 70 anos de idade. Tendo em vista sua formação individualista e consciente, em grande parte por influência materna, três meses após o casamento ela abandonou o marido e fugiu para a casa da família, que a encaminhou ao pai. Com medo de ter que reatar o casamento, tornou a fugir e foi morar em Constantinopla. A partir desse ponto, ela pode visitar quase todos os países da Ásia Menor, estudando seus costumes e suas práticas religiosas. Em 1851, completamente sem dinheiro, fixou moradia em Londres, passando a lecionar piano para sobreviver na capital inglesa, ela freqüentou sessões espíritas e fez parte de alguns círculos revolucionários. Mas tarde, lutou na Itália contra o papado e ao lado do revolucionário Garibaldi. Segundo pesquisas, recebeu tantos ferimentos que foi dada como morta no campo de batalha. 
Na segunda metade da década de 50 Blavatsky conseguiu entrar no Tibete, onde passou por um período de treinamento com o seu Mestre. De 1860 a 1865, viveu no Cáucaso e, durante esse período, atravessou crises psíquicas e acabou aprendendo a controlá-las. Em 1870, Blavatsky fundou no Cairo uma sociedade espírita cuja propaganda era feita pela Revista espiritualista do Cairo. Pouco tempo depois, desiludida com as fraudes observadas, ela abandonou a Prática do Espiritismo. Após três meses, resolveu partir para os Estados Unidos a fim de trabalhar numa missão para a qual fora preparada pelos seus Mestres. Em Nova York, formou um grupo de estudos com o Coronel Henry Steel Olcott, recém – chegado da guerra civil que dividia seu tempo entre as lojas maçônicas e os centros espíritas, e em William Q. Judge. Nesse grupo, transmitia aos parceiros seus conhecimentos sobre espiritualismo. Os três fundaram a Sociedade Teosófica em 1875, com o objetivo de propagar as idéias e conhecimentos de Madame Blavatsky, missão que lhe fora sugerida quando ainda residia em Londres.
Após a fundação da Sociedade Teosófica, Helena Blavatsky, considerada uma russa misteriosa para os americanos aceitou a sugestão de A.P Sinnet, editor de Jornal the Pioneer, e passou a realizar apresentações públicas nas quais demonstrava seus poderes sobrenaturais para atrair adeptos á Sociedade Teosófica. Uma das apresentações mais conhecidas e espantosas ocorreu em Nova York que, na Union Square em março de 1877, com a presença de muitas pessoas. Helena, em menos de meia hora, dentro de uma sala escura, executou um desenho a lápis repleto detalhes de forma quase profissional apesar de ter poça aptidão para a arte do desenho. Algumas histórias relatam que Helena era tão espiritualizada que, para não levitar, vivia o tempo todo comendo e fumando charutos.
Apesar de seus esforços, Blavatsky sofreu muita hostilidade por parte dos chamados “Livres-Pensadores” do século 19 e foi obrigada a sair dos Estados Unidos, levando consigo a idéia da Sociedade Teosófica de princípio para a Europa, onde também foi hostilizada no meio cultural. Dessa forma, decidiu estabelecer sua sede, em 1879, na Índia na cidade de Adyar, perto de Madras. Ali também enfrentou muitas dificuldades, porque tratava com afeição e carinho todas as religiões locais, o que acabou criando impasses com cristãos e com os próprios hindus. Como uma das bases de seus estudos era a ausência de qualquer tipo de preconceito, continuou trabalhando sem dar atenção ás acusações. Apesar dos problemas, a organização expandiu-se rapidamente, pois suas idéias convenciam profundamente as pessoas.
Em 1884, sofreu um ataque por Aléxis e Emma Coulomb, membros do grupo de trabalho em Adyar, que acusavam Helena de fraude. O comitê líder da Sociedade Teosófica não aceitou que Blavatsky processasse o casal. Desapontada, renunciou ao cargo de secretária correspondente de Adyar e, em março de 1885, partiu para a Europa e jamais retornou á Índia. As acusações feitas pelo casal Coulomb se fundamentavam em supostas cartas escritas por Blavatsky com instruções para organização de fenômenos psíquicos fraudulentos. 
Na época, uma revista de missionários cristãos publicou todas as falsas cartas. A Sociedade para a pesquisa Psíquica, em Londres, investigou Madame Blavatsky e imitiu um relatório acusando-a de impostora. Durante muitos anos, esse relatório foi usado para desacreditar seu trabalho e provar a inexistência dos mestres ou mahatmas. Abalada com toda a situação, em 1885,Helena adoeceu e foi para a Alemanha, onde deu início ao trabalho de A Doutrina Secreta. Dois anos depois, foi morar em Londres, quando vivenciou uma fase produtiva na literatura, além de formar e instruir discípulos que futuramente pudessem dar prosseguimento á sua obra. 
Nessa época, os resultados e efeitos dos injustos relatórios da “Sociedade para a pesquisa Psíquica” sobre suas atividades paranormais já tinham sido esquecidos. Madame Blavatsky era uma personalidade combativa em seus ideais e humildes junto aos mestres. Sofreu perseguição dos inimigos das suas doutrinas, difamações violentas ataques a mão armada, e até um sinistro acidente provocado abordo do navio em que ela viajava para o Oriente, quando ao atravessar o Canal de Suez, a embarcação explodiu. Desse acidente, repleto de vítimas, Madame Blavatsky escapou miraculosamente. 
A morte de Blavatsky, em 1891, não representou o fim de seus ideais. Viveu de forma coerente com seus pensamentos e ensinamentos e manteve lucidez de espírito até os últimos momentos de sua vida. Nunca teve a preocupação de ser agradável a ninguém e adotou como lema a frase que se tornou, mais tarde, o da própria Sociedade Teosófica: “Não há religião superior á verdade”. Apesar de todo seu empenho, o seu grande sonho não se realizou: a grande fraternidade humana e a reconciliação de todas as religiões.
Sua Obra 
Desde o início de sua vida,como se fosse uma espécie de predestinação, as viagens e a movimentada biografia de Blavatsky indicam que o principal objetivo de sua existência era o de ser portadora de conhecimentos transcendentais da Antiguidade Oriental, isolados e ignorados pelo Ocidente por uma verdadeira muralha criada pela Igreja. Os conhecimentos transmitidos por Helena provocam o alto grau de cultura e o elevado grau de espiritualidade do povo hindu. Para alguns Ocidentais suas informações não eram interessantes, principalmente para os ingleses, que na época se empenhavam em uma política colonialista relacionada á Índia. Era muito desagradável para os britânicos que o mundo Ocidental tomasse conhecimento sobre a pretensão de seu império para dominar uma nação que, em principio, seria espiritualmente mais evoluída que a própria Inglaterra.

Sua obra divulgava e esclarecia conceitos religiosos e filosóficos orientais até então desconhecidos pelo ocidente, desfazendo muitas idéias errôneas e dando uma luz sobre pontos obscuros e desconhecidos. De acordo coma autora, muitas vezes, em sua obra foi utilizados meios esotéricos para a composição dos textos. Seus trabalhos teriam sido escritos pelos mahatmas que utilizaram seu corpo físico em um processo chamado Tulku, que de acordo com Helena, não era igual a um processo mediúnico.
Tal fato pode explicar, por exemplo, a observação do crítico inglês William Emmett Coleman o qual calculou que para escrever Isís sem véu, Blavatsky precisaria ter estudado 1.400 livros por ela desconhecidos. O conteúdo mais rico da Teosofia, sem dúvida, encontra-se nos escritos de Helena Blavatsky. São eles: Isis sem véu (1877) A Doutrina Secreta (1888) A voz do Silêncio (1889) ocultismo. Prático, sem contar um grande número de artigos sobre teosofia. 
“Fomos Deuses e nos esquecemos disso”. Helena Blavatsky nunca esqueceu a sabedoria desse pensamento. Em seu livro A chave da Teosofia, narrou o fato de que os seres humanos outrora foram Deuses e que, hoje têm como uma de suas missões despertarem sua mônada, a Partícula Divina existente em todo homem, assinalando de forma incisiva que os caminhos para o “despertar” são diversos e extremamente pessoais.  


Fonte: Revista Sexto Sentido/ Especial
(Mythos Editora – 2012 / São Paulo/SP.)
Site: www.revistasextosentido.net





TEOSOFIA 



Em suas diversas Teorias, a Teosofia defende a possibilidade de todos os homens alcançarem a evolução espiritual na vida atual ou em outras vidas.
A palavra Teosofia é de origem grega – (theos) Deus e (sophos) sabedoria – e significa literalmente “Sabedoria Divina”, “Conhecimento Divino”. O termo ganhou notoriedade no mundo contemporâneo ocidental a partir de 1875, com a Fundação da Sociedade Teosófica, por Helena Petrovna Blavatsky, e pela grande polêmica que seus estudos criaram no meio cultural da época.

A Teosofia é considerada um corpo de conhecimento que responde a diversas questões que envolvem a vida: Quem sou eu? O que estou fazendo aqui? Qual a origem do Universo/ O termo foi usado durante mais de dois milênios na civilização antes que Madame Blavatsky o empregasse em seus ensinamentos. A Teosofia pode ser observada como o caminho do progresso e evolução espiritual da humanidade, de forma individual ou coletiva. Na maioria das vezes, e a ação em direção a uma vida mais elevada sempre envolverá a luta os limites impostos pelas ordens sociais estabelecidas.

Ainda que tenha se expressado através de uma literatura variada. Como uma doutrina orientada para que pode ser considerado místico, a teosofia é essencialmente uma postura prática diante da vida. É um conjunto de valores que só pode ser entendido quando realizado. Por definição, está presente em todas as culturas e não pertence a nenhuma delas. Helena Blavatsky, fundou a Sociedade Teosófica em 1875, em um século marcado por uma grande quantidade de novas teorias sobre a natureza das coisas que determinaram a luta entre o passado e presente, o velho e o novo. 

Pode-se dizer que nessa época o mundo intelectual e moral sofreram uma revolução que provocou na sociedade ocidental o crescimento da autoconsciência. Na metade do século 19 dois novos fatores “abalaram” as estruturas culturais científicas e religiosas que embora arcaicas, predominavam no mundo ocidental. O darwinismo e o espiritismo. A publicação do trabalho de Darwin. A origem das espécies (1859) provocou efeitos que podem ser observados até os dias atuais. O impacto da teoria da evolução abalou os conceitos até então pregados pelo ensino teológico de salvação.

De acordo com o cientista o futuro desejável para o homem seria obtido através dos processos possíveis dentro da lei natural da evolução. O “principio da evolução” passou a se popularizar e entusiasmou os livres pensadores da época. Pois suas implicações sociais e filosóficas eram quase que infinitas. Nessa mesma época, diversos fenômenos espirituais, considerados por muitos como psíquicos. Atraíram o interesse da população em geral. As notícias sobre as comunicações estabelecidas pelas irmãs Fox com os espíritos, e de outros casos similares, se espalharam pelo mundo, principalmente na Europa.

Muitos desses fenômenos foram investigados de forma cientifica e não apenas dentro de padrões religiosos. Em Londres, a Sociedade Dialética iniciou trabalhos nesse campo em 1869 e anos mais tarde as pesquisas se tornaram mais profundas com a criação da Sociedade das pesquisas Psíquicas. Profundamente impressionado com esses fenômenos. Allan Kardec passou a estudá-los profundamente. Em 1856 publicou o Livro dos Espíritos, dando início á Doutrina Espírita que foi propagada pelo mundo ocidental em pouco tempo. 

Blavatsky, ao fundar a Sociedade Teosófica, se tornou a responsável pela disseminação do pensamento e da cultura oriental no ocidente. Ela dizia que onde quer que o pensamento lute por liberdade, que idéias espirituais fossem propagadas no lugar de dogmas e formalismos, a evolução moral estaria acontecendo. Apesar de determinar a importância do esforço próprio em busca do crescimento pessoal e um policiamento contra a fé cega ou o auto-engano, a teosofia defendia a Revelação por que acreditavam na existência de seres superiores imortais e invisíveis ao olho humano, portadores de conhecimento e grandes poderes sobre mundos. 

Em suas teorias, a teosofia acreditava na possibilidade de todos os homens alcançarem esses seres, na vida atual ou através do processo de evolução em outras vidas. Disseminava, portanto, a crença na evolução da humanidade e na existência de homens considerados perfeitos, os Mahatmas, Mestres da Sabedoria. Em algum momento de suas vidas, esses homens atingiram a evolução em estágio super-humano que lhes deu a missão de velar pela raça humana de forma direta ou através de seus mensageiros. A teosofia adotou concepções orientais sobre o fenômeno da morte dos seres humanos, do carma e da reencarnação.

Segundo os conceitos teosóficos, a evolução humana ocorre através do carma e da reencarnação conhecida como as Leis da Responsabilidade e da Segunda chance. A Lei do Carma é o principio eterno da justiça universal e da harmonização presente em todos os seres e coisas do universo. A cada renascimento a alma imortal é associada a um novo corpo. Algum tempo após a morte física, ocorre a morte astral, do eu inferior. A partir disso, a alma imortal segue livre para o Devachan, local dos deuses, de onde só despertará para uma nova essência.

Segundo os ensinamentos da teosofia, as encarnações se sucedem por um longo tempo até o dia em que a alma se liberta da roda a reencarnação e alcançam então a condição de um Mahatma, um Adepto ou um Buddha, seres que trabalham em silêncio e anonimamente pela humanidade. Para a teosofia o carma é uma lei eterna, imutável e inviolável que não pode ser quebrada, pois existe na natureza das coisas.

Para Annie Besant, importante membro da Sociedade teosófica, um teosofísta em informado diria que não pode interferir com seu carma, mas sempre que uma lei natural está em ação, podemos interferir nela até onde pudermos. Enquanto o homem viver de forma negligente, flutuando apenas de acordo com a corrente, e podendo ser facilmente sugado por qualquer situação casual, ele terá como resultado o fracasso, a infelicidade e o azar. A lei lhe possibilita conquistar seus objetivos com sucesso, colocando ao seu alcance forças necessários que ele deve usar.

Seu futuro sempre será o resultado do que ele cria hoje deliberadamente. Onde existe lei nenhuma conquista é impossível, e o carma é uma garantia da evolução humana. Uma lei da natureza não é um mandamento, mas “um estabelecimento de condições”. Besant afirmava que a natureza não ordena “isso ou aquilo”, ela simplesmente diz “eis certas condições” que lhe darão “tais resultados”. Se o resultado não nos agrada, temos liberdade de transformar as condições anteriores.

Em sua Obra A Doutrina Secreta Blavatsky diz que: “O carma não cria nem planeja nada. É o homem quem planeja a cria causas, e a lei cármica ajusta o efeito. Tal ajustamento não é um ato, mas a harmonia universal que tende sempre a reassumir sua posição original, tal qual um galho de árvore que, puxado violentamente para baixo, retorna com igual violência". 




Fonte: Revista/ Sexto Sentido Especial
Mythos Editora – 2012 - São Paulo/SP.
Site: (www.revistasextosentido.net)












Florais de Bach







A PRESCRIÇÃO DOS FLORAIS DE BACH

Nesta seção, apresentamos algumas diretrizes para a prescrição dos Remédios Florais do Dr. Bach, lembrando, no entanto, que, apesar do Dr. Bach ter tido como objetivo estabelecer um método de automedicação, a prescrição só deve ser realizada por pessoas que conheçam profundamente cada Essência Floral e que tenham a capacidade de reconhecer as verdadeiras características psicológicas, positivas e negativas, daquele a quem pretende tratar, ou de si mesmo. Os Remédios Florais do Dr. Bach podem ser usados concomitantemente a outros tratamentos e não provocam efeitos colaterais e figuram entre os sistemas médicos alternativos reconhecidos e recomendados pela Organização Mundial de Saúde.

As regras básicas para a prescrição dos Remédios Florais do Dr. Bach são as seguintes:


1 - Verificar as causas dos sintomas relatados, pois os remédios florais removem os bloqueios emocionais e mentais em sua raiz.
2 - Limitar o número de remédios florais, numa mesma composição, ao mínimo possível. O ideal é não passar de seis no mesmo frasco; quanto menos de cada vez, melhor.
3 - Devem-se hierarquizar as emoções em desequilíbrio, ou seja, selecionar as principais desarmonias que dominam o quadro, para se encontrar o remédio adequado.
4 - Os estados emocionais e mentais em desequilíbrio devem ser conscientes ou perceptíveis à observação de quem prescreve.
5 - O remédio atua da superfície para a profundidade. Equilibrada uma situação, poderá emergir um novo aspecto desarmonizo que requererá outro remédio.
A seguir, apresentamos uma tabela-resumo onde são identificados os principais sintomas de cada uma das sete categorias definidas pelo Dr. Bach, e os Remédios correspondentes.
1. Para os que sentem medo pânico, terror Rock Rose medo de coisas conhecidas Mimulus medo de perder o controle de si próprio Cherry Plummedo de que "algo de ruim" possa acontecer às pessoas que ama Red Chestnut medo indefinido Aspen.
2. Para os que sofrem de indecisão por não confiar em seus próprios julgamentos Cerato por não conseguir decidir entre dois opostos Scleranthus desânimo, pessimismo Gentian desesperançaGorsesensação da "segunda-feira de manhã" de que não vai dar conta das responsabilidades Hornbeam por não conseguir encontrar a verdadeira vocação Wild Oat.


Escalda pé de Florais de Bach

3. Para os que sentem desinteresse pelas circunstâncias atuais que "vivem no mundo da lua", sonhadores Clematis que "vive no passado", apegados a pessoas, locais, situações passadas Honeysuckle que perderam o prazer de viver por estarem exaustos, todas as energias (físicas ou mentais) foram sugadas Olive que se conformam facilmente por tudo que acontece. Apatia Wild Rose que tem idéias fixas que ficam "girando" na mente White Chestnut que se deprimem de repente sem razão aparente: "a nuvem negra que se abate sobre mim " Mustard que não conseguem aprender os ensinamentos da vida. Repetem errosChestnut Bud.
4. Para os que sofrem de   são realmente talentosos e capazes, mas tendem a isolar-se. Orgulhosos Water Violet que são rápidos em ação e pensamentos, mas impacientes e irritados com os outros Impatiens que são inseguros, necessitam de companhia constantemente Heather.
5. Para os que são excessivamente sensíveis às influências e opiniões alheiasque escondem as suas preocupações por detrás de uma fachada alegre Agrimony que "não sabem dizer não". São subservientes demais Centaury que se influenciam pelas opiniões alheias, para momentos de transição Walnut que sentem ciúme, inveja, ódio, ou seja, sentimentos ruins Holly.

6. Para o desalento ou desespero por se acharem incapazes, desanimam antes de tentar Larch por acharem que em determinados momentos não terão forças para cumprir suas responsabilidades Elm por se autocondenarem. Complexos de culpa Pine que sentem uma angústia profunda, não enxergam a "luz no fim do túnel "Sweet Chestnut por se encontrarem em situação de choque físico ou mental. Notícias ruins, morte de pessoa querida, acidentes, etc. Star of Bethlehem que se sentem amargurados, ressentidos com a vida Willow que se desesperam, mas não deixam de lutar Oak quando existe grande sentimento de impureza, aversão a si própria Crab Apple.
7. Para os que se preocupam excessivamente com o bem estar dos outrospois sua capacidade de amar sem exigir nada em troca está bloqueada. Possessão Chicory tentando fazer com que sejam aceitas suas idéias. Dificuldade em relaxar Vervain tendem a fazer prevalecer suas idéias tornando-se por vezes tirano Vineque carecem de humildadeBeechque são excessivamente rígidos consigo mesmos. Autodisciplina Rock Water. 


Se você não sente segurança em seu diagnóstico, não prescreva! Procure, primeiro, conhecer a si mesmo, antes de tentar conhecer as outras pessoas!



Fonte: Saúde e Harmonia
Terapeuta Holístico: José Adelson Figueiredo de Lima -    CRT  33211
 E-mail: saudeharmonia@bol.com.br


Homeopatia




"A menos que as leis da química tenham enlouquecido, a maioria dos remédios homeopáticos é demasiado diluída para ter qualquer efeito fisiológico." -- Consumer Reports (Janeiro de 1987)
A homeopatia clássica teve origem no século 19 com Samuel Christian Friedrich Hahnemann (1755-1843) como alternativo às práticas médicas convencionais da época, como a flebotomia ou sangria. Abrir veias para o paciente sangrar, expulsar a doença do corpo e restaurar os humores a um equilíbrio adequado era uma prática médica popular até o fim do século 19 (Williams 2000: 265). Hahnemann rejeitou a idéia de que a doença deveria ser tratada expulsando o material ofensivo que a causava. Em vez disso, argumentava que doença deveria ser tratada ajudando-se a força vital a restaurar a harmonia e o equilíbrio do organismo. Rejeitava outras práticas médicas comuns em sua época como purgantes e eméticos "com ópio e calomelano feito com mercúrio" (ibid.: 145). Em retrospectiva, a medicina alternativa de Hahnemann era mais humana e tinha menor probabilidade de provocar danos que muitas das práticas convencionais da época. A medicina científica estava se desenvolvendo nos tempos de Hahnemann, mas a homeopatia não iria fazer parte desse desenvolvimento. A medicina científica é essencialmente materialista. Baseia-se em disciplinas como anatomia, fisiologia e química. Embora os métodos de Hahnemann envolvessem a observação empírica, sua teoria sobre doença e cura é essencialmente não-empírica, e envolve o apelo a entidades e processos metafísicos.

Hahnemann divulgou suas idéias sobre doenças e tratamentos noOrganon da Medicina Homeopática (1810) e em Teoria das Doenças Crônicas (1821). O termo 'homeopatia' é derivado de duas palavras gregas: homeo (semelhante) e pathos (sofrimento). Hahnemann tinha a intenção de contrastar seu método com a convenção da época de tentarequilibrar os "humores" tratando um distúrbio com o seu oposto (allos), e referia-se à prática convencional como alopatia. Embora a medicina científica moderna não conserve nada que lembre a teoria do equilíbrio dos humores, os homeopatas modernos e outros defensores da medicina "alternativa" chamam enganosamente os médicos convencionais de hoje de alopatas (Jarvis 1994).
A homeopatia clássica é geralmente definida como um sistema de tratamento médico baseado no uso de diminutas quantidades de remédios que, em grandes dosagens, produzem efeitos semelhantes aos da doença que está sendo tratada. Hahnemann acreditava que doses bem pequenas de um medicamento poderiam ter efeitos curativos poderosos porque sua potência poderia ser afetada por uma agitação vigorosa e metódica (sucussão). Hahnemann chamava esse suposto aumento da potência através da agitação vigorosa de dinamização. Pensava que a sucussão poderia liberar "poderes imateriais e espirituais," tornando assim as substâncias mais ativas. "Alegava-se que bater de encontro a uma almofada de couro ou à palma da mão dobraria a diluição" (ibid.).

A dinamização era para Hahnemann o processo de liberação de uma energia que ele considerava essencialmente imaterial e espiritual. Com o passar do tempo, ficou cada vez mais impressionado com o poder da técnica que tinha descoberto, e fez advertências alarmantes sobre os perigos de se dinamizar remédios excessivamente. Isso poderia ter conseqüências graves ou mesmo fatais, e ele aconselhava os homeopatas a não carregar remédios nos bolsos dos coletes para evitar que inadvertidamente os tonassem excessivamente poderosos. Finalmente, chegou a alegar que não havia sequer a necessidade de que os pacientes engolissem os medicamentos. Seria suficiente que os cheirassem. (Campbell) São usadas comumente duas escalas de potência: a decimal, que cresce em passos de 1:10, e a centesimal (1:100). Partindo-se da "tintura mãe" original (no caso de uma planta é um extrato alcoólico), faz-se uma diluição de 01h10min ou 01h10min. Esta sofre sucussão e a solução resultante é chamada de primeira potência. Ela agora serve como ponto de partida para o próximo passo da diluição e sucussão, que resulta na segunda potência, e assim por diante. As potências de 01h10min são geralmente indicadas como x e as de 01h10min como c. Assim, Pulsatilla 6c significa a sexta potência centesimal de Pulsatilla, que recebeu seis sucussões e tem uma concentração de uma parte em um trilhão. (Campbell) Como a maioria de seus contemporâneos, Hahnemann acreditava que a saúde era uma questão de equilíbrio e harmonia, mas para ele era a força vital, o espírito contido no corpo, que produziam o balanceamento e a harmonização, ou seja, a cura.
Hahnemann afirmava que a maioria das doenças crônicas era causada pelos miasmas, e que o pior deles era a 'psora'. As evidências em apoio da teoria dos miasmas, no então, são completamente inexistentes e ela parece ter sido resultado de algum tipo de revelação divina (Campbell). A palavra 'miasma'vem do grego e significa algo como "mácula" ou "contaminação". Hahnemann supunha que as doenças crônicas resultavam da invasão do corpo por um dos miasmas através da pele. O primeiro sinal da doença é, portanto, sempre algum tipo de problema na pele (Campbell).

Seu método de tratamento poderia parecer bem moderno. Encontrar a droga certa para a doença. No entanto, seus remédios não eram elaborados para ajudar o organismo a combater a infecção ou a reconstruir tecidos, mas sim para ajudar o espírito vital a operar sua magia. De fato, Hahnemann acreditava que era "inerentemente impossível conhecer a natureza interior dos processos das doenças e que, portanto seria inútil especular sobre elas ou embasar tratamentos em teorias" (Campbell). Seus remédios eram determinados pelos sintomas dos pacientes, não pela suposta doença que causava esses sintomas.
"Leis Homeopáticas”

Os homeopatas citam a "Lei dos Infinitesimais" e a "Lei dos Semelhantes" como a base para o uso de substâncias mínimas e para a crença de que semelhante cura semelhante, mas essas não são leis naturais da ciência. Se é que são leis, são leis metafísicas, isto é, crenças a respeito da natureza da realidade que seriam impossíveis de se testar por meios empíricos. As idéias de Hahnemann realmente tiveram origem em experiências. O fato de que ele tenha chegado a conclusões metafísicas a partir de eventos empíricos não torna, no entanto, essas idéias empiricamente testáveis. A lei dos infinitesimais parece ter sido parcialmente derivada de sua idéia de que qualquer remédio faria com que o paciente piorasse antes de melhorar, e que seria possível minimizar significativamente esse efeito negativo reduzindo-se a dosagem. A maioria dos críticos da homeopatia rejeita essa "lei" porque ela conduz a remédios tão diluídos que não possuem sequer uma única molécula da substância com a qual se começou. Hahnemann chegou à sua Lei dos Semelhantes em 1790, ao traduzir oMateria Medica, de William Cullen, para o alemão (Loudon 1997: 94). Começou a experimentar várias substâncias em si mesmo, começando com a cinchona.
Diariamente, por vários dias, escreveu, ele tomou quatro oitavas da droga. A cada vez que repetia a dose, seus pés e pontas dos dedos se tornavam frios, e seguiam-se outros sintomas típicos da malária. A cada vez que parava de tomar a cinchona, retornava rapidamente a um estado de boa saúde (Williams 1981: 184)
Hahnemann experimentou diversas drogas em si mesmo por muitos anos, e concluiu que "um médico deveria usar apenas aqueles remédios que têm o poder de criar, num organismo sadio, sintomas semelhantes aos que poderiam ser observados na pessoa doente sendo tratada (ibid.)." Remédios devem ser administrados em dosagens únicas, ele afirmava, não em misturas complexas. Suas conclusões parecem ter sido baseadas em intuição ou revelação. Ele não fez experiências com os pacientes dando a eles drogas para descobrir quais remédios funcionavam com quais doenças, ou descobrir que apenas substâncias sem misturas eram eficazes. Na verdade, ele não podia fazer experiências com pessoas doentes porque assumia que os remédios tinham que produzir um efeito similar ao da doença, e ele nunca seriam capazes de saber que remédio deveria usar porque os sintomas da doença seriam difíceis de distinguir dos do remédio numa pessoa doente. Em vez disso, assumiu que o que quer que cause os sintomas numa pessoa sadia seria um remédio para a doença que tivesse sintomas semelhantes. Hahnemann chamava esse método de descobrir que sintomas uma droga causava numa pessoa saudável de "prova".

Hahnemann não nos deixou nenhum detalhe sobre as doses que usou ou a forma de administrar as drogas, mas através de comentários casuais dispersos em seus escritos e a partir de relatos de seus poderes temos uma idéia bastante razoável do que acontecia. Todas as provas naquela época eram conduzidas com tinturas (extratos) de ervas ou, no caso de substâncias insolúveis, com 'primeiras triturações' (uma parte da substância triturada com nove partes de açúcar ou leite.
Sua prática usual parece ter sido administrar doses repetidamente até que se produzisse algum efeito. A quantidade real era calculada com base na sua própria experiência anterior. Esperava-se dos provadores que registrassem seus sintomas com o máximo cuidado, e ao apresentarem seus cadernos de notas a Hahnemann, tinham de oferecer-lhe as mãos -- o modo costumeiro de fazer um juramento nas universidades alemãs da época -- e jurar que o haviam relatado era a verdade. Hahnemann então os questionaria detalhadamente sobre os sintomas, a fim de levantar os detalhes de tempos, fatores que os fizeram melhorar ou piorar, e assim por diante. Café, chá, vinho, brandy e temperos eram proibidos aos provadores, assim como o jogo de xadrez (que Hahnemann considerava muito excitante), mas a cerveja era permitida e exercícios moderados eram incentivados. (Campbell)

Trabalhando com o princípio das semelhanças, Hahnemann criou remédios para diversos distúrbios que tinham sintomas similares aos das substâncias que seus provadores tinham tomado. No entanto, " os métodos de prova são altamente personalizados e de relevância individual para o homeopata ou experimentador." * Em outras palavras, cem homeopatas preparando um remédio para um paciente poderiam muito bem chegar a cem diferentes remédios farmacêuticos.
Hahnemann pode ser elogiado por testar empiricamente seus remédios, mas seu método de teste é obviamente deficiente. Ele não estava realmente testando a eficácia dos remédios em pessoas doentes, mas sim seus efeitos em pessoas sadias. Em todo caso, teve de confiar nas avaliações subjetivas de seus provadores, todos eles seus discípulos ou membros da família, e todos os quais foram interrogados pelo próprio mestre. (Investigadores posteriores viriam a usar métodos de prova mais controlados. *) Mas mesmo se seus dados não fossem maculados pela possibilidade de que ele tivesse sugerido os sintomas aos provadores, ou que estes relatassem sintomas a fim de impressionar ou conquistar a aprovação do mestre, o que conecta essa lista de sintomas à cura de uma doença com sintomas semelhantes é uma crença em magia. Em lógica, esse tipo de salto na linha de raciocínio é chamado de non sequitur. Não se segue do fato que a droga A produza sintomas semelhante à doença B que tomar A aliviará os sintomas de B. No entanto, os homeopatas aceitam a satisfação dos clientes com A como prova de que A funciona. Há alguns indícios de que Hahnemann não tenha usado pacientes saudáveis para provar nenhum dos remédios que recomendava para a maioria das doenças: enxofre, tinta de polvo, sal e areia conseguido resultados impressionantes com base em um único conjunto de testes. A descoberto que parece ter acontecido é que Hahnemann baseou suas novas provas, em grande parte, em sintomas que teriam sido apresentados por seus pacientes crônicos. Por suas próprias regras, esse procedimento seria inadmissível, e de fato isso o levou, sem dúvida, a atribuir ao efeito dos remédios numerosos sintomas que se deviam na verdade às doenças das quais os pacientes sofriam. (Campbell)
Embora possamos perdoar Hahnemann por não fazer experimentos adequadamente controlados, não devemos ser tão generosos com os homeopatas modernos por não compreenderem a natureza de evidências baseadas em testemunhos e relatos. Não podemos acusá-los de não executar nenhum experimento controlado projetado adequadamente. Mas podemos culpá-los por não compreenderem alguns dos princípios fundamentais da avaliação de resultados de experiências controladas que envolvem administrar drogas ou mesmo substâncias inertes a seres humanos. Os homeopatas de hoje deveriam saber que, devido à complexidade de cada organismo humano individual, cinqüenta pessoas diferentes podem reagir de cinqüenta maneiras diferentes à mesma substância. Isso torna o ato de fazer testes clínicos de medicamentos em potencial um procedimento que raramente deveria reivindicar ter certa de uma diferença estatisticamente significativa, positiva ou negativa, entre um grupo experimental (terapia com drogas) e um grupo de controle em um único teste de uma droga deveria normalmente ser tratada com precaução. Assim como a não descoberta de nada estatisticamente significativo. Não é incomum que vinte testes de uma droga resultem em vários com resultado positivo, vários com negativo e vário com resultados mistos e inconclusivos.
Assim mesmo, apesar do fato de que entre as centenas de estudos realizados com remédios homeopáticos a grande maioria não tenha encontrado nenhum valor neles, alguns dos defensores da homeopatia não só insistem que os remédios funcionam, mas alegam saber comofuncionam. Parece, no entanto, que cientistas como Jacques Benveniste, que alega saber como a homeopatia funciona, colocaram o carro na frente dos bois. Benveniste alega ter provado que os remédios homeopáticos funcionam alterando a estrutura da água, permitindo assim que ela retenha uma "lembrança" da estrutura da substância homeopática que foi diluída até deixar de existir (Nature Vol. 333, No. 6176, pp. 816-818, 30 de junho de 1988).* (Benveniste chega a afirmar que a atividade biológica de uma solução homeopática pode ser gravada digitalmente, armazenada num disco rígido, enviada pela Internet e transferida para a água no local de destino. Ele era um biólogo bem sucedido que trabalhava num laboratório estatal, até que começou a fazer afirmações desse tipo, o que lhe custou o status e a reputação de cientista respeitável. Atualmente é considerado pelos críticos (comoJames Randi) um segundo Blondlot. Como os remédios homeopáticos não funcionam, não existe a necessidade de uma teoria de  como funciona : O que é preciso é uma explicação para a razão de haver tantas pessoas satisfeitas com seus homeopatas, apesar de todas as evidências de que os remédios homeopáticos sejam ineficazes.

Por que alguém acredita que a homeopatia funciona?

Antes de tentarmos explicar por que tantas pessoas acreditam que a homeopatia funciona, defendamos primeiro a afirmação de que os remédios homeopatas são ineficazes. Há várias revisões de diversos estudos sobre a eficácia de tratamentos homeopáticos e nem sequer uma dessas revisões conclui que existam boas evidências de que qualquerremédio homeopático (RH) seja eficaz. Os homeopatas tiveram mais de 200 anos para demonstrar a eficácia do seu produto e fracassaram na tarefa. Certamente existem estudos isolados que descobriram diferenças significativas entre grupos tratados com um RH e os grupos de controle, mas ou nunca era possível reproduzi-los, ou os estudos eram desqualificados pelas falhas metodológicas. Duzentos anos e ainda esperamos por provas! Ter a mente aberta é uma coisa; esperar eternamente por evidências tem mais a ver com submissão aos desejos.
Terence Hines fez uma revisão de revisões dos estudos homeopáticos (2003: 360-362). Foram revistos Taylor et al. (2000), Wagner (1997), Sampson e London (1995), Kleijen, Knipschild e ter Riet (1991), e Hill e Doyon (1990). Mais de uma centena de estudos não conseguiram chegar a nenhuma conclusão positiva definitiva sobre as poções homeopáticas. Ramey (2000) observa que A homeopatia foi assunto de pelo menos 12 revisões científicas, inclusive estudos meta-analíticos, publicados desde meados da década de 1980... [e] as conclusões são impressionantemente constantes.... "remédios" homeopáticos não são eficazes.
Assim mesmo, a homeopatia sempre terá seus defensores, a despeito da falta de provas de que seus remédios sejam eficazes. Por quê? 

Uma das razões é o predomínio de uma compreensão equivocada das causas das doenças e como o corpo humano as encara. Hahnemann foi capaz de atrair seguidores porque parecia ser alguém que curava, em comparação com os que cortavam veias e usavam purgantes venenosos para equilibrar os humores. A maior parte de seus pacientes podem ter sobrevivido e se recuperado não porque ele os curou, mas porque não os infectou ou matou drenando um sangue de que precisavam ou enfraquecendo-os com venenos poderosos. Os remédios de Hahnemann eram, essencialmente, nada mais que líqüidos comuns e era pouco provável que eles, por si sós, fizessem mal. Ele não precisava que muitos de seus pacientes sobrevivessem e melhorassem para impressionar, em vista dos seus concorrentes. Se há algum efeito positivo sobre a saúde, não se deve ao remédio homeopático, que é inerte, mas aos próprios mecanismos curativos naturais do organismo ou à crença do paciente (efeito placebo), ou ao efeito que o estilo de atuação do homeopata tem sobre o paciente. O stress pode piorar ou mesmo provocar doenças. Se um terapeuta tem um efeito calmante sobre o paciente, isso por si só pode resultar numa mudança significativa no sentimento de bem-estar da pessoa. E esse sentimento pode muito bem traduzir-se em efeitos fisiológicos benéficos. O método homeopático envolve passar muito tempo com cada paciente a fim de se obter uma lista completa de sintomas. É possível que isso tenha um efeito calmante significativo sobre alguns pacientes. Esse efeito poderia fortalecer os próprios mecanismos curativos do organismo em alguns casos. Como expõe o homeopata Anthony Campbell: "Uma consulta homeopática oferece ao paciente uma oportunidade de conversar longamente sobre seus problemas com um ouvinte atento e compreensivo num ambiente estruturado, e isso por si só é terapêutico."* Em outras palavras, a homeopatia é uma forma de psicoterapia.
 a maioria dos homeopatas gosta de gastar pelo menos 45 minutos numa primeira consulta, e muitos preferem uma hora ou mais. Em segundo lugar, os pacientes sentem que estão sendo tratado "como um indivíduo". Fazem a eles muitas perguntas sobre o que gostam e não gostam em matéria de comida, clima e coisas assim, muitas das quais não têm qualquer conexão óbvia com o problema que os levou à consulta. O homeopata, então, irá muito provavelmente consultar uma fonte de informação impressionantemente grande e imponente para ajudá-lo a escolher o "remédio" correto. (Campbell)


Sabemos que não há praticamente nenhuma evidência científica de que os remédios homeopáticos sejam eficazes. Isso não quer dizer que os pacientes não se sintam melhor depois de visitar um homeopata. Isso é outra questão, embora seja exatamente essa a razão de existirem clientes satisfeitos. (Sobre isso, o leitor poderia consultar os verbetes sobre oefeito placebo, a falácia post hoc e a falácia regressiva.) Wendy Kaminer, crítica de diversos comportamentos irracionais, é um desses clientes satisfeitos. Mesmo assim, disse a seu homeopata que seu maior medo era "que alguém descobrisse que consultei um homeopata" (1999; p. 3), o que obviamente não é seu maior medo, ou ela não o teria anunciado ao mundo em seu livro.Quando vou ao meu homeopata, talvez esteja seguindo uma das percepções do movimento de recuperação que eu sempre ridicularizei: Estou pensando com o coração e não com a cabeça. Ou talvez eu esteja agindo racionalmente afinal. Acreditar na homeopatia pode ser irracional, mas não usá-la se ela funciona seria ainda mais irracional. Só me importo se o remédio funciona, não por quê. (Tenho uma compreensão vaga sobre antibióticos).
Assim, não dou ouvidos a cientistas ávidos por me dizer que não é possível que os remédios homeopáticos funcionem porque violam as leis da química. Assumindo-se que os cientistas estejam certos, e que os remédios que eu tomei são meros placebos, por que iria eu começar a duvidar - e diminuir - sua eficácia? Por que não ser suscetível a placebos? (ibid.)

Neste caso, temos uma pessoa racional que deprecia o comportamento irracional e admite que faz uma coisa que muitas pessoas racionais considerariam irracional. É interessante como ela lidou com essadissonância cognitiva. Ela tornou o irracional racional (ou ao menosmenos irracional) concentrando-se na crença de que a homeopatia funciona. Mas sabemos que as poções não funcionam, então do que Kaminer está falando? Ela não está falando de estudos científicos que mostram que os remédios homeopáticos são eficazes, porque esses estudos apontam na direção contrária. De fato, ela não parece se preocupar nem mesmo se esses estudos existem. Ela quer dizer que acredita que "os remédios homeopáticos me ajudaram" (p. 4). Seu aviso ao leitor é não siga as minhas palavras, tente você mesmo, o que parece implicar que se formos a um homeopata e acharmos que isso nos ajudou, então seria irracional não continuar a visitá-lo. Mas o que realmente quer dizer ajuda ou ajudar? São palavras vazias. Não têm qualquer conteúdo cognitivo, embora sejam plenas de significado emotivo. A única concessão de Kaminer à idéia de que talvez esteja agindo irracionalmente é quando ela medita
 Talvez eu esteja imaginando que a homeopatia me ajudou. Talvez eu esteja confundindo correlação com causação: talvez eu tenha começado a me sentir melhor coincidentemente, por alguma razão desconhecida, ao mesmo tempo em que me voltei para a homeopatia (ibid., p. 4).
Ela nos aconselha a não seguir suas palavras e nos diz que devemos pedir que ela apresentasse provas do que afirma. Ela chega a nos aconselhar a tentar repetir sua experiência. Talvez seja essa a sua idéia do que uma pessoa racional e com mentalidade científica deveria fazer. Mas não há nenhuma forma de alguém substanciar sua alegação tentando duplicá-la. Não temos uma idéia clara o bastante da afirmação para sabermos o que estaríamos tentando substanciar. A alegação de que algo a ajudou é vaga demais para ser de qualquer valor na tentativa de duplicação. Será que ela está realmente dizendo que se eu for a um homeopata e me sentir melhor depois disso, então substanciou e duplicou sua alegação? Acho que sim. E acho que ela está enganada.
Sim. Acho que entendo o que ela diz. Se eu, por exemplo, fui a um homeopata e descobri que sob o tratamento a dor nos meus joelhos desapareceu completamente, a dor que eu sinto há muitos anos e que meu médico diz que se deve à bursite, então eu seria irracional se não continuasse com os remédios homeopáticos. Além disso, seria irracional não consultar o homeopata quando eu começasse a sentir dor, digamos, nos cotovelos, ou nos ombros, ou nas costas. Se eu pudesse voltar a praticar corrida, seria irracional não continuar a ver meu homeopata. Eu poderia concordar. Mas se eu consultasse um homeopata a respeito de uma nova dor que meu médico foi incapaz de aliviar com uma terapia convencional e depois do tratamento homeopático a dor passasse, eu não consideraria irracional não continuar indo ao homeopata. Consideraria provável que a dor tivesse passado se eu não tivesse procurado o homeopata. (Se o leitor está imaginando por que, consulte o verbete sobre a falácia regressiva.)
Além do mais, se um remédio homeopático realmente curasse minha dor no joelho, eu iria querer investigar o que havia no remédio. Embora a maioria dos remédios homeopáticos nos EUA e Reino Unido não sejam mais que água ou álcool, há vários produtos no mercado rotulados como homeopáticos que contêm ingredientes ativos (veja homeopatia complexa, isopatia, e nosódios). No entanto, se eu descobrisse que o meu remédio era um daqueles tão diluídos tantas e tantas vezes que não restaria nenhuma molécula da substância ativa original, eu preferiria acreditar que a dor teria repentinamente desaparecido do que acreditar que o remédio homeopático a teria curado. Por quê? Porque as leis conhecidas da física e química teriam de ser completamente reescritas se um tônico do qual foram removidas quase todas as moléculas do ingrediente ativo pudesse se demonstrar eficaz. Mas se eu pudesse fazer a dor ir e vir parando e recomeçando a tomar o remédio homeopático, teria de concluir que a poção estava fazendo efeito e teria de me tornar um defensor daquele remédio homeopático. Isso significa dizer que os remédios homeopáticos podem ser testados empiricamente. O fato de que nenhum desses remédios tenha até agora demonstrado fazer o efeito que descrevi é forte evidência contra eles. Embora os remédios homeopáticos sejam ineficazes, a homeopatia em si é bastante eficaz, ou não teria sobrevivido e crescido nos últimos 200 anos. Ela é muito popular na Europa, especialmente na família real da Grã Bretanha. Há escolas de homeopatia em todo o mundo. Afirma-se que a homeopatia é uma indústria de 200 milhões de dólares por ano nos EUA. "O fato de que ela seja tachada de não-científica por alguns médicos ortodoxos é, para muitas pessoas, um mérito positivo, não uma crítica" (Campbell).


O principal dano causado pela homeopatia clássica provavelmente não vem de seus remédios, que são provavelmente seguros, mas ineficazes, embora isso esteja mudando à medida que a homeopatia se torna indistinguível do verbalismo em alguns lugares. Um dos perigos em potencial é o incentivo ao auto-diagnóstico e tratamento. Outro perigo reside na atitude de não se receber tratamento adequado de um médico convencional nos casos em que o paciente poderia ser beneficiado por um tratamento como esse, como numa infecção de bexiga ou infecção por fungos, ou num câncer. A homeopatia poderia funcionar no sentido de ajudar algumas pessoas se sentirem melhor algumas vezes. Ela não funciona, porém, no sentido de explicar patologias ou suas curas numa forma que não só tenha conformidade com os dados, mas que prometa nos trazer uma maior compreensão da natureza da saúde e da doença.


Fonte: The Skeptics Dictionary
Robert Todd Carroll – Traduzido por: Ronaldo Cordeiro
Site: www.Skepdic.com/brazil/homeopatia.html

A Tradição da Medicina Shiatsu


A TRADIÇÃO DA MEDICINA – SHIATSU 


O Dr. Sohaku Bastos foi um dos pioneiros da medicina oriental no Brasil, tornando as técnicas ancestrais acessíveis para um grande número de pessoas a partir dos anos 70. 
Aqui no Brasil o shiatsu, chamado Shiatsuterapia, tem sido confundido com massagem. Massagem é uma profissão regulamentada no país desde 1971 e ela efetivamente não significa Shiatsu. Shiatsu é ima prática que tem um objetivo completamente diferente da massagem, apesar de utilizar as mãos como instrumento de trabalho.
“Shi” vem do termo japonês que significa “dedo” e “atsu” significa “pressão”. Então, literalmente, seria a terapia que trata a pessoa através de pressão com o dedo.

Nos anos 70, o Dr. Sohaku Bastos começou a ministrar cursos e palestras sobre medicina oriental, após oito anos de estudos no Japão, firmando-se como um pioneiro na aplicação da medicina tradicional oriental no Brasil. Segundo explica, quando foi para o Japão, seu principal objetivo era desenvolver o aspecto espiritual e, por isso, matriculou-se no Seminário de Budismo, em Kyoto. Obteve o Diploma de Ordenação Monástica como Monge budista do Monastério Jochin-In Kyosan, e o Diploma de Monge Instrutor da Escola Shingon, o que lhe confere o direito de celebrar ofícios e cerimônias budistas.
Como a medicina também era um de seus objetivos desde criança, ele entrou para a Escola Imperial de Medicina, unindo três grandes interesses: A Arte Oriental, Filosofia e a Ciência. A opção pelo Japão, segundo explica o médico, foi para que obtivesse não apenas os ensinamentos científicos, mas a filosofia da medicina oriental algo que, na época, era pouco ou nada comentado no Brasil. Existiam praticantes de acupuntura na França, mas só isso, apesar de serem muitas as técnicas terapêuticas na medicina oriental, como shiatsu, moxabustão e fito terapia. Os imigrantes japoneses e chineses com conhecimento das técnicas mantinham-nas restritas á colônia, especialmente porque não havia interesse por esse conhecimento fora do ambiente das colônias, e a comunidades científicas encarava tais praticas com reservas. 

Em 1974, o Dr. Sohaku já organizava seu primeiro curso de acupuntura e, em 1979, realizou o primeiro curso destinado a médicos brasileiros, tendo como alunos professores de pós-graduação em medicina da PUC- Rio. Dedicou-se a lecionar acupuntura e eletro acupuntura a médicos, e shiatsu terapia a profissional da área de saúde. Sua estimativa é que, desde então, formou mais de dez mil profissionais. O médico ainda foi o responsável pela introdução do eletro acupuntura no Brasil e idealizador do primeiro curso de Shiatsu terapia no país. Fez cursos na China, Sri Lanka, desde 2000 é Cônsul do Sri Lanka no Brasil e Estados Unidos, possuindo graduação em medicina oriental, fisioterapia e bacharelado em medicina, com mestrados em psiconeurocinesioterapia e acupuntura, doutorados em medicina tradicional, acupuntura e filosofia e especializações em shiatsu terapia, osteopatia, eletro acupuntura, fito terapia tradicional chinesa. 
Natural da Bahia e radicado no Rio de Janeiro, hoje o Dr. Sohaku oferece uma série de cursos profissionalizantes em ciências da saúde e pós-graduação em várias cidades do Brasil, e até em Portugal, através do seu Instituto Politécnico de Saúde.

Como se encontra, atualmente, a medicina oriental em comparação com a medicina ocidental, ou a chamada medicina tradicional, alopática? Ainda existe muita resistência á aplicação de conhecimentos técnicos orientais, mesmo vindos de profissionais notadamente preparados e de currículo reconhecido?
Eu gostaria de fazer uma ressalva a essa pergunta, porque a medicina ocidental é alopática, não tradicional. A medicina tradicional é a oriental. A chamada medicina tradicional do oriente, ou medicina oriental, é considerada nova no Brasil porque foi produzida aqui no início do século com a imigração japonesa, mas só foi divulgada para os Brasileiros por volta de 1960 para 1970. Antes disso, era circunscrita á colônia Japonesa.

Então, só os orientais tinham acesso em São Paulo e, sobretudo no interior. Em relação á resistência que encontramos aqui, ela se deve a três segmentos. O primeiro é a própria comunidade científica que não se interessa muito em pesquisar essa área embora em outros países, como nos EUA, as pesquisas em medicina oriental estão muito avançadas, sobretudo na acupuntura e no shiatsu. Sentimos resistência também em certas corporações da área de saúde que não têm interesse em que essas práticas evoluam, e se elas devem evoluir que seja sob a tutela de certos profissionais, o que significa corporativismo. 

Outro segmento que não tem qualquer interesse em que a medicina oriental cresça no Brasil é a própria indústria farmacêutica. Quanto aos profissionais preparados, muitos foram formados no exterior, têm bons currículos e uma formação de alta qualificação com mestrado e doutorado nessa área. 


Ultimamente têm surgido no Brasil inúmeras pessoas que afirmam ser especialistas em medicina oriental. Estaria havendo um exagero, com muita gente despreparada aproveitando-se da onda de interesse pelas terapias orientais? Como podemos fazer distinção entre os profissionais sérios e os possíveis aproveitadores?

Essa pergunta é muito importante, por que quando não existe legislação federal, abre-se uma porta para que até o leigo exerça a profissão. Entretanto, com as instituições educacionais já aprovadas no Rio e em São Paulo para ministrar cursos na área das Terapias Orientais, nós já teremos um referencial daquele profissional que, tendo um Diploma Oficial, outorgado pela Secretaria de Estado de Educação, mostra-se um profissional qualificado, sendo uma referência de idoneidade profissional.

Mas nós não podemos esquecer que alguns Conselhos na área de saúde reconheceram a acupuntura como especialidade, e isso foram muito boas. Eu posso enumerar os Conselhos que já fizeram isso: o primeiro foi o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, reconhecendo desde 1985 a especialidade para o Fisioterapeuta e posteriormente para o Terapeuta Ocupacional em 1986, O Conselho Federal de Biomedicina reconhecida à acupuntura também como especialidade em 1995, o Conselho Federal de Enfermagem também reconhecida a acupuntura, terapias orientais e alternativas como especialidade em 1985, o Conselho de Medicina Veterinária em 1995 o Conselho Federal de Medicina em 2000, O conselho Regional de farmácia e, finalmente, o Conselho Federal de Fonoaudiologia. De doze Conselhos, sete já reconheceram a acupuntura e as terapias orientais que fazem parte do sistema médico oriental.

O senhor diz que existe uma grande confusão sobre o shiatsu, que é mal compreendido no Brasil. O que é exatamente o shiatsu?

Aqui no Brasil o shiatsu, chamado shiatsu terapia, tem sido confundido com massagem. Massagem é uma profissão regulamentada no país desde 1971 e ela afetivamente não significa shiatsu. Shiatsu é uma prática que tem um objetivo completamente diferente da massagem, apesar de utilizar as mãos como instrumento de trabalho. Shi vem do termo japonês que significa dedo e atsu significa pressão. Então, literalmente, seria a terapia que trata a pessoa através de pressão com o dedo.
Existe no Brasil uma confusão com o termo massagem oriental, ou massoterapia oriental. Isso não existe, não é amparado por nada, é uma invenção. O que existe é a massagem, que pode ser no estilo chinês, japonês, etc., mas não é shiatsu. Por isso, é totalmente equivocado dizer que massagem oriental é shiatsu. Este equivoca costuma vir por parte dos leigos.

Existe alguma aproximação entre a medicina tradicional do oriente, mais especificamente Japão e China, com a medicina ayurvédica?

Essa pergunta é muito interessante, porque a medicina tradicional do extremo oriente (China e Japão) e a ayurvédica, que é do Sudeste Asiático e envolve a Medicina da Índia e Sri Lanka, tem algo em comum. As duas são medicinas milenares. As práticas são diferenciadas, mas o perfil da filosofia médica é muito semelhante. 
Eu diria que são medicinas tradicionais irmãs. Ambas contemplam uma forma de fito terapia de farmacoterapia parecidas. Possuem técnicas muito semelhantes. Embora tenham tradições diferentes, possuem a mesma essência oriental. São medicinas tradicionais.  

 (Gilberto Schoereder)


Fonte: Revista / Sexto Sentido N. 26 
 Ano: 3- São Paulo/ SP
 Pág. (22/25)   
Mythos Editora 
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Shiatsu Tradicional 
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